Amor de Oficina - Parte XXXII

Um conto erótico de Nando
Categoria: Homossexual
Contém 1271 palavras
Data: 06/07/2015 13:22:23
Assuntos: Homossexual, Gay

Entenda, complexo não é o mesmo que ruim. Já vou explicar, mas já adianto: era um complexo bom.

O négocio é o seguinte: como eu expliquei no capítulo anterior, eu tinha muito tempo livre. Então eu fazia academia, corria, pedalava, estudava, lia, escutava musica e ainda participava do baja e me virava com maestria nas matérias da faculdade.

No baja, aos poucos eu fui conquistando a confiança das pessoas. Eu era amigo de todos, ria, brincava, mas quando a situação ficava feia, eu conseguia dar uma dura na galera e tudo voltava ao normal.

Na faculdade a situação não era diferente. Por ser uma faculdade pequena numa cidade de interior, rola aquelas paradinha de “famosinho” que rola no ensino médio. E eu era um desses novos famosinhos.

Com a academia, meu corpo que já não era feio, começou a ficar mais malhado e sexy. Por causa da SAE Brasil e da entrevista do Nick, todos passaram a saber quem eu era. Devido ao meu bom desempenho, ganhei moral com os professores.

E eu ainda sai com todo mundo, bebia cachaça com todo mundo, ria, brincava, me divertia nos churrascos da galera.

Eu havia mudado muito desde meu ensino médio. Aquele menino timido e “passivo”(não sexualmente falando) já não existia mais. O que existia era um novo Fernando, um mais animado, amigo e extrovertido.

Até os amiguinhos do Théo eu consegui seduzir. Eles me ligavam sempre que iam para as baladas, festas, shows, churrasco e tudo mais. Eu não gostava deles. Mas mesmo assim eu ia. Sabe por que? Pois quando eu estava junto, Théo ficava de lado.

E o Théo? Bom, a situação havia mudado. Pela primeira vez na vida era eu que era o famoso e popular, ao invés dele. Ele era apenas mais um cara bonito numa cidade onde todos eram bonitos.

Ele não conversava comigo. Nunca. Ele era orgulhoso demais. Por conta disso, ele ficava fora de altas festas que eu dava em casa.Ele sempre era convidado (não por mim) mas nunca ia, por minha causa.

Ela não ia onde sabia que eu iria estar. E por conta disso ele foi ficando em segundo plano. Eu agora era meio que o foco do local.

Isso era bom até. Eu pegava quem eu queria. Seja homem ou mulher. Os caras da Educação Física eram muito gostosos e eu eventualmente ficava com algum deles. Mas eu pegava algumas mulheres também. Nada contra.

Nick veio me visitar algumas vezes. Eu fui ver ele algumas vezes também. Era legal. Eu gostava do Nick, de conversar com ele, de rir com ele, de transar com ele. A gente se dava muito bem juntos.

E tudo ia bem na minha vida. As coisas começaram a engrenar no baja. Tudo dava muito certo. Tudo funcionava. Isso era muito bom.

Contando assim parece até que eu era o mais feliz dos homens. E tinha mil motivos para ser, mas na verdade, tudo isso que eu contei era uma casca, um escudo, uma defesa de tudo o que eu sentia na verdade.

E o que eu sentia? Uma profunda e sólida tristeza. O motivo: não precisa nem falar né galera.

Todos os dias ver ele ali na minha frente, me encarando com uma cara de ódio e desprezo me corroia como o ácido corroi uma barra de ferro: lentamente, mas com um estrago irreparável.

Eu não contei, mas eu tentei por mais de uma vez me aproximar do Théo, mas ele sempre dava uma patada e uma tirada que eu perdia até o rumo de casa. Geralmente nesses dias eu ficava tão bebado que realmente eu perdia o rumo de casa.

Tudo estava, aparentemente, bem.

Acordei as 4 da manhã, corri por 2 horas sem parar, quase. Nesse dia eu não malhei, fui para casa, tomei um banho e depois fui no centro comprar uma nova roupa para mim. Ia ter uma festa de noite e eu queria ir bem gato.

Enquanto andava no centro, vi um relógio em uma loja e quis comprá-lo. Assim que entrei na loja, quem me atendeu foi o Théo.

- O que você quer? – ele perguntou, seco.

- Ser atendido bem – respondi, ainda mais seco. Ele resmungou alguma coisa e virou. Eu, no impulso, falei:

- Ei cara, por que a gente briga tanto? A gente era tão amigo! – Ele parou olhou para mim e falou:

- Por que você é um merda de um babaca – Meu sangue ferveu naquela hora.

- Eu babaca? Pelo que me recorda quem quebrou uma promessa, fazendo minha mãe mudar de cidade e nunca mais falar comigo foi você! – Ele me olhou e falou com desprezo na vós.

- Quem mandou ser uma bixinha? – Pensei em dar um murro na cara dele, mas achei melhor não. Eu queria matar ele ali na minha frente, mas eu tinha maneiras mais ortodoxas de faze-lo sofrer.

- Bom, de todo modo, eu ainda quero ser atendido. Aquele relógio da vitrine, pega ele que eu quero ve-lo – Ele me olhou incrédulo. Eu tinha que usufruir daquela minha posição.

Ele, com muito contragosto saiu e pegou o relógio. Coloquei no braço e ainda perguntei:

- O que achou? Combina com meus olhos? – Ele queria me matar, eu via no olho dele. Ele não respondeu.

Fiz ele pegar mais unsitens da loja para eu ver. Ele estava muito, muito, muito puto comigo. E eu fiz de proposito. No fim, comprei só o primeiro relógio mesmo.

Fui embora da loja. Encontrei dois amigos no centro e resolvemos almoçar juntos. Conversa vai, conversa vem, um deles solta a seguinte:

- Nossa, o Théo ta querendo pegar a Ju hoje!

- Será que pega?

- Não sei. Ela é muito amiga da minha namorada. A gente já conversou sobre ele um dia. Ela falou que ele é bonito, mas tem coisa melhor na faculdade – Eles riram. Eu fingia não prestar atenção, mas escutava tudo atentamente.

- Você vai hoje, Nando? – Eu fingi não escutar de primeira. Mas na segunda vez eu respondi.

- Sim ou claro? – Os dois riram.

De tarde eu fui para a oficina fazer tudo o que eu tinha que fazer, para poder ir na festa. Théo estava lá. Ele me olhou furioso. Mostrei o relógio para ele e sorri, provocando. Com isso eu consegui a ausencia dele na oficina. Ele deu uma desculpa de dor de cabeça e foi embora.

Depois da aula eu fui em casa, tomei um banho, coloquei uma roupa bonita que combina comigo, passei meu perfume e fui para tal festa.

Cheguei e a festa já estava bombando. Encontrei meus amigos e comecei e conversar com todos eles. Nós começamos a beber cedo e portanto ficamos bebados rápido. Normal.

Meus amigos sairam para a “caça” e eu fiquei onde eu estava, só vendo o movimento. E nisso eu vi: Théo estava conversando com a Ju. Elaborei mais uma vez o plano santo.

Assim que o Théo saiu de perto dela, eu fui falar com ela. Obviamente não diretamente. Fingi que esbarrei nela, para iniciar a conversa.

- Nossa, desculpa mo... JUU! Que surpresa!

- NAAAANDO! COMO VOCÊ TÁ?

- Bem! – Nós trocamos meia duzia de palavras e eu fiz um convite:

- Ei, gata, concede-me a honra de uma dança? – Ela me olhou e falou:

- Você não presta né, Nando! – Eu ri e cantei junto com o refrão:

- “Amar eu amo muito, prestar que eu presto pouco!” – Ela me deu um tapa no peito e falou:

- Bobo! – Nós rimos.

- Vamos? – Ela me olhou e falou meio triste:

- Desculpa, mas eu já tava conversando com o Théo... – Quando eu olhei para o lado, ele observava a gente com a expressão no rosto de “EU TE MATO SEU FILHO DA PUTA”.

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Comentários

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O Theo com certeza é um grande babaca! Mas o Nando consegue ser muito pior! Além de infantil de querer sempre provocar se tornou recalcado por ser ignorado pelo babaca, e gira seu mundo ao redor dele. E o pior de tudo foi se transformar, por recalque, numa pessoa extremamente promiscua! O Nando é deplorável!

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"Eu não contei, mas eu tentei por mais de uma vez me aproximar do Théo, mas ele sempre dava uma patada e uma tirada que eu perdia até o rumo de casa. Geralmente nesses dias eu ficava tão bebado que realmente eu perdia o rumo de casa." Eu te entendo migo! <3 Menino, tu não presta mesmo! Sou desses também. RI MUITO!

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Nem vou julgar as suas ações porque esse babaca do Théo merece muito mais, só pode ser amor extremo, pro cara agir dessa forma. :)

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kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk O theo é um babaca, mas vc tb ta dando um de babaca, muito bom!

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