Muita coisa passou pela minha cabeça naquele momento...Eu desliguei com o coração já saindo pela boca literalmente. O que aquele filho da puta do cursinho tava fazendo junto com meu... Irmão só Deus sabe lá onde? Essa pergunta martelou minha cabeça todo o tempo. Me dirigi ao bar e preparei uma dose dupla de vodka, bebida que sempre gostei desde os 13 anos de idade, e quando dei a volta pra poder sentar e tentar entender o que quer que fosse, meu celular chamou...
_ Jardel, é você?
Eu travei e nada disse por um longo minutos... Na verdade foram pouco mais de quinze segundos...
_ Jardel? Você tá aí, irmão?
_ Onde você tá Ric? Por favor cara me diz onde você ta...
_ Calma, irmão. Tô em casa.
_ Não você não tá em casa... Eu estou em casa e você não tá aqui...
_ Desculpa, Jardel... Tô n antigo apartamento que morava com meu pai.
_ Você mente, cara. A Célia media há alguns dias atrás que você tinha viajado só Deus sabe pra onde e eu liguei várias e várias vezes e você não retornou. Aí...
_ Calma rapaz... Olha só, confesso que disse que iria viajar com amigos, só que não fiz isso.
_ E por que você me deixou aqui sozinho?
_ Eu não deixei você sozinho, eu só estava ... Eu tava com vergonha...
_ Vergonha? Vergonha de que, Ric?
_ De você, de mim por ter aceitado teu beijo e por você me ignorar... Eu tava confuso com um monte de coisa... Na verdade ainda estou... Eu...
_ Vem pra casa, por favor... A gente precisa conversar... Sinto sua falta.
_ Eu voltarei na segunda-feira. Já liguei pro meu pai e disse que estava tudo bem. Você acredita que eles quase voltaram por conta do que fiz? Cara, eu só faço bobagem, né?
_ Não Ric, eu é que sou um burro... Deixa eu ir aí...
_ Na verdade, Jardel, eu já tô na casa do Jota Mendes e daqui a uma hora a gente ta indo pro haras do pai dele.
Eu tinha que perguntar... Só que o medo me travava... Eu não sei o que faria se ele me dissesse...
_ O professor do cursinho vai também?
_ O Edgar e só um amigo que por sinal tá passando por um problema igual ao meu...
_ E vocês vão resolver esse problema, juntos?
_ Quem tem que resolver a minha vida sou eu, ta bem?
_ Então não viaja e vem pra cá... Vamos conversar. Eu tenho um monte de coisa pra te dizer...
_ Não Jardel. Eu quis muito falar com você, só que nosso momento já foi... E só agora eu passei a ver que sua atitude foi a mais acertada. Você tava certo ao se afastar de mim e ignorar o que a gente viveu. Fiquei e estou orto de vergonha de voltar a vê-lo, só que não vou poder fugir disso... Somos agora da mesma família, lembra?
_ Cara... Ric, por favor... Eu só vou aceitar o que você ta me dizendo se falar com você... Tô te esperando.
Desliguei e fui até a cozinha onde joguei fora a bebida preparada. Encerrar aquela ligação foi muito difícil, só que foi a única maneira de deixa-lo em perspectiva. Tava na mão dele... Quanto a mim, só pude esperar numa angustia sem precedentes.
Na primeira hora seguinte, tomei banho, vesti apenas uma bermuda quadriculada, jantei em silêncio e fui até a varanda. Mesmo morado no décimo quinto andar, vi quando um táxi parou em frente ao prédio e meu irmão desceu com uma mochila nas costas. Mais uma visão dele que jamais vou esquecer... O coração deu sinal de vida. Eu fui pro meu quarto e esperei impacientemente a porta lá embaixo ser aberta, em seguida ouviria seus passos na escada e pelo corredor e finalmente o veria de novo.
Meia hora havia passado e três leves batidas foram ouvidas em minha porta. Levantei depressa da cama e girei o trinco... Ele era uma garoto alto e parecia meio cansado. Seus lhos ainda tinham o mesmo brilho e antes que eu dissesse alguma coisa, ele disse:
_ Oi Jardel. Vim só dizer que tô em casa...
Num impulso totalmente incontrolável eu o puxei pra mim e pude voltar a sentir seu cheiro, força, vigor, tremor...
_ Obrigado por vir, Ric... Eu quero que você me desculpe... Tá tarde pra isso também?
_ Não irmão.
Ele se afastou de mim aos poucos e voltou a falar:
_ O que você quer falar comigo? Achei tua voz um pouco travada...
_ Você quer entrar? A gente pode ir pra sala, seu quarto...
Ele entrou em meu quarto e foi sentar na poltrona próxima a janela que deixei aberta por me sentir sufocar enquanto o esperava...
_ Você é capaz de me perdoar?
_ Jardel, eu sou capaz de fazer muita coisa... Não tem porque você me pedir perdão? Você não fez nada que merecesse o meu perdão.
_ Fiz RIc, fiz sim e isso me deixou louco e cheio de vergonha nesses últimos dias. Eu tenho que contar pra você que sempre o admirei, mesmo antes de saber que me tornaria seu irmão. No dia que o vi lá no cursinho e que você se dirigiu a mim em busca de uma orientação sobre sua sala de aula, eu não consegui mais deixar de pensar em você. Só que você se envolveu com um pessoal que não tinha nada a ver comigo e meu até então estilo de vida. Eu sempre fui perdido cara... Eu andei por caminhos estranhos e cheios de ilusão. Sofri e fiz minha mãe sofrer... Destratar você e seus amigos como eu fazia, era como se fosse um combustível altamente inflamável que me dava prazer e força. Você sempre na sua. E quando passou a me ignorar, notei que perdi de novo. Queria muito me aproximar de você, cara... Só que os amigos não deixavam, e eu não queria dar o braço a torcer, sabe? Cheguei a me odiar por não ter coragem de enfrentar você... O mais forte de nós.
_ Jardel, para com isso cara... Olha, tá tudo bem. O que houve foi um erro...
_ Eu amo você Ricardo Melo.
Pronto eu disse. Eu queria ter começado dizendo isso, só que ele merecia saber tudo... Eu tinha uma certa necessidade de me abrir pra ele. Olhar pra ele nesse momento foi importante porque pude perceber que ele sentia algo por mim, talvez o amor que ele me disse sentir há dias atrás, só que eu tinha que esperar a sua reação para dar o próximo passo...
_ O que você disse, irmão?
_ O que você ouviu em alto e bom som...
Comecei a andar em sua direção com passos incertos e lentos. Ele permaneceu no mesmo lugar e seus olhos faiscavam. Como eu gostaria que esse brilho fosse de felicidade. Só que eu não podia me alegrar de uma hora pra outra ao pensar que agora era a hora dele pular em cima de mim e a gente finalmente poder acertar os ponteiros...
_ Eu amo você, Rica Melo... E quando você aceitou eu beijo, mesmo confuso, me torei o garoto mais feliz desse emundo. Mamãe sempre me falou que eu desse uma chance a mim e a que as outras pessoas pudessem se aproximar... Ela tinha certeza que eu seria amado, desde que eu me desse uma chance, entende? E você me deu essa chance e eu infelizmente deixei escapar... Agora esse maldito Edgar do Cursinho, professor e tudo mais já deve estar feliz a teu la...
Seus lábios me calaram... E foi a minha vez de me deixar envolver pelos seus braços mais uma vez e sorver de sua boca todo o prazer, alegria e desejo naquele que foi nosso segundo beijo...
Ric Melo chupou com força meu lábio inferior. Sua língua deslizava dentro da minha boca e de vez em quando eu a prendia por querer faze-la parar, pra poder chupa-la demoradamente... Seus braços me apertaram e me senti flutuar de repente. Eu o segurei pela nuca e o trouxe pra perto de mim. Ele veio com sua força e tesão. Eu o queria em minha vida, e dessa vez anão o deixaria ir embora...
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Meus meninos e meninas que maravilhoso poder estar escrevendo essa trama... A acetação de cada um de vocês ta me dado um gás extra incrível. Por cnta de novos compromissos, vocês sabem que o semestre ta acabando, eu os deixarei na vontade mais uma vez. Perdoem-me pelo mau jeito. Logo mais as coisas pegarão fogo de vez... Um grande abraço e o meu mais sincero OBRIGADO. Nado Mota.