Oeste Selvagem IV - Paixão

Um conto erótico de Mr. West
Categoria: Homossexual
Contém 2076 palavras
Data: 07/07/2015 11:03:00
Assuntos: Homossexual, Gay

...Então descemos juntos as escadas e passamos pelo Dr. Dulling, pálido, perto da porta. Provavelmente ele estava bebendo no pub quando a confusão começou e trouxe as notícias do tiroteio. Eu saí, com a convicção de que mataria todos em Audacity se fosse preciso para trazer Michael e também Nick sãos e salvos daquele pub...

Atravessei a rua praticamente correndo. Era a maior velocidade que eu conseguia atingir. Tentava não pensar no que encontraria ao chegar ao pub, pois Michael, segundo a Sra. Dulling, estava agora sozinho naquele lugar com um bando de arruaceiros. Bem, todo mundo andava armado naqueles tempos. Ainda andam, pra dizer a verdade. Mas era estranho causarem um tiroteio por nada. Talvez tenham tentado sair sem pagar a conta, ou algo assim. Mas geralmente esse tipo de coisa se resolvia com os punhos, não com as armas.

Nicholas vinha atrás de mim, arfando, pois seu estado ainda era mais complicado que o meu, como ele mesmo dissera. Eu não olhava pra trás, apesar de estar preocupado com ele também. Eu olhava pra frente, mas não enxergava nada. Muitas pessoas passavam por nós, apressadas, algumas mulheres choravam de medo. Estavam fugindo do lugar pra onde estávamos indo.

Logo, Nick me segurou novamente pelo braço. Dessa vez, virei com cara de poucos amigos. Eu não tinha tempo a perder!

- O que foi dessa vez, Nicholas? – eu falei apressado – eu preciso ajudar o Michael!

- OK, essa parte eu entendi! Mas qual é o plano? – ele falou esbaforido – Não acha que vai salvar ele entrando como um louco por aquela porta dupla atirando flechas em qualquer um, acha?

- Então, o que eu faço? Eu preciso tirar ele de lá! – eu falei, aproveitando a oportunidade pra prender os cabelos em uma trança improvisada e depois enrolando-a num coque atrás da cabeça – tem alguma ideia? Porque eu realmente preciso de uma!

- Então ainda bem, novinho, que meus trinta anos de idade me dão uma dimensão bem melhor do que a sua, porque senão seriam dois mortos hoje, você e ele!- ele falou passando a mão em meu rosto – Bem, eu vou entrar naquele bar de frente. Eu tenho bem mais experiência que você. E você vai me ajudar de fora com uma forcinha especial...

Então assim foi. Seguimos o plano de Nicholas. E por isso eu passei para a lateral do pub, que descobri se chamar Proud Charles’, provavelmente o nome do dono. Lá, consegui abrir um barril de whisky. Usei um pedaço de trapo velho que pegamos em uma casa no caminho e o cortei em tiras que prendi nas pontas de cinco flechas. Usei o whisky pra embeber o trapo das flechas e voltei pra frente do prédio. Lá, avistei Nicholas agachado perto da porta, retirando das mãos de Jimmy, o outro segurança, um revólver que talvez nem tivesse balas.

Ele foi pra dentro do saloon, fazendo estardalhaço ao entrar. Na hora que as portas duplas se abriram, eu vi três homens, um deles atrás de uma mesa virada, e os outros dois em pé, perto dele. Um dos homens tinha levado um tiro no ombro. Nick entrou atirando nesses homens, que estavam concentrados em atirar na direção do balcão, onde restavam poucas garrafas intactas. Havia um senhor de idade morto no chão na frente do balcão e uma mulher de roupas chamativas, provavelmente uma prostituta, agachada perto dele, gritando, chorando e com uma expressão de dor. Ela também havia sido alvejada na perna.

Nick logo virou o novo alvo de dois deles. E eu comecei a fazer minha parte. Acendi as flechas e comecei a atirar uma a uma nas paredes do fundo do pub. O plano era dividir a atenção deles, pra poder derrubá-los. Logo, a parede do pub se incendiou! Eu pretendia pagar quaisquer danos maiores, mas se agíssemos rápido, o fogo não ia se espalhar.

Então rapidamente Nick derrubou um dos homens com um tiro certeiro no peito! O outro que estava em pé correu e se jogou num canto, mas foi aí que Michael surgiu de trás do balcão e meteu-lhe uma bala nas costas. Ele logo estava estrebuchando, com muito sangue escorrendo pela boca. E restara o último homem, protegido atrás de uma mesa... Michael não se abaixou mais, era aquela a oportunidade de pegar o safado! Ele e Nick logo estavam atirando tanto que o bandido mal conseguia revidar, e a mesa estava se desfazendo e estilhaços.

- Eu me rendo! Eu me rendo! – gritou o homem de trás da mesa, atirando seu revólver sobre o assoalho – não me matem, eu imploro!

- Seu covarde filho de uma cadela caolha! Agora está com medo de morrer, canalha? – Mike gritou se aproximando e juntando o revólver do chão – tá sem balas, cão miserável.

Eu entrei correndo nessa hora e me atirei nos braços de Michael. Não sei porque fiz isso, na frente daquelas pessoas estranhas. Mas agarrei-me ao seu pescoço firmemente e afundei meu rosto em seu peito. Ele relutou, mas logo me abraçou de volta. Quando finalmente levantei o rosto, empurrado por ele, vi Nick com a arma apontada para o bandido que estava com as mãos pro alto e me olhava com um jeito triste, apesar do sorriso de canto de boca. Seus olhos não sorriam junto, como era seu costume.

Então eu corri e apaguei o fogo da parede, com um balde de água que ficava atrás do balcão, provavelmente usado pra lavar copos sujos. Não espalhou muito, já que apenas duas flechas atearam fogo na parede, e as outras carbonizaram apenas a si próprias. Quando virei, vi que o bandido que estava com as mãos pra cima tinha uma faca no cinto, atrás. Michael ajudava a mulher de roupas coloridas a se levantar, pois ela tinha um ferimento grande na perna que precisava de atenção. Nick se distraiu novamente, olhando o estrago que tinham feito nas garrafas de bebidas. E nessa hora o salafrário levou a mão até a faca e a puxou. Tudo isso em uma fração de segundo. Tudo isso em uma batida de coração. Mas na hora em que ele, com um urro de ódio, se lançou contra Nick com a faca em punho, eu já tinha puxado uma das minhas próprias facas de arremesso e a atirei sem pensar duas vezes nas costas daquele homem nojento. Nem Michael nem Nick iriam me deixar, não naquele dia.

- Whoa!! Como foi que eu não vi esse maldito puxando a faca pra mim? – Disse Nicholas olhando o corpo já inerte do bandido no chão – E você foi rápido, Zhan!

-Bem que o amarelo falou que sabia atirar facas! – disse Michael sorrindo e se aproximando de mim – fiz muito bem em te dar essas! Agora sim, você está se mostrando útil!

Confesso que me senti mal com o último comentário. Não queria ser apenas útil a Michael. Não dessa forma, apenas, disso eu tinha certeza. Mas ele se aproximou de mim e me deu um abraço apertado. Dessa vez ele tinha me procurado. Fiquei surpreso, mas amei cada segundo que tive seus braços ao meu redor.

Então Michael virou e estendeu a mão para Nick. Eles se olhavam nos olhos. Nick então retribuiu o gesto e de repente, puxou Michael para um abraço fraternal, com direito a tapinhas nas costas. O tipo de abraço que eu deveria ter dado em Michael e ele em mim, mas foi diferente. Logo estavam rindo juntos da situação, como melhores amigos de longa data. Homens.

Foi só meia hora depois que o xerife chegou, de uma viagem à cidade vizinha, Bethesda, a algumas horas a cavalo de distância. Logo descobri que o senhor idoso morto perto do balcão era o dono do pub, e realmente se chamava Charles. Os bandidos queria assaltar o pub, mas Jimmy, o outro segurança que estava morto na porta, e Michael tentaram impedir. Logo as pessoas no pub que puderam, fugiram. Somente os seguranças, Charles e Anne Laurie, uma das prostitutas locais, ficaram. Anne só ficou porque não conseguia andar. E logo Charles foi pego no tiroteio.

O prefeito também apareceu, pois tinha ficado sabendo que o xerife tinha ido a Bethesda levando todos os seus oito homens, deixando a cidade desprotegida, pensando somente na sua própria segurança. A desculpa é que “a viagem seria rápida e eles voltariam no mesmo dia. O que de mal poderia acontecer num dia?”

Mas lá estava a resposta... no fim, houve algo bom pra se tirar disso tudo: os três bandidos eram procurados pelo estado, e valiam boas recompensas. O prefeito, amigo pessoal de Charles, feliz com a vingança que exercemos sobre seus assassinos, pagou de bom grado a recompensa, com mais um pequeno bônus, que visava fazer com que ficássemos mais tempo na cidade. O valor cobria bem as despesas médicas do senhor Devlin, as minhas e logo todos poderíamos partir pra caçar Doll-Face Sterling.

Depois de acertarmos as contas com o sr e a sra. Dulling, ganhamos mais um cavalo, assim como Nick: pertenciam aos bandidos mortos. O pub ia ficar fechado por um bom tempo, mas Michael não precisava mais trabalhar lá. Passaram-se mais uma semana e uns dias até que eu estivesse pronto pra cavalgar, e logo nos despedimos do barbeiro-cirurgião e de sua esposa, que já parecia mais acostumada conosco na casa. Michael vinha conversando bastante com Nick. As vezes até mais do que comigo. Eu ficava com um pouco de ciúme, mas eles provavelmente tinham mais coisas em comum, sendo dois homens de mais idade e vivência. Então apenas busquei me entrosar.

Michael contara a Nick quem estávamos caçando. Falou um pouco do que o bando de Sterling tinha feito com sua família, mas não mais do que já tinha me dito. Falei, com sua autorização, da minha história. Nicholas apenas ouvia tudo quieto.

Quando finalmente chegou o dia da nossa partida pra Bethesda pra conseguir informações sobre o paradeiro de Sterling e seu bando de saqueadores e estupradores, Nick não estava lá. Havia se levantado cedo e saído a cavalo, com suas coisas, dissera a sra. Dulling. Fiquei tão triste por Nick ter ido sem se despedir que quase chorei. Ele havia se tornado tão importante e querido pra mim quanto Michael, o que me confundia demais. Mas não queria demonstrar esse sentimento diante de Michael.

Na estrada, cavalgávamos lado a lado, em completo silêncio. Ele de vez em quando me olhava e parecia que iria falar algo, mas recuava. Eu também pensei em falar algo pra ele, mas também deixei morrer o que quer que fosse sair de dentro de mim, na garganta. Fomos assim, cavalgando a uma velocidade relativamente baixa pra não cansar Lliyr e o outro cavalo, batizado de Charles, homenageando o velho dono do Pub que acolhera Mike em seu estabelecimento.

Até que finalmente ele decidiu quebrar o silêncio e pegou minha mão, fazendo os dois cavalos pararem.

- Eu não sei o que está acontecendo comigo nessas semanas que estamos juntos, Zhan – ele olhava pro chão. Parecia não ter coragem de me olhar nos olhos – mas eu não vou mentir procê. Eu tô doido, maluco de vontade de beijar sua boca. De ter você com a cabeça colada ao meu peito, de te levar pra minha cama. Eu nem sei direito como é que dois homi faz isso. Mas quero fazer com você. Eu não sei se é certo, mas eu acho que tô apaixonado por você, garoto...

- Ah, Michael, eu não sei o que pensar também! – eu não podia ouvir tudo aquilo e negar meus sentimentos, podia? – mas eu também me sinto assim! Eu acho que desde a primeira vez que vi você, com o rosto mal iluminado na entrada daquela gruta, eu só penso em você. Em sentir seu corpo no meu... eu também estou apaixonado por você. E agora, o que a gente faz?

Ele não disse nada, apenas tocou meu rosto e me puxou pra um beijo. Logo eu tinha sua boca colada na minha, sua língua dançando em minha boca, frenética. Logo minhas mãos percorreram todo o torso de Michael e ele me fazia carícias na nuca. Enfiei meus dedos por entre os botões de sua camisa e encontrei sua barriga coberta de pelinhos ruivos. A sensação era indescritível. Mas ainda assim parecia que algo estava faltando.

Foi então que ouvimos alguém pigarreando pra se fazer notar. Nos soltamos e nos viramos assustados, pra ver quem estava perto de nós. Olhei por sobre o ombro e vi o rosto triste de Nicholas Devlin.

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Comentários

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Demorou muito, tá legal, descreve ele de novo por favor. Vai ser triângulo?

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Peço perdão pela demora pra publicar. Espero poder compensar vocês com uma boa história, já que pretendo lançar um capítulo a cada três dias. Abraços a todos.

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