Oi gente. Voltei com a Parte II deste conto. Espero que estejam gostando da história. Aos poucos estamos conhecendo um pouco de cada personagem e no capítulo anterior conhecemos um pouco sobre o Gus. Mas e o Leo? Que ele faz da vida e como ele está reagindo a tudo isto? Novas surpresas o aguardam. Boa leitura.
Leo acordou naquela manhã de quarta-feira com uma enorme preguiça e querendo continuar na cama. Porém ele precisava levantar e ir para o trabalho. Faziam quase dois meses que ele começara a trabalhar na livraria do shopping que seu pai era gerente e apesar de poder contar com o pai para apoiá-lo, ele não seria mimado a ponto de fazer o que bem entendesse. Seria um funcionário como outros.
Leo então se levantou e foi para o banheiro fazer sua higiene. Encarou o reflexo de seu rosto no espelho enquanto lavava o sono daquela cara de preguiça matinal. Se obrigou a sorrir enquanto escovava os dentes. Após terminar de se arrumar ele foi para o quarto e vestiu uma calça jeans, colocou a camisa de uniforme da livraria que trabalhava e calçou um sapatênis. O dia estava nublado e ainda restavam poças da chuva da noite anterior. Leo havia chegado com a roupa toda molhada e estava surpreso que acordou bem e que não resfriara.
Leonardo então se dirigiu para a cozinha onde seus pais estavam tomando café e desejou um bom dia rouco para eles. Deu um beijo no rosto da mãe que já lavava a louça do café e sorriu para o pai ao sentar-se ao lado de na na mesa. Leo pegou café e pão e a mãe dele foi para o quarto terminar de se arrumar.
Em seguida, seu pai se levanta e também indo para o quarto diz para Leo:
"__ Vou pegar a chave e enquanto tiro o carro da garagem espero vocês, não demore filho."
"__ Unhum" __ grunhiu ele dando uma mordida no seu pão.
Quando Leonardo terminou ele já ouvia o pai saindo com o carro, então se apressou para escovar os dentes e pegar sua mochila. A mãe dele já estava de saída também. Ele disse para ela ir andando que ele fecharia a casa.
Leo se atrapalhou com a chave e perdeu todo o foco no que fazia quando seu cachorro começou a pular em suas pernas.
"__ Eita Gold! Agora não garoto! Eu prometo brincar com você logo mais. Te amo também seu menino bagunceiro." __ Leo disse acariciando a cabeça de seu Golden Retriver. O cachorro ficou rodeando o dono enquanto este fechava a porta da casa e foi atrás dele até o portão.
Leonardo ficou com pena de Gold porque ele fez uma carinha triste quando ele fechou ele do lado de dentro do portão. Sua mãe já estava no banco do lado da frente. Leo se atrapalhou mais uma vez com as chaves e correu para o carro quando fechou.
"__ Me atrapalhei com as chaves." __ explicou ele sentando-se no banco de trás.
"Cinto? __ lembrou-lhe o pai.
"__Sim. Ok." __ respondeu o filho apertando o cinto e colocando a mochila no colo.
O carro deu partida e enquanto os pais conversavam no banco da frente Leo pegou o fone de ouvido e colocou a primeira de suas músicas em modo aleatório. Ele pulou algumas músicas até achar alguma para aquele momento.
Ele parou em uma música que ja fazia alguns dias que não ouvia e de repente teve vontade de escutá-la.
"Estamos no mundo dos esquecidos
E perdidos dentro de sua memória
Você está se arrastando, seu coração foi partido
Porque todos nós sucumbimos na história
Onde foi parar o tempo no mundo?
É onde seu espírito parece ter ido vaguear
Como perder fé em nosso abandono
Ou um corredor vazio de um lar despedaçado"
Aquela música nunca lhe fizera sentido, mas ao mesmo tempo a melodia dela lhe envolvia e de certa forma Leo parava para pensar na vida. "Talvez estejamos mesmo no mundo dos esquecidos, onde cada dia perdemos um pouco das coisas que são realmente importantes. Tudo parece ficar cada vez mais esquecido..." ele pensava. Mas tomado pela intensidade da música e olhando pelo vidro da janela ele percebeu que podia se lembrar de tanta coisa. Lembrou-se se do garoto que vira na noite do dia anterior e sorriu. Gus. A vida sempre teve o dom de surpreender e nos fazer lembrar, mesmo neste mundo dos esquecidos...
A música acabou e outras vieram. Leo permaneceu distraído até o momento em que o pai freou o carro em frente ao colégio de ensino médio que a mãe dele trabalhava como professora de português. Ele saiu do carro e seu um beijo na testa dela.
"__ Boa aula dona Lúcia." __ disse ele para a mãe enquanto passava para o banco da frente. A mãe acenou para ele que observava as alunas olhando para a mãe dele e em seguida para ele. Riu ao vê-las cumprimentando sua mãe só para chamarem atenção dele.
Ele colocou os fones mais uma vez e distraído foi ouvindo música até chegar no trabalho.
Leo gostava muito de trabalhar na livraria por vários motivos. Sempre aparecia alguns garotos bonitos (e garotas também, embora se atraísse mais pelo rapazes que por vezes apareciam), isto sem falar que o pessoal que geralmente frequenta uma livraria, gosta de ler e possui uma mente mais aberta para a vida. Leo gostava de conversar com gente assim. Por vezes se encantava com velhinhas simpáticas e perspicazes que procuravam algum livro de romance policial ou poemas.
Leo estava consultando o preço de um livro para um simpático rapaz loiro de sua altura. O loiro tinha olhos levemente esverdeados e sorria timidamente. "Bonitinho" pensou Leonardo.
O rapaz acabou não comprando o livro e foi-se embora sem levar nada. Nem todo mundo que vai à uma livraria compra livros.
Leo então foi recolocar alguns livros de volta nos seus lugares. A livraria estava bastante movimentada naquele dia e dali pouco mais de uma hora ja seria horário do almoço de Leo.
Naquele momento o pai dele aparece lhe procurando para dizer que não poderia sair no mesmo horário para almoçarem juntos como faziam todos os dias, pois uma funcionária havia faltado do trabalho e portanto, precisaria ficar no lugar dela e almoçar mais tarde. Leo teria que almoçar sozinho naquele dia.
Ele ficou um pouco chateado com aquilo, porém enquanto voltava a organizar uma pilha de livros, surpreso observou o garoto que entrava na livraria naquele momento.
Gustavo ainda não havia visto Leonardo. Distraiu-se com alguns livros próximos à entrada e não percebeu um lindo funcionário se aproximando.
"__ Precisa de ajuda moço?" __ Leonardo disse ao chegar perto de Gustavo.
- Continua -
Espero que estejam gostando. Abraços para todos que leram. :3