Marcus - O primeiro contato

Um conto erótico de A Escritora
Categoria: Heterossexual
Contém 939 palavras
Data: 10/07/2015 13:01:09

O trânsito estava uma loucura, receberia outra reclamação da coordenadora. Estacionei o carro e corri em direção a entrada do prédio, ignorando a chuva que ousava cair aquela noite.

Apressei os passos pelos corredores, entrei na sala e constatei que poucos alunos se encontravam no local, o professor ainda separar o material de estudo. Sentei-me no mesmo lugar que ocupei durante três anos e meio.

A aula começou calma e monótona, o professor esclarecia algumas dúvidas que ficara da aula anterior, minutos depois alguns alunos já dormiam em suas carteiras.

Assustei-me quando o homem alto invadiu a sala, mas não fui a única, algumas das pessoas que dormiam acordaram com o impacto da porta contra a parede. Ele olhou ao redor, enquanto se desculpava com o professor, ainda esbaforido sentou-se depressa na carteira a minha frente.

Tentei concentrar-me novamente no que o professor dizia, ignorando o companheiro de aula.

"O Charles já tomou o exercício da aula passada?" Perguntou, virando-se em minha direção.

Minha boca secou, e meu espanto foi automático, meus olhos se arregalaram. Pode parecer exagerado, mas desde que começamos o curso, todos os dias o via chegar, sentar a minha frente, conversar com todos ao nosso redor, e ignorar totalmente a minha existência.

Marcus me encarou com aqueles olhos azuis que pareciam invadir todo meu ser. Além dos belos olhos, Marcus era o típico homem atraente e sedutor, cabelos negros lisos em um corte quase social, corpo forte malhado e ombros largos, além do sorriso, aquele sorriso perfeito que apaixona.

"Você não fez né? As vezes eu faço a mesma coisa, esqueço totalmente de tudo que é importante" ele ainda esperava minha resposta.

Eu havia feito, estava no livro dentro da mochila, mas o espanto me fizera perder as palavras.

Forcei meus lábios a pronunciarem as palavras que ele parecia tanto aguardar.

"Eu ... Quero dizer, eu fiz ... Ele ainda não pegou ... não pediu" Droga, agora ele deveria achar que eu era gaga.

"Entendi!" Dito isso, virou-se e voltou a atenção ao slide que era transmitidos.

Agradeci aos céus por isso, não estava preparada psicologicamente para uma primeira conversa com Marcus.

Ao término da aula, quase corri de volta ao estacionamento. O unico problema é que eu não tinha ideia onde havia deixado o carro. Dei a volta por todo o lugar tentando lembrar-me do caminho, aquilo sempre acontecia comigo, me xinguei mentalmente por não prestar atenção nas placas de sinalização das vagas.

"Droga! As vagas deveriam ser nomeadas por turma" analisei, encostando-me no carro atrás de mim.

"Falando sozinha?"

A voz grossa me fez pular assustada, virei-me rapidamente em direção ao homem parado que agora sorria para mim. Eu deveria parar de me assustar facilmente.

"Não, esqueci onde estacionei o carro"

Marcus me olhou atentamente e sorriu.

"É por isso que está me esperando?"

Olhei confusa, tentando entender seu questionamento.

"Esse é meu carro, e você estava encostada nele, então..." Disse, notando minha expressão.

Olhei o sonata prateado atrás de mim, e lembrei-me de ter visto algumas vezes ele estacionando o carro sempre acompanhado de uma garota diferente a cada dia.

"Me empresta a chave do carro"

"Oi?" Perguntei voltando a minha atenção para ele.

"A chave do carro, me empresta" repetiu estendendo a mão em minha direção. Entreguei a chave com um pouco de receio.

"Vou te ensinar a achar um carro perdido no estacionamento" completou andando pelo lugar, acompanhei em passos apressados, a chuva voltara a cair fina e bastante fria, me fazendo encolher o corpo dentro do casaco vermelho que optei usar aquela noite. Marcus levantou as mãos e pressionou o botão da trava vezes seguidas, continuou andando até conseguirmos ouvir o som do carro sendo destravado.

"CORREDOR B, VAGA 26" Informava a placa acima de meu carro. Que vergonha, eu poderia ter lembrado de ler a placa antes de sair correndo.

"Pronto, já posso trabalhar no achados e perdidos" brincou, entregando-me a chave.

"Obrigada! Eu não sei como agradecer" disse virando em direção ao carro, abri a porta e joguei a mochila no banco do passageiro.

"Não foi nada, mas eu posso te dizer como quero que me agradeça - sua voz grave soou próximo ao meu ouvido, senti seu corpo quase colado as minhas costas. Meu corpo estremeceu e minha pele arrepiou-se, meu coração acelerou e naquele momento petrifiquei. - Basta ajudar-me com os exercícios de química, estou completamente perdido nas aulas do professor Lincoln" completou afastando-se.

"Achei que a Alicia já fizesse isso" rebati irônica.

"Alicia? Ela é gostosa, mas sua inteligência é algo discutível"

Ótimo, chamar a garota de burra é muito fácil depois que já comeu. Aquelas palavras ficaram entaladas na minha garganta mas não ousei dizer, afinal ele acabara de me ajudar e eu era grata por isso.

Ele pareceu ter notado meu desconforto com o comentário sobre uma de suas 'professoras', ao menos era com essa desculpa que ele começava o jogo de sedução.

"Olha, eu não sou como a Alicia, e nem pretendo ser. Se o seu interesse é mesmo com os estudos, podemos nos encontrar na biblioteca as terças e quintas depois da aula. O campus fecha as onze, teremos uma hora por dia de aula, deve ser o suficiente para você"

Ele me olhou por alguns instantes e por fim aceitou.

"Ok! Nos vemos amanhã então" disse isso lançando um sorriso de lado e uma piscada de olho.

Entrei no carro e observei-o partir com as mãos no bolso e os ombros encolhidos, andou lentamente até próximo aos carros na fileira ao lado. Dei a partida e quase fugi do estacionamento. Nossa primeira conversa e ele já queria 'aulas', não cairia nessa como as outras.

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