Era uma tarde de verão. Sem nada de especial, que não fosse aquele calor intenso e aquele ar abafado. Mãe e filha conversavam, sentadas num banco de madeira, à sombra, na varanda da vivenda de Fernanda, a mãe.
- Sabe, mãe, estou a começar a ficar cansada de tentar e nada. - desabafava Bruna com o rosto visivelmente triste. - É que são mais de três anos de casamento e temos feito de tudo e nada resulta.
- Tem calma filha, tem calma, que tudo terá um final feliz. - tentava acalmar a mãe de Bruna, enquanto acariciava as mãos da filha, cujo rosto jovem reflectia um sofrimento psicológico intenso.
- Calma... Mas que calma? Já só me resta esperar pelos resultados dos exames médicos para saber onde está o problema. Depois disso, não sei o que possa fazer mais. Daqui a pouco passo a idade limite para poder ter filhos.
Fernanda, a mãe de Bruna, encarou a filha com um certo espanto e com um sorriso nos lábios ripostou:
- Queres dizer que te sentes velha? Aos trinta anos? Deixa-te disso... És uma jovem na plena maturidade sexual reprodutora. Vais ver que, quando menos esperares, ficas de barriga. Continua a tentar e espera os resultados dos exames e logo verás que caminho seguir. A medicina está muito evoluída e, hoje em dia, há soluções para quase tudo. Só ainda não existe para a morte. Ou há alguma problema com o Márcio, que não me contaste?
Bruna fixou os olhos na mãe e pareceu querer confidenciar algo, mas calou-se. Fernanda percebeu e insistiu.
- Conta... Já vi que há crise entre vocês!
- Não, mãe, não há qualquer problema. Sério! Eu é que sinto que preciso de mais energia, mais acção, mais vigor por parte do Márcio e ele não sai daquela atitude rotineira. Preciso andar sempre atrás dele, senão ele não age, não cumpre os mínimos. Entendes?
- Quer dizer que não te dá como tu gostavas que te desse e ainda se atrasa no cumprimento das obrigações? - sugeriu a mãe de Bruna, utilizando uma linguagem leve.
- Sim, é isso. Para ele, uma de vez em quando é quanto bastava. Para mim, seria todos os dias. E às vezes mais do que uma vez. Chego a pensar que devo ser anormal, pois nunca me sinto satisfeita. Achas que sou, mãe?
Fernanda sentiu-se retratada naquela afirmação da filha, pois também ela era fogosa, em comparação com o pai de Bruna. E tanto assim era, que não conseguiu superar as necessidades que sentia e acabou por procurar fora aquilo que não tinha, em quantidade e qualidade que a satisfizesse, dentro de casa. Mas disso não sabia Bruna!
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Depois daquela conversa esclarecedora para Fernanda, Bruna ficou esperando o dia em que os resultados dos exames médicos finalmente seriam conhecidos.
Chegado esse dia, dirigiu-se ao Centro de Saúde e aguardou ser chamada para a consulta médica onde lhe seria revelado o resultado. Márcio não a acompanhou. Bruna estava visivelmente inquieta e na sua cabeça as ideias e as conjecturas sucediam-se em catadupa.
Enquanto aguardava ligou à mãe para tentar aliviar a tensão que sentia e ouviu com agrado as palavras apaziguadoras da progenitora que lhe pedia que não entrasse em stress pois o momento estava a chegar e logo teria uma solução para o problema - se é que existia algum problema com ela ou com o marido.
Mal desligou a chamada, Bruna ouviu o seu nome no sistema informático no Centro de Saúde:
- Senhora Bruna Carvalho, dirija-se por favor ao gabinete quatro.
Como uma mola levantou-se e dirigiu-se ao gabinete referido. Bateu levemente na porta, pediu licença e do lado de dentro o seu médico assistente pediu que entrasse.
Cumprimentaram-se, Bruna sentou-se na cadeira em frente à secretária e com o semblante carregado de ansiedade aguardou que o médico lhe dirigisse a palavra, depois de consultar as folhas contidas num envelope fechado, que Bruna lhe entregara.
- Então, doutor... Que novidades tem para mim? Boas ou más? - inquiriu Bruna!
Visivelmente compenetrado, o médico levantou os olhos das folhas e com o semblante austero de quem tem algo a dizer de pouco agradável, respondeu:
- Más não são, de todo. Mas também não são boas. Em poucas palavras: o seu marido apresenta níveis muito baixos de espermatozóides no sémen. Daí que exista essa dificuldade em ficar grávida. A quantidade de espermatozóides presentes na ejaculação não é suficiente para fecundar o óvulo. Ou melhor: face à pouca quantidade relativa de espermatozóides presentes no sémen ejaculado, as possibilidades de fecundação são bastante menores. O seu marido não é infértil! O seu sistema apenas produz menos espermatozóides do que o normal. Entende?
- Sim, entendo. E quais as soluções para esta situação? Há um modo de engravidar, apesar de tudo? - questionou Bruna visivelmente ansiosa.
- Claro que há! - respondeu o médico.- Desde logo, podemos fertilizar um óvulo seu com esperma do seu marido e depois introduzi-lo no seu útero para que possamos obter uma gravidez "natural", apesar de manipulada externamente. Mas penso que podemos tentar obter melhorias na condição do seu marido, através de um tratamento que induza ao aumento do número de espermatozóides e, entretanto, vão continuar a procurar atingir o objectivo de forma normal e natural, através do sexo. Se, terminados os tratamentos, a situação se mantiver, avançamos para a fertilização dum óvulo seu, com recurso ao esperma do seu marido. Que me diz?
Bruna aceitava, claro, apesar de estar confusa e ansiosa. A quantidade de informação recebida deixara-a nervosa. O facto de saber que o problema se encontrava em Márcio, acentuou o seu estado de nervosismo e ansiedade.
Saiu do Centro de Saúde visivelmente stressada e mal saiu ligou à mãe.
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- Mãe... Preciso de falar contigo, mãe! - disse Bruna com voz triste.
- Sim, filha, sim... Tem calma! Já sabes os resultados? Não entres em paranóia. Acalma-te! Não vale de nada estares assim...
- Eu sei, mãe, eu sei... Mas é que o problema é do Márcio! Oh mãe... Nunca vou ter um filho!
Fernanda percebia à distância que a filha se encontrava num momento delicado e que a sua estrutura mental e psicológica pediam apoio urgente. Embora tivesse previsto realizar uma série de coisas naquele final de dia, mentalmente colocou tudo de lado e pediu à filha:
- Bruna! Filha! Vem para casa da mãe. Vem! Vamos falar e procurar resolver essa situação as duas. A mãe vai ficar à tua espera!
Do outro lado Bruna concordou. Desligou o telefone e dirigiu-se à paragem do autocarro. Aguardou breves minutos e após vinte minutos chegava à porta da casa de Fernanda que esperava ansiosa também.
Lançaram-se nos braços uma da outra e Bruna não suportou a pressão que sentia e desatou num pranto longo e convulsivo. Fernanda, apesar da emoção, fez por se conter e procurou acalmar o mais possível a filha. Aos poucos Bruna recuperou a calma, deixou de chorar e sentando-se ambas num sofá largo, deram início à conversa longa que tudo esclareceu aos olhos de Fernanda, a mãe, e tudo clareou, aos olhos de Bruna.
Quando tudo tinha sido dito, Bruna enfrentou os olhos castanhos profundos de Fernanda e perguntou:
- Que dizes tu, mãe. Como vou sair desta? Já concordas que nunca vou ter filhos? O Márcio não é homem como deve ser e ainda por cima não me satisfaz. Parece que me fode por obrigação e apenas quando entende. Não aguento, mãe. Ainda por cima não tem esporra como deve ser. Daqueles colhões não sai leite de macho. Sai uma aguadilha sem força para me emprenhar. Que sorte a minha!
Fernanda percebia o dilema e o problema da filha. Entendia claramente aquela tristeza que virara revolta. Sentia-se parte daquela dificuldade e sentia que deveria ser interveniente na solução. Que ela bem sabia que havia!
Por isso, com modos calmos e usando a sabedoria duma fêmea experiente, começou a pensar numa possível saída para o problema. Só precisava ficar atenta e usar de inteligência e tudo seria resolvido a contento.
A conversa foi seguindo naturalmente o seu curso e Fernanda, à medida que avançava, procurava perceber se a filha estaria disposta e disponível para usar de métodos menos convencionais para ultrapassar o obstáculo que se lhe colocara.
Assim, como por acaso, lá foi lançando achas para aquele lume brando que se ia consumindo entre as duas.
- Não te preocupes, filhota. Há sempre quem esteja disposto a ajudar a resolver as coisas. O que importa é atingir os objectivos, não é? Queres engravidar? Se não for de um modo será de outro. - clamava Fernanda, já pensando em soluções "inovadoras".
- Mas como, mãe! Ou o Márcio faz o tratamento e recupera "potência" masculina e me emprenha, ou tenho que me submeter à fertilização externa do óvulo, que depois será introduzido no útero. Não é a mesma coisa que sentir o caralho a explodir a sua esporra bem no fundo da minha cona. Não achas? E o que eu gosto mesmo é de sentir-me invadida por um bom cacete. Um caralho duro e grosso que me faça sentir fêmea, puta mesmo!
- Pois... Acredito! Já vi que és de muito alimento! Tens a quem sair! Eu também era assim! E o teu pai também era poucochinho. Mas nunca desisti. E tu não podes desistir.
- Mas não posso como? - questionou Bruna - Não posso desistir... E quem me ajuda a tornar realidade o meu sonho? O Márcio? Coitado! Nunca tinha pensado nisso, mas acho que o fim dele é ser corno manso! Se tenho um bombeiro que nunca tem a agulheta pronta para apagar o meu fogo e, ainda por cima, o maldito do líquido que verte não apaga coisa nenhuma, antes acende mais a minha tesão, que se dane. Acho que vou ter que procurar quem me sirva e me mate a fome em que ando. A mãe teve que procurar fora o que não tinha em casa? - inquiriu Bruna, encarando a mãe que estava a sentir que as coisas estavam a tomar o rumo certo que ela achava que deviam tomar.
Fernanda não respondeu à pergunta da filha e optou por não deixar passar a chance que se lhe oferecia tão claramente naquele momento. Tomou as rédeas da situação e avançou com sabedoria e desenvoltura.
- Olha filha, eu acho que sim, que essa pode ser uma solução para o teu problema. Se o Márcio não dá conta da mulher que tem em casa, outros haverá que te darão o que necessitas. Hoje isso já não é escândalo. Todos e todas se corneiam quando lhes apetece ou precisam. Mais um corno não trás mal ao mundo. E tu és muito nova para ficares na vontade e no desejo. Embora possa parecer mal, eu acho que sim, que deves procurar quem te satisfaça as necessidades de sexo e quem te dê um filho. Depois o filho que nasce em casa é do dono da casa! - e sorriu descarada e desafiadora.
Bruna escutava a mãe com muita atenção e quando ela terminou, respirou fundo e disse:
- É isso mesmo! Está decidido! Que se fodam os tratamentos do Bruno! Ele que se trate, sim, que eu também vou tratar-me e o melhor possível. Vou começar a por-me em campo e caçar um bom macho, com um bom caralho, muita tesão e energia para me tratar da fenda e me encher as medidas. - concretizou Bruna, entusiasmada e disposta a mudar a sua vida de esposa fiel e dedicada.
Fernanda sentiu-se realizada por ver que a filha seguia a sua indicação e antes que ela saísse, ainda lhe lançou mais uma dica com intenção e propósito:
- E já tens maxo debaixo de olho? Essa decisão não foi tomada apenas hoje. Já andavas a pensar no assunto que eu conheço-te. E quem é o escolhido? Fala, filha, que eu sei guardar segredo!
Bruna sorriu maliciosamente e procurou evitar responder. Ainda assim, disse:
- Não vou negar que já andava a pensar na questão, sim. E já tenho um macho em vista para cuidar das minhas necessidades de fêmea, já que o meu marido não me fode como eu preciso e gosto. Mas não te vou dizer, para já, quem é ele.
- Ah não... Está bem! Mas diz-me... - insistiu a mãe Fernanda - Eu conheço-o?
Bruna voltou a esboçar um sorriso bem safado e comprometedor e respondeu:
- Sim, conheces! Aliás, é um homem solteiro, novo, mas um pouco mais velho que eu, e muito próximo de nós. Conheces perfeitamente e acho que irás aprovar a minha escolha.
Fernanda sentiu um alívio e muita curiosidade em descobrir rapidamente quem seria o alvo da sua filha mal amada. E acabou por falar:
- Vou ficar à espera para saber. E espero que de facto, concorde com a escolha. Tem que ser alguém que não te traga problemas.
De repente ouviu-se o ruído de uma chave na porta da rua e a conversa acabou de imediato ali.
O pai de Bruna entrou e ao ver a filha, que não esperava, ficou intrigado. De imediato Fernanda engendrou uma justificação que o corno aceitou como boa. Bruna cumprimentou o pai e olhando a mãe piscou-lhe o olho, como se pedisse que o segredo ficasse fechado a sete chaves. Fernanda meneou a cabeça discretamente e confirmou.
Alguns minutos depois Bruna saiu em direcção a sua casa e despediu-se do pai. A mãe acompanhou-a até à porta e em surdina ainda lhe disse:
- Filha, não tomes decisões precipitadas. Olha que a tua escolha pode significar muito na tua vida futura. Gostava de saber qual é o escolhido, antes de avançares. A minha experiência pode ajudar. Cuida-te!
Bruna aceitou as palavras da mãe e respondeu entre-dentes: estás a morrer de vontade de saber quem é o macho que escolhi! Um dia destes telefono-te e depois falamos sobre isso. Fica descansada!
A porta fechou-se. Fernanda voltou aos seus afazeres enquanto pensava em si e na história da sua vida e, agora, na decisão da sua filha. Bruna tomou o autocarro e em quinze minutos estava em casa. Na sua cabeça só um pensamento teimava não a deixar: precisava de um macho urgentemente!
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O tempo se encarregaria de dar corpo às decisões tomadas.
Em casa onde o macho não se assume, é a fêmea que tem que dar conta das suas próprias necessidades!
Bruna pensava e recuava no tempo daquele dia...
Afinal também a sua mãe, ainda que o não tivesse assumido claramente, corneara o seu pai.
Logo... um corno mais não traria mal ao mundo! E a sua tesão precisava ser consumida na dureza, no tamanho e na grossura de um bom instrumento masculino.
Que assim seria Bruna já o sabia... Faltava apenas dar corpo à decisão tomada!