Notas: Galera, estive de férias. Por isso o hiato da história. Desculpe a demora e espero que gostem:
***
- Estou subindo pelas paredes. Me come ou te meto um belo par de chifres.
Sorri maliciosamente, me levantei do sofá onde estava, abracei Alyne com força e lhe entreguei algumas notas de dinheiro.
- Pra quê isso?
- Feia do jeito que tu é, só pagando.
Saí rindo da sala rumo ao meu quarto... Me divertia com aquela bruaca sem sal.
Passaram-se algumas horas e comecei a refletir... Okay, Okay. Ela havia sido uma piranha, tentando me dar a toda hora, mas será que não estava sendo muito rude? Será que ela merecia toda minha estupidez e brutalidade? Todavia, melhor pedir desculpas, afinal, querendo ou não temos uma filha juntos. Era a hora de me desculpar.
Toc! Toc!
- O que foi, cachorro? - Diz Alyne sem sequer abrir a porta
- Posso entrar, Alyne?
- Vai me distratar pela milésima vez?
- Por favor, Alyne, me deixa entrar. Tenho que falar com você.
- Okay. Espere.
Alyne abriu a porta e me deixou entrar.
- Fala logo.
Sento em sua cama e me abro:
- Alyne, sei que venho te tratando mal. Peço perdão mas é porque você meio que me assustou quando veio se espojar pra cima de mim e...
- Ralph, eu te entendo. Mas não pude conter. A verdade é que eu sempre te amei. Sempre. Por isso que Tay pediu para você cuidar de mim. Porque ele sempre soube que eu te amo e mesmo estando com ele, nunca parei de pensar em você desde a primeira foto sua que eu vi.
Fiquei boquiaberto e sem palavras. Não havia nada a ser dito. Então abracei Alyne que se debruçava em lágrimas mas disse:
- Eu nunca vou poder te dar o que você quer de mim.
- Eu sei. Mas não me solte de seus braços. Não agora.
Atendi o pedido e segui dando colo a mulher que, pelo menos pela lei, era minha esposa.
Me desvinculei de seu abraço e parti em direção a uma reunião do trabalho de última hora, passando antes no quarto de minha filhinha linda. Como amava a linda recém-nascida Marie Claire Sullivan Castro Miranda Barbosa. Via a criança que tinha como filha como um espelho do passado e do futuro. Aquela menina era minha filha e eu ia criar como tal. Minha filha.
Os anos passaram. Já estávamos em 2015, ou seja, faziam-se 2 anos que morava com Alyne em Nova York.
Me arrumava para uma importante reunião de trabalho quando comecei a sentir uma dor no peito. Ignorei pois não podia me atrasar. Só o que me atrasava, era minha pequena. Que me fazia perder toda a noção de hora.
- Papai - Marie Claire entrou em meu quarto e correu até meus braços com seu vestidinho de Patricinha adquirido pela mãe que com o tempo, aprendi a respeitar e com quem, apesar de tudo, mantenho uma relação de amizade até que positiva.
- Oi filhinha. - A abracei com força - Papai vai sair pra trabalhar. A noite eu volto.
Marie Claire me deu um beijo e saiu, me deixando com um sorriso besta no rosto.
Ia saindo de casa, quando toca o telefone.
Ring! Ring!
- Puta que o pariu. Vou chegar na hora de ir embora hoje. Caralho.
Muito do puto, atendo o telefone:
- Hello
- Alô - Disse uma voz chorosa do outro lado da linha. Me espantou além do estado tenso da voz, o português. Quem estaria me ligando?
- Quem fala?
- Ralph?
- Sou eu. Quem fala?
A voz parecia tensa e ouvia-se o som de nariz sendo assoado, além de características de choro na voz.
- Sua vizinha aqui no Brasil, Regina.
- Ah sim. Olá dona Regina. Está tudo bem? A senhora parece abatida.
- Aconteceu uma tragédia, meu filho. - Agora podia-se ouvir claramente o choro da mulher.
Logo, um calafrio se abateu em todo o meu corpo.
- O que houve dona Regina? - Digo com uma certa elevação no tom de voz.
Apenas obtive choro como resposta. A cada segundo, ficava mais apreensivo.
- Dona Regina, pelo amor de Deus, o que diabos aconteceu? Estou ficando preocupado demais.
- Seus pais sofreram um atentado ontem. - Houve uma pausa causada pelo embargo proporcionado pelo choro. - Ela está em estado grave e seu pai... - Outra pausa - Já não respira mais.
Fiquei mudo e lágrimas começaram a sair de meu olho. Estava paralisado, em choque total. Meu pai que tanto amava, estava morto.
Continua...