Capítulo 5
Seu verdadeiro coração.
Came foi infortúnio até a descida do ônibus, insistindo teimosa e cegamente em não uma festa, mas uma comemoração de aniversário.
- Você vai fazer 20 anos, Alec! - resmungou ele, quase resistente.
- Eu não quero - Alec disse também quase desistindo - odeio comemorações.
- Você está muito fechado, qual é! Vai ser legal! Prometo! - Came juntou as mãos em súplica - por favor.
- Você está mais preocupado com isso do que eu - Alec brincou, pegando as chaves no bolso - e olha que o aniversário é meu.
- Claro, você não está nem aí - Came cutucou Alec de novo - ora, vamos lá, Alec! AAAALEEEEEC!!
- Tá, tá!! Faça até uma festa de réveillon, só para de encher o saco com isso! - gritou.
- Você vai gostar. Vamos fazer isso em noites: noite do cinema, noite dos jogos e noite da comemoração...
- Desde quando você estava pensando isso? - Alec passou pela e a deixou aberta para Came passar. Ele entrou e Alec fechou a porta.
- Já faz um tempinho. Ei! Podíamos convidar o Marck e o Sam.
- Só não faça nada extravagante. Ok? - Alec olhou para Came que parecia querer se conter - Came... Eu estou falando sério! Só uma comemoração tranquila e simples. Com doces, refrigerante e lanches - ele foi pra cozinha pegar um suco.
- Não é isso, eu queria te perguntar uma coisa... - Came o seguiu. Alec colou o suco no copo e começou a beber - sobre o Sam.
- Sim, o que tem?
- É que que meio parece rolar um... Clima entre vocês... Aí eu pensei... Vocês estão... Sei lá, namoran...
Alec cuspiu o suco de volta no copo e engasgou. Ele começou a tossir ao ponto de ficar vermelho.
- Que idéia é essa?! - Alec olhou feio - somos amigos! E APENAS amigos! Ouviu?!
- Tá, calma, desculpa. É que vocês se dão tão bem, eu só confundi as coisas.
- Nossa, você tem algum problema, Japonês - Alec falou começando a rabiscar alguma coisa num bloco de papel com um lápis.
Came ficou mexendo no celular. Então do nada começou a gargalhar.
- O que foi? Descobriu o Elo Dourado? - Alec perguntou.
- Você me chamava de Japonês antes do acidente - Came riu - você ficou tão diferente de como era antes...
- Só tenho medo de deixar papai, Marck, Sam e você sozinhos - Alec pôs o copo na pia - era tão legal quando eu não sentia medo do escuro... Quando eu não era covarde... - Alec olhou para seu pai que se sentou no sofá e começou a ler uma revista - queria ser como o papai que encara todos os problemas com a coragem de um herói.
- " Todos nós podemos ser heróis. Só temos que buscar viver a nossa vida da forma mais justa o possível para nós mesmos ". Eu Vi essa fala num anime - Came pôs a mão no ombro do amigo - acha que é justo para você mesmo se privar? Desistir?
- Não... - realmente não era, Alec pensou.
- " Então não desita, há um longo caminho pela frente. E só você pode ver o caminho. Você será nosso guia " - Came falou.
- Vou guiá-lo para a Disneyland - Alec falou rindo.
- É sério - Came encostou na pia - eu sei que você quer participar do torneio de Arco e Flecha. E ainda há tempo para mudar idéia e voltar atrás na sua decisão.
- É, posso fazer isso - Alec disse incerto.
- Claro que pode! Por isso, FAÇA! - Came encorajou - chute para fora de você a covardia. Lembre-se daquilo que vimos numa letra de System Of a Down: " A vida só nos faz trouxa se não mostrarmos para ela quem manda! ". Eu acredito em você, Alec! Você vai conseguir! Por que você é incrível, irmãozinho!
- Came... - Alec não sabia o que falar.
" Espero que não esteja pensando em decepcionar " Disse Shulåãn.
" É verdade, o Came confia em mim " Alec pensou, respondendo.
" Eu estava me referindo a me decepcionar. Eu também acredito em você " Shulåãn disse.
" Você?! "
" Mais uma palavra e faço você ter uma dor de cabeça infernal " Cëla pareceu um pouco vergonhoso " lógico que acredito em Você. Seu babaca. Então não me decepcione ".
Então desapareceu na mente de Alec.
- É, vou fazer isso Concerteza - Alec riu.
- Isso aí! Temos que ir, se esse é o caso! - Came disse animado, puxando Alec pelo braço.
- Pra onde?! - Alec largou o lápis e começou a andar atrás dele.
- Na loja de artigos esportivos, oras! Você tem que comprar um arco, flechas e começar a treinar duro pra participar do Torneio da Feira Medieval!
Alec comprou o arco e aproveitou e comprou sorvete e alguns livros. Ele quase não usava o cartão de crédito o que fez sentir como se fosse na sua adolescência, quando comprava livros com o cartão de crédito da sua mãe.
Nos três dias seguintes, Came, Sam e Marck passavam as tardes no quintal, juntos à Alec que treinava arduamente. Graças ao treinador , que ficou radiante ao saber que ele queria voltar às aulas de arco. Alec treinava tanto que nem se importava mais com o escuro. Ao ir dormir, se jogava na cama com o cansaço de um condenado e dormia como pedra.
No dia do torneio, o ar estava cheio de tensão. Todos encaravam nervosos. Postura, Forma de Atirar, Agilidade, Performance, Habilidade e Graça eram os quesitos requeridos. Cada arqueiro tinha que acertar o ponto central do alvo, que como sempre foi, estava tradicionalmente Vermelho e branco.
Alec conseguiu um bom desempenho. Nas classificatórias finais, mas houve um empate dele e uma garota Australiana. Danna Apacci. Ela era também era ótima. Teve o desempenho idêntico ao dele.
- E no final das contas, Por um ponto, UM PONTO, eu trouxe o troféu para o colégio! - Alec disse ao Dr. Doods no dia seguinte.
- Ora, quanto ânimo! - Elogiou o Dr. Doods - isso é ótimo, Alec! - ele anotou algo no seu bloco de notas - em breve não vai mais precisar olhar minha cara e vai estar livre de assistência psicológica.
- Ora, Dr. Doods, você é legal! - Alec disse convicto - e é o maior fã dos Beatles que já vi.
- Certo, mas Concerteza você já está cansado de acordar mais cedo pra vir falar sobre cada coisa que faz, não? - disse o Dr. Doods.
- Bem, até que é legal ter alguém pra me ouvir - Alec sorriu.
- Mais algo a adicionar, Alec? - perguntou o ele, coçando a barba ruiva.
- Semana que vem é meu aniversário e meu amigo Cameron quer fazer uma "Semana do aniversário" pra mim. E hoje vamos assistir filmes e comer besteiras a noite toda.
- Todos os amigos juntos assistindo filmes, já fiz muito isso - disse o Dr. Doods, pensativo.
" Lá em 1981 né? " Shulåãn resmungou. Ele parecia bastante avesso. Na verdade um tanto avesso demais ao Dr. Doods. Como se ele fosse um inimigo natural.
Mas adimitamos, os comentários maldosos dele são ilários.
- Bem, já pode ir, Alec - disse ele - e boa semana do aniversário.
- Obrigado! - Alec agradeceu, saindo corredor afora.
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Ultimamente, o Sr. Oscar havia contado muitas histórias sobre o País de Oz que era meio uma fusão de "Alice No País das Maravilhas" e "O Mágico de Oz" que seus pais haviam inventado. Por falar em seus pais, Alec não tirava para nada o colar que seu pai lhe dera com a foto de sua mãe, dele e do papai.
- Nossa, imaginem só se o País de Oz existisse? - Alec brincou, vendo a cara feia que Came Fez ao ouvir aquilo. Eles estavam no horário do intervalo, comendo cupcakes que Alec ganhou do grêmio estudantil. Todo mundo ultimamente agia como se Alec houvesse descoberto a cura do câncer, simplesmente porque ele trouxe o troféu de primeiro lugar no arco e Flecha depois de 5 anos sem entrar nem ao menos no pódio.
- SE existisse, Haveria uma explicação pra você ser tão pequenininho - Zoou Marck - você teria tomado litros daquele negócio que diminui o tamanho das pessoas.
- Ralmente usem a palavra SE porque não existe - Came mordeu o cupcake com raiva - isso é idiotice demais pra meus ouvidos.
- Realmente, é demais para os meus ouvidos - Alec largou um cupcake no topo da cabeleira negra de Came que arregalou os olhos repuxados - acredito no que meu coração nanico quiser, Came.
Marck riu tanto que saiu refrigerante do nariz dele.
- Eu me pergunto se não foi um erro ajudar você a voltar a ser você mesmo - Came resmungou.
- Sei - Alec ouviu o sinal - vamos, garoto realista. Temos que comprar doces na saída.
Came encarou o nada.
- Nossa, eu esqueci! - ele deu um tapa na testa - vão vir visitas em minha casa.
- E o "Came-Kun" deve estar presente - disse Marck imitando o jeito de falar do pai de Came.
Eles riram.
- Eu até iria, Alec, mas tenho que estudar Física - Marck disse com um olhar idiota - nossa, odeio física.
- Tuudo bem, vou sozinho! - Alec disse - mas só pra constar, as balinhas de goma serão apenas minhas!
- Que injusto! - Came e Marck resmungaram.
- A vida não é justa! - Alec disse como se fosse um filósofo - nunca foi, e nunca será.
- Nossa, disse tudo Marck pegou a caixa de cupcakes - nesse caso, os últimos cupcakes são meus.
- E não sobra nada pra mim? - Came falou, desconsolado.
- Não, porque você é um menino mal criado de mente fechada para o impossível - Alec disse.
Eles riram e voltaram para o colégio.
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" Ei, Alec "Shulåãn chamou.
" Hm? " Alec mastigava um alcaçuz e ouvia música nos fones enquanto olhava atento a janela do ônibus. Quatro sacolas enormes cheias de doces ocupavam o assento ao seu lado.
" Esse alcaçuz parece gostoso " disse desejoso.
Alec deu outra mordida.
" E quando um alcaçuz não é gostoso? " Alec deu uma grande mordida. O gosto doce desceu pela garganta dele.
Delicioso!
" Ah, qual é! Para de comer isso! " resmungou Cëla depois q Alec deu mais umas mordidas.
" Ora, e o que posso fazer se estou com fome e só tem doces e besteira?! " Alec riu.
" Coma bolinhas de queijo "
" Nem vem. "
Alec apertou o botão de parada do ônibus e agarrou as sacolas, dirigindo-se para a saída.
" Você vai me pagar " prometeu o reflexo quando Alec começou a comer outro alcaçuz.
" Poxa, dá um desconto! " Alec brincou largando as sacolas no chão para pegar as chaves no bolso. Abriu o portão e empurrou todas as sacolas para dentro. Abriu a porta e correu para a cozinha. Seu pai assistia algo na sala sobre arte contemporânea. Estava muito concentrado. Sempre fica. Parecia que era uma hipnose para ele assistir aquilo. Ele nem desviava os olhos.
Depois de deixar tudo guardado nos armários e geladeiras, Alec voltou para a sala. Seu pai ultimamente estava trabalhando numa pintura muito realista de um espelho. Ele tinha lido milhares de revistas sobre pintura com relevo, que mistura uma massa especial para parede e tinta sendo moldadas na parede, sobre o desenho.
- O espelho da alma está pronto? - Alec perguntou abraçando o pescoço do seu pai e beijando a bochecha dele.
O Sr. Oscar apenas assentiu. Ele estava boquiaberto por ver algumas estátuas antigas na televisão.
- Esses programas de arte não te fazem muito bem - Alec brincou - bem, vou ver a sua pintura...
O Sr.Oscar pôs a mão na boca de Alec.
- Vai lá ver a pintura, vai...
" Como se essa merda de programa tivesse tanta graça assim " Resmungou Shulåãn.
" Bem, cada um tem um gosto " Alec disse subindo as escadas.
" Você tem razão, Mal gosto não se discute " Shulåãn disse.
Alec riu.
- Nossa, que cheiro forte! - Alec disse entrando na sala de pintura.
Quando ele viu a pintura de relevo do espelho, mal pôde acreditar.
Era realista DEMAIS!
Parecia um espelho pendurado ali, na sua frente! Ele começou a andar em direção para ver melhor, mas notou algo na escrivaninha do seu pai.
O livro da história do País de Oz.
- Nossa! - Alec o pegou - eu pensei que ele houvesse sido jogado fora! - Alec sentiu a capa de couro. Sua mãe havia tido a idéia de escrever o livro. Alec pensou que seu pai houvesse se livrado dele, Mas ali estava.
Lhe veio uma idéia boba em mente.
" Ei " disse chamando Cëla.
" O quê? "
" Como será que seria se... O País de Oz existisse? Digo, eu já sonhei como seria, mas como deve ser a experiência verdadeira? "
" Provavelmente estranha, imagino " Shulåãn disse meio cauteloso " porque? "
" Por nada, bobagem minha! "
Alec se aproximou do espelho. A tinta que seu pai usara para fazer o vidro do espelho havia sido uma cor platinada que era extremamente semelhante ao vidro.
Ele tocou. Realmente parecia vidro. Alec fechou os olhos, pondo o livro numa bancada e apertando firme o medalhão com a foto de todos da sua família incluindo ele.
" Se esse mundo onde nada é impossível existisse... Será que eu lhe encontraria, mamãe? " Alec se perguntou em pensamentos " Se sim. então Concerteza eu queria estar aí ".
Do nada, veio uma sensação de leveza. Era uma sensação engraçada, quase como se caísse. Uma voz veio na cabeça de Alec.
" Tudo em que seu coração crer com todas as forças será realidade "
Era uma fala do Mágico de Oz no livro que seus pais inventaram.
Alec sentiu um vento forte. Debaixo dele.
" Mas o Quê?! "
Então despencou.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!! - berrou desesperado enquanto caía escuridão abaixo. Notas musicais surgiram do nada, tocando uma musiquinha animada, folhas e confete surgiram do nada, afogando-o.
Bichinhos de todas as cores imagináveis rodeavam Alec de forma muito rápida, só se via um vulto colorido.
" Esse alcaçuz estava estragado, só pode " Alec pensou depois de algumas horas gritando. Já estava acostumando-se com a queda...
Mas infelismente seu nariz teve um romântico encontro às 20:00 com o chão.
" Certo, depois dessa vou ter que fazer a primeira cirurgia plástica de minha vida, porque tenho absoluta certeza que meu nariz afundou no meu rosto! " pensou, erguendo o corpo com os braços. Assim que abriu os olhos, só viu vermelho. Chegava a ser assustador. Estátuas vermelhas, tapetes vermelhos, papéis de parede vermelhos, MADEIRA vermelha.
" Morri e vim parar no inferno dos loucos " imaginou Alec sentido algo gelado e pontudo em sua testa.
- QUEM É VOCÊ, FORASTEIRO INVASOR?! - ouviu uma voz gritando.
Alec teve a audácia de erguer o olhar. A coisa gelada e pontuda era uma lança.
Que agora, posicionava-se bem no seu pescoço.
Seja lá onde for que estivesse, as pessoas não eram nem um pouco legais....
Continua...
Nem preciso falar nada né? :v
Vocês são inteligentes e Concerteza entenderam!
Tava sem Net <\3
Tirei 10,00 em física l('0'l)
Vou fazer o próximo capítulo o mais rápido q puder!
~©@M£;)
