PROSTITUIÇÃO MODERNA – Parte 11
Quando chegou o horário de almoço, eu e Carmelita fomos fazer umas compras de supermercado antes de irmos até o apartamento. Aproveitei para comprar-lhe um celular desses baratos, para que ela pudesse se comunicar comigo caso fosse necessário. Ela estava muito contente e era até econômica, a danadinha. Comparava os preços das mercadorias e escolhia sempre as mais baratas. Compramos apenas o necessário para passar uma semana e fomos embora. Eu resolvi levá-la para o apartamento que eu reservava para meus encontros clandestinos.
Assim que chegamos lá, ela ficou visivelmente nervosa. Perguntei-lhe o que estava havendo para deixá-la daquele jeito. Disse que não conseguia conter o nervosismo e a ansiedade de ser finalmente descabaçada. Estava trêmula e temia não me satisfazer sexualmente. Eu respondi que ela não precisava se preocupar, pois não iríamos ter sexo imediatamente. Eu havia lhe levado até ali para poder instalá-la longe da sua mãe, mas não seria necessário termos sexo já, principalmente que já havíamos transado pela manhã e eu ficara satisfeito. Concordamos em deixar para tirar seu cabacinho outro dia, quando ela estivesse menos nervosa. Eu não tinha pressa, e não seria bom dormir fora de casa naquela noite, pois sua tia poderia desconfiar que ela estava comigo. Ela prometeu que no outro dia estaria melhor e passaríamos a noite juntos. Deixei-lhe alguns números de telefone e voltei para o escritório.
A tarde transcorreu sem novidades e à noite fui para minha residência. Encontrei Dona Eulália bêbada sentada numa cadeira à borda da piscina. Fiz que não sabia de nada e perguntei o que havia acontecido. Atirou-se em meus braços, contando que havia brigado e batido em Carmelita. Esta havia dito que iria voltar para o interior, mas antes daria o cabaço ao primeiro que encontrasse. E acreditava que ela seria capaz mesmo disso. Indaguei-lhe da importância de ela “se perder”, já que era maior de idade, e a coroa grandalhona e gostosa pediu-me com voz embriagada que eu sentasse mais perto dela, pois queria me contar um segredo.
Depois de se certificar de que não estávamos sendo ouvidos, já que as pessoas que trabalhavam na casa já haviam largado e Valéria se recolhera ao seu quarto logo cedo, Dona Eulália começou o seu relato. Confidenciou-me que, na verdade, Carmelita não era sua filha. Criara-a desde bebê, quando a mãe dela morreu de parto após pedir que cuidasse da criança caso algo lhe acontecesse. A mãe de Carmelita era uma cafetina, dona de um famoso prostíbulo lá na sua cidade. Implorou-lhe que cuidasse da filha e que, de todas as formas, impedisse que ela se prostituísse como ela própria. Para isso, lhe deixaria de papel passado a enorme casa com vários quartos que servia de antro de prostituição. A então jovem Eulália poderia fechar a casa e vender o imóvel. Com o dinheiro da venda, educaria sua filha até que ela se formasse. Por isso a coroa se esforçava tanto para que a filha adotiva continuasse virgem até casar e insistia demais para que ela cursasse uma faculdade. Havia sido a promessa que fizera para a cafetina moribunda, que não queria que a filha trilhasse o seu mesmo caminho de putaria. Passei a entender a ronha da tia da minha mulher.
Dona Eulália pediu licença, foi até a casa e voltou com outro litro de aguardente, dizendo que desde a saída de Carmelita que estava bebendo. Sorveu um grande gole do gargalo e logo começou a dar sinais de total embriaguês. Foi quando, para a minha surpresa, passou a falar mal da finada irmã, a que tinha sido assassinada pelo marido, dizendo que esta lhe havia roubado o noivo e a filha. Eu pedi que ela contasse direitinho essa história.
Depois de mais alguns goles de cachaça, contou que conhecera meu finado sogro - que há poucos dias atrás havia atirado na esposa e depois cometido suicídio - quando ambos tinham perto de vinte anos de idade. Namoraram por três anos e ele finalmente pediu sua mão ao seu falecido pai, que tinha criado a ela e à única irmã desde que fora abandonado pela esposa. Foi quando começou a perceber que sua irmã estava interessada em seu namorado. Ele era de uma família abastada do Recife e logo herdaria o patrimônio empresarial dos pais. Haviam se conhecido numa festa na capital e começaram a namorar logo. Todo fim de semana ele ia visitá-la no interior. Sua irmã sempre sonhara ter um marido rico e, assim que se viu ameaçada de perdê-lo para Dona Eulália, passou a dar encima do futuro cunhado. O empresário, doido para ser dono das duas irmãs, flertava com ambas. Logo a notícia de que a jovem Eulália estava sendo traída pela própria irmã se espalhou pelo pequeno lugarejo. Um delegado da pequena cidade do interior era apaixonado desde criança por ela, mas nunca havia sido correspondido. Viu naquela traição do noivo da sua amada a chance de ficar com ela e contou-lhe do que o povo andava falando nas ruas. Ela brigou com o noivo e a irmã fugiu para o Recife com ele. O pai, ao invés de ficar bravo com a filha traidora, ficou com raiva da jovem que perdera o noivo. Isso porque ela havia afastado a irmã caçula – decerto a preferida dele - do seio da família.
Vendo a amada desamparada, o delegado que sempre fora tarado no corpanzil da jovem tentou conquistá-la, mas foi rechaçado por ela. Tentou várias vezes, sem sucesso. Então, prevalecendo-se do poder que o cargo lhe dava e apostando na impunidade, espreitou-a quando ela voltava da casa de uma paciente. Ela era a única parteira da cidade, cuja profissão havia sido aprendida com a mãe antes que esta abandonasse o marido e as filhas e partisse com um amante para São Paulo. O delegado pegou Dona Eulália à força e fez o que bem quis com ela, apesar da sua resistência. Ela foi esmurrada várias vezes, antes de desmaiar e ter seu corpo violado pelo pretendente tarado.
O pai se acovardou e não tomou nenhuma providência contra o agressor. O velho temia a Lei, mesmo que seu detentor abusasse do poder. O ex noivo lamentou o ocorrido, mas deu graças a Deus isso ter acontecido depois da briga que tiveram e se separaram. Confessou que não seria capaz de conviver com uma mulher que havia sido estuprada e desvirginada por outro. Imperava o preconceito machista da época, mesmo ela não sendo culpada de ter sido violada. Por outro lado, a irmã de Eulália, que agora morava com ele, estava grávida e o empresário a considerava sua esposa. A pobre jovem Eulália estava sozinha. Então, sozinha resolveu ir à forra.
Num momento de ódio insano, invadiu a delegacia cheia de policiais, pegou de surpresa um revólver que estava sobre uma escrivaninha, e atirou duas vezes contra o delegado em sua própria sala. Uma bala varou-lhe a coxa e a outra se alojou em seu pênis, estraçalhando-o. Todos ali sabiam do estupro e admiraram a coragem e ação resoluta da jovem. Socorreram o delegado e salvaram sua vida, mas ele ficou sem o pinto. Dona Eulália voltou para casa e ficou aguardando ser presa, porém isso nunca aconteceu. Ao contrário, passou a ser respeitada por todo mundo da pequena cidade por sua coragem. O delegado, envergonhado, deixou o lugarejo jurando vingança, mas nunca mais voltou. Aí ela descobriu-se grávida. O estuprador havia plantado nela a sua semente.
O pai a expulsou de casa por ser quase uma assassina, por isso terminou indo pedir guarida na casa da cafetina, que era amiga da sua mãe. Passou a ser uma das putas, mas nenhum homem a escolhia. Todos sabiam do ocorrido com o delegado e temiam que ela também os capasse depois. Para pagar a hospedagem, empenhou-se em sua profissão de parteira, mesmo dormindo diariamente no puteiro. Até que a cafetina engravidou do amante e a gravidez tornou-se de risco. A mulher não queria ser transferida para a capital, para ser tratada por um médico competente, e acabou falecendo dias após dar à luz uma menina que fez questão que se chamasse Carmelita, em homenagem a mãe que a abandonara criança para ser freira. Com a morte da cafetina, e de posse do seu testamento, a jovem Eulália assumiu o puteiro enquanto sua barriga crescia. Aí a irmã reapareceu...
Sua irmã havia perdido o filho que esperava do noivo que lhe roubara. Estava desconsolada, pois sabia que ele só ficara com ela por ter ficado grávida. Então mentiu para ele, dizendo que iria visitar a mãe em São Paulo e passaria algum tempo lá, mas ao invés disso voltou para o interior. Viera pedir ajuda do pai para resolver a situação, já que este também era ávido por dinheiro. Ela ficaria por lá até Eulália descansar. Como o marido não sabia que ela havia perdido o feto em um aborto involuntário, os dois tramaram roubar a criança de Eulália assim que nascesse. E assim fizeram. Sob o pretexto de visitá-la no puteiro, logo após o parto, esperaram ela adormecer e raptaram a bebê. Sua irmã fugiu de volta para o Recife com a criança, pois essa nasceria num tempo em que a sua teria nascido, se não tivesse abortado involuntariamente. Feliz com sua "volta de São Paulo” e contente por a companheira trazer-lhe uma filha, o rico empresário deu até uma festa.
Dona Eulália no início ficou desesperada por causa do rapto da sua filha pela irmã, mas depois se aquietou. Afinal, a bebê era fruto de um estupro e ela não tinha certeza de que seria capaz de amar aquela criança. Por isso, dedicou todo o seu amor à filha da finada cafetina. Criou carmelita como se fosse sua própria filha e ela nunca soube que sua mãe havia sido uma famosa puta do lugarejo. Prometeu a si mesma educá-la e torná-la uma vencedora. Apesar de continuar mantendo o puteiro, já que fechá-lo seria deixar muitas mulheres que viviam nele desamparadas, alugou uma casa onde pudesse tirar Carmelita do convívio com as prostitutas e foram morar lá. Para a jovem, a mãe era apenas uma empregada do prostíbulo e não a dona.
Fomos interrompidos pela chegada de Valéria, que veio até a piscina. Parecia sonâmbula. Andava com os olhos abertos, mas não parecia estar ali. No entanto, veio diretamente em minha direção, me pegou pelo braço e fez com que eu caminhasse ao seu lado em direção ao seu quarto. Trancou a porta e depois tirou toda a roupa que vestia. Feito isso, beijou-me longamente na boca e pediu que eu não a deixasse sozinha, pois precisava muito de mim.
Ainda espantado com a sua maneira de agir, tirei minha roupa e deitei ao seu lado na cama. Ela parecia estar no cio, pois começou a esfregar seu sexo em minha coxa até que ele ficou encharcado. Repetia em meu ouvido que estava muito carente. Apalpou meu sexo ainda tímido e fê-lo ficar ereto com carícias de mãos e boca. Quando ele estava no ponto, montou sobre mim e se enfiou nele, gemendo que eu estava rasgando-a ao meio. Segurei em suas ancas e me ajeitei melhor sob ela. Valéria estava alucinada. Beijava-me a boca com violência, cavalgava-me em frenesi e urrava como eu nunca ouvira mulher alguma fazê-lo. Eu ficava cada vez mais excitado, até que esqueci totalmente que um dia ela havia me cobrado para ter sexo comigo...
FIM DA DÉCIMA PRIMEIRA PARTE