Marcus - A verdade se revela

Um conto erótico de A Escritora
Categoria: Heterossexual
Contém 1441 palavras
Data: 15/07/2015 00:14:10

Me afastei bruscamente, suas palavras me atingiram de uma forma que naquele momento eu não saberia explicar, mas hoje eu sei que fizeram bastante diferença. Mas o que ele queria dizer com aquilo? Eu não fazia nada com os homens.

"Você... Você não pode me acusar assim. Quem você pensa que é? Eu não sei do que está falando, o que eu sei que o único que faz qualquer coisa com os outros aqui é você" abaixei a cabeça indignada, procurava palavras que o machucassem mas algo me impedia, me considerei uma fraca.

"Você acha que eu uso aquelas garotas, não é? Você acha que eu as seduzo e depois descarto como um objeto, não é verdade?"

Olhei seus olhos revelando toda a minha raiva e ele pareceu entender a minha resposta.

"Eu não as uso, elas se deixam serem usadas. Só que diferente do que você pensa eu não tenho a mínima vontade de fazer qualquer coisa com elas, confesso que já fiquei com algumas, mas não porque eu corri atrás disso, apenas deixamos rolar, as poucas que me envolvi sabiam que eu seria apenas um caso e que aquilo acabaria do mesmo modo que começou"

Analisei suas reações enquanto confessava aquilo, minha raiva ainda não havia ido embora, nem tudo que ele dizia parecia ser verdade diante das cenas que presenciei, dos convites repassados durante a aula, ou das conversas com alguns colegas de turma que fui obrigada a ouvir durante longos anos. Mas porque ele fazia questão de esclarecer? Eu não tinha nada a ver com aquilo.

"Eu não sei onde você quer chegar, Marcus. Mas olha eu não me importo com o que você faz ou deixa de fazer, só não quero que fale coisas sobre mim que você não sabe, você não tem o direito de apontar o dedo pra mim"

Ele acentiu algumas vezes e eu tive medo de que aquilo fosse o fim e que ele fosse embora, eu só podia estar ficando louca. Respirei fundo e fiz o mais consciente naquele momento, mesmo relutando em deixá-lo, joguei a mochila nas costas, recolhi os livros e quase fugi da biblioteca, deixando um Marcus em silêncio e triste.

Corri pelos corredores do prédio e atravessei o estacionamento, eu só queria chorar, precisava desabafar. Em toda minha vida ninguém me acusara daquela maneira, passei parte do tempo tentando ser imperceptível e ele acabara de dizer que eu usava os homens.

Abri o carro, joguei os livros e a mochila no banco de trás, me acomodei no banco, travei as portas e desabei em lágrimas. Eu tinha que ir embora mas não conseguiria dirigir naquele estado. Porque o ele dissera havia me magoado tanto? Será que ele tinha razão e eu me culpava por isso? Não, impossível.

Ouvi batidas na porta, com os olhos entreabertos pude ver a figura alta ao meu lado, apertei os olhos e notei que na verdade se tratava da janela do carro, eu havia adormecido e o segurança tentava chamar minha atenção. Sinalizei que estava tudo bem e ele saiu, dei a partida no carro e de olhos ainda inchados segui para casa.

Assim que entrei o elevador a senhora que andava um andar abaixo do meu, com quem me batia todos os dias observou minha situação.

"Olá, menina Lise. Porque essa carinha tristinha, meu bem?" Ela disse tocando meu ombro.

Sorri com a gentileza mas eu não saberia explicar o que eu estava sentindo.

"Ah! Não é nada Dona Marta, é bobeira minha."

"Olha, eu tenho 83 anos, já passei por muita coisa nessa vida e sei reconhecer quando alguém tá sofrendo de amor. Se ele realmente se importa e se ele gosta de você, ele vai consertar as coisas" ela disse tudo isso e abriu um sorriso enorme. Logo a porta se abriu e nos despedimos.

O que aquela senhora disse ficou a noite toda martelando na minha cabeça, eu não estava apaixonada por Marcus, impossível, ele era o tipo de homem que eu queria longe do meu coração.

A Jessica tentou me animar de todas as maneiras, mas eu estava pra baixo demais pra dar atenção ao que ela fazia. Até o momento que ela desistiu de tentar conversar e se pôs a dormir ao meu lado na cama. Ela é incrível!

Depois de uma noite quase toda em claro, fui para o trabalho, me sentia cansada não só pelo sono mas por aquela tristeza que me atingiu a noite passada. O dia se arrastou e eu quase desisti de malhar.

Passei em casa e me arrumei, as 16h saí de casa para malhar, precisava espairecer um pouco e a academia me ajudaria. Aquele dia não senti dor alguma, nem me queixei ao professor, ele notou minha mudança e pegou um pouco mais leve, mesmo que não fosse preciso.

De lá mesmo fui para a faculdade, cheguei mais cedo que costumava, pensei algumas vezes em escolher outro lugar pra sentar, mas a maioria era marcado desde sempre, me xinguei por não ter sido uma revoltada que adorasse o fundo da sala. Me afundei na cadeira pressentindo que logo ele chegaria e me confrontaria novamente.

Assim que quase toda sala estava preenchida o professor deu início a aula, e eu evitava pensar em Marcus numa espécie de "fézinha" para que ele não aparecesse. Mas quando eu já estava relaxando eis que surge a pessoa que eu mais torci para não ver.

Ele se acomodou no seu lugar a minha frente, cumprimentou todos ao nosso redor, inclusive a Flavia que sentava atrás de mim e quase nunca abria a boca, mas pra ele a garota abriu até os dentes e se apoiou na mesa exibindo o decote da blusa.

Assim que ele terminou de fazer seu estilo político, virou-se para frente e voltou a atenção para a aula, eu não sabia se agradecia ou se ficava revoltada, afinal ele me cuspira tantas coisas na noite passada e hoje nem sequer fazia questão de olhar na minha cara.

Tentei me convencer de que ao menos as coisas voltariam a ser como sempre foi.

Foquei toda minha atenção nas aulas que se seguiram, vez ou outra pedia explicações ao professor que parecia animado em responder um dos poucos alunos que pareciam se importar com o assunto.

Assim foi durante toda noite, até o sinal tocar e todos quase correrem para sair dali.

Guardei meu material e sai igualmente apressada. Eu só queria minha casa, um pouco dos abraços da minha amiga e a comida que eu guardara para quando chegasse.

Enquanto procurava a chave senti o vento bloqueado, só então que me dei conta que Marcus estava a minha frente, girei o corpo ficando de costas para ele.

"Olha pra mim" Fechei os olhos controlando meu corpo, sua voz rouca me atingira, e suas palavras pareciam me ordenar. "Olha pra mim, Lise. Por favor!" Repetiu melancólico.

Apertei os olhos e virei em sua direção, olhando pro chão esperei que ele despejasse sua raiva novamente. Marcus suspendeu meu queixo me fazendo encará-lo, ele parecia adorar isso.

"Me perdoa?!" Disse por fim.

"Eu não sei, eu não sei qual o seu problema, você passou anos fingindo minha inexistência, depois me vem pedindo aulas, depois grita comigo como se me conhecesse, depois me ignora novamente e agora está aqui me pedindo perdão. Estou começando a achar que você é bipolar" eu continuava sendo segurada por ele, sua mão agora prendia minha cintura e grudava nossos corpos.

"Entendo você, mas eu não sou assim. Todos esses anos eu quis falar com você, eu quis me aproximar, mas você agia como se eu fosse um problema, me olhava com desprezo, e eu sentia raiva, eu sempre procurava saber sobre você, mas ninguém aqui parecia te conhecer, muitos diziam que você sentia-se superior demais para ter amigos. Eu não acreditava, como uma pessoa tão maravilhosa conseguiria ser assim? Confesso que algumas vezes me deixei levar e acabei levando algumas, poucas, para a a cama, mas como eu já disse, sempre deixei claro"

Eu olhava atônita todas as palavras, tudo o que ele disse me fizera sentir vontade de tê-lo ali.

Agarrei-o de qualquer maneira e beijei-o, beijei de um jeito que nunca havia beijado antes. Marcus me encostou no carro e acariciou meu corpo, subindo minha blusa até alcançar meu sutiã, a peça abria-se na frente o que fez ele sorrir safado. Abriu e puxou a peça para o lado, curvou-se para alcançar meu seio col a língua e sugou meu mamilo com vontade, gemi abafado, não queria chamar a atenção de ninguém naquele momento.

Ele levantou-se, olhou nos meus olhos e me beijou novamente, seus lábios eram sinceros.

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