Quando Bruna acordou naquele dia, sentia um formigamento intenso entre coxas, mais exactamente na sua vulva. Os seus lábios vaginais pareciam inchados, o seu grelo febril não a deixavam raciocinar normalmente. Sentia o desejo de ser profundamente penetrada, mas antes ainda, a tesão de poder manusear um belo membro masculino, de socar nele uma bela punheta e depois de o abocanhar até senti-lo tocar no fundo da sua boca, até faze-la engasgar-se. Precisava mais do que nunca de uma tora de respeito para apagar a chama daquela tesão em que acordara!
Infelizmente estava sozinha e não lhe restou alternativa: abriu a gaveta da mesa da cómoda onde guardava os seus "tesouros" pessoais, retirou o mais volumoso dos brinquedos com que se satisfazia, na ausência de homem digno desse nome, e iniciou uma lenta, mas profunda penetração da sua coninha gulosa, enquanto com a outra mão massajava o clitóris bem rosado e cheio de tesão.
Do seu sexo esbraseado escorria o caldo do seu desejo por satisfazer, que em vários momentos Bruna provava levando à boca os seus dedos fartamente inundados do seu licor feminino.
Absorta naquele devaneio de prazer e luxúria nem deu pelo primeiro toque da campainha da porta. Só quando o som repetiu com insistência uma e outra vez ela como que acordou daquele torpor lascivo e rapidamente se recompôs, guardando o consolo e deslocando-se para identificar quem assim, afanosamente, tocava.
Descuidadamente foi como estava, sem qualquer "protecção" da sua greta, embora usando uma camisa de dormir que deixava adivinhar o seu corpo jovem e desejoso.
Espreitou pelo óculo da porta e viu, do lado de fora, a sua mãe. Respirou fundo e abriu a porta com um sorriso. Beijou a mãe no rosto e fê-la entrar em casa.
Fernanda, experiente e madura nos seus cinquenta anos, percebeu que algo tinha acontecido no exacto momento anterior à abertura da porta. Sentiu um odor tradicional naquele beijo que Bruna lhe deu. Frontalmente lhe perguntou:
- Que estavas a fazer, que demoraste tanto a abrir?
Bruna não se deu por atingida e respondeu:
- Estava deitada, meio enlevada no sono!
- Pois... Deitada, sim, enlevada no sono... Não me parece! Estavas sim a tratar de ti... Muita vontade e pouco uso, não é gulosa?
Bruna sorriu abertamente e concordou:
- Sim, mãe! Estava a usar um brinquedo para me satisfazer, pois há quase duas semanas que não sei o que é ter homem para me dar uma foda. O Márcio continua igual a si mesmo. Um frouxo! Nem ao menos um minete me faz. Foda-se, estou a ficar sem saída...
- E acabaste o que estavas a fazer, ou eu estraguei tudo? - questionou Fernanda, certa de que havia chegado em hora errada.
- Ah, mãe... Logo termino! Mas de facto fiquei a meio pau... sem pau! - disse Bruna, procurando passar adiante na conversa - E tu, que te trouxe cá? Não estava à tua espera! E o pai, ficou em casa?
Fernanda percebeu a febre no olhar da filha. Aquela febre que ela mesma sentia ainda hoje, pois continuava a não ser tratada como gostava pelo pai de Bruna. Mas ela apagava o fogo com outros meios mais acertados, mais de acordo com a sua condição de fêmea a quem só o macho é capaz de satisfazer. Bruna não o sabia, ainda que quase tivesse a certeza de que a mãe traíra o pai, mas Fernanda continuava a encontrar fora o que não conseguia em casa.
Fernanda encarou Bruna e com sentido apurado do que ali a levara, perguntou:
- Já decidiste sobre a forma de apagar esse teu fogo? Já tens o macho escolhido pronto para a função? É que depois daquela nossa conversa nunca mais disseste nada, pensei em vir saber sobre como está a coisa.
Bruna desfez-se numa gargalhada sonora e intensa. Olhava a mãe com olhos de gata assanhada e ria sem parar. Fernanda entendeu aquela reacção, pois conhecia bem a filha que tinha, como se conhecia a si e às suas reacções. Bruna era muito parecida com Fernanda. Demasiado até. E aquela reacção deu a Fernanda a noção de que a situação estaria por um fio. Insistiu, portanto:
- Ri-te, filha, ri-te. Eu bem te conheço e sei bem o que te vai de tesão nesse corpo. Já escolheste o macho que te vai dar o que te faz falta? É que como te disse da última vez, antes de saíres, deves tomar a decisão certa e não escolher um qualquer que te possa criar mais problemas do que aqueles que já tens.
Bruna assumiu uma postura mais calma e sensata e sentando-se ao lado da mãe, falou, olhando-a nos olhos:
- Já, já escolhi e já tomei uma decisão, sim. Já não consigo aguentar mais! Estou em penúria total e a precisar de homem o mais rapidamente possível. O Márcio tem a sina escrita. Vai ser corninho, pois manso já ele é. Vou fazer um filho com outro e ele é que vai ser o pai. Já tem os tratamentos marcados. Vai começar a fazê-los na próxima semana, mas eu quero que ele se foda. Enquanto os faz e não faz, vou mas é cuidar de arranjar quem assuma a condição de macho e dar a cona a quem esteja disposto a fazer-me ganir como uma cadela no cio. Depois, se ele passar a ter mais condições para me emprenhar, até pode ser que o deixe fazer-me outro filho. Mas o primeiro não vai ser ele a fazer-mo. Vai ser o pai, mas só para acomodar o meu desejo de ser a puta que ele não soube fazer-me sentir.
- Mas quem é o escolhido, porra! - interrogou Fernanda quase em desespero.
- Há queres é saber quem é o macho. Deves ter andado estes dias em pulgas. Mas eu vou dizer-te quem escolhi. Só espero que aproves. - avançou Bruna, com malícia.
- Sim, vá... Diz lá de uma vez por todas! Se não gostar digo-te e depois fazes o que achares. - respondeu Fernanda entre curiosa e inquieta.
- Bem, dona Fernanda... O macho é... tcharan... O gostoso e pauzudo "Pilantra"! E então? Bem conhecido e bem perto de nós, não é?
Fernanda ia caindo para o lado, tal foi a surpresa. Ficou de boca aberta ao ouvir o nome, que afinal era a alcunha do sobrinho do seu marido, seu sobrinho por afinidade. Não se conseguiu conter e gritou:
- O "Pilantra"? Tens a certeza? E porque raio escolheste o teu primo? Não posso acreditar! O rapaz não é de se deitar fora, não senhor. E deve ser pauzudo, sim, a julgar pelo volume que apresenta entre pernas. Deve ser um macho a sério, acredito. Mas o "Pilantra"? Tu enlouqueceste, Bruna?! Olha não concordo nada com a escolha. Acho que deves pensar a sério noutra alternativa.
Bruna ficou petrificada com a opinião da mãe. Não a esperava de todo. Julgava que ia concordar de imediato e afinal enganara-se. E porque não gostava ela da escolha? Era um homem bem apessoado, novo ainda, embora um pouco mais velho que ela, solteiro, parecia o macho certo para a função de encornar o seu Márcio e de lhe encher a barriga com um filho. Por isso, Bruna ripostou:
- Oh mãe... Parece-me a pessoa certa, porra. Tenho a certeza que ele não vai olhar para trás assim que lhe falar que o quero para amante, que quero lhe dar a cona e que ele me faça bem puta. Ele vai adorar ser o meu macho. Pelos modos como sempre me olhou, sei que ele vai corresponder às minhas expectativas e cuidar perfeitamente das minhas necessidades de ser bem e muito fodida.
- Sim, tudo isso é verdade. Ele certamente cumprirá todos esses requisitos e tu serás uma fêmea no verdadeiro conceito da palavra, mas ainda assim ele não é o homem certo para ti. Não ele! Tens que escolher outro com um perfil mais vincado de comedor e de suporte para ti. Um macho que te dê caralho, muito caralho, muita foda, mas que te mime também, que te pague as contas, se precisares, que te faça uma rainha e que seja, aos olhos do teu corninho, um verdadeiro esteio familiar. Percebes?
- Esteio familiar? - interrogou Bruna - Então também estás a pensar num gajo da família para me cobrir? Um gajo bom de verga e bom de carteira para me fazer fêmea na cama e amante na vida? E por acaso vais desvendar o nome desse animal rico de tesão? Ou vou ter que ser eu a descobrir?
Fernanda sentia um misto de orgulho e de tesão. Sim, a sua rata estava em chamas também e os seus líquidos já ensopavam a sua greta por completo. Percebia que a filha estava disposta e disponível para o que ela sugerisse, sem vacilar. Logo, para dar rumo à situação, adiantou:
- Bem, Bruna, a conquista é a melhor parte da coisa, por isso, sim, tens que ser tu a ir à descoberta do macho que me parece o adequado para ti. Eu sei que pode levar mais uns dias, mas no final vais sentir-te recompensada pela escolha, acredita.
- Mas podes ao menos dar-me umas dicas sobre esse "diamante masculino" de que falas? - questionou Bruna.
- Olha, até posso... Não muitas dicas, mas um leve abrir de porta. - falou Fernanda, a mãe de Bruna -Trata-se de alguém igualmente próximo de nós. Mais velho que tu. Aí pela minha idade. Casado. Boa pessoa e muito bom macho. Mostra o que vale pelo volume que apresenta entre pernas. Sempre brincalhão. Reconheces alguém assim?
Bruna pensou e voltou a pensar, mas não lhe ocorria ninguém com aquele perfil, que fosse próximo, como a mãe dizia. Cabisbaixa respondeu à mãe:
- Não, não estou a ver ninguém com esse perfil, mas vou continuar a pensar e a procurar. Quando achar que encontrei a pessoa, ligo-te e se for, confirmas, certo?
Fernanda concordou e pouco tempo depois, após um tempo de conversa sobre banalidades da vida diária, acabou por abandonar a casa da filha.
À saída aconselhou Bruna:
- Vai lá acabar o que estavas a fazer quando eu toquei à porta que, pelo teu semblante, estás mesmo a ferver de tesão. Trata de te satisfazer como deve ser e tenta lá descobrir quem será o garanhão que te aconselho a escolher. Eu estou sempre disponível, tu sabes. E não entres em loucuras. Sê paciente. A hora agá está perto, muito perto. Vais ter o que precisas.
Bruna assentiu com um abanar de cabeça, beijou a mãe no rosto e viu-a sair em direcção à rua. De imediato foi deitar-se ao comprido sobre a cama, pegou no consolo grosso e espetou-o todo na cona até o sentir tocar a entrada do útero. Gemeu e grunhiu como autêntica fêmea, enquanto se auto-fodia. Quando atingiu o clímax, da sua greta escorria um largo fio de licor fêmeo. Respirou fundo e decorridos alguns momentos adormeceu. Durante o sono sonhou que estava a ser cavalgada por trás, à canzana, e que um homem forte e másculo a fazia ganir enquanto, sem dó, lhe cravava o naco de carne, duro, comprido e grosso nas entranhas. Sentiu quando ele se veio e a encheu de sémen, enquanto resfolegava , como um alazão que cobre a égua saída. Olhou nos olhos o macho e ficou perplexa. Como era possível? Porque nunca se tinha lembrado dele?
* * * * * * * * * * * * * * *
Depois de quase uma hora, Bruna acordou do seu sono retemperador, após aquela sessão solitária de masturbação. Sentia-se mole e com vontade de tomar um duche.
Recordou-se do sonho e da cara daquele macho que tão bem conhecia e que a fez sentir-se possuída - ainda que em sonho - como há muito não se sentia. Sorriu de si para si e as ideias vieram em tropel, umas após as outras. O seu desejo aumentava, a sua volúpia crescia, a sua tesão aflorava desmesuradamente entre pernas, de tal modo que o simples toque da sua pele a fazia tremer de excitação.
Mentalmente fez um percurso ao longo de anos, desde que se lembrava, e acompanhou a presença daquele homem na sua vida. Sempre fora alguém presente, constante, atento e gentil, disponível e amigo. Alguém com quem dava gosto estar, por ser alegre e bem disposto, folgazão mesmo. Do que se ouvia nas conversas mais recatadas, era o chamado macho latino, que comia quantas mulheres lhe surgiam no caminho. Embora acreditasse que assim pudesse ser, tinha a noção que havia muita inveja e maledicência no que se dizia. Mas que era um bom exemplar de macho, lá isso era.
Depois de alguns minutos assim pensando, percebeu que estava ensopada. A sua febre subira mais e mais, enquanto pensava naquele macho, e a sua tesão exprimia-se lubrificando a sua gruta gulosa. Se tivesse oportunidade, estava no ponto para ser fornicada sem dó.
Não quis dar aso a outra sessão de masturbação e para si mesma confidenciou:
- Ah que vontade de te ter... Vais ser meu! O teu caralho vai comer uma coninha novinha, necessitada e febril, ah se vai! Vou-te ordenhar todo! Vou-te sugar esse cacete até o fazer vir-se! Quero o teu leitinho de macho! Quero ser tua puta! Quero ser montada como são montadas as éguas, as cadelas, as cabras, as putas, bem putas, que têm as conas sempre prontas para serem fodidas. Vou ser tua fêmea, tua amante, tua escrava. Só me resta engatar-te! E vou conseguir!
Assim pensando, totalmente absorvida por aquela ideia de ser possuída pelo macho escolhido, de ser fêmea dum homem digno desse nome, Bruna avançou até à cozinha e fez um lanche para si. Estava esfomeada.
Márcio chegaria apenas dali a três horas. Até lá precisava ir fazer compras e preparar o jantar. Depois, quem sabe, seria o dia de ser mulher, nem que fosse de forma insonsa e convencional.
* * * * * * * * * * * * * * *
Já eram quase vinte e três horas e Márcio não dava mostras de querer satisfazer a sua mulherzinha. Bruna inquietava-se, cheia de tesão, com as ideias em alvoroço e aquela imagem do macho escolhido a bailar-lhe na cabeça e a ferver-lhe no sangue.
Sem poder suportar a necessidade de ser fodida, avançou para o marido e apalpou-lhe o membro entre as pernas. Márcio encarou a esposa e disse, contrafeito:
- Ah amor, hoje não! Estou tão cansado! Estoirado mesmo! Fazemos noutro dia!
Bruna ficou sem pinga de sangue ao ouvir a desculpa do marido. Não foi capaz de se conter e respondeu:
- Hoje não? Outro dia? Quando? Há mais de duas semanas que não me fodes e continuas a dizer: outro dia? Mas para que quero eu um homem que não me trata como eu mereço? Só tenho trinta anos, estou na força do vigor e tu mandas-me esperar? Por acaso queres que procure fora o que não me dás em casa? Queres que te ponha os cornos, é? Se queres diz, porque eu já não aguento mais. O que não faltam aí são gajos que aceitam de bom grado tratar de uma mulher, ainda por cima jovem e bonita como eu. Sim, que eu sei que sou boa e bonita.
Márcio estava de olhos esbugalhados com aquela reacção de Bruna. Não queria acreditar no que ouvira. Nunca antes tal havia acontecido e Bruna nunca tinha usado aquela linguagem tão desbragada, tão dura. Aproximou-se da mulher e usando modos carinhosos disse-lhe:
- Amor... Que conversa é essa? Corno? Tu disseste se eu queria ser corno? Eu amo-te! Tu és a minha esposa, o meu tesouro. Como podes falar assim? Sabes que eu ando extenuado, cansado, a cair para o lado. Sabes que eu gosto da tua bichinha...
- Qual bichinha, qual merda! É cona mesmo! E cona precisa de caralho! Precisa de ser fodida! Ou já te esqueceste do que disse o médico? Precisas de fazer o tratamento, mas deves continuar a tentar emprenhar-me. E eu quero engravidar! Ficar de barriga! E além disso, sou mulher e preciso de homem. Entendes ou queres que te faça um desenho? - falou Bruna, totalmente exasperada e a atingir os limites do seu bom senso e paciência.
- Sim entendo, fofinha! Mas para quê essa linguagem? Nunca te ouvi falar assim... Tem calma, amor. Tem calma! Pronto, eu faço amor contigo. Não quero que falte nada à minha mulherzinha querida.
Bruna olhou Márcio com um olhar fulminante e um sorriso cínico nos lábios. Se dúvidas tinha, elas desapareceram completamente naquele momento. Corno! Aquele seu maridinho só pedia que fosse corno e com uns cornos bem pesados. E quem pede, tem! Ele teria um valente par de chifres e ela iria dar largas à fêmea puta que havia em si.
* * * * * * * * * * * * * * *
Depois daquela conversa com o corno anunciado, e da foda sem chama que ele lhe dera, Bruna definiu para si a estratégia que iria seguir para alcançar o seu objectivo: ser a fêmea do macho escolhido e fazer cornudo aquele seu marido mansinho, frouxo e incapaz, que não cuidava dela como ela merecia.
Como combinado, telefonou à mãe e pediu que fosse lá a casa para falarem.
Fernanda ainda perguntou se a conversa era sobre aquela situação, mas Bruna respondeu de modo indiferente: talvez seja...
Na dúvida, ainda assim, Fernanda decidiu fazer uma chamada. Escolheu o contacto na sua lista do telemóvel e aguardou que atendessem.
- Boa tarde! - disse em tom feliz e descontraído. - Então que se faz?
Do outro lado a pessoa atendeu com igual alegria e respondeu:
- Cá vou andando... Trabalhando! E tu, que fazes? Nada... Ou enganei-me?
- Nada mesmo, mas apetecia-me fazer algo... - disse com uma certa ironia e alguma deliberada intencionalidade. - Estás longe? Ou poderias vir até cá, ainda hoje? - inquiriu Fernanda com visível ansiedade.
- Bem, digamos que estou afastado, mas não demasiado. E a que horas querias que passasse? É só para passar ou há algum programa de festas? - perguntou o interlocutor do outro lado.
- Isso já é querer saber demais, não achas? Bem... Sempre se arranja um momento de convívio! - afirmou Fernanda claramente desejosa de que o tempo passasse rápido para que o encontro se consumasse.
Do lado de lá registou-se um pequeno silêncio e, logo após, a voz soou enérgica:
- Muito bem, Nanda! Onde e a que horas devo aparecer?
Fernanda sopesou a situação e logo depois respondeu:
- Olha, vou agora a casa da Bruna! Ela pediu que lá fosse para falarmos. Deve ser sobre aquele assunto que tu sabes. Conto despachar-me o mais tardar lá pelas cinco e meia da tarde. Que tal às dezoito na marginal, junto ao rio. Naquele lugar que tu já sabes.
- Ok, por mim está bem. Vou lá ter e espero. Quem chegar primeiro espera. Vou a contar com uma recepção como deve ser! - conclui aquele personagem.
- Alguma vez te deste mal comigo? Não te satisfiz sempre as expectativas? - inquiriu Fernanda, com a voz a transbordar de sensualidade. - Até lá então. Beijo!
Mal terminou a chamada, Fernanda fechou a porta de casa e saiu em direcção à casa da filha. Ia com as expectativas em alta e a curiosidade aguçada, certa de que a conversa iria versar sobre o amante que Bruna se propunha escolher para seu futuro comedor.
Fernanda preparara já uma estratégia própria, caso a filha lhe viesse a apresentar uma escolha "inoportuna", semelhante à que fizera anteriormente. As coisas deviam seguir um determinado rumo, cujo resultado se traduziria em ganhos para ambas, ainda que Bruna não desconfiasse de nada e de como tais ganhos seriam obtidos e porque razão.
Apesar do nervosismo que a incógnita lhe causava a mãe de Bruna ia confiante. Em qualquer caso saberia conduzir a filha ao seu objectivo. A sua experiência de mãe e de mulher madura não a deixariam perder a possibilidade que se lhe abrira, logo que Bruna assumiu que iria encornar o marido e desfrutar duma relação extra-conjugal. Fazia parte do seu ADN, a partir do momento em que ela própria assumiu, há já mais de trinta anos, a mesma situação no seu próprio casamento, que ainda hoje se mantinha estável e profícua.
* * * * * * * * * * * * * * *
O toque da porta despertou Bruna do seu alheamento. Sentada no sofá da sala pensava na sua decisão, pensava no macho que escolhera, projectava o futuro e os encontros que aconteceriam, as fodas que receberia, as mamadas que faria, os minetes com que seria brindada. Sonhava e antecipava o prazer carnal e a alegria intensa que iria sentir, ao sentir-se fêmea por inteiro, na entrega a um homem que, por certo, seria o seu homem, o seu macho, o seu alazão de todas as horas.
Levantou-se de um salto, adivinhando quem tocava à porta e abrindo os braços para um abraço forte, rodou a chave, puxou a porta e disse:
- Bem vinda, dona Fernanda, minha adorável mãe. Sente-se, que as novidades chegam já de seguida.
Fernanda sentiu o abraço forte da filha, que retribuiu, e fez como ela lhe indicara: sentou-se e esperou as novidades.
Bruna foi até à cozinha buscar um copo de sumo de laranja natural, bem fresco, para cada uma, e sentou-se em frente da mãe, que olhou com malícia.
Sentou-se despreocupadamente, deixando as pernas abertas e, lá no fundo, as coxas roliças deixavam antever a sua greta depilada e rosada, que parecia inundada por uma geleia peculiar, que Fernanda bem conhecia. Notava-se claramente o clitóris bem inchado. Fernanda esboçou um sorriso e disse:
- Estás bem encalorada, pelo que posso ver!
Bruna percebeu a referência irónica da mãe e ripostou:
- Encalorada é apelido. Estou é cheia de tesão, mãe! Uma vontade enorme de dar a rata! De mamar num pau! De sentir-me puta, com ele bem atolado na pachacha! O cabrão do Márcio deu-me uma foda sem graça na noite passada. E foi porque me empinei com ele. Até lhe disse, se ele queria ser corno, que eu lhe fazia a vontade. Ele não percebeu, mas vai ser mesmo um corninho bem mansinho. Ah, se vai...
Depois deste momento, a conversa tomou o rumo para o qual aquele encontro foi estabelecido. Bruna assumiu as rédeas do debate e informou a mãe, que esperava ansiosa pela decisão da filha:
-Mãe, já me decidi! Já escolhi o macho e desta vez vou mesmo em frente. Ainda não sei como vou "amestrar" o meu cavalo de cobrição, mas que vou tratar de o "engatar" isso vou.
- Muito bem. E quem é ele? - perguntou Fernanda cada vez mais ansiosa por conhecer o nome do macho que a filha decidira escolher.
Bruna fez-se de puta, enrolou o assunto, alongou a entrega do nome, desviou a conversa falando de como chegara ao homem em causa, jogou com as palavras, procurou , como bom publicitário, envolver o produto final num embrulho com brilho, chamativo, com dados que induzissem o interessado à compra, mas por fim afirmou, sem qualquer pejo, pudor, ou temor, sentindo orgulho das suas qualidades e capacidades de mulher na força dos seus trinta anos:
- O meu macho vai ser o... tio Valter!
Fernanda sentiu-se invadida por um formigueiro demolidor. A sua lascívia atingiu foros de insanidade e de excitação jamais adivinhado. Esbugalhou o olhar e fixou-se na sua menina, na sua adorada Bruna e, sem qualquer controlo sobre si mesma, levantou-se e foi beijar a filha com carinho e vaidade materna. Aquela, sim, era a imagem de si mesma, a réplica do seu próprio ser, a herdeira autêntica do seu legado de fêmea.
Com visível contentamento, disse, encarando Bruna:
- Aí está uma escolha como deve ser! Um homem a sério. Mais velho, sem ser velho! Maduro o suficiente para te fazer sentir prazer. Capaz de te encher as medidas e fecundar o útero, como tu queres. Um macho com todas as letras. Estou certa de que vais conseguir os teus intentos. Por isso te digo: parabéns, filha! Grande escolha!
Bruna sentiu-se orgulhosa e vaidosa por ter escolhido alguém que a mãe aprovava. O seu tio era de facto um homem! E pelo que conhecia dele, um autêntico macho que não deixava créditos em mãos alheias. Muitas eram as histórias que dele se contavam e nenhuma que o envergonhasse enquanto macho.
Depois desta revelação, ambas se despediram com um beijo, não sem que antes Bruna perguntasse, meio desconfiada pelo entusiasmo da mãe:
- O tio Valter já te fodeu, mãe?
Fernanda apenas esboçou um sorriso e passando a mão no rosto da filha, despediu-se dizendo:
- Pensa na estratégia para chegares ao pretendente... Eu também vou pensar e, se me lembrar de algo interessante, ligo-te. Fica bem! E não constipes a tua "bichinha" que anda desprotegida.
Sorriram ambas e a porta fechou-se nas costas de Fernanda que se sentia em pulgas para o encontro que marcara à beira do rio, no local que tão bem conhecia. Eram exactamente dezassete e trinta e cinco naquele momento.
