E chega ao fim mais um conto. Meu Deus, já estou ficando bem velho nesta casa. Já devem está enjoados de mim. Rsrsrs. Eu adoro cada um de vocês e deixo aqui o meu muito obrigado por todos que acompanharam esta história, até mesmo aqueles leitores anônimos. Fiquem com Deus, e amem muito meus lindos. Obrigado por confiarem no meu trabalho e doarem um pouquinho do tempo de vocês para mim. Eu queria que se possível, todos comentassem o final, pois é muito importante para um autor. Beijos! E até a próxima se Deus quiser.
BOA LEITURA...
Ao caminhar pela pista completamente vazia, eis que um carro cinza, estacionado a poucos metros, arranca com tudo e o pior acontece. O veículo já estava em cima dela, e a Luíza só pôde ver o reflexo de quem dirigia o carro, até ser arremessada a metros de distância. Gustavo assistiu toda a cena, entrando em desespero, logo em seguida e vendo o carro partir em alta velocidade. A sua filha estava no chão, completamente coberta de sangue e totalmente inconsciente.
Gustavo correu para socorrer a filha. Ele estava desesperado. Seu semblante era de dor e angústia. As poucas pessoas que estavam na rua se aproximaram do corpo da garota.
- Meu anjo. Minha filha! – ele gritou. – Eu vou te levar pro hospital. Via ficar tudo bem filha.
- Não senhor. Não pode tocá-la. Qualquer toque num acidente como este, pode deixá-la paraplégica. Eu já chamei a ambulância e eles estão a caminho.
- Não foi um acidente. Alguém jogou o carro em cima da minha filha. Meu Deus, eu não posso perdê-la. Não é justo. – ele se ajoelhou diante do corpo dela. Luíza ainda respirava, e as pessoas em volta ficaram chocadas.
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Na clínica, Amanda sente uma pontada no peito. E grita, assustando os funcionários.
- Luíza! Meu Deus! Aconteceu alguma coisa com a minha filha. Eu sinto. – ela pegou a sua bolsa e as chaves do carro. Aquela altura, mesmo sem saber do acidente, suas lágrimas eram inevitáveis. Ela ligou para o Gustavo, e este atendeu prontamente.
- Nossa filha... Nossa filha... – ele se desesperava ao telefone, e não parava de chorar. Neste momento, Amanda também já entrava em desespero. Luíza era a sua única filha e ela amava a filha mais do que tudo na vida.
- O que aconteceu com a minha filha? Cadê a Luiza? Fala! O que aconteceu com a minha princesa?... Seus olhos marejavam, e ela não conseguia raciocinar.
- Atropelaram a nossa filha. Fui tudo muito rápido, e quando percebi, ela já estava estirada e coberta de sangue.
- NÃOOOOOOOOOOOOOO! – gritou Amanda, freando bruscamente o carro. Seus braços apoiaram-se ao volante, e as lágrimas não paravam de cair. Não conseguia mais falar com o Gustavo. Seu peito doía muito. Era um dor tão forte, uma angústia sem fim. Para uma mãe, perder a filha era uma tortura eterna. Ela só pedia a Deus para não levar a filha, enquanto tentava dirigir até o hospital para qual ela foi levada.
Na ambulância, o Gustavo, segurava a mão dela, e lhe dizia coisas lindas.
- Vai ficar tudo bem meu amor. Você é forte. Vai sair dessa. Eu te amo tanto, que se eu pudesse, não permitiria que nada neste mundo atingisse você. Lembra daquela vez que fomos pescar, e você me disse com nove aninhos que eu era o seu herói?... Pois você que é a minha guerreira, e o mundo não pode ficar sem o seu brilho. Ficaremos juntos pra sempre meu amor. Não deixe o papai sozinho. Volta pra mim...
Ele dizia tudo aquilo olhando para a filha e causando comoção e lágrimas em todos os paramédicos. Ao chegar no hospital, ela foi levada para sala de emergência, sem que ele pudesse entrar. Gustavo foi à loucura.
- Eu não vou deixá-la sozinha. – ele berrava no corredor. – Ela é minha filha. Luízaa. Me soltem. Eu quero minha filha.
- Calma senhor. Tente ficar calmo. Sua filha será avaliada e operada. O senhor não é médico e, portanto, queria se conter. Ou terei de expulsá-lo do hospital. Este é um ambiente que exige silêncio. A sua filha estará em boas mãos e faremos o possível para salvá-la. Agora, queria aguardar, por favor! – uma voz grave e rouca, de uma mulher alta, o repeliu. Era a enfermeira chefe do local que o proibiu de entrar. Impaciente, ele não conseguia sentar e andava de um lado para o outro. Seu telefone toca: era o Paulo, que já estava o esperando na casa de praia. Gustavo esquecera completamente dele. Mas a situação era outra e muito delicada. Ele desabafou.
- A minha princesa... – sua voz embargou por um momento. – Atropelaram a minha filha. Ela está entre a vida e a morte. Eu estou no hospital com ela.
Paulo entrou em choque. Ele nem sabia o que dizer, apenas algumas palavras de força.
- Estou indo pra aí. Fica calmo meu bem. A Luíza é forte e guerreira. Ela vai sair dessa. Acredite! Tenha fé! Não perca as esperanças... Estou contigo sempre.
Ele passou o endereço do hospital. Por mais que as palavras do Paulo fossem de grande ajuda, Gustavo não conseguia pensar em outra coisa, senão o medo de perder a filha.
- Cadê ela! Cadê minha filha! – Amanda entrou gritando com tudo. Por ela ser médica e já ter trabalhado naquele hospital, conhecia praticamente todos os médicos.
Eles se abraçaram forte. Havia uma ligação especial entre dos dois. Era um amor terno e inexplicável. Gustavo chorou ao lado da ex-mulher.
- Eu vou procurar saber quem é o médico que está cuidando dela. Não vamos perder a nossa princesa. Eu creio nisso. Fique aqui e me aguarde. – ela sumiu pelos corredores.
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Julia chegou em casa descontrolada. Quebrou tudo que viu pela frente: jarro de vidro, porta retratos, derrubou cadeiras... Ela gritava sem parar. Foi até o quarto e destruiu todo o álbum de casamento. Colocou as fotos destruídas numa panela e acendeu um fósforo.
- Você acabou com minha vida. Seu desgraçado! Pilantra! – começou a rir. – Seu amorzinho vai sentir a dor que estou sentindo. Ele vai se arrepender pro resto da vida, de ter cruzado o meu caminho. Eu arranquei dele, o seu bem mais precioso, e em breve,vou tirar você do caminho dele. Ela era outra pessoa. Amarga e sustentando um ódio que a fazia dizer e planejar os atos mais macabros. A sua vontade de vingar-se do Paulo era tanta, que a Julia de uma forma inexplicável, conseguiu comprar uma arma de fogo, e sem dúvidas, pretendia usá-la. Sua obsessão pelo ex-marido era grande. Na verdade, ela sofria de ciúme doentio. Pessoas neste nível eram capazes de tudo, por simplesmente não aceitar o fim de um relacionamento, ainda mais da forma que terminou o da Julia.
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Amanda retornou em seguida, avisando ao marido que a Luíza já estava em processo de operação. Sem rodeios, ela informou o grau do acidente para ele.
- Eu conversei com um dos médicos que também está envolvido na cirurgia da nossa filha. Ele disse que a Luíza teve uma hemorragia interna e sofreu traumatismo craniano. Ainda é cedo pra dizer um diagnostico completo. Só nos resta rezar e pedir a Deus por nossa filha. – ela foi às lágrimas, e mesmo não sendo pai, o Paulo, que estava parado, ao lado do namorado, não conteve a emoção. Ele tinha adorado a garota logo à primeira vista, quando se conheceram da maneira mais louca e inusitada.
- Eu to com medo. Eu saberei viver sem ela... – Gustavo chorava feito criança, e era consolado pelo Paulo. Naquela altura, os familiares de ambas as partes já sabiam do ocorrido, lotando a sala de espera.
- Como está a minha neta? E este aí? Quem é? Não me diga que... – nem foi preciso muito, para o pai do Gustavo, extremamente conservador, descobrisse o caso do filho. Mesmo com toda a situação delicada, o Sr. Francisco causou tumulto. – vá embora daqui! Você não é da família! Isso com certeza deve ter sido culpa sua. – gritou ele.
- Cala sua maldita boca! Não fale assim do Paulo. Se veio até aqui, para e irritar e me deixar mais destruído do que já estou, eu te expulso deste hospital.
As senhoras mais velhas, mães da Amanda e do Gustavo, acalmaram os ânimos dos dois. Paulo sentiu-se acuado, e fez um sinal para o Gustavo, dizendo que iria embora.
- Não vá! Eu preciso de você.
- Gustavo, sua família está toda aí. Não quero causar confusão. Rezarei da minha casa, para que a Luíza saia dessa. Eu sempre estarei com você. Te amo!
Gustavo compreendeu o lado dele, e não insistiu. Deixou que ele fosse embora.
- Promete que vai me dar noticias? – disse o Paulo.
- Prometo.
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OITO HORAS DEPOIS...
- E então doutor? Como foi a cirurgia? Como está o quadro da minha filha. – Amanda foi a primeira a se enfiar na frente do médico. O silêncio se manteve por segundos.
- A sua filha doutora Amanda, é uma menina muito forte. A cirurgia ocorreu muito bem, e nós fizemos uma tomografia nela. Apesar do traumatismo, ela não terá seqüelas. Conseguimos conter a hemorragia, e faremos uma transfusão de sangue, para que o processo de recuperação seja rápido. Outro detalhe: ela ficará em observação durante vinte dias, para que possamos ter a certeza de que nenhum imprevisto ocorrerá. Ela sofreu também uma fratura na costela e está com o braço mobilizado, também por motivos de fratura, então vou logo avisando, quando as visitas tiverem liberadas, nada de abraçá-la e nem exigir esforço da paciente.
- Ai meu Deus! Graça a Deus. Obrigado senhor. – Amanda o abraçou, totalmente aliviada. Todos ali presente, se abraçaram, com lágrimas nos olhos e sorrisos no rosto.
Ele imediatamente ligou para o Paulo. Seu coração explodia de felicidade.
- Meu amor, Deus ouviu nossas preces. Minha filha não vai morrer. – ele gritava pra todos ouvirem.
- Graças a Deus! Nossa, que alívio. A Luíza e guerreira. Ela não ia entregar os pontos tão fáceis.
- Sim, minha princesa é forte! Não vejo a hora de poder beijá-la.
- Eu queria está aí, pra te dar um beijo e dizer o quanto sou feliz ao seu lado. Que por mais difícil que seja a vida, só o fato de você existir, já deixa o meu mundo mais alegre.
- Poxa meu amor. Eu te amo tanto cara... Você a minha filha, são a minha luz! Em breve estaremos agarradinhos, só nós dois, na cama...
Ele desligou o telefone, quando o seu pai se aproximou.
- Pelo visto, resolveu assumir está vida de depravação de vez! Você não é mais o meu filho. E não receberá nada da minha fortuna.
- Fodá-se a sua fortuna! Eu construí minha própria carreira e sei andar com as minhas próprias pernas. E se quiser aceitar, ótimo! Caso o contrário, não estou nem aí para o que o senhor pensa. Da minha vida cuido eu! E cansei de sacrificar a minha felicidade por família! Eu quero mais é viver. – ele deixou o pai no vácuo e se afastou.
UM MÊS DEPOIS...
- Como está se sentindo? Eu vim até aqui dar um beijo na minha gata. A mulher mais linda desse mundo. Está feliz por está de volta à sua casa?
- Sim pai. – ela sorriu. – Desse jeito, vou ficar mal acostumada. Já posso levantar e fazer minhas coisas. Não preciso de uma enfermeira me controlando.
- Foi insistência da sua mãe. Sabe como é a Amanda...
- E como sei. Pai, a mamãe me liga a cada cinco minutos. Eu nem consigo digitar uma letra no meu celular. É sempre a mesma coisa: filha já comeu? Já tomou os remédios? Está sentindo alguma coisa? Quer que eu vá até aí? – Poxa!
- É assim mesmo meu amor. Nós quase perdemos você. É natural dos pais, esta super proteção. – ele alisou os cabelos dela. – mesmo engessada, ela continuava linda e com jeito de mulher.
- Pai, eu comecei a lembrar de umas coisas do acidente. Eu vi quando aquela mulher jogou o carro em cima de mim.
- Então era uma mulher? – ele ficou surpreso e atento a cada palavra dela.
- Sim. E me parecia ser muito idêntica a uma mulher que foi a minha festa de aniversário. Só não me lembro o nome dela. Mas lembro que ela comentou sobre a minha roupa e estava acompanhada de um rapaz.
Gustavo quase enfartou. Era óbvio! A Julia quis matar a sua filha por vingança. Ele correu para a empresa do Paulo, e foi entrando com tudo.
- Foi ela! Aquela desgraçada tentou matar a minha filha.
- Calma. O que aconteceu? Porque está tão nervoso.
- A Luíza se lembrou do acidente. A sua ex-mulher quis se vingar em cima de minha filha. Pois agora eu vou ao inferno, mais eu a acho. – ele saiu feito um louco, e o Paulo foi atrás dele, também feito um louco.
- Eu dirijo. Não deixarei que saia deste jeito. Entra aí!
No caminho até a antiga casa do Paulo, onde ele morava com ela, eles iam conversando e o Paulo ficou perplexo! A que ponto a Julia podia chegar, por uma vingança!
- Eu vou matá-la! – ela não sabe com quem se meteu. – ele desceu do carro e foi em direção ao portão. Uma mulher atendeu e ele foi logo empurrando. – Sai da minha frente. Cadê aquela vadia maldita?
Nem foi preciso a empregada chamá-la. A Julia surgiu do nada, toda de preto.
- Como entrou aqui? E o que você está fazendo na minha casa ao lado deste viado. – Gustavo calou a boca dela com um soco que a levou ao chão.
- Nunca bati em mulher, mas pra tudo, há uma primeira vez. – ele dava vários tapas na cara dela, e por ter uma mão forte, o rosto da Julia ficou inchado. O Paulo teve de contê-lo.
- Calma Gustavo! Não suje as suas mãos. Vamos ligar para a policia e dizer tudo que aconteceu.
Ela conseguiu se levantar e abriu a gaveta da mesinha da sala, sacando a arma e apontando para os dois.
- Você não vai ligar para ninguém! Meu Deus era tudo que eu mais queria. Ter os dois monstros na minha frente. Agora posso matar os dois de uma única vez. Vamos, me diz! Existe vingança tão perfeita? É uma pena que a sua filhinha ridícula não tenha morrido.
- Sua piranha. – ele deu um passo à frente, mais ela o impediu.
- Fique onde você está, ou explodo a cabeça dele. – Gustavo estava com medo do que ela podia fazer.
- Baixa essa arma Julia. Vamos conversar. – disse o Paulo.
- Conversar? Você destruiu a minha vida. O nosso casamento, pra ficar com ele... Eu te odeio com todas as minhas forças. Primeiro vou matar esse viado estúpido! E depois, vou mandar você para o inferno. – ela apontou a arma para o Gustavo, e o silêncio reinou. Ambos estavam nervosos, mas a empregada, que trabalha na casa, desde o período em que o Paulo era casado com a Julia, conseguiu por trás dela, arremessar um vaso em sua cabeça. Com o impacto e susto, Julia disparou a arma e caiu no chão. Ela só conseguiu atingir a perna do Paulo, e o Gustavo conseguiu rendê-la, ligando para a polícia logo em seguida. Foi questão de horas, para que a Julia fosse direto para cadeia. Logo depois, descobriram por câmeras de segurança da rua, que o carro da Julia era o mesmo do acidente.
Paulo foi atendido no hospital e no dia seguinte pôde ir para casa e curtir o seu amor.
MESES DEPOIS...
- A noite está tão linda lá fora. – Gustavo veio por trás dele e o prendeu. – eu já te disse que te amo hoje?
- Sim. Mais é sempre bom ouvir. – Paulo se virou, ficando cara a cara com ele. – Eu estava aqui pensando... Passamos por tanta coisa, mas no final, valeu à pena. Eu não me arrependo de nada. E hoje, posso dizer de peito aberto que sou o homem mais feliz do mundo. – ele invadiu a boca do Gustavo, brincando no céu de sua boca.
- Espera. – Gustavo foi até o aparelho de som e botou a música “Don’t Dream It’s Over”. – Dança comigo?
Paulo lançou o seu belo sorriso largo, e jogou os cachos para trás, deixando a taça de vinho sobre a mesa, e segurando na cintura dele. Ambos se abraçaram, e fecharam os olhos, deixando que a música invadisse suas almas e tocasse seus corações. Um filme passou na cabeça dos dois, e no ritmo lento da música, com passos perfeitos, eles sentiam o coração bater forte. Gustavo deixou cair uma lágrima, mas era de felicidade. Viveu toda uma vida de farsa, e finalmente estava livre da prisão que construiu dentro de si próprio.
- Eu te amo! – ele sussurrou baixinho ao pé do ouvido do Paulo. Estavam apenas de cueca, depois de uma noite linda de amor.
- Eu também te amo, por toda a minha vida!
FIM.