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Christopher
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- O que aconteceu? Perguntei desesperando entrando na sala de espera do hospital. A mãe de Gabriel e a melhor amiga dele estavam sentadas juntas, chorando. Meu coração acelerou.
Lisa se levantou e me abraçou.
- Algum maluco atacou a gente lá na faculdade. Falou ela choramingando.
- Você está bem? Falei a ela.
- Estou, ele não fez nada comigo. Só machucou o Gabriel. Aquele filho da puta! Ela me apertou, dizendo aquelas palavras com um pouco de raiva. Dei um aperto naquela baixinha, sem saber o que fazer. Mas o que diabos estava acontecendo? Só a ideia de alguém estar machucando meu Gabriel me deixava tonto. Me sentei ao lado da mãe dele e ela pegou minha mão.
- Tem alguma ideia de quem pode ter feito isso? Ela me perguntou fungando.
Sem perceber, as lágrimas vieram aos meus olhos quando acenei negativamente. Não sabia quem tinha feito, mas ia pagar.
- Quando posso vê-lo? Perguntei.
- Os médicos estão examinando e ele está inconsciente. Pode levar um tempo. Explicou a mãe dele tranquilamente. Tentando não chorar, abaixei a cabeça nos joelhos e fechei os olhos. Minutos se passaram lentamente, aquele silêncio estava me matando por dentro. Eu só queria ver ele, falar com ele...
- O que houve? Cadê ele? Perguntou a voz histérica de algum cara entrando na sala. Levantei o rosto para ver aquele babaca que havia me dado um soco na festa beneficente.
- O que você está fazendo aqui? Esbravejei para cima dele. O garoto arregalou os olhos e recuou, mas só um passo. Aquele outro amigo do Gabriel de quem eu não conseguia lembrar o nome estava parado atrás dele.
- Lisa me mandou uma mensagem. Ele respondeu me ignorando e indo até ela. O outro cara me olhava meio assustado.
- Já sabem o que aconteceu? Ele perguntou.
- Não sabemos. Aparentemente algum louco atacou eles na faculdade.
O menino ficou pensativo. Meu peito se encheu de esperança, talvez ele soubesse de alguma coisa e ai eu poderia resolver minhas contas com esse bastardo.
- Sabe de alguma coisa? Perguntei.
- Hum, não, mas não acho que alguém faria isso com Gabriel la na facul... Deve ter sido alguém de fora.
Ele passou por mim e foi até Lisa e o outro garoto. Eu não sabia o que dizer, não queria esses caras aqui, mas agora eu só conseguia pensar no bem estar do garoto que eu amava.
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Gabriel
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Eu não tinha ideia do porque minha cama estava absurdamente desconfortável. Tentei me mexer para concertar a postura e alguma coisa pareceu esmagar minhas costelas, me fazendo gemer de dor. Minha mãe provavelmente tinha aberto as cortinas, pois uma luz invadia todo o quarto, irritando meus olhos ainda fechados. Lentamente, abri os olhos e me virei pra cima. A luz florescente do teto machucou meus olhos. Quando minha visão se ajustou, olhei para o roupão de hospital que eu usava, para cama de hospital e o quarto com uma cor sem vida. O que havia acontecido?
Estiquei a perna para sair da cama e quase gritei de dor. Minha costela doía muito do lado esquerdo. Puxei a parte aberta do roupão e vi um hematoma gigantesco. Não era atoa que estava quase me deixando sem andar. Olhei para o pequeno espelho na parede ao lado e quase pulei de susto. Havia um roxo enorme em minha bochecha esquerda até o nariz, pequenos arranhões próximos demais dos meus olhos. Eu podia sentir a parte interna da minha bochecha cortada por dentro.
Pelo amor de Deus, o que havia acontecido comigo?
Respirando fundo, me levantei da cama e sai. Minhas costas queimavam de dor, mas eu estava segurando firme o grito. Precisava de respostas... E remédios para dor, muitos, mas também de respostas.
Estiquei o braço bom para girar a maçaneta. Coloquei a cabeça para fora de um corredor cheio de passando passando de um lado para outro, enfermeiras, médicos e... Nossa, havia uns tão bonitos, rs.
- O que está fazendo fora da cama? Disse uma enfermeira meio rude para mim, tomando Meus braços e me levando de volta para a cama.
- Ei, eu preciso... Comecei a falar, mas ela me interrompeu.
- Tudo bem, eu chamo, você fica aqui.
Olhei confuso para ela enquanto saía do quarto. Ia chamar quem? Eu não tinha dito o que eu o que eu precisava ainda. Minutos depois, minha mãe e Lisa entraram no quarto já me abraçando. Lisa chorava um pouco e minha mãe olhava para o meu rosto chorando também, Hum, devia estar pior do que eu imaginava.
- Graças a Deus você tá bem. Lisa me apertou.
- O que aconteceu? Eu perguntei.
Minha mãe me olhou seria.
- Você não lembra? Perguntou ela.
Acenei negativamente com a cabeça. Tentei me lembrar da noite passada, mas minha cabeça doeu. Bom, eu estava com Lisa e estávamos procurado a Garrafa Dourada e... Agora To aqui.
- Um louco partiu pra cima da gente na faculdade.
Olhei horrorizado para ela.
- O que? Quem?
- Tava escuro, e eu tinha bebido. Então também não sei.
- Oh meu filho.
Minha mãe passou novamente os braços em volta de mim.
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Carlos
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- Que loucura essa história hein? Coitado do Gabriel. Eu falei entrando no carro de Lucas no estacionamento.
Ele passou a mão no cabelo bagunçado e suspirou, parecendo distraído.
- Nem me fala, ele não merecia isso. Eu só queria achar quem fez isso e...
E então ele socou o volante com toda força, o carro todo tremeu. Fiquei olhando para a janela sem saber o que dizer ou o que pensar.
- Ele vai ficar bem pelo menos... - Falei tentando amenizar o clima, não pareceu funcionar. - Hum, eu vou pra casa. Parece que o cão de guarda não vai me deixar vê-lo agora.
Lucas destravou as portas.
- Ele com certeza não vai me impedir. Te vejo depois? Ele estendeu a mão e eu apertei, frustado demais pra dizer qualquer coisa e então sai do carro. Andei marchando até a saída do estacionamento. O que eu esperava afinal? Que ele me beijasse e me levasse para minha casa? Ou pra casa dele? Chutei o asfalto quando sai do hospital. Poxa, nós havíamos acabado de... E agora ele fica la, como um retardado por causa de um cara que fez dele gato e sapato? Ah pelo amor de Deus. Ninguém tem amor próprio hoje em dia...
Se bem que não sou a pessoa mais indicada para falar disso. Mas porque dessa raiva toda hein? Não era possível que eu já tava tão afim dele assim... Era?
