Eu sabia que tudo aquilo iria acontecer a partir do momento em que o pai de Valter me convidou para ficar e dormir. A chuva forte demais lá fora e eu pensando em uma desculpa boa o suficiente para sair dali e ir para casa e evitar tudo aquilo, mas já havia uma cama cuidadosamente arrumada do lado da de meu querido amigo.
Uma parte de mim me condenava por ter aceito o convite, não o de ficar e dormir, mas o convite de ir até a casa de Valter.
Quando eu voltava do banheiro, já com uma roupa folgadíssima do Valter, que parecia mais um vestido em mim, me detive na porta do quarto e o observei. Ele olhava para o teto e acariciava o peito com uma das mãos. Distraído o suficiente para não me perceber durante longos segundos.
Lembrei da minha mãe falando que eu deveria ter amigos e também lembrei do quão feliz ela pareceu ao telefone quando eu liguei para avisar que dormiria na casa do Valter. Lembrei do beijo inesperado que ele me deu, ao qual não correspondi, e também me lembrei da cara expectativa, nojo, culpa, desejo dele e na minha de "Hã?". Típico.
Eu já queria Valter há algum tempo, mas eu sentia que tudo convergia e algo me dizia que iria partir dele. Foi muito difícil conseguir um amigo e eu não queria perdê-lo. Talvez ele pensasse da mesma maneira, já que eu era seu amigo. Contudo, ele era mais corajoso que eu e arriscou nossa amizade me tascando um beijo.
Só que o que para ele parecia o fim, uma tragédia, era o meu sinal de avanço. Ele entendeu tudo errado e eu me arrependia por não ter correspondido.
Mas agora eu queria me desculpar. Agora eu vou me desculpar.
Pais que respeitavam a privacidade do filho e que estavam num quarto no andar de cima, a chuva que abafaria qualquer som.
Pensei no meu pedido de desculpas, no que iria falar. Comecei a andar em direção à minha cama improvisada e já ia me agachando quando tive uma ideia.
Pisei no meu colchão, amassando os lençóis tão cuidadosamente ajeitados pela mãe de Valter e me sentei na sua cama. Ele me olhava assustado, estático. Eu não sabia que tipo de olhar eu tinha naquele momento, mas tinha certeza de todas as minhas intenções.
Engatinhei sobre o corpo de Valter até que repousei minha cabeça sobre seu peito. Demorou um pouco até que suas mãos repousassem nas minhas costas e eu finalmente pudesse pedir desculpas.
O beijo molhado e ansioso, cheio de mordidas, foi acompanhado pelo sorriso de menino realizado de Valter.
"Eu te amo tanto, cara.", ele olhava direto nos meus olhos, me abraçava forte e enchia meu pescoço de beijos. Sabia que era meu ponto fraco. Dei um gemido tímido.
"Ah, então é aí que você gosta, é?", ele me perguntou e de repente seu olhar havia mudado e a sua pegada era mais forte e aquelas pernas enormes, tanto em grossura quanto em comprimento, me prendiam.
Valter me encheu de beijos e eu senti meu rosto queimar e meu pau endurecer.
"Me fode!", eu disse no ouvido dele.
Ele levantou como se tivesse ouvido algo que não gostasse, andou até porta e trancou-a. Virou para mim e passamos metade de um minuto olhando um para o outro. Nossos olhares eram como que uma advertência sobre o que aconteceria dali para frente.
Eu tinha camisinhas e um sachês de lubrificante na mochila. Pedi que ele pegasse.
"Na primeiro zíper, amor."
Ele deu um sorriso e sacudiu a cabeça como se não acreditasse no que ouvia. Por um momento me perguntei se aquilo era bom ou ruim, mas pensar ficou difícil quando eu o vi abaixar a bermuda e colocar a camisinha no pau. Enquanto ele a desenrolava até a base, olhava para mim como um leão, hiponitizando a caça.
Ele deitou na cama, colocou as duas mãos atrás da cabeça e pediu que eu passasse o lubrificante. Vi que minhas mãos tremiam e ele percebeu isso. Desajeitado, tirei minha bermuda junto com a cueca e sentei na barriga dele. Minha mão melada de lubrificante e eu olhando-o direto nos olhos enquanto melava o pau dele.
Passei um pouco no meu cu e fui sentando aos poucos. Levantei a camiseta-vestido para que ele visse meu pau que babava por ele e logo ele me punhetava enquanto eu, me rasgando de dor-prazer, sentia Valter entrar e sair de mim.
Eu gemia baixinho e ele tampava a boca, tentando disfarçar seus grunhidos. Os olhos dele arregalados como se estivesse assustado com algo. Certamente não sabia que era tão bom.
Eu gozei rápido, afinal tinha uma mão grande e quente me punhetando e os espamos me apertar o pau dele com meu rabo a ponto de ele também gozar. Eu nunca vou me esquecer do rosto orgasmico de Valter, das veias do pescoço inchadas, do rosto vermelho.
Com Valter ainda dentro de mim, deslizei até seu rosto, pedindo beijo. Sua língua mais quente do que nunca, meu corpo e o dele pegando fogo.