Agora o Capítulo:
Capítulo Quarenta e Quatro (03xPassou-se alguns segundos e ele se separou de mim. Ficamos calados sem nos olharmos, até um pequeno sorriso safado aparecer em seus lábios.
- Você está excitado Dan? – ele perguntou e eu caí na real.
- Ah... Foi mal.... É que... – eu iria continuar até ele me interromper.
- Dan... Você – disse ele aumentando o sorriso – Você quer me beijar, é isso? Você me quer?
Ele não estava falando aquilo como se quisesse realizar minha vontade. Ele estava brincando com meus desejos.
Como sempre...
Estávamos sentados na cama, no lado onde ele dorme, o lado esquerdo de quem entra pelo quarto e o lado direito de quem está deitado na cama. Eu estava sentado de costa para seu travesseiro, de costa para a cabeceira, para a janela, que iluminava a face dele frente à minha. Ele estava ao meu lado, sentado de costa para a porta, meio de frente para mim, com um sorriso muito safado no rosto.
- Quer não quer? – disse ele brincando – Me beijar, agora...
- Não seja idiota - senti meu rosto enrubescer perante aquelas palavras. Ele estava brincando comigo, sabia que eu tinha muita vontade de fazer aquilo, mas também tinha muita vergonha. Então, em uma tentativa de desviar a atenção dele da minha vergonha, sorri e olhei pro chão, para que ele prestasse atenção em minha boca e não no meu rosto inteiro.
- Você está com vergonha... – ele riu um pouco – Não tenha vergonha de mim, você sabe que comigo você não deve ser tímido nunca – disse e apontou para o seu pau que estava um pouco mais duro.
Fiquei com mais vergonha do que estava.
- Fala a verdade – disse ele – Você quer não quer? Seja sincero – ele me alertou, com um tom sério no rosto.
Ai meu Deus, que tentação! E se eu dissesse? E se me declarasse? Será que teria o que queria? Muito improvável.
- Para com isso Tom – disse baixo – Por que você fica falando isso pra mim? Não tem sentido algum.
- Me anima – disse ele se aproximando e ficando sério – Me alegra... Por algum motivo, fazer você ficar desarmado diante de mim me diverte – disse ele e colocou a mão em meu ombro. Depois apertou levemente – Você é meu amigo. Sempre vai ser. Não importa nada o que aconteceu ou que irá acontecer. Você continuará a ser meu melhor amigo. Você sabe disso não é?
Ele parou de falar e ficou me olhando bem nos olhos (que clichê!) e eu retribuindo o olhar. Pra quem nunca teve essa experiência, visualize os olhos verdes de uma pessoa, se ela deixar, em um momento calmo e perceba como são lindos. Sua mão ainda estava em meu ombro e esquentava muito. Estávamos calados e olhando-nos: eu, ofegante, excitado e meio assustado com tudo. Ele, natural. Não resisti e tive que olhar para a boca dele. Estava levemente fechada em uma linha segura e rosada. Fina como deveria ser. Grossa como deveria ser. Perfeita como era.
Senti que ele percebeu o momento quando olhei pra ele e ele me olhava com um pequeno sorriso de canto se formando. Ainda a pouco seus olhos eram verdes e claros. Agora eram meio amarelados e misteriosos. A lua tinha saído de trás das nuvens e estava mais clara que nunca. Impossivelmente, senti que ele se aproximava, extremamente lento.
- Tom... – disse eu sentindo seu rosto se aproximar do meu e ele soltar meu ombro – Não... – cada palavra que eu dizia era seguida de um suspiro de prazer interno – Não faz isso...
Dez centímetros. Essa era a distância entre nossas bocas e não era eu quem estava me aproximando, era ele. Devagar, mas assustador. Nove centímetros. Oito. E quando ia chegar no sete ele desviou, mas bem pouco, o rosto. Ainda estava no caminho do meu corpo, mas sua boca se aproximava do meu pescoço. Eu sentia seus sopros involuntários na minha pele e podia ver seu pau bem mais duro. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo de verdade.
De repente pude sentir que ele abria um sorriso safado, mesmo sem poder ver sua boca.
- Seu safadinho... Você quer sim... – ele tinha me enganado? Não podia acreditar naquilo – Eu só quero que você possa ser feliz depois de tudo que você fez por mim – continuou – Mesmo que não possa dar o que você quer...
Ele beijou lentamente meu pescoço, sem movimentar os lábios. Apenas um selinho. Afastou seu rosto e viu o meu estado de êxtase depois daquilo. Ele sorriu ainda mais.
- Por favor – disse eu implorando – Não faz isso comigo.
- Não te preocupa, não vou te beijar – nossa, aquilo me desmoronou por dentro – Vou fazer outra coisa em troca – aquilo me animou consideravelmente.
Ele segurou minha cintura com as duas mãos e me deitou em seu travesseiro. Depois subiu em cima de mim e ficou na posição de engatinhar, mas logo sentou em minhas coxas.
- Está pronto? – ele perguntou.
Eu não consegui dar nenhuma resposta e acho que não demostrei nenhuma reação diferente.
- Agora! – disse ele e eu pude sentir.
Um formigamento muito forte percorreu todo meu tronco, fazendo meus braços se unirem as costelas. Ele fazia cócegas com vontade e eu dava gritos e sorrisos altos embaixo dele. Ele não parava. Tinha dedos habilidosos pra isso. Eu estava me desfazendo em suas mãos: me contorcia e gemia, gritava mais alto e passava a mão em seus braços tentando empurrá-los para longe de mim, mas não tinha forças no momento. Estava acabado. Alguns segundos depois ele parou de fazer aquilo. Eu estava ofegante ao extremo e ele levemente cansado. Me virei de lado pra ele, que ainda estava sentado em minhas coxas e tentei me apoiar na cama.
- E ai? – ele disse – Você gostou?
Olhei de canto de olho pra ele para dizer que não estava em condição de falar.
- Isso é pra você aprender a não esconder nada de mim – ele disse – Nem algo como isso.
- Eu não poderia falar isso com você – disse eu em meio aos suspiros rápidos – Você é homem e eu não aguentaria ouvir você dizer que me rejeitava...
- Eu nunca faria isso Dan...
- Eu sei...
Foi inevitável não lembrar. O primeiro sonho que eu tivera com Tomás, antes de “reencontrá-lo” na minha infância, antes de tudo acontecer...
FLASHBACK DO SONHO
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Estou submerso em um rio. Não, uma praia. Estou deitado sobre a areia e olho diretamente para a superfície. O movimento das ondas é calmo, parece que estou sozinho, afogado em um mar de constante pressão e sem oxigênio. Me senti assim por muito tempo da minha vida. De repente sinto uma pessoa em pé, logo acima de mim. Seus calcanhares estão encostados na minha cintura, um de cada lado, me prendendo para que eu não fuja. O som do mar que era calmo começa a se agitar com os movimentos feitos por mim, tentando sair. Duas mãos mergulham nas águas e agarram o meu pescoço em numa tentativa de me estrangular. Seguro suas mãos e tento, mas não consigo ver quem é. Ele me puxa para fora da água e me põe em pé a sua frente com as mãos ainda no meu pescoço e então vejo aquele rosto lindo que eu sempre admirei em segredo. Tomás.
- Garotos como você envergonham a raça dos homens, você deveria morrer!
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FIM DO FLASHBACK
(Caso não se lembre, essas foram as primeiras frases que eu escrevi no Capítulo Um)
Eu lembro perfeitamente desse sonho, de como era o movimento das águas e de como foi acordar depois no meio da noite sentindo uma sensação estranha, de ser rejeitado pelo seu melhor amigo.
- O que foi? – perguntou Tom.
- Acabei de me lembrar de um sonho que eu tive na noite em que nos reencontramos. Aquela noite que você levou Alicia pra minha casa.
- E o que esse sonho tem de importante?
- Você – depois de alguns segundos, percebi que ele me olhava com olhar safado – Quer dizer, um sonho em que você estava nele.
- Quer dizer que você andava sonhando comigo antes de me reencontrar?
- Não é isso... É que... – eu nem sabia me explicar.
- Você é especial... – ele disse – Especial pra mimPausa: pensei em você Niss)
- Você poderia dormir, eu queria descansar por que a noite hoje foi muito movimentada – disse eu tentando mudar de assunto.
- Só dormir? – ele perguntou com aquele sorriso no rosto.
- É Tom, só dormir.
- Ah... Assim você acaba com meus planos...
- Anda, sai – disse eu empurrando ele pro lado, mas ele não se mexeu. Era mais forte que eu.
Depois de ver que eu realmente queria dormir, ele se levantou de cima de mim e eu pude ver seu pau duro dentro da cueca. Ele andou em direção a porta e trancou-a, jogando a chave dentro da boxer que usava. Até pensei que quando ele fosse abrir um espaço pra colocar a chave, seu pau iria sair de lá rígido. Mas não aconteceu, acho que não estava “no ponto”.
- O que você está fazendo? – perguntei a ele.
- Desse quarto você não sai essa noite.
Oh Pai!
Continua...
E agora ein?