O Garoto Excluído Cap.11

Um conto erótico de gustavinho
Categoria: Homossexual
Contém 857 palavras
Data: 07/08/2015 04:36:23

Cap.11

Biel olhou pra mim com um olhar triste, um olhar sofrido.

- Algo horrível vai acontecer ! - falou, me assustando.

- O que vai acontecer ? - ele ficou em silêncio - fala, o que vai acontecer ?

- Ricardo... Ele... - respirou fundo.

- Não me diga que algo ruim vai acontecer com ele...

- Ele está com uma doença incurável... Júnior - doeu em mim ouvir aquilo. Ricardo era um amigo muito bom, alguém que não dava pra esquecer de forma alguma.

- Não...

- É sim... O médico deu 3 meses de vida pra ele, no máximo 4. A família dele já gastou um dinheirão, buscando achar um tratamento mas não tem, em lugar nenhum. O jeito é esperar a morte vir...

- Não, não pode ser ! - fiquei tão emocionado que uma lágrima escorreu.

- Ele não quer que mais ninguém saiba. Ele quer que todos pensem que está tudo bem, que nada vai acontecer. Assim ele não vai ter que sofrer com a pena que as outras pessoas vão sentir, ou o sofrimento adiantado.

- Entendo... - ele se virou e olhou pra mim.

- Você promete que não vai dizer nada a ninguém - foi tão rápido que eu me espantei.

- Prometo sim, prometo ! - ele estava muito abalado.

- Ele é um amigo muito importante pra mim, eu não quero que ele vá - falou, com a voz embargada.

- Não vamos nos lamentar agora - falei, tentando acalma-lo - temos que dar força a ele. Imagine o que ele está sentindo, sabendo que tem dia marcado pra morrer - ficamos abraçados por alguns minutos.

- É, você tem razão ! Temos que apoia-lo, ele precisa de nos - esboçou um sorriso típico daqueles que tanto me encantavam - aquele bobo. Nunca se declararia se eu não tivesse tentado os juntar - rimos juntos.

- O que será que eles estão fazendo nesse momento ?

NARRADO EM TERCEIRA PESSOA

Depois do cinema, os dois ficaram com vergonha de falar um com o outro. Estavam pensando um no outro a cada momento, mas faltava coragem pra mandar uma mensagem. Até que Lauro decidiu superar essa vergonha e mandou.

"- Oi

- Oi, tá tudo bem ?

- Melhor agora..."

Os dois calculavam bem, pensavam muito bem o que iriam escrever, com medo de causar má impressão. Mal sabiam que estavam apaixonados um pelo outro e não tinham coragem de assumir. Ricardo continuava enfrentando sua doença, que causava dores fortes e enrijecia seus músculos. Era esperada uma parada cardíaca, que seria provavelmente fulminante. O mesmo já havia pensado bastante sobre isso. E decidiu curtir os 90 dias que ainda lhe restavam. Seus país estavam tristes, se lamentando. Mas ele estava lá, tentando manter a felicidade para morrer em paz. Mas pensava que iria morrer com uma frustração. Morrer sem namorar. Pensava... Na escola, assim que os dois cruzaram o olhar no corredor, se observaram atentamente. Lauro estava com um olhar diferente. Parecia ligeiramente cabisbaixo. Se aproximou de Ricardo, e para a surpresa dele e de todos que estavam perto, deu um forte abraço no mesmo.

- Quero conversar com você.

- O-ok - dizia, nervoso.

NARRADO POR JUNIOR

Ainda não havia caído a ficha pra ele. Era impossível que alguém que mostrava ser tão saudável estivesse a beira da morte.

- Ainda não consigo crer - falava, tomando um sorvete de chocolate.

- Mas é a verdade !

- Parece tão surreal... Eu não... Consigo acreditar - Carlos tentava não mostrar a tristeza mas estava bem triste, com a iminente perda do amigo.

- Sabe... Já tenho pensado nisso a dias, e a cada dia fico pior. Queria parar de pensar nisso.

- Poxa amor... Eu queria poder te ajudar ! - os dois continuavam tão cúmplices quanto antes.

- Você pode...

- Como ?

- Toparia dormir lá em casa hoje ? A gente pode ver filmes, comer besteiras. Ao menos estar com você me faria esquecer um pouco disso - Júnior via o quanto ele estava realmente sofrendo com a morte do amigo. Sabia que seria bombardeado de perguntas quando chegasse em casa, mas como sua mãe conhecia Carlos e sabia aonde ele morava não teria bronca.

- Tá bom Carlos, eu vou pra sua casa, a gente faz um monte de coisas legais e se diverte - ele sorriu.

- Valeu...

NARRADO EM TERCEIRA PESSOA

Enquanto o casal JuCa tomava sorvete, Ricardo e Lauro se sentavam no mesmo jardim aonde Carlos falou com Júnior meses atrás.

- O que foi aquilo no corredor ? - perguntou Ricardo, ainda atônito depois de ter recebido um abraço daquele que era seu sonho de consumo.

- Eh... - pela primeira vez Lauro demostrava nervosismo - eu não consigo explicar - falou, vermelho.

- Eu gostei muito do seu abraço.

- Gostou ?

- Gostei... - os dois sorriram um pro outro. Tinham tanta vergonha que não conseguiam dizer o que sentiam um pelo outro.

- Eu também... Na verdade sempre quis fazer isso...

- Sério ?

- Eh... Ricardo - Lauro novamente olhou para o seu sonho de consumo. Foi quando decidiu dizer o que queria em um ato. Um beijo.

NARRADO POR JUNIOR

O quarto de Carlos era sempre bem arrumado. Nunca soube se ele arrumava ou alguém arrumava. Mas estava arrumado.

- Que bom que você veio, ao menos não vou me sentir sozinho essa noite - disse Carlos.

- Você sabe que sempre pode... - parei de falar quando vi aquilo. O corpo de Carlos...

Continua

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E ai

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Comentários

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Amei, garoto!

Você bem que podia achar uma cura para o Ricardo. Afinal, o amor tudo cura. BJS.

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Amei. Queria que o ric fosse curado e nao morresse. Que triste.

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Nossa que horrível tomara que ele não morra, e o que tem o corpo do Carlos meu Deus :)

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