Dois meses se passaram, Edu e Dan se aproximavam cada vez mais e estavam muito amigos. E a exatamente dois meses Edu não sonhava mais com Kaio.
Acabou de acordar contrariado.
Marcy (apelido carinhoso de Marcia) estava cuidando de Mari, Edu pediu para ela ser babá de Mari e ela adora a menina, não foi tão difícil aceitar.
Marcy: Qual o problema? Ela está no quarto pode falar.
Edu: A mesma coisa, ao invés do Kaio aparecer no meu sonho, Dan quem veio! Eu não entendo.
Marcy: Você é um idiota!
Edu: Lá vem você de novo!
Marcy: É óbvio que você está sentindo algo por ele, até que enfim depois de dois anos alguém conseguiu atingir seu coração!
Edu levantou e virou de costas. - Eu não posso! Não estou, Só amo uma pessoa.
Marcy: Edu, vem aqui.
Abraçou o amigo.
Marcy: Você não pode se culpar desse jeito, você tem que pensar que uma hora iria seguir em frente mesmo Edu, tenho certeza que onde quer que o Kaio esteja, ele vai estar feliz por você!
Edu senta com as mãos na cabeça. - Eu não sei... Eu...
Marcy: Você está sentindo algo por ele...
Edu: Você entende que acima de tudo ele me ver como amigo e é hétero!
Marcy: Aí sim é um problema! Edu este tempo todo você nunca se envolveu, nem sentiu nada por ninguém e de repente a primeira pessoa que toca seu coração ser logo um hétero!
Edu: Ele já foi até casado!
Marcy: Como você deixou isso acontecer?
Edu: E você acha que foi proposital? Eu não queria... - Edu levantou. - E não quero!
Marcy: Mas ninguém manda nos sentimentos quanto a isso!
Edu: E ele me ver como seu melhor amigo, estamos muito próximos e me sinto mal porque ele sempre me procura para conversar sabe... Para sair, ou não sei... E... Eu tenho que vê-lo todo dia, ouvi-lo...
Marcy abraçou Edu, quanto tocam na porta, era um dia de sábado e Edu vai abrir, estava usando apenas um short de eslástico.
Dan estava na porta. - Oi?
Edu: Ah, oi Dan?
Dan: Hoje não tenho trabalho e meus filhos estão com a mãe, então vim te ver!
Mari grita: Tio Daaannn...
Se joga nos braços dele.
Mari já estava muito apegada a Dan.
Marcy olha para Edu com uma cara de "você está ferrado".
Edu não conseguia disfarçar até na forma de olhar para Dan.
Edu: Você quer tomar algo?
Dan: Não tomei café da manhã ainda!
Edu: Vou fazer algo para a gente então, acabei de acordar!
Marcy: Vou com a Mari para a fisio...
Edu: Ok.
Pegou Mari e beijou. - Tchal minha linda!
Mari: Tchal papai.
Saíram...
Edu foi para a cozinha junto a Dan.
Dan: Como você está com relação a Kaio?
Edu andava se abrindo com Dan.
Edu: Sinto ele distante, antes sentia ele mais forte dentro de mim!
Edu colocou café em uma caneca para ele e em outra para Dan.
Dan: E você acha que isso é porque?
Edu: Não sei mas sofro com isso! E você? Alguma novidade?
Dan: Acho que finalmente vou seguir em frente! Entrou uma enfermeira no hospital que achei bem linda, andei conversando com ela e a gente vai sair!
Edu: Sério?
Dan: Sim.
Edu: Que bom para você!
Edu ficou sério, se sentia mal.
Edu foi pegar torradas no armário, bateu na caneca que caiu derramando café quente em sua perna.
Edu: Aiiii...
Dan: Oh meu Deus, espera!
Dan correu para a pia, molhou um pano e foi passar na perda de Edu.
Dan: Nossa ficou muito vermelho, talvez nasça bolhas!
Edu fazia careta, o café havia molhado mais sua coxa esquerda e era nela que Dan passava o pano.
Dan: Está ardendo?
Edu: Muito, mas o pano molhado aliviou um pouco! Era só o que me faltava, como vou usar calça?
Dan olhava para o rosto de Edu e o mesmo subiu o rosto dando de cara com os olhos mel de Dan.
Edu ficou desconsertado. - Me ajuda a ir ao quarto?
Dan: Sim.
Edu passou o braço no pescoço de Dan e foi sendo levado ao quarto...
Ele o deitou na cama.
Dan: Olha, vou a farmárcia comprar uma pomada para queimadura para você tá!
Edu: É bom ter um amigo médico, você ganha consultas de graça!
Dan: Ah, não está sentindo dor, já está engraçadinho assim!
Dan saiu e Edu ficou só, colocou as mãos na cabeça, estava completamente confuso! Dan era bom, lindo, sério... Um homem perfeito, era impossivel não sentir nada por ele! Mas era hétero.
Em pouco tempo Dan voltou com a sacolinha da farmácia em mãos.
Dan: Demorei?
Edu: Nadinha!
Dan: Está bem vermelho, com certeza vai pipocar!
Dan abriu a sacola e pegou a caixinha da pomada, abriu, espremeu no dedo e foi passar na coxa de Edu...
Enquanto passava Edu olhava o rosto perfeito de Dan, baixou a cabeça e virou olhando a foto de Kaio no criado mudo.
Edu virou o rosto...
Dan: Algum problema?
Edu: Senti um aperto no peito de repente. Um pressentimento ruim!
Dan: Nada vai acontecer tá? Eu estou aqui agora!
Edu olhou no rosto de Dan lembrando do sonho que ele falava exatamente a mesma coisa!
Dan: Amigos são para essas coisas!
Edu suspirou. - Sim, amigos... Bons amigos!
Dan: Com certeza!
Edu: Me fala mais da enfermeira.
Dan: Ela é morena, alta e linda. Mas acima de tudo é bem legal, séria, a mulher perfeita!
Edu: Olha, que forte!
Dan: Bem, vamos sair hoje a noite, vim te falar isso!
Edu: Legal.
Dan: Sim, espero superar a traição da minha ex mulher e seguir em frente!
Edu: Espero que consiga, eu sei que não vou conseguir superar o Kaio.
Edu falava com muita certeza, pois a única luz que via era o Dan, ele era a pessoa com quem possivelmente Edu conseguiria superar a morte de Kaio, mas não ia rolar!
Dan: Não fala isso, você pode conhecer uma pessoa legal!
Edu: Não.
O tempo passou, naquela noite Edu sentiu uma tristeza enorme e depois de muitos dias finalmente naquela noite sonhou com Kaio.
Edu: Porque se distânciou de mim?
Kaio: Você estava seguindo em frente, estava tão feliz por você, tão orgulhoso!
Edu: Sério?
Kaio: Sim, eu estava lá, ví vocês se beijando.
Edu: Aquele arrepio que senti, achei tão familiar...
Kaio abraçou Edu. - Eu te amo, espero que seja muito feliz Eduardo, siga em frente por mim.
Kaio beijou Edu e ele acordou.
Já era dia...
Edu beijou a foto dele e levantou.
Marcy: A perna está melhor?
Edu: Sim.
A campainha toca e Edu já imagina que seja Dan para falar do encontro...
Dan entra. - E a perna?
Edu: Está melhor, você é um ótimo médico!
Os dois foram para a cozinha...
Edu: E o encontro?
Dan: Foi ótimo, ela é maravilhosa!
Edu: Que bom.
Dan: A gente transou...
Edu: Já? Então já andam com isso a um tempo.
Dan: Sim.
Edu: Ela aceitou logo no primeiro encontro?
Dan: Rolou...
Edu: Que bom para você!
Edu sentou, havia tristeza no seu olhar.
Dan: O que foi?
Edu: Sonhei com o Kaio...
Dan: Voltou a ter os sonhos?
Edu: Sim.
Dan: Edu cara você tem que seguir em frente, tem que deixar o Kaio descansar em paz, ele está morto!
Edu olhou para Dan, ele nunca havia falado assim. - Você acha que é fácil?
Dan: Não, mas você nem tenta! Ele morreu, não vai mais voltar! Já faz dois anos cara, segue com sua vida, encontre uma pessoa legal!
Edu: Vem cá, qual é o seu problema? Porque está falando assim? O que há com você?
Dan: Só parei de ver a vida como coitadinho, temos que enfrentá-la e querer viver, só assim conseguimos algo! Agora que estou com uma pessoa novamente passei a ver tudo diferente!
Edu: Que bom para você, mas eu vejo tudo igual e se você evoluiu tanto e está tão feliz, não vai querer continuar amigo de um cara triste e deprimido como eu!
Dan: Eu não disse isso!
Edu: Não precisa, seu jeito impaciente já me disse, você fala do seu encontro feliz, eu falo da minha vida triste e você explode de impaciência!
Edu sentou e escorou os cotovelos no balcão com as mãos na cabeça olhando para baixo.
Dan: O que foi?
Edu: Isso não vai dar certo!
Dan: Edu, você é um dos melhores amigos que já tive na vida.
Edu: Eu quero ficar só, vou pensar um pouco, depois a gente se fala.
Dan saiu com ar de preocupação.
Marcy entra na cozinha. - O que houve?
Edu: Ele está de rolo com uma enfermeira, finalmente seguiu em frente!
Marcy: Nossa!
Edu: Eu acho que vou acabar logo com isso, vou me afastar dele.
Marcy ficou calada, parece que em uma situação dessas é realmente o melhor a se fazer, para não sofrer mais, pois Dan estava com outra pessoa.
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