O ACOMPANHANTE - Parte VIII
Enquanto a bela negra ressonava nua, ao meu lado, resolvi ir pegar minhas roupas. Deviam estar estendidas no varal. Magda havia dito, antes de sair, que as botara para secar, pois lavara o sangue e a areia que as sujavam. Eu estava agradecido por a taxista haver me socorrido até descobrir que a facada que levei fazia parte de um plano para me arrancar informação sobre o paradeiro da loira Márcia. Tudo indicava que ela tinha a posse de uma agenda muito cobiçada naqueles dias. Encontrei minhas vestes estendidas. Mas estavam tão molhadas que cheguei à conclusão de que a taxista as havia lavado novamente pouco antes de sair. Claro, ela queria retardar minha saída do apartamento dela o máximo possível.
Vesti as roupas pingando água. Estava disposto a ir embora antes que ela voltasse da corrida que disse ter contratado. Acordei a negra e pedi para que se vestisse pois iríamos embora. Ela se atirou em meus braços, agradecida de partirmos dali. Desta vez não fiquei excitado. Pedi um pouco de pressa a ela, pois temia que a taxista voltasse de repente. Recolhi todos os meus pertences e chamei um táxi do meu celular. Eu havia encontrado uma conta de luz encima da mesinha de telefone de Magda e foi fácil dar o endereço ao motorista. Mesmo minha roupa estando molhada, a negra não descolou de mim durante todo o trajeto até meu apartamento. Parei em um caixa eletrônico 24 horas e retirei algum dinheiro. Quando cheguei à portaria do meu prédio, não havia porteiro. Estranhei, pois nunca a portaria ficava desguarnecida àquela hora do dia. Apertei a campainha sobre o balcão e ninguém veio atender. Foi quando ouvimos gemidos sufocados vindos debaixo do móvel.
A negra, que vestia uma minissaia deixando à mostra suas belas e grossas pernas, foi a primeira a acudir. Arrodeou o balcão e encontrou o porteiro amarrado e amordaçado embaixo dele. Tirou a mordaça do rapaz enquanto eu o soltava das amarras dos pés e das mãos. Ele tossiu demoradamente, recuperando o fôlego, antes de nos contar o que lhe havia acontecido: três caras o ameaçaram até que desse a cópia das chaves do meu apartamento. Imaginei logo ter sido os mesmos que me esfaquearam e levaram meu carro. Devem ter percebido que as tais chaves não estavam no molho que levaram de mim. Mas como saberiam meu endereço? Essa pergunta feita a mim mesmo me deixou cada vez mais encucado. Pedi que o porteiro liberto chamasse a polícia e contasse o ocorrido. Em seguida, subi com a negra ao meu apartamento.
Encontrei-o totalmente revirado. Os forros dos sofás estavam todos rasgados a faca. Meu colchão da cama, também. A negra esbugalhou os olhos, espantada com tamanha destruição. Abraçou-se a mim, como se quisesse me reconfortar. Beijei-a ternamente na boca. Ela correspondeu ao beijo com sofreguidão. Quando terminou o beijo, ela disse que me amava. Não dei muita importância à sua declaração de amor. Não conseguia imaginar alguém se apaixonando por outro por pena. E era o que ela demonstrava sentir por mim naquele momento. Fiz-lhe um afago no rosto e depois percorri o apartamento avaliando os prejuízos. Nada que eu não pudesse repor. Ela me acompanhava por cada aposento. Só então parei e fiz a pergunta:
- Como é teu nome? Desculpa, mas só agora lembrei de perguntar.
Ela sussurrou em meu ouvido, fazendo-me ter um gostoso arrepio:
- Nuella - disse tocando com a língua em minha orelha - mas todos me chamam de Nua. Acho que devido à minha doença, que me faz querer trepar a todo instante.
- Mas que doença é essa, Nuella? - perguntei sem entender - Ela tem cura?
- Acho que sim - respondeu baixando tristemente a cabeça - Fui sequestrada logo após ter feito os primeiros exames. Não sei por que, meu marido nunca pagou o resgate que pediram para me soltar. Acredito que ele se sentia pressionado por minha fome insaciável de sexo. Vivia fugindo de fazer amor comigo.
- E quanto tempo faz que você foi sequestrada? - inqueri.
- Acho que já faz uns seis meses - respondeu choramingando.
Abracei-me carinhosamente a ela. Acariciei seus cabelos crespos, cortados num formato redondo, como a antiga moda Black Power. Olhei para o seu rosto. Era realmente lindo. Nunca eu vira tanta beleza numa negra. Seu corpo também era perfeito. Nenhuma celulite exposta. Nem carne demais nem de menos. Ela percebeu que eu a estava avaliando e tirou toda a roupa. Fê-lo devagar, para que eu me excitasse com o seu striptease. Em seguida, tratou de tirar as minhas roupas ainda ensopadas.
Meu pau ainda estava flácido, mas ela acariciou-o com suas mãos suaves e quentes. Ele não demorou a dar sinais de vida. Ela gemia baixinho, de tesão, à medida em que ele ia crescendo. Levou-o aos lábios, brincou com ele passando-o pelo pescoço, pelos biquinhos dos seios, pela barriguinha pouco pronunciada, até levantar-se e aponta-lo para a sua vulva. Beijou-me voluptuosamente a boca enquanto se encaixava nele. A quentura da sua gruta quase me fez ejacular. Afastei os pensamentos libidinosos mesmo apalpando seus seios duríssimos. Fez um movimento brusco e enlaçou com as pernas a minha cintura. Encostei-a contra a parede, ficando numa posição mais confortável, apesar de estar em pé. Ela terminou de encaixar-se totalmente em mim, fazendo os movimentos de cópula. Deixei que tomasse as rédeas do coito. Pouco depois, ela estremecia o corpo todo em frenesi, tendo o primeiro orgasmo. Outros se seguiram, até que senti seu líquido quente derramar-se com profusão em meu púbis. Então, ela deu um urro de prazer e agarrou-se fortemente a mim. Estava toda trêmula. Eu, no entanto, não consegui gozar. Mesmo forçando, era como se eu não tivesse mais esperma. Senti a cabeça rodar e por pouco não caímos os dois no chão do apartamento.
Ficamos deitados, juntinhos, até passar um pouco a vertigem que eu sentia. Decerto estava fraco por conta da perda de sangue e das várias gozadas. Ela não percebeu que eu estava passando mal, pois tinha os olhos fechados. Suas mãos me acariciavam o peito e o rosto, como se estivesse agradecida por mais uma foda. Aí, bateram à porta do meu apartamento.
Fim da Oitava Parte