Dias se passaram, Edu fazia de tudo para não se encontrar com Dan...
Certo dia...
Edu está na cozinha, a campainha toca e Marcy vai atender.
Marcy: Ah oi Dan?
Dan: Vim falar com o Edu!
Marcy: Ele não está!
Edu sai da cozinha aparecendo pela porta, sem saber que Dan estava alí...
Dan: Não?
Marcy estava de costas e virou para olhar para onde Dan olhava e viu Edu parado alí...
Marcy: Bem, vou deixá-los conversando!
Saiu sem graça.
Dan: Como está? Anda me evitando e faz tempo que não nos falamos!
Edu: Eu? Eu não ando evitando ninguém, só estou com muito trabalho...
Dan: Ah por favor Edu, seja franco comigo, não me subestime, acha que sou trouxa?
Edu suspirou.
Dan: Agora só resta me falar o porque disso tudo! Foi só porque falei aquelas coisas aquele dia?
Edu: Sim... é que, percebo você diferente, éramos unidos pela tristeza, compartilhavamos melancolias, mas agora você está feliz, não vai me querer por perto!
Edu falou apenas meia verdade, não queria também dizer que sentia algo por ele.
Dan: Pois não quero perder sua amizade e não vou deixar de ser seu amigo porque agora estou namorando!
Edu: Vocês estão namorando?
Dan: Sim.
Edu: Estou feliz por você!
Dan: Ficamos então igual a antes?
Edu: Sim. - Sorriu forçado.
Apartir daquele dia ele foi forçado a conviver com Dan, continuar sendo amigo dele e o ouvir falando da Paula, a enfermeira e agora atual namorada.
Edu estava muito mal, no momento estava sonhando com Dan e queria ao menos encontrar Kaio em seus sonhos para ele o consolar. Pior, nos seus sonhos encontrava Dan, um Dan que se declarava e o beijava, acariciava... Isso o deixava mais apaixonado e pior.
Mais um dia ele acorda...
Marcy: Oh Deus, você está um caco!
Edu: Sim.
Marcy: Tudo na mesma?
Edu: Pior!
Naquele mesmo dia...
Era um fim de semana, Edu estava mal, sua cabeça doía, não tinha o minimo apetite e estava muito impaciente.
A campainha toca e Dan entra pela porta.
Edu: Oi?
Dan: Você está como se houvesse passado a noite acordado!
Edu: E passei!
Dan: Qual o problema?
Edu: Nada!
Dan: Onde estão as garotas?
Edu: No quarto...
Dan: Hum.
Edu: Vamos beber algo!
Edu foi a cozinha com Dan...
Dan: Cara a Paula é demais, não sei nem como explicar...
Edu fez cara de impaciente.
Dan: Tá acontecendo algo?
Edu: Só dor de cabeça mesmo, passei a noite em claro!
Dan: Sabe hoje a gente vai sair novamente!
Edu: Que bom!
Dan: Nossa, estou muito feliz...
Edu parou um pouco.
Dan: O que foi?
Edu: Não dá, eu não consigo!
Dan: Oi?
Edu: A alguns dias você explodiu por eu ser triste, mas agora eu que vou explodir por você ser muito feliz!
Dan: Como é?
Edu: Não aguento mais você me contando sobre Paula, como está feliz, como ela é maravilhosa...
Dan: Como pode dizer isso? Eu sou seu amigo, você deveria estar feliz por mim!
Edu: Isso não vai dar certo, por isso eu estava fugindo de você!
Dan: Você está com inveja por eu ter seguido em frente? É isso?
Edu: Claro que não!
Dan: Então o que é?
Edu: Você não entenderia!
Dan: É inveja sim!
Edu: É ciúmes tá legal?
Dan: Ciúmes?
Edu suspirou. - Eu não tenho mais nada a perder mesmo... Eu me apaixonei por você! A meses ao invés de sonhar com Kaio, sonho com você. Não sei como aconteceu, tentei evitar o máximo e quando percebi que tinha me apaixonado tentei me afastar de você, mas você não deixava...
Dan colocou a mão na cabeça e a desceu pelo rosto. - Oh meu Deus!
Edu: Eu entendo que você é hétero e está namorando uma garota maravilhosa, não se preocupe, eu vou saber lidar com meus sentimentos sozinho, agora por favor sai!
Dan nada disse apenas olhou para Edu.
Edu: Sai, não quero falar sobre isso, por favor sai... - Falou segurando a porta aberta.
Dan saiu.
Edu fechou a porta e suspirou pesadamente, Marcy saiu do quarto com cara de chocada.
Edu: Não me fala nada pelo amor de Deus, ok?
Edu foi para o quarto e tomou um calmante.
A noite Edu e Marcy estavam assistindo, Mari estava no quarto.
Edu: Cadê minha princesa?
Marcy: No quarto!
Edu: Hum. E como ela está com relação a gripe?
A alguns dias Mari estava gripada...
Marcy: Estou medicando ela direitinho!
Edu: Vou vê-la!
Edu foi até o quarto da filha, se aproximou da cama e foi dar um beijo na sua testa, foi aí que se deu conta que a menina estava ardendo em febre...
Edu: Marcy corre aqui!
Marcy foi até lá.
Edu: Mariana está ardendo em febre!
Marcy pegou em sua testa. - Está muito quente!
Edu começou a andar de um lado para o outro. - O que eu faço agora?
Marcy: Ela se queixava de dor na garganta, mas eu estava dando os remédios pontualmente!
Edu: Pelo visto não fez efeito!
Marcy: Ela está piorando!
Mariana estava tremendo.
Edu: Vou ligar para o Danilo!
Marcy: Depois de tudo?
Edu: Não me importa, a saúde da minha filha é mais importante que meu orgulho! Ele é o único médico que conheço!
Edu ligou, andava de um lado para o outro enquanto chamava. Nada de Dan atender.
Tornou a ligar. Novamente nada...
Edu: Ele não vai atender!
Marcy: Continua tentando!
Edu ligou mais uma vez...
Dan: Oi?
Edu: Danilo?
Dan: O que foi? Você parece preocupado...
Edu: Minha filha!
Dan: O que houve?
Edu: Corre pra cá, pelo amor de Deus!
Dan: Mas porque?
Edu: Aqui eu te explico, não perde tempo!
Dan: Tá, estou indo!
Edu desligou... - E se for algo grave Marcy?
Marcy: Não vai ser!
Com um tempo a campainha tocou, Edu foi abrir a porta...
Dan entrou e Edu o abraçou forte...
Dan: Então? O que houve?
Uma mulher entrou junto a ele e Edu entendeu ser a enfermeira, estavam em um encontro!
Edu: A dias ela sentiu dor na garganta, consultei e o pediatra disse ser uma gripe, me passou remédios e pronto. Mas não deu certo, parece que não resolveu...
Edu levou ele ao quarto.
Dan foi até a cama. - Temos que baixar esta febre!
Dan pediu para Edu pegar uma vasilha com água e um paninho e mandou Marcy ir na farmárcia comprar alguns medicamentos.
Dan levantou. - Paula, se quiser pode ir, eu vou passar a noite aqui!
Paula: Mesmo?
Dan: Sim, claro que sim!
Paula: Ok então, a gente se ver no hospital!
Se beijaram.
Edu ficou meio sem graça, se despediu dela e ela se foi.
Edu: Desculpa, acabei com sua noite, mas só conhecia você de médico e não queria levar ela a um hospital...
Edu falava sem parar.
Dan: Hey, calma! Eu poderia estar com o Papa, mas viria deixaria e viria! - Abraçou Edu. - Você tem que ter calma! Vai dá tudo certo!
Edu deitou a cabeça no ombro de Dan.
Marcy chegou com as coisas, Dan e Edu passaram a noite cuidando de Mari para a febre baixar.
De madrugada...
A febre já tinha baixado, Edu estava esgotado em uma poltrona no quarto, havia dormido e Mariana também dormia, Marcy dormia no sofá na sala.
Dan via Edu dormir, era o único acordado... O admivara, achava Edu uma pessoa maravilhosa, que luta com a vida, passou por coisas difíceis mas luta para criar Mariana...
Se aproximou da poltrona, passava a mão no seu rosto, tirava seu cabelo dos olhos... Ele estranhava sentir vontade de fazer carinho assim nele, mas não resistiu.
Mari: Papai?
Dan se aproximou. - Oi querida? Acordou?
Mari: Minha garganta dói.
Mari estava muito rouca.
Dan: Preciso olhar sua garganta.
Dan pediu para ela abrir a boca e colocar a língua para fora...
Dan: Já imagino o que seja, tenho que fazer alguns exames agora.
Dan medicou Mari. - Agora durma, ok? Amanhã a gente vai fazer exames.
Com um tempo Mariana dormiu, Dan pegou um cobertor e foi cobrir Edu, mas ele teve um susto e acordou de repente...
Dan: Ei, calma! Sou eu.
Edu pegou na mão dele. - Como ela está?
Dan: Está dormindo, a febre já baixou!
Edu: Graças a Deus!
Dan: Amanhã vou fazer exames.
Edu: Você acha que é algo grave?
Dan: Não. Fica calmo!
Edu levantou e saiu do quarto junto a Dan, ficaram no corredor, Edu estava com os braços cruzados. - Não sei se resistiria a mais uma perda!
Dan: Nada de mal vai acontecer, eu não vou deixar!
Edu baixou o rosto. - Me desculpa por hoje cedo tá? Eu só não consegui evitar me apaixonar!
Dan colocou a mão nos olhos...
Edu: E eu aqui te espantando de novo, depois de tudo que você fez por minha filha... Eu sou mesmo um idiota! Desculpa.
Dan: Não vamos mais tocar neste assunto tá?
Edu: Não se preocupe, eu não vou mais falar... - Suspirou.
Dan: O que foi?
Edu: Senti um arrepiu.
Dan: Olha Edu, só quero que saiba que eu não sou gay.
Edu: Eu sei.
Edu virou as costas e se dirigiu a seu quarto...
Dan: Para onde vai?
Edu: Preciso ficar um pouco só.
Edu se trancou no quarto e abraçou a foto de Kaio pedindo forças. Forças para não desabar alí na frente de Dan.
Com um tempo saiu do quarto, Dan estava em pé, com um pé na parede e os braços cruzados.
Edu passou, foi ao quarto de Mari.
Mari: Papai, deita aqui comigo?
Falou rouca.
Edu foi até a cama e deitou abraçado a Mari. - Filha o que me faz ser forte e não cometer uma besteira é você, não existe ninguém mais que me prende a este mundo, nenhum amor, a única pessoa que me correspondia está morta... Só você, é por você que eu ainda vivo porque você também só tem a mim.
Edu falava enquanto Mari dormia em seu braço, serena e doce. Enquanto isso Dan assistia tudo da porta, ouvia cada palavra de dor que Edu pronunciava.
Saiu devagar sem ele ver e suspirou pesadamente enquanto um arrepio percorria por todo o seu corpo.
∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵
Obrigado pelos comment's.
Beijão.