Os últimos meses de convivência entre meus pais antes da separação foram recheados de tensão. Eu não entendia ao certo o que estava acontecendo, mas era algo ligado a uma pequena empresa em que meu pai era sócio e que estava envolvida em contrabando. A coisa piorou muito quando o pai de uma garota (vizinha nossa) acusou meu pai de assediar a novinha e o ameaçou, disse que não levaria o caso para a polícia, ia resolver do modo dele. No entanto, não chegou a cumprir a ameaça, uma semana depois ele voltava do trabalho, parou com o carro em um semáforo e segundo uma testemunha, ele foi abordado por dois caras em uma moto (provavelmente assaltantes). Quando ele tentou arrancar com o carro, o garupa atirou duas vezes na cabeça do homem que morreu ali mesmo.
Claro que a polícia ficou sabendo sobre a treta que o falecido teve com meu pai, o intimaram a depor na delegacia. Ele foi liberado, já que no momento do crime ele estava em outro local muito distante rodeado por muitas pessoas que comemoravam o aniversário de um amigo em um bar no centro de São Paulo. Também não conseguiram ligar meu pai aos bandidos que nunca foram localizados, e nem a moto.
O assédio a novinha (vou chamá-la de Anita) e suspeita de pedofilia ficou no vazio. A menina continuou negando que ele a tivesse assediado e jurava que nunca houve nada entre eles.
Eu sabia que ela não falava a verdade e escondia algo podre. Quando estava com minha turminha, sempre ouvia conversinhas que rolavam sobre a garotinha. Aquela carinha de santinha, bobinha e infantil, não passava de fachada. Na verdade, ela era a alegria dos tiozinhos da rua, vendia seu corpinho de menina aos senhores casados (ou não) em troca de míseros trocados, sorvetes e bijuterias.
Desde o momento que a conheci, suspeitei que ela não tivesse apenas sorte, pois frequentemente ela chegava correndo e toda feliz dizendo que achou dinheiro na rua ou que ganhou um sorvete ou algo de alguém em uma bomboniere.
Eu só percebi que o meu pai também pegava a novinha, poucos dias antes da discussão que o pai dela teve com o meu. Foi em uma tarde de quinta-feira em que voltei mais cedo do colégio. Teve prova na penúltima aula e quem acabava podia ir embora, já que não teria a última. Voltei rapidão pra casa, pois minha mãe provavelmente estaria na academia, assim ela tem feito ultimamente nas tardes das quintas-feiras.
Meu pai costuma vir mais cedo nestes dias, é um dos poucos momentos em que podemos ficar juntos sem ter que fazer tudo rapidinho.
Assim que entrei pelo portão de casa, assustei-me com a garota que estava saindo pela porta da sala. Quando a interpelei sobre o que fazia na minha casa, ela contou novamente uma história de dinheiro achado na rua e que veio me chamar pra ir à sorveteria com ela.
Mesmo eu dizendo que ela sabe que neste horário eu não estou em casa, ela conseguia justificar sua presença ali. Deus, a garota era demoníaca, conseguia se sair bem manipulando as pessoas com argumentos convincentes ao mesmo tempo em que se fazia de bobinha.
Assustada com aquela criatura que estava à minha frente e com um terrível mau humor por começar a imaginar o que ela acabara de fazer na companhia do safado do meu pai, recusei o convite da sorveteria e entrei em casa emputecida.
Eu não queria acreditar que o meu pai estivesse pegando aquela biscatinha. Correndo nervosa pelas escadas cheguei ao piso superior. A porta do quarto dos meus pais estava aberta e conseguia ouvir o barulho da ducha enquanto vistoriava o cômodo. Quando visualizei a cama ainda arrumada e as roupas do homem jogadas no chão ao lado do pequeno sofá tive a certeza que ele transou com a Anita ali, pois ele faz o mesmo comigo pra não deixar marcas na cama em que ele dorme com minha mãe.
Senti um misto de ódio e tesão ao imaginar a vadiazinha de franguinho assado naquele sofá e meu pai ofegante enquanto bombava na boceta dela. Fiquei possuída e, mesmo querendo matá-lo, o desejei como nunca. Despi-me e fui para o banho ali na suíte do casal.
Meu pai até estremeceu de susto quando adentrei peladinha pela porta do banho que estava aberta.
— Oi! Posso tomar banho com você? Perguntei já entrando no box.
Ele murmurou várias coisas tipo: quando foi que eu cheguei; por que cheguei tão cedo, etc.
Não dei respostas concretas e agachei-me e fui com as mãos em seu membro. Ele tentou evitar dizendo que não e que minha mãe chegaria logo. O safado só aumentava meu tesão ao lembrar-me do perigo, queria ele agora e a chance de ser flagrada era combustível para minha libido.
Ele gemeu altão quando segurei em seu sexo e movi a pele para baixo e abocanhei seu membro molhado pela água do chuveiro. Tolamente imaginei que os gemidos fossem de prazer, então continuei chupando não me importando com suas recusas e ais.
Não consegui fazer o bicho endurecer apesar de todo o meu desempenho. Continuei massageando aquela coisa murcha, porém ele grosseiramente me afastou. Falou que seu pênis estava machucado. Eu havia percebido marcas avermelhadas que pareciam irritação de pele, logo abaixo da glande. Perguntei o que era. Ele odeia se explicar, disse que não sabia e que apareceu do nada. Ainda se mostrou muito irritado.
Levantei o encarando, colei meu corpinho no dele:
— Você não me quer? Não sou mais sua princesa? Indaguei com carinha de decepção.
— Eu te quero muito anjinho. O papai não está bem hoje e sua mãe vai chegar logo. Vai por uma roupa, por favor! Vai!
Filho da puta, ele deve ter se pegado por horas com aquela putinha, aquelas marcas são de pinto esfolado por algum buraquinho apertado. Já vi seu pênis assim antes, foi no início de nossas relações.
Não falei nada, sai chutando tudo no caminho até o meu quarto. Ah! Estava possessa de raiva e isto não iria ficar assim. Tranquei-me no quarto e sem hesitar liguei para o meu avô e contei tudo o que sabia sobre o meu pai e a Anita, e até aumentei um pouco. Meu avô prometeu que não me envolveria na história. Ele ligou meu pai ao suposto assalto e morte do pai da garota e somado aos outros fatos que pesavam contra papai, era a deixa pra ele o encurralar.
Meu avô nunca gostou do genro, foi contra o casamento desde o início. Ele aproveitou este momento e todos os indícios que pesavam contra meu pai, para afastá-lo de nossas vidas.
No dia seguinte acordei mais calma, arrependi-me por ter agido por impulso quando a raiva me invadiu, contudo, não voltaria atrás, estava feito e fim de papo.
Por fim, meu pai teve que fugir estrategicamente para o México, meu avô mesmo estando na reserva, ainda usou seu poder de coronel dando duas escolhas ao meu pai (ou sai do país e não volta mais, ou vai pra cadeia). Sorte dele que meu avô nunca suspeitou do envolvimento que meu pai tinha comigo, ou teria uma terceira opção: Amigos do meu avô dariam um perdido nele (e para sempre). Isto eu não permitiria, ele ainda é meu pai.
Aqueles foram os últimos dias dele no Brasil. Ficou anos no “exílio” e reapareceu apenas agora, escondido, apenas de passagem, cheio de grana e segredos.
Beijos queridos amigos, até a próxima!
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