Cap.4 (FINAL)
TRILHA SONORA : IRIS - GOO GOO DOLLS
Quando ele parou de fazer aquilo... Eu não soube nem o que falar.
- O Que... O que significa isso ? - sorriu, olhando pra mim.
- Uma coisa que eu estava com vontade de fazer desde o Rio.
- Mas...
- Isso é pra que você entenda. Mesmo sendo comissário, existem pessoas que podem querer te conhecer - estava tipo minha avô quando vê (ou diz que vê) visagem. Super assustado, ou seria nervoso ?
- Você não quer brincar comigo não né ? Não é casado ? Não tem família no Brasil ?
- Família eu tenho, mas não sou casado. Assim como você, eu espero alguém legal aparecer. Pode ser que seja você.
- Eu ? Tem certeza ?
- Sim, você ! - falou, sorrindo novamente - sabe, eu não costumo chamar pessoas que eu mal conheço pra sair... Mas de você... Eu sinto algo diferente. Dá vontade de ficar perto de você sempre seu comissário fofo ! - falou, se jogando sobre mim, me arrancando sorrisos. Acabamos caindo no gramado aos risos, com ele em cima de mim.
- Como você é bobo Daniel - foi o primeiro momento que minha mão entrou em contato com o seu rosto - você é mais bonito de perto !
- Você acha ?
- Acho. Muito mais... - sorri.
- Posso ir no seu hotel hoje ?
- Ow, você não acha muito cedo ?
- Ué, eu não disse o que a gente vai fazer. Vou lá, a gente pede um jantar, conversa, enfim, tem uma noite juntos.
- Mas e o Felipe ? - olhamos pra ele, que continuava brincando no gramado.
- Ele fica com minha tia.
- Você não disse que estava sozinho ?
- Estava, mas ela vai chegar do Brasil hoje a tarde. Não conseguimos comprar passagens juntos.
- Você tem certeza ?
- Absoluta. Posso ir ?
- Tá bom... Pode ir ! - sorriu, saindo novamente de cima de mim.
TEMPO DEPOIS
- Você é louco ? - minha amiga Andréia, que coincidentemente trabalhou comigo no vôo me questionava no quarto - deixar o cara vir no seu quarto assim do nada.
- Não é do nada. Ele pediu...
- O que você sabe sobre esse homem ?
- Ele trabalha como gerente no Brasil, tem medo de avião, tem um filho
- Deus, ele tem filho ? Você desaprendeu como funciona as coisas ?
- Não sei... Talvez sim porquê ele não sai da minha cabeça - falei, olhando pro nada.
- Ai meu Deus, não creio que você vai se apaixonar por um passageiro que você conhece a menos de três dias.
- Andréia, deixa de paranóia. Vamos apenas jantar ! Apenas isso ! - dizia eu, convicto de que nada mais que isso aconteceria aquela noite.
TEMPO DEPOIS
Pontualmente as 20hrs, a portaria telefonou.
- Alô ?
- O Senhor tem uma visita de nome Daniel.
- Deixa subir
- Tudo bem - verifiquei se estava tudo em ordem e se estava bonito. Logo ouvi batidas na porta. A abri.
- Oi - ele me tirou as palavras carregando um buquê. Pode parecer clichê, mas sempre que recebemos flores de alguém, as palavras somem - são pra você - eu não conseguia dizer nada, apenas sorrir.
- Obrigado - falei, ligeiramente vermelho - pode... Entrar - deixei a porta aberta, enquanto trocava as flores antigas do quarto por as que ele havia trazido.
- Ficou num quarto bem legal - falou, olhando ao redor. Parou ao ver alguns dos porta retratos que eu costumo levar para todos os lugares que viajo - Olha isso
- São meus pais - falei... ainda nervoso.
- Mas tem uma sua aqui também. Foi quando terminou o curso ?
- Foi - falei, fechando a janela por causa da brisa gelada que entrava. Fiquei olhando a paisagem quando senti sua mão em meu ombro
- Está nervoso ?
- Não... Porquê estaria ?
- Sei lá. Está calado... - falou, fazendo retomar a atenção.
- Só estou pensando.
- Em que ?
- Na minha vida e... Em você !
- Em mim ?
- É... No que aconteceu hoje...
- O que foi ? Não gostou ?
- Não é isso... Só tenho medo de sofrer.
- Você não vai sofrer... Eu não faria você sofrer - falou, acariciando meus cabelos - está com fome ?
- Um pouco
- Então vamos pedir o jantar - falou, pegando o cardápio.
TEMPO DEPOIS
Estávamos comendo sob a cama mesmo. Não tinha outro lugar.
- Aonde você trabalha... No Brasil ? - perguntei, receoso de estar me metendo.
- Na SA Lojas
- Que legal ! E recebe bem lá ?
- Sim. O suficiente pra me sustentar- sorri, ouvindo sua doce voz.
- E sua família ?
- Minha família é mais o Felipe. O resto da família não liga muito pra mim desde que me assumi.
- Sério ? - terminei de comer naquele momento.
- Sim... Eles se acham no poder de se meter na minha vida mesmo eu pagando minhas contas sozinho.
- Entendi... - quase no mesmo momento ele terminou.
- Porquê tantas perguntas ? Medo de eu ser um maníaco ?
- Não ! - ri junto com ele - é que você me disse pouca coisa sobre você então...
- Eu entendo. Claramente - um silêncio se formou no quarto, quando me levantei e fui no banheiro. Escovei meus dentes, lavei o rosto e me perguntei o que aconteceria aquela noite ali... Quando voltei a cama, ele continuava do mesmo jeito. Ficou me olhando na porta do banheiro.
- O que foi ?
- Você é bonito...
- Você acha ? - perguntei, me sentando na cama.
- Acho. Acho até que sem essa camisa você deve ser mais bonito - de repente ele se aproximou de mim e me abraçou por trás, sentado na cama.
- Tô com medo.
- Medo de que ?
- De...
- Olha, já disse que nada vai acontecer aqui. A gente podia ao menos aproveitar a noite, conhecer mais um ao outro. E eu tenho certeza que você é bem interessante - falou, no meu ouvido enquanto desabotoava um a um os botões da camisa.
- Você acha ?
- Acho...- não nego, toda aquela conversa estava me deixando ainda mais atraído, mas ainda era muito cedo pra pensar em qualquer coisa que não fosse um beijo.
- Você não pode ser menos sedutor ?
- Você chama isso de sedução ? - perguntou, enquanto me fazia ficar com todo o peitoral nu - eu chamo de aproximação - falou, se deitando sobre o meu peitoral.
- Você... - acabei não falando mais nada, o puxei e o beijei novamente, sorrindo.
- EI, o que e isso ?
- O momento de te conhecer. Quem são seus país ?... - aquela noite foi longa, entre beijos e muita conversa. Não aconteceu nada mais que isso, mas foi muito prazeroso apenas isso. Ele acabou dormindo no hotel.
1 DIA DEPOIS
Obviamente, depois da minha folga na França acabar eu precisava retornar ao Brasil. Obviamente não queria ir, o objeto do meu pensamento estava ali. E ele acabou indo até o aeroporto comigo.
- Então você vai ter que voltar mesmo ?
- Sim. Minha agenda tem que voltar a ser cumprida. Mas eu não queria voltar. Gostei muito daqui, e de você. Queria ficar com os dois - ele sorriu.
- Você ainda vai ter surpresas comigo Samuel.
- Porquê diz isso ?
- Vou te surpreender - falou, me abraçando
- Sério ?
- Humrum - nos separamos quando eu ouvi o chamado para o vôo com destino a São Paulo.
- Preciso ir...
- Tudo bem. Boa sorte. Você é incrível ! - sorri, tendo que me separar dele pela primeira vez. Depois de 4 dias conhecendo, obviamente uma atração avassaladora havia tomado conta de mim. Eu não sabia se nos reencontrariamos no Brasil. Rezava que sim, mas só o tempo diria de realmente aquele passageiro medroso significaria algo na minha vida.
DIAS DEPOIS
Chegava de mais um vôo. Fazia pouco mais de 1 mês que havia retornado da França. Não havia recebido mais notícias dele. Julguei que ele estava apenas querendo se aproveitar de mim, e comecei a tentar esquece-lo. Até aquele dia !
- Já vai ! - alguém tocava insistentemente a campainha. Quando abri a porta, alguém se jogou em cima de mim. Foi quando caiu a ficha e senti que estava sendo beijado. Abro os olhos, era ele.
- Você !? - ele sorria, como se tivesse encontrado um tesouro.
- Enfim te encontrei, comissário fofo ! Agora a gente vai se conhecer direito.
FIM
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