Não tem sido comum eu acordar na minha cama e em minha casa nas manhãs de domingo. E acreditem, acordei antes dos meus avós. O dia mal começou a clarear, mesmo assim resolvi levantar, estava verde de enjoo pelo excesso de tequila que ingeri na casa do meu pai. Não me dei bem com aquela bebida que lá é servida em abundância.
Precisando urgente de litros de água tônica arrastei-me até a cozinha à procura de uma latinha, porém não encontrei nada, nem com e nem sem gelo. Ainda segurava aberta a porta da geladeira olhando com decepção para o seu interior... Jesus!! Soltei um grito de susto e quase cai dentro da Brastemp ao ouvir meu avô gritando:
— Outra vez Kamila!?
Acho que ele não gritou, meus ouvidos é que estavam muito sensíveis. Lá vem bronca "pensei" estava pelada, pra variar.
Quando ele me chama de Kamila e não de Mila é que está zangado. Sai de fininho me desculpando e ouvindo mais um sermão enquanto ia para meu quarto. Voltei alguns passos em direção à cozinha, deixei o corpo escondido por detrás da parede e coloquei apenas a cabeça pra dentro da cozinha:
— Vô! Quando você for comprar pão, compra uma água tônica pra mim, por favor?
Ele estava sorrindo quando voltei, disfarçou fechando a cara e fingindo estar sério.
— Eu compro, mas vai por uma roupa menina! Vai logo!
Quando meu avô voltou da padaria, informou que a gente ia almoçar na casa do seu Álvaro, dono da padaria.
Mais tarde, durante o almoço lá na casa do homem, onde também estavam seu filho, a nora e o neto de três anos, fui praticamente intimada a bancar a babá do pivete. O casal e os outros da família iriam a uma reunião de políticos e empresários na noite seguinte. Como faltavam três dias para a noite de Natal, acabei entrando no espírito natalino e disse que cuidaria do pestinha. Só ajudaria porque o seu Álvaro é amigo do meu avô e pediu com jeitinho. Se o pedido fosse do filho (José Roberto), provavelmente daria uma desculpa para sair fora. Não simpatizo com ele, além de prepotente em demasia, tem um jeitão bem cafajeste e caráter duvidoso. O conheci ainda solteiro e trabalhando na padaria com o pai. Agora ele é assessor de um deputado (seu sogro).
Como antevi, o assédio começou logo que chegamos a casa no domingo. O tarado aproveitou cada pequeno momento em que não éramos observados para dar-me cantadas, tocar em meu corpo, ou insinuar-se com malícias fazendo caras e bocas. Eu curto homens safados, porém, o que curto mais são situações de relação proibida, sexo com risco de terminar em flagra e escândalo… Ou pior. Todavia, este homem tem um repelente natural e ainda por cima, é capacho de um político safado.
Deixei meu lado ninfa se divertir permitindo contatos propositais dos nossos corpos e chegamos a dar um selinho perigoso em um minuto de privacidade na varanda.
Eu ainda não sabia ao certo o que estava querendo fazer, só pensava em me divertir e deixá-lo em alguma situação bem constrangedora.
Depois do almoço estava sozinha no jardim da casa, confortavelmente acomodada sentada sobre a grama, encostada em uma árvore e distante dos olhares de todos. Digitei uma mensagem em meu celular… Era um código que havia combinado com ele caso eu estivesse sozinha no jardim. Respondeu: “Estou indo”.
Como um felino predador ele foi rápido e sorrateiro que nem o vi se aproximar, só o percebi quando sentou ao meu lado, me pegando e me colocando em seu colo. Deixei o celular de lado, acomodei-me sentada em suas pernas e, antes que ele me beija-se, comentei:
— Como você é safado! Não tem medo da treta que vai dar se pegarem a gente?
A resposta dele foi um beijo forçado e uma das mãos penetrando por dentro de minha camiseta e amassando meus seios por cima do sutiã.
— Calma homem, está com muita sede e apressado!
— Você que me faz ficar louco, menina!
Eu também acabo indo longe demais nesses joguinhos e deixando acontecer. Contudo, o interrompi quando tentou levantar minha camiseta e sutiã murmurando que estava doido para devorar meus mamilos. O pervertido parecia não se importar com o lugar em que estávamos e a merda que poderia dar, mas eu sabia muito bem em que tipo de situação poderia envolver meus avós. Por sorte ouvimos a voz do filho dele que o chamava, ele voltou à realidade enquanto eu recompunha meus trajes levantando rápido de cima dele. Sai fora o deixando com sua ereção, cruzei com o garoto enquanto me dirigia pra dentro da casa.
Na noite seguinte fui lá bancar a babá. Quando o casal saiu o garoto já dormia em seu quarto. Depois de meia hora de tédio, não aguentei de curiosidade e fui conhecer melhor o quarto do casal; o mesmo tinha chamado minha atenção quando a mulher mostrou-me a casa rapidamente assim que cheguei.
Olhando e agora também tocando os detalhes, gostei ainda mais; grande, moderno e claro.
Encantei-me com os vestidos de festa, porém, minha atenção recaiu sobre um porta-joias em uma prateleira no alto. Peguei e abri descobrindo muita coisa linda, não sei qual o valor ou se eram verdadeiras, mas atraiam e alegravam a vista. Coloquei um colar de ouro branco com contas brilhantes, divino, entretanto sem ostentar em demasia. Experimentei alguns anéis, eram de muito bom gosto, singelos, porém marcavam presença.
Ah! Eu tinha que experimentar tudo aquilo com um dos vestidos maravilhosos. Peguei uns dos que amei; longo, preto com detalhes brilhantes, show demais. Tirei meu jeans, camiseta, também o sutiã. O decote insinuante do vestido enchia minha cabeça que viajava na imaginação, era capaz de ouvir os elogios e sentir olhares de desejos penetrando pelo vão do tecido acariciando meus seios ao mesmo tempo em que os entorpecia com meu perfume. Vesti aquela preciosidade e amei ao olhar-me no espelho, o tecido delicado realçava bem as curvas do meu corpo. Fiz charme como se agradecesse a galanteios e dei alguns passos de dança simulando estar em um baile. “Putz, preciso de uma bebida.” pensei. Fui rapidão até o barzinho da sala e peguei um pouquinho de uma vodca gelada que estava no frigobar, logo depois mais um pouquinho.
O tempo passou, não sei se dormia ou estava entorpecida ao sentir que minha calcinha estava sendo forçada e removida, e antes que eu esboçasse uma reação, ela já tinha passado pelos meus pés. Ainda estava com o vestido da mulher, deitada no sofá da sala e com o homem enfiando a cabeça entre minhas pernas e sugando meu sexo me fazendo estremecer com o contato de sua boca. Fiquei apavorada com a ideia de sermos pegos pela mulher. O mandei parar empurrando sua cabeça… Ahh! O danado socou a língua brincando com meu clitóris, foi tanto o tesão que não tive forças para resistir e me entreguei. Joguei uma perna por cima do encosto do sofá e fiquei arreganhadinha deixando sua língua enorme que parecia não ter fim ir fundo em minha grutinha despertando prazeres e sensações até então adormecidos.
Agitei meu corpo segurando em sua cabeça tentando fazer aquela língua que parecia um réptil continuar agitando dentro de mim. Ele se libertou, subiu deslizando sua língua pelo meu corpo até chegar a minha boca. Senti o gosto salgado do meu sexo durante o beijo enquanto seu membro impaciente forçava a entrada da minha fendinha.
Enlouqueci ao senti-lo lá dentro, nossos beijos agora eram mordidas de desejos. Ficamos com nossos sexos fundidos e ardendo em chamas como uma fornalha. Minha boca úmida deslizava pelo seu pescoço e ombro suados, gemendo no ritmo de suas estocadas. De repente ficou tudo muito claro como raios do sol, era o clímax chegando… E uma voz chamando meu nome e uma mão em meu ombro me fez despertar… Aff! Os raios de sol era a luz da sala que foi acesa. A transa foi só um sonho, adormeci no sofá da sala depois de ter vestido minha roupa novamente e ter guardado o vestido e as joias da mulher.
Desculparam-se pela demora. O táxi que os trouxe, estava a minha espera e me levaria pra casa.
“É seu José Roberto, parece que você só vai me comer em sonho.” Pensei sorrindo ao entrar no táxi.
Beijos amigos, até a próxima!
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