Abri os olhos e os fechei novamente quase que instantaneamente, a claridade era forte e quase me queimava os olhos.
Notei que se tratava de um quarto com uma tonalidade verde quase azul e só ao vasculhar o quarto com os olhos notei a presença de alguém que saiu ao me ver acordado e.. Lúcio? O que ele estava fazendo ali? Será ele meu "heroi"? Ele estava destraido com uma revista que parecia ser de carros.
Devo admitir que Lúcio e um garoto lindo! Ele percebeu que eu o observava quieto e então sorriu, sim, ele sorriu pra mim, algo que nunca tinha visto antes. Ele levantou-se da poltrona branca e deixou-me só no quarto com meus pensamentos, e depois de alguns minutos voltou acompanhado de uma moça baixinha que usava um uniforme branco, a mesma segurava uma prancheta e logo tive a certeza que estava em um hospital.
- Esta se sentindo melhor? - perguntou ela gentilmente despertando-me dos meus devaneios.
- Meu corpo doi e minha cabeça tamb.. AH - gemi quando tentei sentar.
- Eu o aconcelho a permanecer deitado - disse ela pondo a mão esquerda em meu ombro.
- Seu namorado é um doce - completou ela me fazendo minha atenção se voltar á Lúcio ali no canto.
- É verdade! Tão doce que estou a beira de ter uma diabete - ironisei.
Ele que podia ser facilente confundido com uma pimenta, uma vez que quando ficava corado, sua pele branca se tornava extremamente vermelha.
- Bom, vou deixa-los a sós - disse a moça gentil tirando minha atenção de Lúcio.
E então ela saiu do quarto.
- Não sabia que era meu namorado, bem, nem sabia que gosta de mim.
- Há muitas coisas sobre mim que você não sabe! - o que será que ele quiz dizer com isto? - Bem, no seu registro não continha meu nome como seu familiar e nem amigos eles deixariam entrar, imaginei o porque de estar aquela hora na rua e então tomei a iniciativa de me passar por seu namorado, pois acho que não quer ver seus pais agora, não é?
- Sério mesmo, nem sei como te agradecer.. Se não fosse por você nem sei o que teria acontecido.
- Então não agradeça!
- Que horas são? - perguntei á ele.
- 03:00 da manhã.
- E você ficou aqui até agora?
- Não este aqui é meu espírito!
- haha, muito engraçado mesmo!
A enfermeira adentrou o quarto.
- Senhor Rafael?
- Sim?
- Você precisará ficar mais algumas horas para terminarmos os exames, só que você precisa de alguém aqui, tudo bem?
- Sim, eu acho que posso ligar pra minha amiga vir ficar comigo.
- Eu fico com ele - disse Lúcio - já estou aqui então vou ficar.
Ele estava preocupado comigo?
- Sério não sei como te agradecer, serei grato pra sempre.
- Já disse, agradeça! - ele estava chegando perto demais.
- Obrigado! - podia sentir sua respiração.
E então.. Ele se afastou.
- Vou a lanchonete, quer algo?
- Um suco!
Ele saiu sem ao menos olhar para traz.
Ás vezes acho que Lúcio não é tão idiota quanto penso que seja, ele estava sendo legal comigo, talvez não me odiasse.
****
Depois de algumas - muitas - horas fui liberado ás 06:00 da manhã, Lúcio me levou até em casa o que achei super estranho mesmo já sabendo que o faria.
Entrei em casa em total silêncio para evitar um suposto interrogatório dos meus pais ao me ver naquele estado, tomei um banho bem demorado, comia algo e segui pra cama, estava exausto!
****
No dia seguinte na faculdade, e como de costume encontrei o Lúcio pelos corredores. Já até esperava pelo "viadinho" ou pelo "manézão" mas por um milagre veio um "beleza?". Até me assustei mais retribui o "beleza" dele.
A Manu me mandou uma mensagem dizendo que estava a minha espera na biblioteca, como ainda não fui lá, demorei tipo uns 10 minutos até enconta-lá.
- Manu - disse à abraçando fortemente.
- Estava com saudades suas maninho - disse e retribuiu o abraço.
- Se eu te contar o que houve esses dois ultimos dias, cê nem acredita!
- Conte-me!
Contei à ela desde o "casamento" até o "seu namorado é um doce", e foi impossível não rir da expressão que ela continha no rosto.
- Amigo, da uma pausa aí que eu estou chocada!
Risos
- Posso ser a madrinha de casamento?
- você já é amor.
- Hey maninho, já disse que te amo?
- yes baby - Nós dois rimos.
- Ei que tal irmos ao cinema?
- Acho uma ótima idea!
- Então às 19:00? - confirmei com a cabeça - ok, esteja lá!
****
Faltavam apenas alguns minutos para às 19:00 da noite e eu não fazia a mínima idea de que roupa usaria, estava literalmente "correndo da sala para a cozinha". Resumindo, coloquei uma roupa bem casual e confortável e segui.
Logo que entre no shopping ela já estava a minha espera.
- Até que enfim, qual a dificuldade na hora do make?
- Haha, muito engraçado - risos - Agora vamos senão vamos perder o filme.
Seguimos para o cinema.
Desde que cheguei no shopping notei um cara que está nos seguindo.
- Filho fique aqui que a mamãe vai ali e já volta tá!
Risos
- Ok mamãe, pode deixar!
Estava esperando ela voltar quando o tal cara chegou em mim.
- Oi tudo bom?
- Sim e com você?
- Estou bem, e como se chama?
- Rafael e você?
- Me chamo Cláudio!
- E você tá solteiro? - completou ele.
Aquilo já estava indo longe de mais, tudo bem que ele fosse bem bonito e tal mas não estava nem um pouco afim, e o único argumento plausível que me veio a mente foi:
- Desculpa mesmo mais não, meu "noivo" e eu vamos no..
- Noivo? - disse ele me interrompendo.
- É meu noivo.
A Manu acenava pra mim e foi só o que eu precisei pra sair dali.
- Preciso mesmo ir agora! Talvez nós nos esbarremos por aí.
Saí de lá o mais rápido possível.
- Quem é o carinha? - Perguntou a loira assim que chequei onde ela estava.
- O nome dele é Cláudio, ele quis ficar comigo mas eu dei um fora nele dizendo que o meu "noivo" - fiz aspas com os dedos - iria acabar com ele.
Ela riu
- Esse seu "noivo" - ela fez aspas - e tão apaixonado por você que até te odeia!
- Eu não diria odio, talvez seja.. É eu diria odio.
Risos
****
Minha noite com a Manu foi bem agradável. O clima aqui em casa ainda está bem tenso então resolvi novamente fazer uma caminhada noturna.
Desta vez estava ouvindo G.U.Y da Lady Gaga, estava bem tranquilo - que se me perguntassem se eu já havia sofrido um "quase estupro" eu diria que não - quando senti uma mão em meu ombro e no mesmo instante eu parei.
- Ei tá querendo ser atacado de novo?
- Nossa Lúcio, que susto!
- Você caminha sempre à noite?
- Não, só quando quero por meus pensamentos em ordem.
- Eu vou indo nessa, está na minha hora - disse e correu em direção a sua casa.
Já estava bem tarde mesmo então voltei pra casa.
- Filho podemos conversar? - disse meu pai assim que entrei em casa.
- Sim pai!
- E que o casamento será este fim de semana.
- Ok pai, já estou sabendo - disse triste ao lembrar do maldito contrato.
- A madrinha ficará por sua conta e o padrinho por conta do Lúcio.
- Pode deixar pai, já escolhi e garanto que não há ninguém mais qualificado pro papel!
Manu!
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Quero agrade a todos que votaram no ultimo cap. do meu conto, é muito importante pra mim.