O Acompanhante - Parte XIII
Desliguei o aparelho de DVD e fiquei pensativo. Estava impressionado com as cenas que acabara de assistir do filme pornô com a loira Carolina. Mas ainda precisava encontrar o pai de Danuza. Procurei na capa do disco o endereço do estúdio. Achei, inclusive, um telefone para contato. Arrisquei ligar para o número. Uma voz feminina atendeu. Perguntei se era da empresa de filmes pornôs e a resposta foi positiva. É que eu achava improvável que a companhia ainda existisse, devido à péssima qualidade do filme que acabara de assistir. Procurei pelos atores do DVD que eu tinha em mãos. Ela mandou-me esperar um pouco, pois não conhecia o tal filme. Pouco depois, voltou ao telefone com a informação de que apenas um mantinha contato com o estúdio. Era justamente o irmão de Carolina, suposto pai da minha cliente. Inventei uma história convincente e consegui o telefone do cara.
Minutos depois eu estava falando com o tal Jorge. Tinha a voz arrastada, como se estivesse muito doente. Eu disse que era detetive e contei que havia sido contratado para encontra-lo. Ficou espantado quando soube que tinha uma filha. Queria muito conhecê-la, mas suas condições de saúde não lhe permitiam viajar de São Paulo para o Recife. Também não tinha recursos financeiros. Perguntei qual a sua doença e ele me disse que contraíra AIDS. Afirmou estar já em estado terminal. Pediu-me informações sobre Carolina. Demonstrei saber que eram irmãos. Ele contou que um dia ela saiu para comprar cigarros e nunca mais voltou. Procurou-a por tudo que era lugar, em vão. Eu fiquei de falar com Carolina, pra saber se ela aceitava um encontro entre os dois. Anotei seu endereço. Prometi ligar de novo assim que ela se decidisse.
Eu estava em meu apartamento. Teria que me deslocar até meu escritório, para pegar a agenda onde minha ex-secretária havia anotado o telefone correto da loira que fora atriz pornô. Chegando lá, dei de cara com Roxane entrando no elevador. Tinha um hematoma horrível no olho direito e vestia a mesma roupa da noite anterior, quando a deixei na farmácia. Decerto dormira fora de casa. Quando me viu, atirou-se em meus braços, chorosa. Queria de volta o emprego. Ao menos, até que arranjasse outro. Insistiu tanto que eu cedi. Beijou-me os lábios, feliz por eu aceitá-la. Já eu, não estava nada contente com a minha decisão. Algo me dizia que ainda teria grandes problemas por causa dela.
Quando chegamos ao meu escritório, pedi que ligasse para Carolina. Esta ficou feliz quando eu disse que queria falar urgente com ela. Não adiantei o assunto. Isso, talvez, tenha dado a entender que eu queria foder novamente com ela. Disse que chegaria em meu escritório dentro de meia hora, mas marquei para nos encontrarmos em algum barzinho. Escolhi um bem discreto, de pouca frequência, que ficava perto do escritório. Disse a Roxane que, se precisasse de mim, eu estaria lá. Pedi uma dose de uísque e fiquei esperando. Entrou uma mocinha de vestes espalhafatosas que chamou a atenção dos poucos clientes do bar. Vestia uma blusa verde limão sob um casaco de brim vermelho e saia curta amarelo ouro. Um par de meias laranja destacava suas pernas roliças. Para completar o visual, cabelos pintados de rosa chocante e óculos escuros um tanto grande para o seu rosto. Olhou diretamente em minha direção, antes de sentar-se de costas para mim numa mesa vizinha. Deve ter percebido meu sorriso, achando-a ridícula, pois antes de sentar entronchou a cara para mim. Carolina demorou quase uma hora para chegar.
Não fosse o rebolado exagerado, ninguém diria que a loira havia sido atriz pornô. Estava vestida de maneira sóbria, bem condizente para alguém da sua idade. Caminhou sorridente até a mesa onde eu estava, passando bem perto da mocinha ridiculamente vestida, e sentou-se graciosamente. Chamava atenção por sua beleza. Beijou-me delicadamente os lábios. Pediu perdão pelo atraso. Explicou que teve de sedar Danuza antes de sair, pois esta ainda estava muito estressada. Ainda sorrindo, perguntou-me o que era tão urgente para chamá-la tão cedo. Ainda não passava das três da tarde. Sugeri que pedisse alguma coisa para beber, pois o assunto seria bem chato. Ficou séria de repente. Pediu um Martini Rosé e esperou que eu começasse a falar.
Perguntei se sabia que sua filha havia me contratado para achar o pai. Respondeu que havia discutido com Danuza e que desde então a garota se negava a falar com ela. Mas demonstrava estar mais preocupada com o que eu tinha a lhe dizer. Contei que havia estado com a sua mãe e que, através de um filme cedido por ela, havia encontrado o pai de Danuza. Ela olhou para mim com os olhos arregalados. Disse que sempre temeu que a filha encontrasse o pai. Não queria que ela soubesse ser fruto de um incesto. Pediu pelo amor de Deus que eu não revelasse nada para a filha. Rebati que o pai queria muito conhecer Danuza. Contei que ele havia contraído AIDS. Aí, Carolina começou a chorar.
Só depois de se acalmar, contou a história da sua vida. Disse que o irmão era o único filho homem da família e, desde criança, já tinha jeito de bicha. Ela era a mais velha das quatro irmãs e achava que, seduzindo-o, faria com que virasse macho. Incentivou as outras a fazerem o mesmo, mas o cara saiu espalhando para todo mundo que vivia comendo as irmãs. O boato chegou aos ouvidos da mãe, que já havia sido prostituta na juventude, e esta o expulsou de casa. Sentindo-se culpada, foi embora com ele. Por uns tempos, andaram fazendo filmes pornôs em Sampa, juntos com uns garotos de programa que conheceram por lá. Foram noites e mais noites de verdadeiros bacanais. Sexo, drogas e tudo que se pensasse rolava entre o irmão e seu grupo de amigos, que cada vez mais aumentava. Ela tentava tirá-lo do meio daquelas pessoas, mas ele havia assumido de vez a homossexualidade. Passou a trazer os machos para dentro do pequeno apartamento onde moravam. Carolina achava que estava apaixonada pelo irmão, mas quase toda farra era currada por ele e mais uns cinco homens, a maioria bissexual. Um dia, cansou daquilo tudo e fugiu. Voltou para o Recife. Mas, então, descobriu que estava grávida de três meses. Calculou o tempo de gravidez e chegou à conclusão que havia engravidado antes de viajar para São Paulo.
Carolina respirou fundo, antes de prosseguir com sua história. Disse que, de volta ao Recife, conheceu um cara parecidíssimo com Jorge. Coincidentemente, eram homônimos. Logo, se apaixonou por ele, mais por conta da sua parecência com o irmão. O novo namorado aceitou morar com ela, mesmo estando buchuda de outro. Era o tal cara da foto envelhecida que me mostrara. Um dia o tal sujeito descobriu, quando escolhia uns filmes eróticos numa locadora, um dos pornôs que ela fizera e brigaram feio. Ele deixou-a, indignado com sua vida pregressa. Nessa época Danuza já estava com quase quatro anos. Para poder cuidar da filha, voltou a se prostituir. Foi quando conheceu uma amiga que fazia programas e que era viciada em jogo do bicho. Esta deu umas dicas para ela. Carolina passou a jogar também, quase que diariamente, e ganhou dinheiro suficiente para viver longe da prostituição.
Pediu o envelope que eu tinha em mãos. Adivinhou que continha o DVD que eu havia conseguido com sua mãe, a tal Dona Joana. Quando abriu o envelope, no entanto, a mocinha de vestes espalhafatosas arrebatou-o de repente. Eu nem tinha percebido que ela havia se levantado da mesa e se aproximado de nós. Com o movimento brusco, a peruca que usava caiu no chão, revelando a morena Danuza que estivera o tempo todo disfarçada. As duas brigaram pela posse do envelope, porém a filha levou a melhor. Discutiram feio, chamando a atenção dos clientes. O garçom veio pedir educadamente que nos retirássemos do bar. Dessa vez foi Carolina que fugiu envergonhada, pegando o primeiro táxi que viu, deixando-nos.
Seguimos, eu e Danuza, em direção ao meu carro estacionado perto. Ela lia e relia com atenção a capa do DVD, olhando detidamente as imagens. Eu não sabia o que fazer. Entramos no carro e ela sentou-se no banco do carona com o disco ainda nas mãos. Depois, ficou por um longo momento em silêncio, olhar perdido no nada. Finalmente, voltou-se para e mim e disse, com voz chorosa:
- Eu sabia que ela me escondia algo. Também desconfiei que vinha botando sonífero nos sucos que preparava para mim. Hoje, quando atendeu ao telefone e logo depois veio com mais um copo, dizendo ser um calmante inofensivo, apenas fingi tomá-lo. Também fingi dormir e, quando ela saiu, liguei para o seu escritório. A atendente disse que você havia vindo para cá, então me disfarcei e consegui chegar antes dela. Queria eu mesma ouvir o que vocês tinham para conversar. Não esperava essa história torpe, apesar de sempre desconfiar que ela vivia pegando dinheiro de homens.
Perguntei se ainda queria se encontrar com o pai. Ela esteve um tempo pensativa, depois disse que queria ver o filme que tinha em mãos, primeiro. Desaconselhei-a a assisti-lo. Não valia a pena. Só iria deixá-la pior do que estava. Ela insistiu. Pediu-me que eu a levasse a algum lugar onde pudesse assisti-lo. Insisti em saber se ela havia entendido direito toda a história que a mãe contou.
- Sim. Meu pai é meu tio aidético, minha mãe foi uma puta drogada e atriz pornô e o homem da foto, que sempre acreditei ser meu pai, é apenas um cara parecido com ele, assim como você - respondeu num fio de voz, ainda chorosa.
Expliquei que não havia aparelho de DVD no escritório, por isso teríamos que ir até o meu apartamento. Ela deu de ombros. O importante - disse - era assistir o filme o quanto antes. Dei partida no carro e rumei para o prédio onde moro. Ela não deu um pio até eu abrir a porta do apartamento, convidando-a a entrar. Agradeceu. Liguei a TV e o aparelho de DVD, coloquei o disco e entreguei o controle a ela. Perguntei se queria tomar um suco e ela preferiu alguma bebida gelada. Por sorte eu tinha um vinho fino na geladeira. Servi-lhe uma taça. Ela sorveu-a de um só gole, entretida com o começo do filme. Enchi mais uma taça e ela voltou a engoli-la de uma só vez. Parei de dar-lhe vinho. Ela tomou-me a garrafa das mãos. Ficou sorvendo a bebida do gargalo.
Bateu-lhe um calorão repentino e ela começou a se despir, sem ligar para mim, sem desgrudar os olhos da tela e nem dar uma única palavra. Levantou-se do chão, onde estivera sentada frente ao aparelho de TV e acomodou-se no sofá. Eu olhava maravilhado para o seu corpo totalmente nu. Os pelos pubianos eram loiros, contrastando com a sua pele morena. Separou bem as pernas e meteu um dos dedos na abertura da greta. Alisava os biquinhos dos seios enquanto masturbava a vulva. Gemia baixinho, sem desviar a atenção do filme pornô. Parou, impressionada com a cena onde o ânus da mãe ficava protuberante, mas logo retornou à siririca. Tirei o pau para fora das calças e passei a me masturbar também. Ela nem parecia perceber que eu estava presente. Gemia cada vez mais alto, entretida em tocar-se. Estremeceu o corpo, no primeiro gozo. Apoiou-se melhor no sofá e apressou os movimentos na vulva. De repente, perdeu o controle de si e quase berrou enquanto explodia num intenso orgasmo.
Fim da Décima Terceira Parte