O grade dia - nem tão grande assim - havia chegado, eu certamente estava nervoso.. O porque? Acho que estava bem óbvio. Eu e Manu estavamos fazendo umas compras.
- Anda logo! - disse puxando Manu pelo braço - já foram quatro pares de sapatos.
- Mais..
- Mais nada! Agora vamos preciso de um terno - eu à interrompi.
- Caramba mais como é chato!
- Magoou viu! - disse sendo dramático.
- Quanto drama.. Mas vamos que ainda quero passar em algumas lojas de maquiagem.
Resumindo.. Compramos meu terno e depois passamos nas lojas que ela queria.
Manu as vezes - sempre - faz de tudo pra conseguir o que queria.
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Acordei com a Manu gritando em meu ouvido dizendo que já passava das 18:00 e que a cerimônia começaria em menos de uma hora.
- O que faz aqui? - perguntei ainda sonolênto.
- To aqui desde cedo ajudando sua mãe com as sobremesas.
- Vai levanta logo! - completou a loira.
- Ai que saco! Sabe que não quero ir - disse e fui em direção ao banheiro.
- Até parece, sei que gosta dele e está louqinho para tê-lo.
- Sim eu gosto e adoraria ter algo com ele, mais não e assim que quero tê-lo.
- A faça m.. - bati a porta e deixei ela falando sozinha.
Tomei um banho tão demorado que quase dormi na banheira.
Ao passo que ia se aproximando, eu ia cada vez mais ficando nervoso. Eu realmente estava feliz, por outro lado sabia que aquilo não era certo.
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Estava pondo a gravata quando minha mãe adentrou o quarto.
- Você está lido meu filho, está igualzinho ao seu pai no nosso casamento.
- Obrigado mãe, mas será que pode me ajudar com a gravata?
- Espero que seja feliz - já havia terminado com a gravata e agora passava a mão em meus ombros.
- A senhora sabe que não serei feliz!
- Eu sei meu filho e lamento muito por isto - ela ajeitou uma mexa de cabelo - Ele tá esperando no jardim, acho bom você ir falar com ele.
Desci a escada até a sala e fui em direção ao jardim.
- Caramba cê me assustou!
- Não foi minha intenção, perdoe-me.
- Mais fala aí!
- Bem acho que como vamos "viver juntos" - fiz aspas com o dedo - temos que no mínimo nos dar bem.
- Concordo! Mais vou logo avisando que não sou gay, não quero ter nenhum tipo de contato com seus amigos gays e..
- Você é mesmo um idiota! Já vi que será mais difícil que dizer 'aceito'.
Sai deixando ele sozinho e fui em direção aos meus amigos. Tudo estava muito bonito e organizado, realmente tudo perfeito.
- Hey garoto, onde estava?
- No jardim..
- Vamos já vai começar..
Então eu me juntei ao pai entrelaçando nossos braços. A música soou e quando dei por mim já estava ao lado de Lúcio no altar e então o juiz começou:
- E com muita alegria que venho aqui para unir em matrimônio estes dois belos rapazes..
Eu estava em outro lugar que com certeza não era ali..
- Senhor Rafael - eu voltei a mim - aceita o senhor Lúcio como seu legítimo esposo, na saúde e na doença, na alegria ou na tristeza, riqueza ou na pobreza até que a morte os separe?
- É.. eu.. eu.. - as palavras fugiram de mim.
- Aceito - susurrou o Lúcio em meu ouvido.
- É.. é isso mesmo.. aceito.
Ele fez ao Lúcio a mesma pergunta e obteve 'Aceito' como resposta. E então trocamos as alianças.
- Eu os declaro marido e mu.. E homem!
Eu ri com aquilo e ele ficou muito sem graça e se descupou.
- Pode beijar o Noivo!
Nós trocamos olhares como se perguntassemos um ao outro o que fazer e então ele o fez. Um beijo rápido e sem mais intenções.
- Que lindo - gritou Manu que estava limpando os olhos.
Eu apenas sorri.
- Onde está o Noivo? - perguntou tio Luciano me fazendo notar que Lúcio não estava mais lá.
- Vá chama-lo querido - disse a tia Ana - E a propósito, parabéns, sei que não será fácil mais vocês vão acabar se dando bem!
- Espero tia.. Espero de verdade.
Sai a procura do Lúcio pela casa e avistei ele junto com uns garotos no jardim.
- Nossa cara, nunca pensei que iria trocar de time. - um dos garotos falou.
- Tá ficando louco? É só um contrato..
Fiquei imóvel, novamente me veio aquele sentimento, me sentia um lixo, um pedaço de papel sem valor..
- O que quer? - perguntou o garoto de olhos azuis ao me notar.
- Seu pai está chamando para tirarmos fotos.
- Me esperem aqui, já volto - disse aos garotos.
Caminhamos lado-lado mas nem uma palavra foi dita.
- Ai estão vocês garotos! - disse tia Ana após nos ver chegando juntos..
Tiramos um várias fotos juntos e se eu não tivesse saído dali tirariamos muito mais. Me despedi de todos e fui embora, estava morrendo de dor de cabeça.
Naquela noite eu dormi pensando nele - só pra variar - e como amanhã seria um dia totalmente diferente..
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Bem, quero agradecer a todos os votos do último capítulo, vocês são importantes pra mim *.* bjs
