Galera, antes gostaria de esclarecer uma coisa. De uns tempos pra cá alguns contos estão sumindo na minha conta. Descobri quem foi. Um engraçadinho que descobriu a minha conta e por sorte não apagou mais coisa. Mas apagou o texto todo de Paixão por quem não devia. Tô com raiva até agora e por bobeira minha não salvei em outro lugar. Mas prometo escrever outra história, assim que terminar as outras duas que estou escrevendo que vai superar a que foi apagada. Já não dá mais pra confiar em ninguém. Desculpem a palavra, é foda !
Cap.3
É, pela primeira vez na vida ele veio falar comigo. Não sei se ele havia vindo me procurar, mas havia falado comigo primeiro. Cheguei a me assustar quando ouvi a voz.
- Não estava com vontade de ficar na sala - falei, olhando o horizonte.
- E porquê ? O professor estava dando uma prova.
- Depois eu Converso com ele ! - naquele dia estava triste, acabei nem prestando muita atenção nele.
- Tá acontecendo alguma coisa ? Você está com problemas ? - perguntou, com um tom preocupado. Fiquei calado - fala !
- Nada demais... É besteira minha ! - em um momento rápido ele me fez virar o rosto e me deu um selinho. Normalmente os beijos dele faziam meu coração acelerar e um semblante feliz se formar em meu rosto. Mas aquele dia eu estava muito triste. Mesmo pra isso.
- EI ! Eu sei que você não está bem ! Me fala o que houve !
- Mas...
- AGORA ! - normalmente não hesitava em fazer o que ele pedia. Não foi diferente aquela vez
- Meu pai continua me dando problemas e... - ia falar dele e sua relação estranha, mas preferi ficar calado - é só isso !
- Ah - um dos poucos momentos que ele demonstrava preocupação e que me faziam pensar que ele sentia algo por mim era quando eu estava com problemas. Só resta saber se tem alguma verdade nisso.
Nos dias que se seguiram a rotina que eu seguia a meses, o procurando, tendo meus Freegells roubados, acabou se modificando. Parecia que algo dentro de mim dizia que eu devia me afastar dele, mesmo querendo forças de alguém para segurar a barra em casa. Sabia que ele não me daria essa força.
DIAS DEPOIS
Tudo continuava do mesmo jeito de sempre, exceto o afastamento que aconteceu entre eu e Marcelo. Continuava estudando como sempre, interessado como sempre, apaixonado como sempre, problemático como sempre. Mas agora estava afastado do meu objeto de desejo, não recebia mais os seus beijos. Não mais o procurava, e procurava não pensar muito nele, como uma forma de me resguardar.
- Tiago ! - terminava de me trocar no vestiário quando ouvi a voz dele me chamando.
- O que, Marcelo ?
- Porquê não foi mais a sala de música ?
- Falta de tempo - dizia, guardando minha toalha.
- Desde quando você não tem tempo pra mim ? - perguntou, me empurrando pra parede. Eu ainda era apaixonado por ele, não conseguia evitar. Queria beija-lo ! Beijei. Mas não foi como das outras vezes. Algo dentro de mim gritava pra que eu me afastasse dele e por isso aquele beijo não durou muito.
- Eu... Preciso ir - falei, em voz baixa. Lentamente ele acabou me soltando e eu peguei minhas coisas. Não estava dando um gelo ou algo assim nele. Só, tinha problemas demais para aguentar um garoto ou homem que não sabe se quer ter ou não uma relação.
TEMPO DEPOIS
No refeitório, ouvia Tiago falar de muitas coisas.
- E então eu acabei recebendo um passe legal, deu pra meter um gol de letra, foi incrível ! - dizia ele, todo alegre porque venceu o jogo.
- Que legal Ti, foi uma pena que eu não pude ir - dizia eu. Até a comida já não tinha mais cor pra mim. Mordi uma maçã e acabei largando.
- Você não está bem mesmo não e ? O que está acontecendo ?
- Não é nada... - nesse momento vi um garoto diferente de todos que eu já havia visto dentro daquele colégio cruzar os corredores. Ele usava o nosso uniforme, vinha todo alegre. Quem seria ele ? - você o conhece ?
- Não... Mas posso perguntas pro pessoal do grêmio - a surpresa aconteceu quando do outro lado do corredor apareceu Marcelo e de repente eles se abraçaram. Um abraço carinhoso, algo típico de amigos. Vi Marcelo sorrir, algo que dificilmente eu via acontecer, algo que eu nunca vi na minha frente. Quem seria aquele garoto ? O que ele e Marcelo estavam fazendo juntos ? Se abraçando como íntimos ?
TEMPO DEPOIS
Os dias foram passando, e logo eu descobri quem ele era.
- Pessoal, esse é o Gilberto ! Ele é o novo colega de vocês, vai estudar aqui na turma de vocês - aquelas palavras do diretor foram o início de um momento em que eu beirei a depressão.
Gilberto e Marcelo se mostraram de cara dois amigos. Andavam pra cima e pra baixo, sorriam, brincavam, só faltavam saltitar por aí juntos. Ele deixava Gilberto dar pitacos em seus ensaios. Iam e chegavam no colégio juntos. Isso aos poucos criou dúvidas na minha mente.
- Eles dois não parecem amigos apenas - dizia pra mim mesmo, vendo os dois sorrindo na arquibancada do auditório - sorrir. É algo que ele nunca fez na minha frente. Para de negar pra si mesmo Tiago. Tá na cara que eles são namorados !
Era isso que eu passei a colocar na minha cabeça. Eles estavam juntos ! Pareciam um casal, davam pinta de um casal. Com certeza ele já estava comprometido desde antes de me conhecer e eu apenas me meti na relação deles dois. Eu tinha que reprimir meus sentimentos e me esconder. Não podia mais procura-lo. Ele tinha que ser invisível pra mim tanto quanto eu pra ele. Mas não seria fácil. Ele estudava na mesma sala que eu ! Mas eu ia tentar. Não podia me meter no meio de um casal. Não Não podia !
TEMPO DEPOIS
O mês de junho chegava. Com ele, um mês triste adentrava o meu corpo. Apaixonado por alguém que parecia não ligar. Meu pai que não saía do luto. Uma tristeza sem fim, problemas sobre problemas e eu não via solução. Estava a beira de um colapso e a única forma de me livrar dele era ler, que ajudava a me acalmar. Ia pra biblioteca diariamente. Meu rendimento na escola caiu um pouco, mas eu nem ligava. Na verdade já não ligava pra muita coisa. Não via mais sentido em nada. Começei a emagrecer. Estava bem magro quando aquele dia chegou. 10 de junho. 2 dias antes do dia do dia dos namorados. O dia da alegria dos casais, o dia em que há sempre uma mensagem de amor pra todo lado, mas que pra mim era uma mensagem de dor. Ficava lá, na biblioteca buscando aliviar meus problemas até o momento que a porta foi aberta mais uma vez. De primeira não vi quem entrou mas logo minha atenção foi chamada pela voz.
- Porquê você sumiu ein ? - todo o meu esforço para me separar dele nos últimos tempos foi por água abaixo naquele momento.
- Você não precisa de mim - disse eu, tentando me fingir de forte.
- Não quero que suma ! - disse ele, como fazia sempre. Mas daquela vez eu não estava tão aberto como antes.
- Sinto muito. Você não precisa de mim ! - olhei em seu rosto, e vi uma incredulidade em seu olhar
- Lembra aquela voz que você sugeriu sair comigo no dia dos namorados ?
" - Marcelo ? - o chamei, enquanto via ele afinar a guitarra.
- Oi
- Você disse que poderíamos sair qualquer dia, não é ?
- Sim.
- Que tal no dia 12 de junho. O dia dos namorados ?"
- Lembro - dizia eu, arrumando minhas coisas, me preparando pra sair.
- Quer sair comigo, dia 12 ? - de cara não acreditei naquele pedido. De cara meu queixo foi ao chão, e um leve sorriso se formou em meu rosto. Mas aí o Gilberto veio a minha mente, e eu me lembrei que ele estava compromissado. Não podíamos sair.
- Não se preocupe... Vou ficar em casa no dia 12. Marcelo... Esqueça que eu existo, por favor !
Continua
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