Gente, como hoje é sábado decidir postar mais cedo e como havia dito, esse capítulo é narrado por Sofia.
Edu19>Edu15: Né? kkk
TourinhoRenato: Pode me chamar pelo email: contoscontatos@gmail.com
Jeff08: Eu também espero, mas seria muito clichê não acha? E se de repente todo o amor que eles sentem sumisse?
Lucas<3: kkk verdade, é um pouco estranho, mas Sofia terá um final feliz, afinal a coitada já sofreu de mais.
FASPAN: Estou curioso pelo que está pensando kkk abraços.
prireis822: É nessas horas que vemos quem de fato são nossos amigos, e ambos tem muita sorte em ter um ao outro.
Vi-nícius...: Ta louco? kkk Esse ano termino o terceiro ano e já quero estar na universidade ano que vem, se demorar tanto posso dizer adeus ao meu sonho.
Divo BR: Obrigado!
Anjo Sedutora : Obrigado!
RodrigoMineiro: #ForçaSofia kkk
Ru/Ruanito: Você é uma graça, fico feliz que esteja gostando.
Miltex: Obrigado por acompanhar, não demore a postar seus capítulos viu?
Vamos ao conto então!
Tudo mudou quando ela perdeu a batalha para o câncer, meu pai caiu nos vícios alcoólicos, meu irmão logo pulou fora, e eu? Tive que aguentar tudo calada, deveria permanecer forte, tentar segurar uma família que não existia mais. Desisti dos meus sonhos, arrumei um emprego de garçonete no restaurante do outro bairro, as gorjetas até que eram boas, mas não era o bastante.
- SOFIA? - O dragão havia acordado - POR QUE O JANTAR AINDA NÃO ESTÁ PRONTO?
Porque eu estava trabalhando seu porco imundo! Pensei, mas não disse nada, juntei o que tinha de dignidade e fui para a cozinha começar a preparar o jantar.
- SOFIA? - Gritava ele da sala - ME TRAGA UMA CERVEJA! - Tudo o que queria era ir embora, abandonar o barco como meu irmão fizera, mas não havia para onde ir, estava juntando dinheiro, faltava pouco e até lá precisava aguentar tudo.
Minha vida foi caindo na rotina, ficou monótona, todos os dias era a mesma coisa, da casa para o trabalho e do trabalho para casa onde torcia que aquele monstro que um dia havia sido meu pai estivesse tão bêbado que mal pudesse andar, mas para minha infelicidade ele tinha adquirido uma certa resistência ao álcool.
- Onde estava? Está meia hora atrasada! - Seus cabelos perderam a cor que outrora era de um majestoso louro e que agora não passava de fios brancos e sem vida, ele que era um verdadeiro galã de novela agora era apenas um porco gordo imundo.
- A casa estava cheia hoje, só fui liberada agora - Falei já indo para a cozinha.
- Vão te pagar hora extra? - Sua voz de desdém me tirava o sério.
- Não! - Respondi seco.
- Devia arrumar outro emprego, esse mal dá para pagar as contas! - Não iria ficar calada, não dessa vez.
- SE VOCÊ PARASSE DE BEBER E ARRUMASSE UM EMPREGO TENHO CERTEZA QUE PAGARI... - Senti o peso da sua mão no meu rosto.
- Não ouse me responder! EU SOU SEU PAI!
- VOCÊ NÃO É MEU PAI A MUITO TEMPO! - E outra tapa veio, tão forte como o primeiro e dessa vez eu fui para o chão.
- SE EU NÃO SOU SEU PAI ENTÃO SAIA DESSA CASA AGORA! - Não me movi - SAIA!!! VÁ EMBORA! - Reuni minha coragem, me levantei rapidamente e o empurrei fazendo com que ele bêbado facilmente caísse e corri porta a fora sem destino.
Sentei-me em uma calçada com a cabeça nos joelhos, minhas lágrimas não paravam de cair, como seria da minha vida agora? O dinheiro do restaurante não daria para alugar uma casa, comprar móveis e comida, não tinha como voltar em casa então também estava sem roupas. Tinha um pouco de dinheiro no banco, mas não era o suficiente para minhas necessidades. Decidi sair dali e ir para casa de uma colega do trabalho ficar pelo menos por essa noite. Por sorte minha carteira com todos meus documentos e algum dinheiro estavam no meu bolso, estava faminta, parei em um desses lugares que vendiam espetinhos na calçada e fiz o pedido, me sentei em uma das mesas que ficava ao lado de uma banca de jornal, peguei um para ler na tentativa de me distrair de toda aquela situação. Quando passava os olhos pelos classificados algo me chamou bastante atenção.
“Precisa-se de babá para garoto órfão, o emprego exige comprometimento 24 horas”.
O que mais chamava atenção era o salário, era o triplo do que ganhava e pelo que me parecia tinha que morar com o órfão então não precisaria se preocupar com casa e comida, vi ali minha chance, era perfeito, ficava na cidade vizinha então não teria o azar de me encontrar com meu pai, anotei o número de contato e depois de comer fui para casa da minha colega que graças a Deus me acolheu, liguei marcando uma entrevista e no outro dia estava no ônibus vestindo uma roupa emprestada em busca da minha chance de sobreviver.
Cheguei ao local da entrevista, era um escritório de advocacia e muito bonito por sinal, fui até a recepção anunciar que havia chegado.
- Olá, meu nome é Sofia e vim para a entrevista de emprego - Esbocei um sorriso para parecer simpática, mas acho que não funcionou, a recepcionista me olhou de cima a baixo com ar de desdém.
- Espere sentada ali que logo será chamada.
- Obrigada! - O sorriso mais uma vez não funcionou, me virei e fui sentar.
Não demorou muito e fui chamada, entrei em uma das salas e encontrei um homem já de certa idade sentado em uma grande cadeira atrás de uma mesa.
- Bom dia, você é a senhorita Sofia, certo?
- Sim - Falei timidamente.
- Sente-se - Me sentei e senti ele me analisar por completo - Qual sua idade?
- 26 anos.
- Em que trabalhava antes?
- Garçonete em um restaurante.
- Tem experiência em cuidar de crianças?
- Não senhor.
- Por que acha que eu deveria te contratar?
- Porque aprendo rápido e tenho facilidade em me interagir com as pessoas.
- Sofia, apenas hoje recebi várias pessoas com experiência na área, enfermeiras, babás de longa data e até algumas donas de casa - Ele respirou fundo e eu me aninhei na cadeira - Por que deveria escolher alguém sem experiência ao invés de uma das outras candidatas com um extenso currículo? - Agora foi a minha vez de respirar fundo.
- Desculpe-me falar senhor, mas se estivesse procurando alguém com experiência já teria contratado, o que essa criança precisa é de alguém para ser amigável e carinhosa, alguém que o ajude nos problemas mais bobos e isso eu sei que posso fazer com maestria - Terminei de falar e ele ficou calado por um tempo pensando, o que me deixou bem incomodada.
- Está certa senhorita Sofia, agora peço que vá até a recepção pegar os detalhes e é necessário que comece amanhã mesmo - Pisquei um pouco desorientada.
- Como senhor? - Perguntei insegura.
- Você está contratada, agora por favor se dirija até a recepção! - Aquilo foi uma baita de uma surpresa, agradeci transbordando de alegria, eu tinha conseguido, eu ia sobreviver! Pelo menos era o que eu pensava naquela hora.
O que poderia dar errado em cuidar de uma criança órfã?
Primeiro: Ele não era uma criança.
Segundo: Estava arrasado com a recente perda da família.
Terceiro: Não que eu o culpasse, mas ele era mais ranzinza que um idoso em um asilo e tinha uma língua bastante afiada.
Havia aproveitado o restante do dia anterior para comprar roupas com o dinheiro que estava guardado no banco, afinal eu saí de casa com uma mão na frente e outra atrás. Meu primeiro contato com Lucas não foi algo que me orgulhasse, ele estava sentado na mesa da cozinha quando cheguei acompanhado do advogado com quem havia feito a entrevista.
- Lucas, está é Sofia, ela será responsável por você de agora em diante - Senti seu olhar frio e calculista me analisar, era notável o quanto ele estava mal, seus olhos estavam carregados de olheiras e sua pele estava bastante pálida - Bem, vou deixar vocês a sós para que possam se conhecer - Ele saiu e acho que o ouvi sussurrando uma boa sorte para mim.
- Olá! Meu nome é So...
- Sofia! Ele já te apresentou - Senti minhas bochechas arderem.
- Pois é! Posso me sentar? - Perguntei.
- Faça o que bem entender apenas não me perturbe - Ele se levantou e subiu as escadas.
Entendia que ele se sentia mal por isso não o perturbei pelo menos não até a hora do almoço, subi até seu quarto e bati na porta.
- Lucas o que vai querer para o almoço? - Perguntei sem abrir a porta.
- Quero que me deixe em paz! - Gritou de dentro do quarto.
- Ok! – disse para mim mesma.
Desci e resolvi cozinhar, uma hora ele teria que comer, abri geladeira que estava bem farta e peguei o necessário para fazer um estrogonofe, preparei arroz e salada. Já passavam das 13 horas então decidi almoçar sem ele, terminada minha refeição lavei a louça e fui para meu novo quarto organizar minhas roupas o que não demorou muito, pois havia comprado pouca coisa. Como não tinha nada para fazer decidi passar o aspirador pela casa, não que estivesse suja, pelo contrário estava bastante limpa, mas não queria parecer uma inútil.
Quando estava terminando de aspirar a casa ele desceu e foi em direção a cozinha.
- Vou esquentar a comida para você! – Já estava guardando o aspirador.
- Eu sei me virar – Ele nem ao menos olhou para mim, ligou o fogão e esquentou a comida e se serviu.
- O que achou? – Ele me olhou como se não entendesse do que eu estava falando – Da comida?
- Da para o gasto! – Resolvi deixar para lá, mas fiquei bastante contente por ele ter repetido a refeição.
Com o tempo pensei que as coisas melhorariam, mas não foi bem o que aconteceu, Lucas aumentou um pouco a quantidade de palavras por dia comigo, mas a maioria carregada com seu humor ácido, ele passou a usar apenas roupas pretas e só cortava o cabelo quando já estava muito grande. Foi incontável às vezes que pensei em desistir, porém a imagem do meu pai na minha cabeça de certa forma me dava forças para continuar, não podia desistir não tinha uma estaca zero para voltar.
Eu queria ajuda-lo, mas não sabia como, ele não se abria comigo, me via apenas como uma estranha que estava ali para cozinhar, leva-lo para os lugares que não eram muitos e para atender algum capricho seu. Em um não tão belo dia quando voltava do mercado com as compras da semana passei em frente uma academia de luta e aquilo me chamou atenção, já havia lido em algum lugar que a prática de esportes ajudava aliviar o estresse e a raiva, e esses eram duas coisas que Lucas tinha de sobra. Quando cheguei em casa preparei o jantar e o esperei na mesa, como já era um pouco tarde ele não demorou a vim, ele se serviu e sentou-se de frente para mim, seus olhos eram coisas fascinantes, não eram um simples escuro, mas completamente negros, dava uma sensação que ele estava vendo sua alma.
- Lucas, eu descobri que aqui perto tem uma academia de luta – Tentei introduzir a ideia.
- E? – Respondeu seco.
- E eu estava pensando que você poderia fazer, ajudaria no estresse.
- Me acha estressado? – Podia ver, ele estava jogando comigo, mas já estava algum tempo com ele para saber suas regras.
- Você não?
- Me responder com outra pergunta não combina com você.
- Tentar mudar de assunto também não combina contigo.
- Interessante, você não é tão sonsa como imaginei – Confesso que me senti magoada com aquilo, mas não deixaria transparecer, apenas o encarei da mesma forma que ele sempre fazia comigo – Eu faço, mas tenho uma condição!
- O que? – Ele esboçou um meio sorriso que me deu calafrios.
- Só faço se você também fizer! – Acho que ele pensou que eu desistiria da ideia.
- Tudo bem, amanhã de manhã então te espero para irmos fazer nossa matricula - Não esperei ele responder e fui para meu quarto.
Lucas me surpreendeu quando optou fazer as três modalidades que a academia oferecia, eu fiquei apenas com o boxe e já previa vários hematomas. Passamos algumas horas treinando e fiquei feliz em vê-lo fazer outra coisa além de reversar entre ficar deitado e tentar me colocar para baixo. Depois do treino entramos no carro ambos suados, liguei o ar condicionado no máximo e dei partida.
- Está com fome? – Perguntei.
- Não.
- Ótimo! – Ele me encarou.
- Por quê?
- Você já vai ver! – Dirigi até uma estrada não muito movimentada, estacionei e desci.
- O que está fazendo? - Ele estava assustado, dei a volta no carro e abri sua porta.
- O que acha de aprender a dirigir? – Perguntei.
- Você está louca? Tenho apenas 15 anos! – Seu rosto estava vermelho, não sei dizer de que.
- Você que sabe então – Fui fechando sua porta.
- Não! Espere! Eu quero...
- Vá para o outro lado então! E coloque o sinto – Sentei no banco do carona e coloquei o sinto, não conseguia disfarçar minha cara de contente.
- Por onde eu começo? – Perguntou.
- Primeiro verifique se o carro está no ponto morto então o ligue – Assim ele fez – Agora pise na embreagem, que é o pedal da esquerda seguido do freio e acelerador.
- Estou pisando!
- Engate a primeira marcha, mas não solte o pé ainda, abaixe o freio de mão e vá pisando no acelerador e soltando devagar a embreagem – O carro deu um solavanco e apagou – Vá soltando a embreagem devagar, ligue o carro de novo - Ele tentou de novo e mais uma vez deixou o carro apagar.
- Que droga! Não consigo – Ele já estava ficando zangado.
- Fique calmo, é normal isso na primeira vez, eu mesmo só conseguir fazer o carro sair do lugar na sétima tentativa! – Tentei anima-lo.
- Tudo bem, vamos lá, de novo – Ele ligou o carro novamente e fez o mesmo processo e para nossa surpresa o carro começo a andar – Eu consegui! Eu consegui! – Ele riu, era a primeira vez que o vi rir daquele jeito, senti as lágrimas saltarem do meu rosto, mas por sorte ele não estava me olhando – O que eu faço agora?
- Pise novamente na embreagem e passe para segunda marcha – Ele já havia pegado a manha – Depois quando ouvir um ronco no motor passe para a terceira e assim sucessivamente, mas como estamos aprendendo ainda vá devagar – Ele parecia feliz e eu estava ansiosa para ver sua cara quando lhe ensinasse a pilotar uma moto.
Obs: Não sei se vou poder postar amanhã, vai depender da minha disposição na madrugada para escrever kkk Um abraço a todos.