O Acompanhante - Parte XVI
O restaurante onde levei Helena Mara para jantarmos era pequeno, mas muito elegante. Antes de sairmos do meu apartamento, chamei Danuza para que viesse conosco, mas ela continuava emburrada. Preferiu comer um sanduíche natural dos que sempre guardo na geladeira, para quando não estou a fim de comida de panela. Não insisti. Ela estava com ciúmes da médica da pele cor de jambo. Também não perguntei se ela iria se demorar lá em casa. Deixaria para conversar sobre isso quando estivéssemos a sós.
Perguntei a Helena se não seria temeroso deixar a policial baleada sozinha. Ela disse que Alice não acordaria tão cedo. Então, eu quis saber o que ela tinha para conversar a sós comigo. Chamou o garçom e fez questão de pagar a conta. Pegou-me pelo braço e rumamos para o carro dela, pois eu tinha deixado o meu em casa. Disse que queria levar-me ao seu apartamento. Pouco depois, chegamos num condomínio classe média-alta no bairro da Torre. Seu apartamento ficava no último andar e a vista era maravilhosa. Podia-se ver o rio Capibaribe e a visão alcançava até depois de Boa Viagem. Dava até para ver o mar. Via-se, também, o centro do Recife. Mas não era isso que ela queria me mostrar.
Foi até seu quarto e voltou com um laptop. Depois de iniciar os programas, entrou num site de escritores. Fez o login e entrou num perfil onde disse escrever sob pseudônimo. Abriu a relação de seus textos: todos eróticos. Aquilo era novidade para mim. Claro, já havia entrado em sites pornôs, mas só de filmes. Ela escrevia contos curtos, mas todos numa mesma linha: sadomasoquismo. Todos os textos versavam sobre o mesmo tema. Li até o final três contos. Num, ela descrevia um estupro. Noutro, contava passo a passo uma sessão de tortura com direito a objetos enfiados no ânus e na vagina. No último, dizia estar amarrada enquanto um amante pintava e bordava com ela. Nenhum dos textos foi do meu agrado. Senti-me mal com tamanha violência. Perguntei de onde ela tirava tanta inspiração bizarra, quando percebi que o próximo texto "erótico" versava sobre o prazer de ter alguém urinando sobre ela.
Pegou-me pela mão, sorridente, como se tudo aquilo que escreveu fosse natural, e levou-me para o seu quarto. Lá, havia uma grande prateleira repleta de filmes e livros. Mostrou-me os DVDs que mais gostava: uma sessão de espancamento com chicote, outro sobre técnicas de Bondage e uma suruba de mulheres onde cada uma que enfiasse um objeto mais estranho na outra. Senti-me pouco à vontade com as imagens dispostas nas capas. Ela percebeu meu constrangimento. Pediu desculpas. Achou que eu também gostasse daquilo, já que eu a torturara pouco antes, enquanto fodíamos no meu apartamento. Expliquei que havia percebido que ela gostava de sofrer no coito e tinha tentado satisfazê-la. Mas eu não havia me sentido bem torturando-a. Ficou triste.
Perguntei, para quebrar seu silêncio, se as marcas no seu corpo foram consequência de uma sessão de sexo sadomasoquista. Ela demorou um pouco a responder, como se não tivesse certeza de que pudesse se abrir comigo. Suspirou profundamente e perguntou se podia confiar em mim. Acenei afirmativamente com a cabeça. Então ela falou que era a caçula de seis irmãos, apenas ela de mulher. Todos batiam-lhe, quando pequenina, pois a achavam impertinente e chata. Seu pai abandonara sua mãe para viver com outra. Sua mãe era médica e trabalhava em vários hospitais. Quase não parava em casa. A educação da prole ficava por conta do filho mais velho que era um verdadeiro machista. Ameaçava bater-lhe mais, caso contasse o que se passava durante os dias à mãe. Um dia, descobriu que gostava mesmo de apanhar. Passou a viver aprontando, para que os irmãos batessem nela. Escondia os hematomas da mãe. Aproveitando-se da impunidade, os irmãos espancavam-na cada vez mais forte. Até que uma vez teve que ser socorrida, pois a surra a deixou desfalecida.
Com medo de que ela pudesse morrer, levaram-na para um hospital e a abandonaram na portaria. Uma médica do hospital a conhecia e informou o caso à sua genitora. A partir de então, os irmãos foram obrigados a viver com o pai, enquanto ela era criada sozinha com a mãe. Desde então, começou a se interessar por aberrações sexuais. Pesquisava tudo sobre o assunto. Passou a escrever e publicar contos na Internet. Foi quando conheceu o soldado do exército que lia e comentava seus contos. Iniciaram comunicação por e-mail e por redes sociais e, mesmo sabendo que ele era comprometido, passaram a se encontrar. Ele confidenciou-lhe que a namorada também gostava de jogos sadomasoquistas, mas tinha que pegar leve pois ela morava com os pais, então tinham que ter cuidado para que estes não percebessem os machucões. Helena tinha a vantagem de estar a maior parte do tempo sozinha. Resolveu roubar o namorado da outra.
No início, segundo ela, a vida com o soldado do exército, namorado da minha secretária Roxane, era uma maravilha. Não tinha ciúmes, portanto não ligava que ele se encontrasse com a loira. Mas, com o passar do tempo, o cara ficou cada vez mais violento. Deixava-a toda marcada e isso estava prejudicando seu emprego na clínica. Os companheiros de trabalho já estavam percebendo os machucões e ameaçavam dar queixa do soldado ao Exército. Cada vez que ela dizia que não o queria mais, seguiam-se sessões de espancamento. Ele não aceitava que ela o deixasse. Ela já não sabia mais o que fazer. Então, me conheceu. Percebeu que eu não tinha a mesma índole do amante. Ficou mais contente quando eu a machuquei "com carinho" da última vez que fizemos amor. Achou que faríamos um par perfeito.
De repente, jogou-me sobre a cama. Disse que aquela conversa a estava deixando cada vez mais excitada. Despiu-me com urgência, quase arrancando as minhas roupas do corpo. Queria meu pau todo dentro da sua vulva. Eu também estava excitado com toda aquela conversa. Ajeitei-me sobre ela, que apontou meu cacete para a sua greta. Estava ensopada. No entanto, era muito apertada. A glande quase não entrava. Machucava-me, de tão estreita que sua xoxota era. Mas ela pôs as duas mãos nas minhas nádegas e me forçou ao seu encontro. Senti meu pênis rasgar sua boceta. Ela gemeu alto, com um sorriso de satisfação no rosto. Percebi um visgo a molhar minha púbis e meus bagos. Quis olhar para a sua vulva, mas ela não deixou. Pediu que eu metesse com vigor. Senti o cheiro de sangue no ar. Quando eu ia parar, ela deu-me um tapa no rosto. Tirei meu caralho duro de dentro dela. Deu-me mais dois tapas com força. Implorou que eu não parasse de foder-lhe a vulva. Disse que nunca tinha gozado pela frente. Era a primeira vez que iria ter um orgasmo vaginal. Fiz o que pediu. Voltei a enfiar-lhe o cacete na xana visguenta de sangue. Ela estremeceu o corpo todo. Beijou-me com violência e depois mordeu-me o lábio inferior com força. Pediu que eu batesse em seu rosto. Fiz que não havia ouvido a ordem. Continuei metendo com violência na sua boceta. Ela deu um urro e tentou se desvencilhar de mim. Segurei-a firmemente e não deixei que se afastasse. Explodimos ao mesmo tempo num orgasmo a dois.
Fim da Décima sexta Parte