Cap.14
NARRADO EM TERCEIRA PESSOA
Obviamente Ricardo e Lauro estavam bastante nervosos, mas esse nervosismo foi passando aos poucos. Num primeiro momento, Lauro se viu na casa do seu amado sem saber o que fazer. Olhava pra um lado, pro outro e pensava, que devo fazer ?
- Fiquei muito feliz que você veio - Ricardo falou, olhando ele de costas, louco para abraca-lo.
- Eu queria muito te ver - Lauro falou, ruborizando. Virou-se e olhou nos olhos de Ricardo.
- Eu também... Acho que a gente tá meio nervoso, né ?
- Humrum - os dois sorriam, tentando disfarçar tudo o que estavam sentindo - você quer assistir alguma coisa ?
- Quais filmes você tem aí ?
- Ah, tenho um monte, tenho certeza que você vai adorar - falou, indo até o sofá. Abriu uma gaveta da mesa de centro e tirou alguns DVDS - esses são só alguns, tem muitos outros naquela estante - Lauro sorriu, vendo o quanto ele se animou - vem, Senta aqui !
- Tá bom - meio envergonhado, Lauro sentou ao lado dele e começou a olhar os filmes. A maioria eles conheciam, riam lembrando das cenas. Era o momento enfim, de eles se entrosarem e deixarem um pouco da vergonha que imperava na relação dos dois.
- Escolhe aí, eu faço pipocas pra gente.
- Tá bom - Lauro observou Ricardo ir para a cozinha. Fechou os olhos por alguns segundos, como se falasse consigo mesmo e com Deus, pedindo pra que a vergonha passasse e ele enfim conseguisse mostrar quem verdadeiramente era, um garoto animado e divertido, para a sua paixão. Se surpreendeu, quando de repente sentiu alguém o beijando. Quando abriu os olhos, percebeu que havia sido Ricardo. Ele sorria, e deixava Lauro vermelho.
- Desculpa, eu não... Resisti
- Seu bobo ! - Lauro devolveu o selinho, e observou, dessa vez, Ricardo realmente ir para a cozinha. Aquela tarde prometia para eles dois.
NARRADO POR JUNIOR
No decorrer do dia nos divertimos bastante. Passar o tempo com Carlos sempre era divertido, ele me fazia sorrir. Parecia que pra ele, o meu sorriso era o seu combustível.
- EI, Júnior, não foge !
- Mas eu não quero brincar de Karaokê !
- Deixa de ser chato, vai ser legal ! - me puxou a força pra frente da TV - eu nem canto nada, você acha que vou realmente conseguir.
- Não precisa ser afinado bobão, essa é a graça - ri, vendo que logo a música Lost do Coldplay iria se iniciar - vai, começa - sabia que ia ser um desastre, mas já que ele queria.
- Just because I'm losing Doesn't mean I'm lost... - rimos muito aquele dia. Eu já não sabia mais o que faria sem o Carlos na minha vida. Ele era marcante, ele era necessário. Ele era quem completava o meu coração. Ele me resgatou de um poço enorme, e agora me faz o garoto mais feliz do mundo. Ele... Sempre ele.
NARRADO EM TERCEIRA PESSOA
Ricardo voltou com uma vasilha cheia de pipoca até a borda.
- Aqui está !
- Como faz pra ligar ? - perguntou, mexendo no aparelho.
- Só pelo controle - Ricardo entregou a ele, e ficou o observando.
MINUTOS DEPOIS
O filme estava a todo vapor, quase pela metade. Eles assistiam, não muito longes um do outro, mas também não do jeito que queriam.
- EI ? - Lauro quebrava o silêncio.
- O que ?
- A gente poderia conversar, não é ?
- Sobre o que você quer conversar ?
- Não sei... Só queria quebrara um pouco o gelo que existe entre nós - Lauro ficou olhando para o chão, envergonhado. Ricardo percebeu que era hora de ele tomar uma iniciativa e aproximar eles dois.
- A gente pode conversar sobre muitas coisas - falou, se aproximando do seu amado - do quanto esse filme é bacana - abraçou Lauro, trazendo ele mais pra perto de si.
- Não, eu não quero falar sobre isso.
- Sobre o que você quer falar ? - Lauro virou o rosto, e os dois ficaram face a face. Um sentindo a respiração do outro, podendo ver e sentir cada movimento de cada parte do rosto contrário .
- Sobre nós...
NARRADO POR JUNIOR
A noite havia caído, e era hora de voltar pra casa. Uma tia de Júnior, que morava em frente a casa dele veio me deixar, com ele ao meu lado, óbvio.
- Vamos lá, tenho que pegar uma atividade, não é ? - falou, tentando criar um motivo para sair do carro junto comigo.
- É sim, vamos lá Carlos - subimos as escadas da minha casa lado a lado. Percebi que a porta da frente estava trancada. Abri com a chave que tinha, e quando entrei tudo estava bastante vazio.
- Vim só te dar um beijo de despedida !
- Ah é ? Que ótimo. Ao menos ajuda a amenizar a saudade que eu já estou sentindo desde agora.
- Bobo - e mais uma vez nos beijamos. Lentamente ele se separou de mim - deixa eu ir, minha tia vai desconfiar.
- Tchau. Te amo - sorriu.
- Também te amo - logo Carlos saiu, me deixando já com o peito cheio de saudades. Como eu o amava. Quando me virei, a surpresa. Meu irmão estava ali. Corei na hora.
- Eu sabia !
Continua
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