BOYS – Parte I
“Eu já vi de tudo. Conheço tantas fantasias que nada mais me surpreende. É muito comum um homem pagar para o boy comer a mulher dele. É o tesão do cara. Ele sente prazer em ver a mulher dele na cama com outro. Também já recebi proposta para apanhar, bater. Fui pago para dar barrigada, transar se drogando. A viagem desse cliente era trepar cheirando cocaína. Eu não quero nem saber. Pagou, eu faço."
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Ele é metódico. Todas as noites, quase que pontualmente às nove horas, desce até a garagem do prédio onde sou porteiro e pega seu Audi novinho. Abro o portão, ele passa por mim e me cumprimenta quase sem me ver, como se o fizesse por puro costume de cumprimentar, não importando quem esteja na portaria. Acho que ele nunca realmente reparou em mim. Talvez nem saiba que existo. Eu, no entanto, não consigo deixar de admirá-lo. Às vezes me pego com uma inveja tremenda do cara. Alto, bonitão, corpo bem proporcionado e de musculatura perfeita: nem magro nem gordo, nem musculoso demais. Tudo na mais pura harmonia. Certa vez cheguei a duvidar da minha masculinidade, achando que estava apaixonado por ele. Mas não. É que o sujeito tem tudo que eu almejo: ótimas roupas, carro do ano, morar sozinho e ter muita grana pra gastar. Com isso eu conquistaria todas as gatas que quisesse. No entanto, nunca o vi acompanhado de nenhuma mulher, apesar das garotas do prédio andarem comendo-o com os olhos.
Beleza eu tenho! Acho-me, inclusive, mais bonito do que ele. E nasci em berço de ouro. Dizem que meu pai amava verdadeiramente minha mãe. E ela o amava muito também. Poderíamos ter sido uma família feliz se eu não a tivesse matado. É que nasci de um parto difícil e ela acabou falecendo. Meu pai ficou louco. Dizem que me culpou pela morte dela e me abandonou recém nascido nos braços de minha tia, irmã dele. Largou o ótimo emprego que tinha e foi viver como andarilho pela Europa. No início, mandava dinheiro para o nosso sustento já que, para cuidar de mim, minha tia teve que abandonar seu trabalho numa clínica particular de classe média onde medicava. Mas dizem as más línguas que ela foi demitida por justa causa por roubo de entorpecentes do almoxarifado. No início, ela escondia de todos que era usuária de drogas. No entanto, há três ou quatro anos atrás conheceu um médico também viciado e, de lá pra cá, os dois têm feito verdadeiras orgias dentro do pequeno, porém luxuoso, apartamento onde moramos. O casal vive o tempo todo nu, dentro de casa, sem dar a mínima para a minha presença. Confesso que fico incomodado, principalmente porque minha tia ainda é uma bela e exuberante mulher. Tem uma lapa de buceta e de bunda que causa inveja às outras mulheres do prédio. E chama à atenção quando sai às ruas. Ver o namorado enrabando-a no sofá da sala me deixa muito excitado. Por isso, quando soube que precisavam de alguém para ficar na portaria, aproveitei a chance de não estar o tempo todo dentro de casa com eles.
Já o cara de quem estive falando no começo, chegou há apenas um ano e meio no prédio. Veio só com a roupa do couro, morar sozinho no kitnet mobiliado que estava para alugar. Na época, disse que trabalhava num posto de gasolina em um bairro vizinho. Mas, nem bem se passaram seis meses, já havia trocado de carro duas vezes. A síndica do prédio andou de olho nele, achando que era algum assaltante foragido, mas logo pareceu convencida de que o cara não era ladrão. Até ficou amicíssima dele, e o sujeito andou frequentando seu apartamento durante certo tempo. Foi quando o marido dela pareceu enciumado e andaram discutindo. Desde então, não vi mais o garotão por perto dela.
O nome dele é Pietro. Dizem que ainda cursa faculdade, mas não o vejo com livros nas mãos. No entanto, se expressa muito bem, como se fosse já formado. Seu porte atlético, sua beleza, seu charme e sua voz grave e possante causam inveja a muitos rapazes da minha idade. Ele parece ser um pouco mais velho que eu, talvez uns três ou quatro anos. Eu tenho dezenove e este ano termino a oitava série. Andei me atrasando, repetindo alguns períodos letivos. Mas, atualmente, tenho tomado gosto pelos estudos. Pietro deve ter largado do posto de gasolina onde trabalhava, pois passa o dia todo entocado dentro do kitnet e só à noite sai de casa, voltando quando o dia já está amanhecendo. Nunca o vi bêbado, apesar de saber que ele adora uísque. Já me pediu para comprar-lhe uma garrafa do mais caro, certa vez. E me deu uma gorjeta de quase cinquenta reais. Acho que foi a partir de então que passei a prestar atenção nele, apesar de já conhecê-lo através de fofocas de vizinhas.
Por falar em vizinha, a senhora que mora no quinto andar do segundo bloco tinha acabado de me ligar. Disse que iria precisar de mim logo mais, para que eu a acompanhasse até o clube onde costuma se divertir nos finais de semana. Ela me paga cinquenta reais para que eu passe a noite dançando com ela, sempre que quer. E olha que a coroa gosta de dançar! Tem vezes que quase não fica sequer um minuto sentada na cadeira. Mas dança bem, a danada, e eu me divirto passeando por todo o salão, ela acompanhando divinamente meus passos. Porém, naquela noite as coisas iriam ser diferentes...
D. Madalena era uma coroa gorda e achatada na bunda, apesar de ter um rosto jovial e simpático. Disse-me que iríamos bebemorar o aniversário de uma amiga e que deveríamos apanhá-la de carro na casa dela. Entregou-me a chave do automóvel, um Fiat Uno branco, como sempre fazia quando íamos ao clube. Eu guiava, pois ela não sabia dirigir. Eu também a levava ao médico, para exames periódicos sempre que era preciso, e ela me dava um dinheirinho extra por me usar como chofer. Era viúva e o marido lhe deixara uma gorda poupança, além de uma polpuda pensão que ela gastava em diversão e comigo. Quando chegamos ao prédio onde sua amiga morava, tive uma grata surpresa: a coroa era linda e estava muito bem vestida. E pareceu-me ter ficado interessada em mim. Tanto que veio me dirigindo a palavra o tempo todo durante o percurso até o clube.
O local chamava-se Clube das Pás e fora fundado por carvoeiros que trabalhavam no porto, no carnaval de 1887. Era um ambiente aconchegante, freqüentado mais por pessoas da terceira idade, apesar de eu costumar ver lá mocinhas bem jovens, na maioria das vezes acompanhando alguma parente, velhas habitués do lugar. Outras eram amantes de velhos fogosos, que adoravam exibi-las em público. Tinha as que denotavam estar ali com um homem por dinheiro. Mas eu não podia censurá-las, pois também ganhava uns trocados para dançar a noite toda com D. Madalena. No entanto, nem bem conseguimos uma mesa, a amiga aniversariante me chamou para dançar. Hesitei, pois achei que D. Madalena iria ficar chateada por lhe roubarem o parceiro de dança, mas ela mesma me incentivou a ir com a amiga. Disse-lhe, sorrindo, que eu era o seu presente naquele dia. Depois cochichou ao meu ouvido que eu tratasse muito bem a aniversariante e ela me compensaria com uma grana extra depois. O nome da coroa bonitona era Joyce, e ela me puxou pelas mãos em direção ao salão. Tocava uma música bem animada e acompanhamos o ritmo com muita desenvoltura. Ela ria a valer a cada passo diferente que eu dava, elogiando minha criatividade. Dançamos uns quatro forrós seguidos e já íamos voltar para a mesa quando a orquestra que se apresentava no palco iniciou uma canção bem romântica de Roberto Carlos. Ela agarrou-se a mim e começamos a dançar bem coladinhos, no maior sarro. De repente, ela me perguntou de chofre quanto D. Madalena me pagava para passar a noite dançando com ela.
Respondi-lhe, sorrindo, que isso era segredo profissional e ela caiu na gargalhada. O dancing estava lotado e ela se agarrou mais ainda a mim. Depois falou bem baixinho ao meu ouvido que, se eu realizasse uma fantasia sua ali, me pagaria o dobro da amiga. Perguntei-lhe, curioso, o que eu deveria fazer para ganhar cem reais no final da noite. Ela respondeu toda maliciosa que sempre sonhou em dançar uma música lenta enfiada na rola de um acompanhante, ali mesmo no salão. Gelei. Eu sempre fui meio tímido e jamais cogitei um dia fazer algo do tipo. Meu pau ficou imediatamente enrijecido com aquele pensamento e ela percebeu. Desceu disfarçadamente a mão e tocou-me o volume por fora das calças. Afrontou-me, dizendo que eu seria um frouxo se não fizesse o que ela tanto desejava.
Olhei para um lado e para o outro e percebi que ninguém prestava atenção na gente. Cada um se preocupava em não perder um só segundo daquela música dançando “enfiado”, no maior encoxado. Alguns pares até dançavam de olhos fechados, curtindo o bolero e a esfregação. Então, tomei coragem e levei uma das mãos ao zíper, botando meu pênis para fora da calça. Ela usava uma saia com uma fileira de botões na frente. Enfiou minha vara pela abertura entre os botões e encaixou-a no meio das pernas. Sem parar de dançar bem lento, foi ajustando minha glande com grande destreza. Só então percebi que sua calcinha era dessas que tem uma abertura embaixo, permitindo que a mulher faça xixi sem precisar retirá-la. Foi quando senti a cabeça do meu pau invadindo a sua vulva molhada e quente que quase gozo ali em pé, naquele instante. Mas contive meu tesão com muito esforço. Abaixei-me um pouco, ajeitei-me melhor entre suas pernas e meu pênis entrou todinho em sua greta. Ela gemeu ao meu ouvido. E a música seguiu-se, lenta...
Continuamos dançando, coladinhos, as canções de Roberto. Ela ameaçou de me deixar no meio do salão se eu gozasse, e eu fazia um esforço sobre-humano para não ejacular entre suas pernas. Mas ela não tardou a ter seu primeiro orgasmo. Agarrou-se a mim e suas pernas quase dobram de tão trêmulas. Mordeu-me o lóbulo da orelha, em êxtase. Depois me largou de repente no meio do salão e correu em direção ao sanitário feminino. Tive dificuldades em colocar o pau de volta dentro da calça, de tão duro que estava. Ainda bem que as pessoas olhavam para ela, que se afastava de mim no meio de uma música romântica, e não para o meu cacete. Aí ela voltou e me puxou de novo pela mão, me levando em direção ao gabinete feminino. Parei na porta, sem querer entrar. Mais uma vez ela me chamou de frouxo. Depois levantou a saia toda abotoada na frente e meteu a mão na vulva, começando uma frenética siririca. Abriu bem as pernas, encostou-se na parede, fechou os olhos e mandou ver. Gozou não sei quantas vezes, eu olhando estupefato para ela. Depois escorregou o corpo pela parede de azulejos, sentando-se no chão com cheiro de Pinho Sol do banheiro. Ficou lá, toda mole, com um sorriso delicioso nos lábios.
Então eu ouvi uma zoada de mulheres conversando em voz alta e percebi que vinham em direção ao banheiro. Puxei a coroa Joyce pela mão, para que ela levantasse e viesse comigo, mas não houve jeito. Deixei-a lá ainda sentada no chão e saí dali antes que as mulheres percebessem que eu havia estado no banheiro delas. Ouvi quando perguntavam se a coroa estava bem e ela gritou feliz: ESTOU MARAVILHOSA!!!
Voltei para junto de D. Madalena, que perguntou pela amiga. Disse-lhe que ela tinha ido ao sanitário e a coroa pediu licença para ir lá também. Eu ainda estava excitadíssimo, doido para gozar. Pedi uma cerveja à garçonete e ela trouxe quase que imediatamente, visivelmente interessada por mim. Fez questão de encher o meu copo, mas o fez de forma desastrada. Entornou um pouco do líquido em meu colo, pois a bebida viera quente, espumando e derramando. Pediu-me desculpas pelo desastre, mas permaneceu alguns segundos com os olhos vidrados no meu volume, que parecia querer pular da calça. Retirou um pano imundo do bolso da bata e começou a passá-lo sobre meu pênis, como a limpar a cerveja entornada que molhara bem ali. Depois ficou sem jeito quando sentiu meu tesão palpitando. Pediu que eu fosse com ela até o bar, para enxugar melhor o líquido derramado. Eu disse que não seria preciso, mas ela insistiu. Acompanhei-a até o enorme bar, onde um viado despachava junto com outra garçonete. Ela apontou meu volume molhado, dizendo para o pessoal: OLHA O QUE EU TROUXE PARA VOCÊS LIMPAREM!!!
A bicha foi a primeira a chegar com um pano limpo junto de mim. Teve o cuidado de me puxar para trás de um amontoado de engradados de cervejas, enfileirados e formando uma parede, que escondia um cantinho onde se refugiavam para descansar do movimento do balcão. Ali eu fui pego de surpresa. “Ela” abriu meu zíper e enxugou o molhado da calça com eficiência, mas sem tirar os olhos do volume por dentro da cueca. Agachou-se à minha frente e ficou com o rosto bem pertinho. As garçonetes diziam rindo que ele se apressasse, pois estavam na “fila”. A que me levara até ali não demorou a vir pra junto da gente, bem na hora em que o gay se atreveu a pousar a mão no meu cacete ainda duro. No balcão, o pessoal reclamava que o atendimento estava péssimo, pois demoravam a trazer as cervejas. Despudorado, o viado me bateu uma bronha enquanto a garçonete colava o rosto no meu pau, esperando pela ejaculação. Nem bem a outra garçonete despachou o último freguês que estava no balcão, correu e agachou-se junto aos dois, no momento em que eu, não agüentando mais de tanto tesão, jorrei porra nos rostos dos três...
Revezaram-se sugando meu esperma até a última gota, depois nos recompomos e eu voltei para a mesa. O gay me deu um cartão seu, com telefone, mas joguei fora assim que saí do bar. Acredito que tenho um pouco de aversão a bichas, apesar de não demonstrar isso em público. Eu estava mesmo interessado era na amiga de D. Madalena. Quando cheguei à mesa onde estávamos sentados, elas já me esperavam aflitas. Queriam ir para casa. Perguntei o que estava acontecendo para estarem tão apressadas e D. Madalena falou que a amiga não estava se sentindo bem. Fizemos todo o percurso de volta para casa sem trocarmos uma única palavra, até que chegamos ao endereço onde morava a aniversariante. Aí Joyce disse que tinha guardado uns salgadinhos e umas cervejas na geladeira e nos chamou para subir. Percebi certa cumplicidade em D. Madalena, mas ela parecia meio sem jeito. Perguntaram, maliciosas, o que havia acontecido com a minha calça e eu respondi que havia entornado cerveja nela, por isso tinha me ausentado da mesa para me limpar. Dona Madalena me indicou o banheiro e Joyce disse que iria pegar um calção, pois cuidaria de lavar minha roupa fedendo a cerveja. Mas logo cansaram de disfarçar e ambas trataram de despir-me totalmente. Fiquei acanhado diante de D. Madalena, mas ela explicou que as duas haviam conversado no banheiro, lá no clube, e tinham se decidido a fazer uma suruba comigo. Fiquei tenso. Não podia dizer que havia gozado lá no bar do clube, por isso pedi licença para tomar um banho antes.
Demorei bastante na ducha, pois na verdade eu dava um tempo para me recuperar da gozada que dera há pouco. Bateram na porta, me apressando. Quando finalmente resolvi sair, ambas estavam nuas, me esperando no sofá, petiscando uns salgadinhos e bebendo cervejas. Eu estava cheirando a sabonete, mas as duas entornaram cervejas de surpresa sobre mim. Parecia que haviam ensaiado aquilo. Depois caíram de boca em meu corpo nu e não demorou nem um segundo para que eu ficasse a ponto de bala de novo...
FIM DA PRIMEIRA PARTE