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Fernando
As palavras daquele garoto ficaram ecoando em minha mente, eu havia feito besteira com Giulia, ela não merecia sofrer por mim, ela já sofre demais por ela mesma.
- Eu vou ajudar essa garota a ser feliz. – Disse sozinho em meu quarto.
- Falando sozinho de novo?, vou te levar no psiquiatra. – Disse minha irmã Melissa adentrando em meu quarto.
- Sai daqui. – Disse lançando meu travesseiro nela.
- Ui, ui, ui, tá nervosinho?. – Ela disse me provocando, eu sabia o que ela queria fazer.
Ela queria que eu e ela brigassemos para se fazer de santa, e meu pai me mandar para o colégio interno que ele tanto queria me mandar, mas minha mãe não deixava.
- Eu não vou cair na sua provocação, ou você sai, ou nossos pais vão saber o que você faz quando devia estar no colégio, que pervertida você é!. – Disse sentado na minha cama olhando para ela com meu sorriso debochado.
- Não venha me julgar, você pegou quase todas as meninas desse bairro, você não é um santo, nem uma pessoa boa. – Ela disse e depois saiu de meu quarto batendo ele.
As palavras dela me atingiram de um modo certeiro, eu não era uma boa pessoa, eu não era uma boa pessoa.
Eu vou mudar.
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Giulietta
O sol adentrou pelo meu quarto, eu não queria levantar e ir pro colégio, eu não queria olhar para Érico nem para Fernando, olhar para eles me lembraria da quase cena que eu vi, e a cena não me fazia bem.
- Levanta. – Disse Olivia abrindo mais as cortinas brancas de meu quarto.
- Não quero. – Disse me cobrindo.
- Não te perguntei se quer, eu mandei você levantar!. – Ela disse e ficou me encarando.
- Eu não vou para o colégio hoje, não estou bem. – Disse séria e em alto e bom som. - Sai do meu quarto.
- Olha só garota, você não manda em mim, e deixa de ser mimada e levante logo dessa cama. – Disse ela em tom de ordem e altamente irritada.
Que saco.
- Me obrigue. – Disse me descobrindo e ficando encarando ela. - Eu sou sua patroa, você tem que me obedecer sim, e se eu disse que não vou para o colégio você pega suas pernas e sai andando daqui, agora.
- Sua insolente, sua madrasta saberá disso. – Disse ela caminhando até a porta do meu quarto.
- Vai, vai fofoqueira. – Disse e levantei da cama para trancar meu quarto.
- Que raiva, não pode mais ficar triste nessa droga. – Disse e coloquei minha mão em meu cabelo.
Minha boca estava diferente, sentia que havia algo faltando. Corri até o espelho mais próximo e me olhei nele, e o que vi era totalmente estranho, eu estava sem meu aparelho e sem meus óculos, e eu era bonita.
Isso não pode ser real, é apenas um sonho.
- Uau. – Foi o que eu disse quando me vi no espelho, eu era linda sem óculos e meu aparelho.
- Já sei. – Disse sentindo uma ideia tomar conta de mim.
Eu não vou mais usar nem aparelho, nem óculos.
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Érico
Eu estava pronto para ir para o colégio, eu não havia conseguido dormir direito, e nem havia conseguido pensar no que fazer para que Giulia acreditasse que nada havia acontecido.
- Será que só falar que não ouve nada vai fazer ela acreditar em mim?. – Perguntei para mim mesmo.
Claro que não, ela nunca vai acreditar em você, o único jeito séria o babaca dos olhos azuis falando.
- Que droga!. – Resmunguei quando me dei conta de que somente o garoto que eu não sabia se quer o nome, poderia salvar a minha amizade, minha única amizade.
- Oie. – Disse aquela voz aguda e irritante atrás de mim.
- Hannah, o que está fazendo aqui?. – Me virei para encarar ela que sorria para mim, por um momento vi ela como uma garota doce e boa, mas tudo foi embora quando eu lembrei que era sobre Sierra que eu estava pensando.
- Eu vim para ir com você pro colégio. – Disse ela se sentando na minha cama.
- Sai do meu quarto, não quero suas pulgas aqui dentro. – Disse e lhe dei as costas indo até a escada.
- Achei ofensivo. – Disse ela olhando para suas unhas e não dando a mínima para o que eu dizia.
Eu queria pegar a cara dela e esfregar no asfalto, talvez pegar gasolina jogar nela, pegar o fósforo riscar e jogar nela, e mandar ela sair correndo cantando Girl On Fire.
Seria legal.
- Meu pai vai levar a gente?. – Perguntei depois de tempos calado.
- Não, nós vamos com o meu motorista. – Ela disse sorrindo e passando a minha frente, e indo rápido pro lado de fora de casa.
Ótimo, vou ter que aturar ela nesse tempo até o colégio.
Caminhei até o portão que já estava aberto, ela me esperava ali do lado de seu carro, eu não fiquei surpreso quando vi aquela limousine cor de rosa.
- Eu não vou entrar nesse troço rosa. – Disse apontando para o carro dela
- Você vai sim, e ele não é um troço, é uma limousine de luxo. – Disse ela me olhando com os braços cruzados.
- haha, garota eu não vou entrar nisso não, nem amarrado.
- Então fique aí, eu não aguento mais, você só me trata mal, tô tentando me aproximar e você me trata assim, cansei. – Disse ela adentrando na limousine rosa.
- Argh. – Resmunguei e fui entrar no carro, mas algo chamou a minha atenção.
- Hey. – Gritou uma voz grave em um carro do outro lado da rua.
Olhei para a direção e encontrei o garoto dos olhos esmeralda, Henrique, a minha salvação. Caminhei até o lado do carro em que um homem estava dirigindo, ele estava lá dentro.
Obrigado Deus.
- Quer uma carona?. – Ele perguntou assim que eu estava próximo ao carro.
- Ele parece já ter uma. – Disse o homem que estava no banco da frente.
- Sim. – Disse e ele destrancou a porta para mim.
A limousine rosa de Sierra saiu catando pneu, ela devia ter ficado irritada com minhas palavras. Abri a porta do carro em que Henrique estava e entrei me sentando ao seu lado.
- Você estuda na mesma turma de meu filho? – Perguntou o homem que dirigia.
- Não. – Disse olhando para o lado de fora do carro.
- Você deve ser o Érico. – Disse o homem me olhando pelo espelho retrovisor.
- Uhum, mas como você sabe o meu nome?. – Perguntei voltando a minha atenção para ele.
- Meu filho falou bastante de você. – Disse ele me olhando nos olhos, eu desviei minha atenção para Henrique. Ele se encolheu no banco, ele estava com vergonha.
- Ele é legal. – Disse e voltei minha atenção para o lado de fora do carro.
O resto do caminho foi um silêncio mortal, até que o silêncio foi quebrado por Henrique. Que abriu a boca duas vezes antes de falar, olhei pro lado de fora novamente e depois voltei a olhá-lo.
- Você quer cantar comigo no campeonato de música?. – Disse ele me olhando nos olhos.
- Eu não posso.
- Mas você canta tão bem. – Disse ele pegando em minha mão, eu logo tirei minha mão da dele.
- Como vocês se conheceram?. – Perguntou o pai de Henrique.
- Foi em um banheiro, ele ficou me perseguindo, ele é meio sem noção!. – Disse olhando para o lado de fora.
- Bem a cara dele, então foi assim que vocês viraram amigos?.
- Não, nós não somos amigos. – Disse ainda olhando para o lado de fora.
- Paquera?, ficante?, futuro namorado?. – Perguntou o pai de Henrique me olhando nos olhos, naquele momento eu vi como Henrique seria daqui à alguns anos.
Desviei meu olhar para o lado de fora do carro, e percebi que havíamos chegado ao colégio e como eu queria fugir daquela conversa, eu saí logo do carro, saí andando rapidamente de lá para fugir dele. Eu corria o mais rápido que podia, eu já sabia onde eu iria chegar, no jardim “secreto”.
Eu senti alguém segurando o meu braço, e o toque me fez estremecer, a pegada era forte. Eu puxei minha mão com tudo, e meu braço doeu.
- Porra, não puxa assim! – Disse uma voz masculina totalmente irritada.
- Me solta Henrique. – Disse e quando me virei de frente para a pessoa encontrei aqueles lindos olhos azuis.
Merda.
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Savannah
Eu estava ali cantando uma música que eu gostava muito, Stronger da Kelly Clarksson, era uma ótima música.
Ter aquelas pessoas admiradas por meu talento e me admirando, era uma sensação de bem estar incrível, eu havia me encontrado e estava feliz.
Fazia um ano que eu havia me recuperado de minha depressão, eu sempre fui muito triste e pessimista, afinal quem perde todos que amam consegue ser feliz?, simplesmente não consegue.
Depois de perder meus pais e minha única irmã em um trágico acidente de carro, eu fui parar em um orfanato onde vivi durante três anos, até que fui adotada por uma casal já de idade avançada.
Fui criada por eles que me deram amor, carinho e uma vida muito boa, várias vezes tentei suicídio, e as marcas disso ainda estão em mim, mas enfim estava curada disso, nada mais me faria mal, nada.
O casal que me adotou me colocou nesse colégio no ano passado, e desde então eu estou estudando aqui, embora eu no início não queria.
Quando enfim acabei de cantar, foi que eu notei que tinham pessoas demais ali dentro daquele estúdio, todos começaram a gritar e aplaudir, eu havia conquistado com toda a certeza uma vaga na competição.
Eu consegui, arrasei e vou continuar assim.
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Giulietta
Estava à caminho da escola, eu havia me arrumado para ficar linda, e pela primeira vez em anos eu me achei linda. Estava no mesmo táxi do dia anterior, o cara não parava de ficar me olhando pelo espelho retrovisor, o que me deixava desconcertada.
- Você está diferente, mais bonita. – Disse ele cortando o silêncio.
- Obrigada, ah chegamos. – Agradeci e logo vi que estava na frente do colégio.
- Nada, tenha um ótimo dia. – Disse ele destrancado a porta para que eu pudesse sair.
- Obrigada, para você também e tchau. – Disse e saí do táxi e comecei a caminhar na direção da sede de salas.
Passei rapidamente pelas quadras, piscinas e pelas salas de aulas extracurriculares. Onde tinham aulas de canto, teatro e dança, e que eu estava pensando em fazer todas elas.
Cheguei rapidamente a porta da sede de salas, eu empurrei a porta e entrei, e do nada senti todos me olhando, talvez por a garota feia e invisível ter ficado linda da noite para o dia, literalmente.
Caminhei pelos extensos corredores como se estivesse em cima de uma passarela, e eu sabia que estava arrasando, pois sentia os olhares em mim e via os garotos de boca aberta. Só parei de desfilar quando vi aquela cena na minha frente, Fernando segurava o braço de Érico, e o mesmo estava revoltado com a ação de Fernando.
- Deixa de ser idiota e vai atrás dela e conta a verdade. – Gritou Érico soltando a mão de Fernando de seu braço.
- Eu vou se eu quiser seu mimadinho, você é um babaca, um almofadinha. – Disse Fernando provocando Érico.
Eu sabia exatamente onde aquilo iria dar, e eu não queria aquilo.
- Já chega!. – Disse alto e os dois me olharam no mesmo instante.
- Tem como vocês pararem de briguinha?. – Perguntei e Cruzei meus braços, olhando com meus olhos semi cerrados na direção deles.
- Eu preciso falar com você. – Os dois disseram ao mesmo tempo.
- Eu que vou falar com ela. – Eles disseram um frente à frente com o outro.
Maturidade não tá tendo.
- Você vem comigo. – Disse e saí puxando Érico comigo.
Se tinha alguém que me devia explicações era ele, ele que traiu minha confiança, e ele iria me dar as respostas que me devia, e ia ser naquele momento. Puxei ele até o jardim escondido atrás de umas salas, eu era uma das poucas pessoas que sabiam da existência daquele jadim. Quando chegamos até o enorme carvalho no jardim, eu o empurrei no chão e cruzei meus braços, o olhando com uma sobrancelha levantada.
- Começa a falar. – Disse rispidamente. Ele suspirou e depois de um longo tempo de um silêncio agoniante ele enfim quebrou o silêncio.
- Olha, eu sei que você está com um ódio mortal de mim, e não lhe culpo por isso, eu faria o mesmo que você se tivesse visto o que você viu, mas entre mim e aquele garoto irritante não ouve nada. – Disse ele me olhando nos olhos.
Eu queria poder acreditar nas palavras dele, mas era algo que eu não conseguia, aquela cena me vinha a mente toda hora.
- Não acredito, eu vi como você ficou olhando para ele ontem, eu sei que você sentiu o mesmo que eu senti, eu sei. – Disse e ele pareceu ficar nervoso com minhas palavras, ele engoliu o seco e olhou pro lado.
- Eu não senti paixão por ele, eu não sou capaz de sentir um sentimento como paixão, eu sou uma pessoa ruim demais para isso, eu não amo ninguém só à mim mesmo. – Ele disse com a voz embargada. - Eu não sou gay, e não posso amar ninguém.
- Você pode negar quantas vezes quiser, mas no fundo sabe que eu estou certa, realmente você é uma pessoa ruim, um traidor. – Cospi as palavras na cara dele que me olhou nos olhos. - A nossa amizade que começou no dia de ontem, termina aqui.
Saí andando rapidamente daquele lugar, não queria mais ter que olhar para a cara daquele garoto, ele era um traidor besta.
Esse garoto acabou de ganhar uma inimiga para toda à vida.
E do nada eu estava caida no chão, e quando elevei meu olhar para saber quem havia me derrubado, encontrei olhos verdes. Era uma garota negra, cabelo cacheado, olhos verdes, alta e com um corpo esbelto.
- Não olha por onde anda não?. – Ela perguntou irritada.
- Você que me derruba e eu que tenho culpa?. – Retruquei no mesmo tom irritado que ela.
- Não fui eu que estava correndo pelos corredores. – Disse ela com um sorriso debochado.
Merda, ela tem razão.
- Ok, você ganhou. – Disse estendendo minhas mãos em sinal de rendição. Ela estendeu a mão para me ajudar a levantar, e eu as peguei e com um forte impulso eu fui levantada por ela.
- Obrigada. – Disse sorrindo para ela.
- Nada, qual seu nome?. – Perguntou ela olhando para trás de mim.
- Sou Giulietta, Giulia, e você?. – Perguntei nervosa, eu sentia uma respiração pesada atrás de mim.
- Sou Savannah. – Ela respondeu e fez sinal com a cabeça para que eu olhasse para trás.
Com calma eu me virei, estava nervosa para saber quem estava atrás de mim, poderia ser desde Érico à Fernando. Quando vi quem era a pessoa eu não reconheci, eu não conhecia aquele garoto.
- Quem você pensa que é para falar daquele jeito com o Érico ?. – Perguntou o garoto de olhos verdes, com uma raiva muito evidente.
- Eu sou Giulietta Severo Bornes, e eu decido como falo !. – Respondi já com raiva.
Garoto intrometido.
- Grande merda, você não passa de uma garota fútil, que mudou de aparência da noite para o dia e já está se achando a rainha do mundo. – Disse ele alterando a voz. - Saiba que você perdeu um amigo maravilhoso, alguém que era capaz de desistir do que sente, por você.
- Oba, mal cheguei aqui já tem babado rolando. – Disse Savannah atrás de mim.
Pelo menos alguém se diverte com tal situação.
- Não se mete no que não foi chamado garoto. – Disse e dei as costas a ele.
- Giulietta, Giulietta acho bom abaixar o tom. – Disse a estridente voz de Sierra atrás de mim.
- Agora estão todos defendendo ele. – Falei apontando para Érico que se aproximava sem ainda entender o que estava havendo alí.
- Ele é meu primo, meu dever defender minha família. – Disse ela olhando para as unhas.
- Volta pra dream house Barbie, que ninguém pediu sua ajuda. – Disse Savannah se colocando frente à frente com Sierra.
- Já chega. – Gritou Fernando, e só naquele momento que eu notei sua presença ali.
- Você vem comigo, e não adianta se negar. – Disse ele pegando no meu braço e saiu me puxando pelos extensos corredores da sede de salas do colégio. E ele me puxou com ele para longe de todos eles.
- Me solta eu sei andar sozinha. – Disse depois de certo tempo com ele me puxando.
- Não tente correr de mim, já estou sem paciência. – Disse ele rangendo os dentes.
- Que medo. – Sussurrei para que ele não ouvisse, mas como eu sou muito sortuda só que não ele ouviu.
- Não me provoque.
- Ou o que?, Vai me bater?, pelo amor de Deus pare de bancar o mal, você é bom demais para esse papel. – Disse olhando nos olhos dele.
- Te bater eu não bato, mas isso eu faço. – Disse ele se aproximando de mim.
Ele caminhou tão rápido até mim que eu não sei como ele chegou à minha frente tão rápido. Ele me empurrou na parede segurou meus braços e então colou nossos lábios. E então ao sentir sua língua tentar invadir minha boca, e aqueles lindos olhos azuis me olhando, eu me entreguei a aquela sensação, e fechei meus olhos correspondendo ao beijo.
Meu amor estava ali, me beijando.
Depois de um longo tempo naquele beijo, eu comecei a sentir meu ar sumir, e meus pulmões arderem com a falta que o ar fazia. Empurrei ele com toda a minha força, e isso não foi o suficiente para fazer ele se desvencilhar de mim. Ele quando percebeu o porque de eu querer soltar dele, se afastou de mim.
Tudo que aconteceu em seguida foi altamente estranho, minha vista escureceu e a luz que havia ali foi sumindo, tudo que eu vi antes de tudo escurecer foi aqueles lindos olhos azuis me encarando.
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Érico
Depois que Fernando retirou Giulietta de lá, eu acabei com toda aquela confusão, despachando a Hannah Montana para um lado e a garota negra para outro, sobrando apenas o Henrique.
- Não precisava ter vindo até ela, ela virou uma idiota da noite pro dia, não merece minha amizade nem minha consideração. – Disse olhando pro chão.
Senti as mãos de Henrique tocando o meu rosto e acariciando minhas bochechas, ele pegou em meu queixo e me fez encontrar seus olhos verdes intensos. Seu rosto estava perto do meu, e se ele quisesse me beijar naquele momento, eu não iria mais recuar, já havia entendido que só saberia se era gay ou não tentando.
- Eu precisava, ninguém faz mal ao meu garoto. – Disse ele sorrindo bobo para mim.
Porquê você tem de ser tão perfeito?, para Érico, não é porque você tem chance de ser gay, que vai ficar achando ele perfeito.
- Obrigado, mas eu não sou seu garoto, nem de ninguém. – Disse retirando a mão dele de meu rosto.
- Mas eu sei que vamos ficar velhinhos juntos. – Disse ele sorrindo. - Eu te espero.
- Eu não quero que você espere eu me aceitar e resolver minhas pendências comigo mesmo, você tem uma vida e merece alguém que lhe faça bem, eu não sou uma pessoa legal, eu iria te quebrar facilmente.
- Toda essa sua arrogância é um jeito de se proteger, de não se entregar e sofrer. – Disse ele me abraçando. - Eu vou esperar mesmo você não querendo, e quando você se der conta, eu e você vamos estar juntos e felizes.
- É difícil assumir, mas você é perfeito. – Disse me aconchegado nos braços fortes dele.
- Seria pedir demais um beijo?, nem que seja o primeiro e último?. – Disse ele e coçou a nuca.
- Eu não tenho coragem... – Comecei a dizer mas fui calado pelos lábios de Henrique.
Sentir seus lábios nos meus, era a melhor sensação que eu já havia sentido em minha vida. Os pelos do meu braço se eriçaram e um choque correu por todo meu corpo, meu coração acelerou de um modo que eu não sabia ser possível.
Nosso beijo era calmo e perfeito, ele queria que aquele beijo fosse o melhor de toda a minha vida, e era, embora fosse o primeiro, eu tinha certeza que nenhum beijo seria tão bom quanto aquele.
Quando nos soltamos eu não sabia mas o que eu sentia por aquele garoto a minha frente, ele sendo idiota no dia anterior já havia sido esquecido. Eu gostava dele, não sabia onde esse sentimento iria dar, mas eu estava afim de descobrir.
Eu quero descobrir, e vou descobrir, não tenho medo de me entregar para ele. Não tenho, não mais.
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Desculpem o atraso, muitas coisas aconteceram, depois eu explico, amo vocês e não me odeiem ❤.