Cap.16
Falei aquilo do fundo do Meu coracao. Eu conhecia os meus sentimentos. Já tinha plena noção que não conseguia os mudar. Eu queria, mas do que tudo ouvir ele me chamar de amor novamente. Eu tinha plena noção de que estava sendo um covarde, me escondendo dos meus pais, embarcando numa chantagem que só iria me trazer infelicidade. Ao menos, se meus pais não aceitarem, eu teria o apoio dele e da família dele. Eu não seria completamente infeliz. Meu coração pedia para que eu fizesse aquilo. Ao ouvir, ele imediatamente virou o meu rosto com a mão.
- Sério ?
- Humrum... - não deu nem tempo de eu terminar de responder. Imediatamente senti seus lábios serem colados aos meus, desesperadamente, como se ele estivesse voltando de uma guerra, e quisesse fazer aquilo a anos. Sua língua e a minha se tocaram, e selaram a nossa volta. Era como se depois de anos, nos reencontrassemos e todo o amor que tínhamos reaparecesse novamente.
- Mas... Porquê mudou de idéia agora ?
- Porquê... Se eu deixar o medo vencer... Posso perder uma grande chance de ser feliz com alguém que gosto... E isso eu não quero - falei, arrancando dele um sorriso.
- Você não imagina o tempo que estou esperando para ouvir isso de você ! - falou, me abraçando bem forte, como nunca antes fez.
MINUTOS DEPOIS
Depois daquele encontro caloroso, voltamos os dois novamente a escola.
- Vou pegar as minhas coisas e vou para casa.
- Ah... - imaginei que ele iria apenas parar o carro, me deixar sair e partir novamente. Mas não, ele entrou no estacionamento da escola.
- Ué, você não vai embora ?
- Não... - falou, descendo do carro - vou na secretaria cancelar a minha transferência. Eu não tenho mais motivo para ir embora daqui - falou, vindo até mim e me dando um beijo no rosto.
- Ghi ?! - ele sorriu.
- O que foi ? Você não vai se assumir ?
- Vou... Mas sou muito tímido para fazer essas coisas na frente dos outros - falei, arrancando gargalhadas dele.
- Tá bom... Meu tímido
Caminhei para dentro da escola. Procurei Gustavo, e o encontrei dentro da minha sala.
- Ué, o que está fazendo aqui ?
- Estava esperando o Sr.Lucas mentiroso voltar... Como você teve coragem de mentir para a professora ?
- Eu não planejava sair... Mas só que o Ghi... - ele arregalou os olhos.
- Peraí, você saiu com o Ghi ?
- Sai não, ele me arrastou para ser mais exato.
- Espera... Mas vocês não estavam brigados ?
- Estávamos... Não estamos mais ! - sorri, esperando que ele retribuisse o sorriso, demonstrando felicidade por mim - o que foi ?
- Nada ! Pega as suas coisas e anda logo antes que aquela professora te veja - falou, saindo como uma bala de dentro da minha sala. Daquele dia não passaria, ele iria me explicar o porquê de estar tão estranho assim. Assim que ele passou pela porta, eu também passei. Corri para alcança-lo e segurei seu braço.
- Gustavo ? - ele se sentou e continuou - Gustavo ! - ao ouvir meu tom mais bravo, parou. Baixou a cabeça - o que está havendo com você ? Tem horas que nem parece meu amigo.
- Você quer saber o que está acontecendo ? - falou, de cabeça baixa.
- Quero !
- Tem certeza ?
- Claro, somos amigos !
- Eu estou triste porquê... A pessoa que eu gosto... Gosta de outro e nunca vai retribuir o que sinto... - falou, ainda de cabeça baixa.
- Sério ? Quem é ? - até ali eu não imaginava quem era.
- Você sabe quem é... - falou, se soltando de mim e continuando o seu caminho. Durante alguns segundos na minha mente houve um pequeno curto. Eu não entendi. Eu sabia ? Como assim ? Até que, por apenas um momento, passou na minha cabeça.
- Sou eu ? - fiquei boquiaberto quando juntei os acontecimentos na mente - só pode ser eu !
MINUTOS DEPOIS
Fiquei extremamente triste quando aquela hipótese se confirmou na minha mente. Gustavo não merecia sofrer de um amor não correspondido. Eu não iria corresponde-lo, tinha noção disso. Até hoje costumo dizer que só amarei um homem na vida. Este vocês sabem quem é. E não é o Gus. Era torcer para que outra pessoa surgisse na sua vida, e essa pudesse suprir a necessidade dele. Peguei minhas coisas e caminhei para o estacionamento. Minha moto estava lá, intacta. Iria tira-la da posição com as Mãos, quando senti alguém me cutucar.
- Aonde você estava ? - ouvir aquela voz me amedrontou. Quando virei, confirmei a hipótese. Era Natália.
- Na Escola Ué, aonde mais estaria... - menti.
- Seu mentiroso ! Eu perguntei, disseram que você fugiu com o Ghilherme. Você está louco ? Quer que eu conte aos seus pais ? - me virei e olhei bem nos olhos dela.
- Quer saber ? Conta ! Me poupa o trabalho, porquê eu vou fazer isso hoje a noite !
Continua
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