Por que ser feliz?
Perguntei novamente a mim mesmo. Então todos começam a sair. Aqui é assim dá o horário 8:50 acaba a aula e todos saem, estilo empresa, todos conhecem e devem obedecer os horários.
A vida deveria ser assim, obedecer os limites de humanidade do indivíduo… mas não, prefere testá-lo.
-Qual seu limite garoto hahahaha? Até onde você aguenta? - É quase audível
Ficar sentado não resolve problema. Levantei e segui para o intervalo. Lanchei, falei com uns colegas e voltei para a sala. Chequei o horário… Esqueci completamente que aquela próxima aula era de Círculo de Leitura. Cara de tédio, fui sentar. Mais uma incrível aula… pensei irônico.
A professora entra em sala, junta a todos os outros daquela turma que replicava.
- Amores !! - Como conseguia ser tão verdadeira essa mulher – Devido a algumas mudanças os replicadores vão ser trocados, prestem atenção quem são seus novos instrutores.
-Que diferença…- pensei. - Eles mandar a gente ler e se intitulam instrutores...
Ela foi falando o nome de cada dupla de multiplicadores e falava em qual grupo ficaria agora… Quando chega no meu, eu olho para frente, com interesse.
-Gustavo e Ana Isabella ficam com grupo 6. Ela fala.
Os dois se posicionam na frente da sala e sorriem para seu “novo grupo”.
Lá estava ele, o mesmo sorriso, o mesmo rosto lindo, e aqueles olhos, aqueles olhos fortes que falavam mais que sua boca, e que boca linda que ele tem. Eduardo!! Quem é você e o que está pensando garoto, você não pode pensar isso, negue seus sentimentos, esse é seu lema lembra?
Eles chamam o grupo. Ana vai na frente e guia o grupo para o lado de fora da sala, um local próprio para aulas fora de sala. Gustavo fica, espera eu passar, e me acompanha.
-Olá – Ele diz
Sinto um frio. Olho em seus olhos, me arrependo do feito, abaixo a cabeça, levanto de novo, muito rápido e respondo… simpático.
-Olá.
- Você é o Eduardo não é? - Sua voz era firme, decidida, segura, nunca tinha percebido o quanto eu gosto disso.
- Sim, sou você é o Gustavo não é? - Sorri.
- Sim sou – ele respondeu rindo. - Como a professora falou.
-Tudo bem? - Perguntei
- Sim e você? Gostando da escola, tá curtindo o local, as pessoas?
Ele sabe puxar assunto, tem cara de sagitariano… Mas ele é tão lindo, Libriano talvez…
Achei um pouco atrasado o assunto, mas resolvi perdoar, não tinha falado com ele antes.
- Sim, sim… muito legal a escola, muita gente legal e prestativa – Falei com uma impercebível ironia.
- Onde vocês pararam, qual página? - Falou a Ana cortando a conversa. Cara de estudante esforçada, fingida ao menos, sorria para o Gustavo.
Nós nos apresentamos, trocamos poucas palavras, mas aquilo foi tão normal, como amigos há tempos, como quem já se conhecia. Já havia visto ele, ouvido falar nele. Nunca falei dele para ninguém, nunca perguntei dele para ninguém, mal falava com as pessoas, e quando eu falo falar de um menino?? Por que estou me perguntando isso, por que estou preocupado?
- Sua vez de ler Eduardo. - Sua vez de morrer, como você quer? Pensei… não sério é claro, talvez… não ia com a cara dessa Ana, feia não é, cabelos pretos com luzes, seus olhos verdes… via um vazio dentro dela.
Comecei a ler… Ariadne… Teseu… Minotauro… Palavras e mais palavras sendo extraídas do papel pela minha voz. Leio muito bem, reconheço isso, e quando terminei o grupo olhava para mim como quem quer que eu continuasse. Ele olhava para mim, eu ri, por dentro. Eramos amigos agora, sentia isso, talvez seja apenas a filha de Selene, a portadora do fio do destino, nos emaranhando nos seus fios, da amizade… o futuro, o futuro é sentimento que você sabe que vem, mas não sabe como, então não sei se o destino quer que sejamos amigos.
Acabando a aula conversamos amenidades, assuntos diversos, quando dei por mim estávamos apenas eu e ele, falando de músicas, eu amo Sia, amo Katy Perry, amo Linkin Park… Ele curte Adele, Celine… eu não sabia o que dizer, seria etnocentrismo meu se eu falasse que elas eram estranhas para mim.
Ele conversava comigo, olhava, sorria, falava trocadilhos. Eu me resumia em sorrisos, fracos. Ele percebeu, eu acho, que eu sou insocialmente insocial, mesmo assim nos dávamos bem. Ele tinha assunto, eu não, mas gosto de responder, como um bom aquariano gosto de sentir que tenho respostas.
A professora da próxima aula chegou e começou a aula… o Coordenador passa na sala para dar um recado.
Feira de Ciências, trabalho, muito trabalho para fazer, ela muito próxima…
Não tinha equipe, e nenhuma equipe da minha sala me excitava. Eu crio um tema, procuro um tema ou fico com avaliações mais difíceis e com questões multiplicadas valendo aqueles benditos 5 pontos.
Deu o horário do almoço, fui ao banheiro e encontro ninguém menos que Gustavo, com uma careta olhando para o espelho e mexendo nos seus cabelos. Eu ri, ele olhou, sorriu, eu esfriesquentei… não existe esse sentimento… mas eu senti ele. Disfarcei, procurei assunto na minha mente. Feira de Ciências.
- Qual seu projeto da feira? - Perguntei.
- Astrologia, algo do gênero… ahn… Se é uma influência real… Até que ponto pode ser considerada… - Amo Astrologia… me empolguei.
- Sério? Incrível. O que vocês estão pensando em fazer? Mapa Astral? Tabela com qualidades de cada signo? Defeitos?
- Não sabemos ao certo… bem… o que vamos fazer - Sorriu tímido.
-Ehr… Vocês tem vaga para mais um? - Perguntei brincando.
- Sim, sim!! Nós temos. Quer entrar?? Eu falo com o pessoal. Espera, você já não está em um… Er… projeto?
- Não, minha sala não é lá um poço de criatividade… ideias plagiadas… um salão de beleza como projeto de nosso curso de Administração… Sem contar que, não falo muito com as pessoas…
- Nunca pensei, parece ser uma ótima turma. Criativa. E você fala tão bem, que pensei que já estaria em um projeto, feito por você.- Falou rápido e depois se calou percebendo que tinha me elogiado, percebivelmente, talvez por isso, não sei.
Raciocínio rápido… Ele me elogiou, ele já me observava, como saberia que eu tenho dialética… Não sou um Hitler… mas falo bem.
- Pois é Gustavo, nem todo mundo é Aquário lá, agora Sagitário para ser… visivelmente visíveis… - Falei tanto fazendo graça com meu péssimo bom humor, como mostrando conhecimento de signos.
Ele riu e foi me falando de como é sua turma e eu mostrando interesse, queria enfermagem… Aulas do curso… Colegas… Professores… O assunto novamente flui. Percebemos que estávamos no banheiro e que não era o melhor e mais perfumado lugar para se estar… saímos, conversando e sentamos em uma escada, no degrau melhor dizendo… falamos mais um pouco até que o horário da turma dele ir almoçar chegou… a minha, era a última então…
- Tchau Edu ! -
- Tchau Gustavo.
-Até – Ele sorriu de novo com aquele sorriso… dele.
- Até
De onde ele tirou intimidade para me chamar só de Edu… Nunca ninguém me chamou assim. Não gostei disso.
Continua……Gustavinho : Muito Obrigado! E você deveria se olhar no espelho antes de falar dos outros, você escreve divinamente bem. Leio seus contos ^^ amo a história do “O Garoto dos Sonhos” . E fico supercontente em saber que você está lendo o conto… O Gustavo tem um dom que você vai ver como dá jus ao título hehehe ^^ Abraços, Beijos .
Neto M. : Eu acho sua iniciativa aplaudível, você tem um coração muito rico, hoje poucas pessoas pensam como você e acredite, se fosse mais o mundo seria melhor. Muito obrigado pelo apoio. Quantos as críticas, é com elas que crescemos se as tomarmos como incentivo, não as vermos como destrutivas. Espero que me conheça melhor então, que conquiste sua confiança e me torne seu amigo, tenho certeza que será de grande valência. Abraços ^^
mais uma vez obrigado!
R.Ribeiro : Eu voltarei hahahaha ^^ parei! Muito obrigado.
Lucassh: No primeiro ano tem Administração, Enfermagem e Informática. No conto estou mudando apenas personagens e enredo… quero deixar bem real e, nada melhor que o ambiente escolar. Quero seu e-mail ^^ . Obrigado por comentar.
Bom Pessoas obrigado por ler. Esse capítulo é mais os dois se conhecendo melhor, ou em certos casos, mostrando que já conhecia ^^ Abraços
