Meu tesão evaporou. Finalmente eu havia conseguido abandonar a ideia de estar apaixonado por uma pessoa que me queria longe, ou pelo menos não tão perto quanto eu gostaria, e eis que ele surge na minha frente. Ainda estava tentando entender o que acontecia naquele momento. Parece que Eduardo também.
"QUE PORRA É ESSA?!"- ele exclamou
"Eu... Eduardo?! O que você tá fazendo aqui?"- eu respondi
"No momento vendo você se engolindo com seu amigo" - disse Eduardo com certa irritação.
O efeito da bebida continuava presente em minha cabeça. Tudo estava acontecendo de uma maneira tão rápida que eu não conseguia raciocinar de forma clara. Pensei em lhe dar alguma explicação, mas imediatamente reconsiderei e percebi que não lhe devia satisfações. Então confrontei sua fala:
"Tá e o que isso tem a ver com você?!"
"NADA!"
"Que bom, então... Tchau."
"Não... Calma. Foi mal, por um minuto eu... Bem, tinha esquecido. Desculpa aí a grosseria, mas a gente se fala depois então..."
Mesmo um pouco bêbado, eu não podia deixar de notar o tom estranho com o que ele estava me respondendo... Enfim, como disse sou ansioso e penso muito sobre as coisas, não devia ser nada.
"Ah, tudo bem. Então até depois..."
Nos despedimos e rapidamente a razão do meu constrangimento fez questão de me lembrar o motivo pelo qual estávamos ali. Victor me puxou em direção a sua portaria e subimos para seu apartamento. Por mais que encontrar com o Eduardo ainda mexesse comigo, eu não poderia deixar um homem instigado na mão, literalmente, e honestamente, eu estava na seca, não existia razão para não continuar.
Ao abrir a porta, nós dois já havíamos feito o elevador tremer e provavelmente acordado alguns vizinhos com as batidas que nossos corpos realizavam nas paredes do corredor. O desejo já estava de volta.
Continuamos nosso percurso de destruição até a pia da cozinha. Me colocou ali sentado e foi abrindo os botões de minha camisa. À medida que abria os botões, ia beijando meu corpo de cima para baixo. Primeiros botões: pescoço, peito... Nossa, que delícia. Aquela língua percorrendo meu abdômen... Aquelas mãos alisando minha bunda e minhas coxas... Arrancou minhas calças e me virou de costas. Me apoiei com os braços na borda da pia enquanto ele se inclinava em direção a meu pescoço. O beijou e foi seguindo pela nuca e continuou até o meio das costas, empinei o bumbum e ele começou. Foi metendo com muita intensidade. Fechei os olhos e desfrutei o momento.
"Ahh... Não para, gostoso! Continua Edu..."
Por sorte, essa última frase foi interrompida a tempo e meu acompanhante não ouviu. Ou simplesmente ignorou, em todo o caso, continuamos o nosso momento a dois.
"Você quer mais né? Safada, vo te fazer gozar, gostosinho!"
Depois de muitas palmadas e gemidos, ejaculamos. Devo dizer que por mais estranho, ou errado, que seja transar pensando em outro, eu não estava me preocupando muito com isso no momento. Aquilo era prazeroso o suficiente para me fazer não me importar.
A noite ainda estava longe de acabar. Fomos pro banheiro e contradizendo todo o propósito do chuveiro, nos sujamos ainda mais ali dentro. Continuamos nosso percurso por outros cômodos, até que nos deitamos da cama e pouco depois eu resolvi ir embora.
No dia seguinte, recebi diversas mensagens de minhas amigas perguntando como havia sido a "carona" e assim que fiquei online para respondê-las, recebo uma outra:
"Aí cara, desculpa mesmo por ontem, mas faz um tempo que a gente não se fala direito, bora pra praia?"
Por mais que todos os meus sentidos mais racionais me aconselhassem a ignorá-lo e continuar com os planos de seguir em frente, nem sempre nosso cérebro consegue se sobrepor às vontades do outro órgão.
"Vamos sim. Tudo bem, vc só se surpreendeu, mas aliás, o que vc tava ali aquela hora?" - respondi
"Bom, ali é bem perto da minha casa. Não sei se você se lembra... Então 12h no posto 9, te encontro lá. Abraço"
Era verdade, a boate de fato ficava um pouco perto de sua casa, contudo o estado embriagado em que eu me encontrava não me permitiu perceber. Vesti uma bermuda e fui o encontrar.