Caaabe_be: Atendendo seu pedido, esse capítulo talvez te dê certas dicas da real identidade de Xavier. Quem sabe em alguma ocasião eu te dê os dois capítulos numa vez... Mas você esperaria? Como percebe, meu tempo está apertado e se eu postasse dois capítulos de uma vez, talvez ficasse inúmeros dias sem postar. E vendo seu nickname, fiquei curioso pra saber seu nome real... Se você me contar, conto o meu! Que tal? Eu acho uma troca justa! Haha! Obrigado por comentário e me incentivar!
Martines: Obrigado!
coelinho33: Hora da verdade? Hum... Será?!
Geomateus: Obrigado!
S2DrickaS2: Minha querida Dricka (fico em dúvida se esse é seu nome...), obrigado pelo comentário e por ser minha "leitora fiel". Grato, é o mínimo que posso ficar em saber que há pessoas como você que lêem minha história e gostam. Sobre os dois capítulos, infelizmente ficarei te devendo. Tempo apertadíssimo, matérias atrasadas, trabalhos, gente chata e etc... Se não fosse pelo incentivo todo que recebo de vocês, já teria parado de publicar faz muito tempo. Você me incentiva e te agradeço. Espero que goste do que preparei... (Risada maléfica)
Nick *-*: Você tirou foto com as lentes?! Jura?! Ah, Deus, queria muito ver. Talvez, daqui a uns capítulos seja possível. Enfim... Meu amigo heterocrómico (sapalavra existe?!) se afastou de mim porque eu era gay. Na verdade ele surtou quando contei, me xingou, eu soquei ele e então nos afastamos. Águas passadas! A história está se encaminhando pra um enredo que eu tenho medo de aplicar, mas devo confessar que estou louco pra saber a reação de vocês nos capítulos que vêm por aí!
kel3599: Gosto de pensar que sou uma pessoa misteriosa, sabia? Então é meio natural gostar de deixar os outros aflitos e sem saber o que esperar de mim e do que faço! Mas se você continua a gostar, significa que prendo sua atenção! (Ponto positivo pra mim! \o/ ) Me conhecer? Eu também fico louco pra conhecer você e todos que comentam aqui! Paciência... Iremos nos conhecer! Haha! Obrigado por sempre elogiar!
Ru/Ruanito: Não sei se entendi. Metáfora engraçada.
Isztvan: Eu sempre paro nas partes mais tensas, né?! Haha! Desculpe, mas sou meio sádico e gosto de torturar. Hahaha! Brincadeira. Obrigado pelo comentário.
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CORAÇÃO DE TITÂNIO - 9
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Xavier...
Estacionei o carro em frente ao endereço que Aline havia me passado por celular. Rodeei a rua com o olhar e novamente olhei para o endereço e número. Estava no lugar certo!
Ali era o bairro das pessoas ricas da cidade. Só casas visivelmente chiques e grandes. Por algum motivo, não estava à vontade ali. Estava adiando por dias o fato consumado que teria que enfrentar Xavier. Um frio na barriga e um aperto no coração me impediam de agir da forma mais racional possível.
Um portão eletrônico enorme estava ali, dando acesso a uma estrada de pedras que dava até a garagem de uma casa amarelada. Havia um muro para impedir a visão dos olhos curiosos.
Então Xavier se refugiava ali. Mesmo de longe a casa parecia linda, por dentro e por fora. Será que morava sozinho?
Toquei a campainha e esperei atento aos sons. Nada! Nenhum som.
Não fiquei surpreso, pois sabia que ele não estaria em casa. Iria ter que surpreendê-lo quando chegasse. Suspirei, pronto para voltar pro carro esperar, quando ouço uma voz vinda do interfone.
-Oi? -A voz de Xavier veio engrolada e grave. De uma maneira muito diferente da qual eu estava acostumado a ouvir.
Ele estava bêbado?
-Alô! Ei! O que quer?!
-Xavier, quero conversar com você! -disse. -Abre o portão.
-Ah, é você! O que quer? -ouvi claramente quando ele tomou um gole de alguma bebida.
-Já disse, conversar!
Ouvi a risada bebum dele e então o portão foi aberto num estalo alto.
-Tô esperando!
Suspirei pesadamente, com o coração aos pulos, e entrei pelo portão. Do lado esquerdo da estrada de pedra havia um enorme jardim cheio de flores e plantas e do lado direito tinha uma piscina muito limpa e cristalina.
A casa amarelada parecia um ser vivo. Janelas e portas por todo lado. Havia um sótão que apostava ser maior que algumas casas dali.
A porta da frente estava entreaberta e eu a abri completamente. Reparei na decoração refinada ali, cheio de quadros abstratos e vasos caros. Móveis luxuosos e alguns retratros em cima de balcões e estantes.
-Você finalmente veio. -escutei a voz de Xavier e, ao me virar, o vi vir na minha direção.
Uma taça de um líquido âmbar era bebido por ele que vestia apenas um calção folgado. Seu torso estava desnudo e estava de pés descalços. Cabelos revoltos.
Parou centímetros longe de mim e sorriu. Meu corpo começou a ficar quente. Seu corpo parecia chamar o meu! Sentia o cheiro dele ali que, mesmo misturado com álcool, me provocava. Seus olhos coloridos estavam bem acessos, mas nebulosos do jeito que estavam quando o possui. Deus! Eu só queria transar com ele ali, enterrar meu pau tão fundo nele que ele saberia que é meu!
Afastei-me um pouco dele, tentando clarear meus pensamentos.
-Me perguntava quanto tempo demoraria pra vir atrás de mim. -ele disse, rindo, estendendo a mão e tocando meu peito.
Um choque elétrico ultrapassou meu corpo com aquela mão tão macia e quente sobre mim.
-Sabia que eu viria, então? -indaguei, rouco. Afastei delicadamente sua mão de mim. Ele estava me provocando, tentando me distrair.
Ele novamente riu e tomou um gole da sua bebida. A ofereceu pra mim, que tomei o copo da sua mão tomando-a. Seus olhos brilharam enquanto eu sorvia os goles.
Uísque da melhor qualidade, observei. Puro álcool.
-Vai me explicar o que está acontecendo com a gente? -eu questionei, olhando-o nos olhos.
-Shh... -ele colocou o dedo indicador sobre os próprios lábios. -Quietinho.
Fiquei em silêncio observando-o me observar. Seus olhos encaravam minha face e faziam uma varredura completa do meu corpo.
Por que ele me olhava assim? Não havia excitação em seu olhar, nem afeto. Tinha uma espécie de melancolia com tristeza.
Então, para me apavorar mais ainda, ele começou a chorar. Lágrimas caiam do seus olhos e escorriam por suas bochechas rosadas.
Do nada ele jogou-se nos meus braços e por pouco não caímos os dois no chão. Foi tão de repente.
-Opa! -exclamei, abraçando-o. Ele enroscou-se em mim, chorando. Minha camiseta já estava completamente encharcada de lágrimas. -Xavier? O que aconteceu, baby?
Ele estava em silêncio, chorando baixinho, respirando pesado, agarrado a mim como se eu fosse fugir dele a qualquer momento. Suas mãos tremiam e seu corpo também. Não sabia o que pensar daquele comportamento súbito, então tentei não pensar. Apenas o acalentei com meu abraço, envolvendo-o todo com meus braços.
Aos poucos ele se acalmava e respirava normalmente. Então, de repente, ouvi um sussurro dele, muito baixinho, contra meu pescoço:
-Você é tão parecido com ele.
Tive que forçar muito meus ouvidos para captar aquelas ondas sonoras. Ele, com certeza, deixou escapar sem querer aquela confissão e, pelo seu corpo tenso, não queria que eu ouvisse.
Parecido... Com ele?
-Ele quem? -questionei, afastando-o para olhá-lo nos olhos.
Ele já não chorava, apenas me encarava fixamente. Suas mãos desgrudaram do meu corpo e eu por pouco não reclamei daquela falta de contato corporal. Adorava quando ele estava protegido nos meus braços.
-Ele quem, Xavier? -exigi.
Bem, ele estava bêbado e, bêbado, talvez estivesse mais propenso a me contar o que sentia de verdade por mim.
-Você é tão parecido com ele. -repetiu, rouco e enrolado, indo até um balcão ali e pegando um dos quadros.
Seu caminhar estava um pouco bambo, mas aceitável para um bêbado. Veio até mim com o quadro em mãos e, sem me mostrar, observou o quadro por longos segundos.
Olhou, então, para mim e novamente para o quadro. Negou com a cabeça, talvez para espantar um pensamento e me estendeu o quadro.
Peguei-o na mão, analisando-o.
Xavier e um outro homem. Notei primeiramente os sorrisos enormes dos dois. O outro homem o abraçava por trás, rindo. Parecia o homem mais feliz do universo. Havia uma praia como paisagem. Xavier estava com os seus olhos coloridos tão vivos e bonitos que senti um ciúme doentio daquele cara.
Quem ele era?! O que fazia abraçado no meu namorado?!
Bem... Xavier não era meu namorado, mas eu já o considerava, afinal meus sentimentos por ele eram reais e verdadeiros!
Franzi a testa, analisando melhor o quadro em mãos. Xavier disse que eu era parecido com ele aquele homem?
Realmente tínhamos alguns traços parecidos. Os olhos escuros, o cabelo acastanhado claros. A face dele tinha uma leve barba e era claramente mais velho, mas mesmo assim se assemelhava ao meu rosto. O mesmo porte grande... Bem, éramos até bem parecidos.
-Quem é ele, Xavier? -questionei, não esperando que minha voz viesse impregnada de ciúmes. Mas veio!
-Papai. -Xavier sussurrou.
-Seu pai?
Ele acentiu.
Voltei a olhar pro quadro. Xavier não era parecido com aquele homem. O ciúmes que senti deveria ter diminuído ao saber que aquele era o pai. Eu sabia do falecimento dos pais de Xavier... Deveria estar dando os pêsames ao invés de sentir ciúmes.
Mas não! O sentimento não diminuía e uma ideia absurda começou a me perturbar. Não! Xavier não faria isso! Ele jamais faria.
Quis rir ao pensar tal besteira. Xavier e o pai? Não.
-Papai. -Xavier repetiu, olhando-me nos olhos. -Você é muito, muito parecido com ele.
Começou a se aproximar de mim, olhando-me com seus olhos coloridos em chamas. Lábios entreabertos deixando que a respiração saísse entrecortada e suspirada.
Respirei profundamente querendo com todas as forças que eu estivesse errado. Mas aquele olhar me confirmava o contrário!
Senti primeiramente sua mão em meu peito e, logo em seguida, senti outra mão sua tocar o meio das minhas pernas.
Sua respiração estava indo diretamente para minha face. Eu absorvia o cheiro de álcool.
Estava em choque. Completamente em choque, sentindo meu membro ficar duro e pulsante pelo estímulo que recebia. Não conseguia nem me mexer... Apenas encarava Xavier, pasmo.
Não era possível! Não!
Xavier e o pai? Quão mosntruoso era isso?
Ao sentir a boca dele no meu pescoço foi que despertei do meu choque. Empurrei-o para longe, fazendo-o cair sentado no sofá.
Aquilo era impossível! Não conseguia crer que a nossa história havia tomado um rumo daqueles!
Eu lembrava a ele o pai!
Então era por isso que ele agia como agia quando estava comigo! Fugindo, olhando-me intensamente, provocando-me, arrependendo-se.
Meu coração sentiu todo o impacto, quebrando-se em pequenos pedaços. Senti nojo de mim. Me senti usado! Traído!
-Não me toque! -eu gritei para ele, como um lobo ferido. Minha voz estava rouca como nunca. -Como você pôde, Xavier?! Como pode fazer isso comigo?! Ele era seu pai! Você ficou comigo só porque sou parecido com ele?!
Mesmo gritando e estando horrorizado com a relação doentia que Xavier tinha com o pai, me sentia com o coração partido. Eu o amava... Mas de que adiantava? De nada! Ele não me amava.
Xavier levantou-se graciosamente, olhando-me dissimuladamente, com um olhar febril e bêbado.
-Leon, não faça isso. Não me obrigue a falar algo que você não quer ouvir.
Meus olhos queimavam.
-Onde fica sua mãe, nessa história? -questionei, sentindo um oco no meu peito.
-Ela não sabia. Iríamos contar depois do divórcio, mas então eles saíram um dia chuvoso para trabalhar e não voltaram.
-Você ficava com seu pai, sabendo que ele ainda mantinha relações com sua mãe? -eu estava prestes a vomitar de nojo.
-Ele me amava! -sua voz saiu grave, raivosa e destemida. Um tapa no meu rosto e uma facada no amor que eu sentia por ele. -Mesmo ainda sustentando um casamento horrível! Papai me amava e eu o amava! Não tem nada errado em amar! Ele não fazia mais nada com minha mãe!
Neguei em horror. Aquilo não podia ser real! Parecia que eu havia entrado em sonho de terror. Não conseguia crer que tinha transado com aquele homem, entrando no lugar onde o pai dele havia entrado. Meu estômago embrulhou!
Eu me entreguei a ele, mas ele, secretamente, se entregava ao pai morto enquanto fazíamos aquela devassidão.
-Eu tenho nojo de você! -sussurrei, com o coração destruído. -Seu doente!
-Leon, eu... -ele começou a se aproximar, com um olhar cauteloso.
-Não! -eu gritei, fazendo-o parar. -Não chega perto, seu filho da puta! Eu odeio você!
-Leon, você não tá pensando direito.
-Eu vou embora!
Dei uma última olhada para seu rosto, não acreditando que meu coração batia por uma aberração como aquela! Queria arrancar meu coração fora e jogá-lo aos pés do homem bêbado na minha frente.
Xavier não mexeu-se mais. Ficou encarando-me partir com os olhos marejados, mas nenhuma lágrima rolou por seus olhos.
Sorte a minha que tinha deixado o portão encostado e só precisei correr alguns metros para me jogar no meu carro e dirigir sem rumo.
As lágrimas rolaram alguns segundos depois. Pouco a pouco eu estava sentindo tudo que eu sentia se transformar em raiva e nojo. Eu não amava Xavier... Eu o odiava!