Quero pedir desculpas de novo, por causa do péssimo serviço de internet que estou recebendo nos últimos dias. Agora sem mais enrolações vamos a décima parteEu: por que eu faria isso?
Ele: por que ele não é o que aparenta ser.
Custei a acreditar no que ele quis dizer com essas palavras, e também com a expressão que ele fez ao ouvir o nome de Samuel, por isso perguntei;
Eu: como assim?
Ele: digamos que se você continuar andando com ele, vão acabar te confundindo com uma bichinha.
Ele riu, mas eu não;
Eu: isso não será um motivo para eu parar de andar com Samuel.
Ele: pois seu eu fosse você, manteria distância desse tipo de gente.
Disse e não procurou fingir que não tava com nojo de dizer essas palavras. Como se simplesmente falar elas fosse ser contaminado por uma doença maligna. Me controlei o máximo possível para não dar um soco na cara dele, minha raiva surgiu instantaneamente, o álcool, na verdade nem era necessário está bebendo para quebrar parte do controle que eu tinha sobre mim, e eu acabei rindo de nervoso;
Eu: pra ser sincero, eu prefiro andar com esse tipo de gente do que...
Parei de falar, quando Samuel entrou pela porta, não sei o quanto ele ouviu, pois a primeira coisa que fez foi me chamar;
Samuel: vamos Dan, não vale a pena.
Com a aparição dele eu fiquei calmo e resolvi fazer o que ele me disse, pois eu já tava perto de fazer uma burrada, causar uma confusão gigante sem pensar nas consequências, apesar daquele idiota merecer uns bons socos. Samuel devia estar pensando a mesma coisa já que também estava quase fazendo a mesma coisa que eu, as veias do seu pescoço estavam saltadas demonstrando todo o nervosismo que ele tava contendo, mas sua voz foi estranhamente calma. Quando passei por Júlio pra acompanhar ele até a saída, pude perceber que Júlio já tinha percebido o que se passava e quando chegamos a porta ele disse;
Júlio: já entendi! Quem diria hein Daniel, que você fosse para esse lado?- depois mudou o tom de voz pra debochar- nada mais nojento, mais um pra fazer parte da...
Samuel parou na mesma hora e fechou as mãos as veias de seu braço apareceram instantaneamente e ele se virou rápido demais, quase não consegui contê-lo, mas eu o impedi, agora que eu estava calmo vi que era uma provocação quase como se Júlio quisesse que Samuel fizesse algo, coloquei a mão por baixo de seu peito segurei um dos seus braços, dando uma espécie de meio abraço nele o que foi um verdadeiro teste de forças, e disse;
Eu: não vale a pena.
Uns dois segundos depois ele relaxou a força, mas continuava nervoso, aproveitei pra sairmos daquele lugar. Voltamos a mesa dos pais dele, mas toda a animação de antes tinha desaparecido. Júlio voltou e foi pra uma mesa do outro lado da piscina onde já tinha duas pessoas, um senhor e uma mulher que poderia ser a namorada dele, deveriam ter acabado de chegar, pois estavam arrumando umas coisas sobre a mesa. Percebendo o clima depois da nossa volta o pai do Samuel perguntou o que tinha acontecido. Samuel respirou e contou tudo desde o inicio, de como aquele que ele considerava seu amigo o tratou quando descobriu sua bissexualidade e o que tinha acontecido no banheiro, os pais dele ficaram furiosos, e até ameaçaram ir lá tirar satisfações com ele, mas foram impedidos de fazer algo por Samuel que já tinha se acalmado e disse que não ia mudar nada se fizessem isso. Depois desse papo, perdemos a graça de ficar ali e também porque estávamos todos revoltados. Os pais do Samuel me convidou para continuarmos nossa bebedeira lá na casa deles, nós arrumamos as coisas e eles foram na frente pra comprar as bebidas em outro lugar na cidade. Durante a viagem de volta eu perguntei ao Samuel quando Júlio tinha descoberto e porque não tinha me contado nada, e ele me disse que Júlio tinha descoberto sobre ele no sábado antes dele se mudar lá pra casa. Segundo ele, eles tinham ido em uma festa pra se despedirem e nessa festa um rapaz tinha dado encima dele e ele tinha cedido, mas foi visto por Júlio, que não fez uma confusão pública, porém tinha o esculachado quando ele voltou pra casa, e só não contou pra mim na época, porque temia que eu fizesse o mesmo. Mesmo que eu quisesse perguntar se era mesmo só isso, resolvi não fazer, pois vi que ele estava desconfortável em contar pra mim o que tinha acontecido, portanto se ele quisesse contar eu ouviria, senão também não ia me interessar.
Ele prestava atenção na estrada, uma de suas mãos estava no volante e a outra sobre a perna dele. Como o clima ficou estranho depois que ele respondeu a pergunta, eu estendi a mão e entrelacei na dele, bastou isso pro sorriso brincalhão dele voltar e ele dizer;
Ele: quê que foi?
Me fiz de desentendido;
Eu: quê que foi o quê?
Ele levantou a mão que eu estava seguro, sem segurar de volta e disse rindo;
Ele: isso?
Eu soltei a mão dele e fingi ficar com raiva pra responder;
Eu: por acaso, não posso segurar a mão do meu namorado?
Ele: pode, mas assim do nada?
Eu: desde quando se precisa de um momento pra segurar ou pegar ne qualquer parte do corpo de alguém que a gente a..ma?
Esse ‘’a...ma’’ escapuliu da minha boca, sabem como algumas palavras que a gente pensa em falar, mas não possuem um momento certo e elas simplesmente saem, essa foi uma delas, eu percebi que tinha dito, mas continuei fingir raiva cruzei os braços e fiquei olhando pra qualquer coisa que não fosse ele. Me surpreendeu o que ele fez, mas procurei fingir que não. Freou o carro e encostou na beira da estrada com um sorriso gigante na cara;
Ele: pode repetir o que disse?
Eu: não.
E fiz cara feia;
Ele: você não tá bravo, tá?
Eu: parece que não?
Eu queria rir, pois ele achou que eu tava mesmo com raiva, desfez o sorriso e tentou consertar;
Ele: para tigrão, foi só uma brincadeira.
Disse ele com voz manhosa, mas não resolvi facilitar pra ele e não respondi nada, ele tirou o cinto e deu um jeito de ficar de lado em sua cadeira, começou a passar a mão pelo meu braço, pedindo;
Ele: vamos Dan, me desculpa.
Estava quase me rendendo, mas acho que demorei, pois ele continuou agora bem próximo do meu ouvido em um sussurro;
Ele: desculpa amor, foi só uma brincadeirinha.
Eu fiquei meio sem palavras e isso fez ele continuar, agora já beijando de leve minha orelha, comecei a ficar de pau duro e resolvi parar por ali;
Eu: tá bom, eu te desculpo.
Ele sorriu vitorioso e disse com voz sapeca;
Ele: eba, agora falta você repetir e me beijar.
Eu: repetir o que? E que beijo?
Ele: eu mereço pelo menos o beijo, você não me beija na frente do seus sogros e eu quero pelo menos um.
Ele ficou parado esperando que eu o beijasse ou dissesse alguma coisa, e eu dei um selinho nele, que franziu a testa e disse;
Ele: tigrão, isso não foi um beijo.
Eu: foi sim e você pediu só um.
Ele: Daniel para de me provocar e me beija de verdade.
O provoquei;
Eu: como assim de verdade? Eu sou de mentira por...
Ele me calou com um beijo intenso que depois de um tempo ficou sufocante, fui obrigado a parar, parecia que eu tinha corrido uma maratona. Ele voltou a sua postura sem falar nada, só com um sorrisinho e respirando em descompasso, ligou o carro e saímos. Quando voltou a respirar normal, disse;
Ele: isso não valeu e eu ainda quero o meu beijo.
Sacudi a cabeça e sorri. Voltei a segurar a mão dele que dessa vez não disse nada e fomos pra casa dele, chegamos lá começamos a beber, jogar dominó e esquecer o episodio do clube, não demorou muito pra estivéssemos os cinco bêbados, Víctor não bebia, pois era menor e já tinha ido dormir. Foi nessa hora que eu fui perceber que não poderia voltar pro hotel de carro, e teria que arranjar alguém pra me levar. Confesso que expor essa ideia pro Samuel discretamente foi o pior erro da minha vida, pois a primeira coisa que ele fez foi;
Ele: pai, mãe tenho um negocio pra contar. Meu’’ tímido’’ namorado tá com vergonha de dormir aqui, fala pra ele que não problema.
Senti meu rosto queimar quando os meus sogros me deram uma dura e Juliana ficou rindo de minha cara como uma dissimulada, fiquei tão sem jeito que não consegui falar nada que não fosse um quase inaudível ‘’tudo bem’’ em rendição, finalmente concordando em dormir lá, depois disso eles foram pro seus quarto enquanto Samuel e eu dávamos um jeito na bagunça, quando terminamos subimos pro quarto dele, mal trancou a porta já veio pra cima de mim, me beijando e empurrando em direção a cama, parei antes que aquilo continuasse e eu perdesse o controle;
Eu: Samuel, não.
Ele: por quê?
Eu: eu não vou me sentir a vontade com seus pais amanhã.
Ele: eles não vão perceber nada, e além do mais isso já aconteceu aqui antes.
Ele falava sem parar de mordiscar meu pescoço;
Eu: seus pais não estavam aqui quando aconteceu, e é serio me entenda?
Ele respirou pesado, mas parou e disse;
Ele: você é chato viu, me broxou com essas frescuras. Vai tomar banho comigo pelo menos?
Eu: não.
Ele não disse mais nada, me empurrou na cama e foi tomar banho sozinho, ele pareceu ficar chateado comigo e eu acabei mudando de ideia, tirei minha roupa e entrei no banheiro...
...