Olá meus queridos, tudo bem com vocês?
Vamos aos comentários;
- Você gostou do capítulo anterior Prireis? Eu fico muito feliz por ter passado essa emoção para vocês. Beijos!
- Isztvan, HAHAHAHA. Acredito que este capítulo está 5 centavos maior que o anterior, como eu tinha dito, não gosto de capítulos grandes pelo fato que pode cansar a leitura na internet, além do mais capítulos pequenos dá ansiedade para esperar o próximo HAHAHA. Beijos!
- Gabs, pode preparar o lenço para o PENÚLTIMO CAPÍTULO #DICA. HAHAHA. Beijos!
- LC, que bom que eu consegui passar a emoção para vocês. Muito obrigado por ler. Beijos!
- W.J. LIMA, espero que você não tenha mudado o nome por causa do meu comentário. Acho que cada um precisa ficar sozinho para reunir seus pensamentos, não é? Também sou assim. Beijos!
- Ramom, acho que o capítulo de hoje deve estar um pouco maior, assim espero. Beijão!
- Tiago, ufa, que alívio em saber que você não abandonará HAHAHA. Não é que eu quero terminar logo, até porque alguns capítulos já estavam escritos, mas como havia dito a um leitor a cima, não gosto de capítulos grandes pelo fato que pode cansar a leitura na internet, além do mais, capítulos pequenos dá ansiedade para esperar o próximo. Sim, eu sou mal HAHAHA. Beijão! Espero que goste do capítulo hoje.
- Como você insensível Ruanito HAHAHA. Brincadeira, mas tem gente que é rancorosa demais, meu pai é uma dessas pessoas, pisou na bola com ele, ADEUS. Beijos!
E aos demais leitores, o meu MUITO OBRIGADO pela leitura de cada um de vocês.
Boa leitura gente!
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ATENÇÃO:
Não estranhem se encontrarem mais detalhes da festa de réveillon do que no primeiro capítulo postado, é que eu fiz um resumo no CAPÍTULO UM do que aconteceu neste dia para não revelar detalhes do que aconteceria mais a frente na história, já que algumas partes já estavam escritas, entenderam? Qualquer dúvida é só perguntar nos COMENTÁRIOS.
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♦ 31 de Dezembro de 2013
Eram exatamente 11 horas da manhã e todos estavam se preparando para a passagem de 2013 para o ano de 2014. Há quase um mês atrás houve a separação dos meus pais, meu progenitor finalmente contou sobre a traição que renderá Stênio como fruto desta infidelidade. Para a minha surpresa não foi aquele drama, não foi aquele choque que eu pensaria que seria, na verdade minha mãe ficou muito deprimida com isso, teve dias que minha genitora só ficou trancada em seu quarto, já meu pai também sentiu, acho que apesar da traição, ele ama muito a dona Ruth.
— Cadê o Yago? - Minha mãe perguntou cortando pedaços de cenoura.
— Deve está chegando – Falei.
Apesar do divórcio, minha mãe propôs que meu pai viesse comemorar o ano novo com a gente na nossa casa de praia. Vocês devem estar achando esquisito, mas eu entendo a proposta da minha mãe, ela fez isso pela família, por nós. Acho que ninguém queria ter uma péssima passagem de ano com a família desajustada, então ela fez esse convite e meu pai prontamente aceitou, não vai ser aquela FAMÍLIA FELIZ, mas acredito que deverá fazer bem a todos.
— Que cheirinho bom! – Meu pai entrou na cozinha.
Sempre fico um pouco incomodado com a presença dele depois daquele fato que aconteceu tempos atrás, isso é péssimo para mim, até porque ele é o meu pai. Sobre o perdão, acho que não existiu. Às vezes ele tenta se aproximar de mim, mas sempre "levanto" uma barreira entre nós. Nossa relação nunca foi normal depois daquele dia.
— Estou fazendo Purê de Batatas para usa-lo como massa da Torta de Bacalhau – Explicou Ariana, a empregada fiel da minha saudosa Vovó Benta.
— Com certeza ficará gostoso
Meu pai falou enquanto me olhava comendo um pedaço de bolo que sobrou de ontem.
— Cadê seus amigos, Yego? – Tentou puxar assunto.
— Joabson, Luíza e Erick devem chegar amanhã – Falei.
— É... – Ele fez uma pequena pausa – Eu convidei o Stênio para vir.
— Eu... Eu vou ao banheiro – Ariana fez de propósito para nos deixar a sós.
— Que bom que você não deixou o garoto a "Deus dará" – Falei.
— Eu nunca deixei o Stênio abandonado – Defendeu-se.
— Quando ele vem? – Perguntei mudando o rumo da conversa.
— Acredito que ele venha amanhã, ele vai passar o réveillon com a mãe dele.
Meu pai tem um filho fora do casamento. É uma coisa que ainda não me acostumei.
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Fui até a área da churrasqueira para ver como estavam as coisas, mas tive uma surpresa ao ver meu irmão, Joabson e o Rodrigo. Sim, o Rodrigo estava lá.
— Vocês chegaram? – Perguntei.
— Não! Estamos lá ainda – Meu irmão zombou fazendo todos rirem.
— HÁ HÁ HÁ – Fingi dar risada – Que engraçado. Deveria virar comediante.
— Vou virar mesmo! – Disse vindo em minha direção e me dando um meio abraço.
Depois de nossas desavenças, Yago mudou muito em sua postura como irmão, está mais unido, prestativo e carinhoso. Meu gêmeo ainda não se assumiu, continua se encontrando as escondidas com meu melhor amigo, inclusive meu ciúme aumenta a cada dia com isso, mas eu vou fazer o quê? O que importa é a felicidade dele.
— Cadê o seu outro carrapato? – Falei olhando para o Rodrigo.
Ah, acho que não contei nada em relação ao melhor amigo do meu irmão, depois daquele dia que ele se recusou em me visitar no hospital, Rodrigo tem se comportado estranhamente, não fazia mais aquelas piadas ridículas comigo que só vocês sabem, falar comigo diretamente era quase raro, só o essencial, parecia que não era o Rodrigo que conhecia ali, como o meu irmão disse, parecia que não existia mais ele ali. Meu irmão contou que não só comigo que ele estava mudado, e sim em geral.
— Ah, agora ele está namorando, não tem tempo mais para os amigos – Meu irmão falou em tom de deboche.
— Eu nunca gostei dele mesmo – Fui sincero.
— Só do Digão, não é? – Falou deixando o Rodrigo sem graça, aliás, eu e ele.
Ridículo
— Saindo uma picanha no "grau" – Diogo gritou.
MAIS TARDE...
Estávamos todos reunidos vestidos de branco em frente ao saudoso e imenso mar esperando a virada do ano. Apesar de turbulento, foi um bom ano. Foi um ano que me "descobri" de verdade quem eu sou. Eu tive perdas, minha avó querida foi tão de repente, mas eu acredito que todos nós estamos de passagem aqui neste plano, tenho certeza que ela estará olhando por nós onde quer que ela esteja.
MEIA NOITE EM PONTO. Os fogos iluminavam o céu que aquele dia estava repleto de estrelas, lindíssimo, ouvia-se estouro de champanhes, gritos de "Feliz Ano Novo" e claro, de mais uma golada na minha dose de Whisky.
— FELIZ ANO NOVO MEU FILHO! – Minha mãe me abraçou.
— Feliz ano novo mamãe! Que 2014 seja repleto de realizações – Desejei com os olhos marejados.
— Para todos nós! Tenho certeza que 2014 será O ANO – Minha mãe falou.
Dei mais beijos na minha mãe e ela foi cumprimentar outras pessoas. Assim que ela saiu dos meus braços, senti um abraço por trás que me deixou arrepiado HAHAHA.
— FELIZ ANO NOVO YEGO! – Meu irmão beijou minha bochecha me deixando sem graça.
— Feliz ano novo mano! – Desejei – Que você consiga se casar com o Joabson em 2014. – Brinquei.
— É ruim, hein? – Gritou – Tô fora! – Riu.
— Deixa de ser "cabra safado" rapaz – Dei uma tapa no ombro do meu gêmeo.
— Te amo mano! – Falou pela primeira vez.
— Eu também te amo muito – Chorei.
Gente, eu me emocionaria de todo jeito, mas como já tinha ingerido algumas doses de Whisky, chorei feito um bebê HAHAHA. Mais pessoas me cumprimentaram ali, minhas tias que vieram do interior, menos a Virgínia que estava presa, inclusive fiquei em choque quando soube da prisão, desconfiava, mas quando se confirma todos se chocam. Minhas pernas bambearam quando o vi olhando para mim, eu não entendia muito bem o que estava sentindo, mas de uns tempos para cá estava com esses sentimentos que no qual só sentia por Diogo, não entendia minha cabeça, eu estava confuso com meus sentimentos. Eu precisava provar para mim mesmo.
— Rodrigo – Chamei.
Na mesma hora ele olhou, até um pouco assustado.
— Feliz ano novo – Fui em direção a ele.
Abri os braços e o abracei, na hora ele não "devolveu" o abraço, mas depois ele retribuiu, aliás, retribuiu até demais.
— Feliz Ano Novo, Yego. – Desejou.
Rodrigo aproveitou o momento e começou a apertar ainda mais o abraço, apertava mais, muito mais, até que não aguentei e reclamei.
— Vai me esmagar? – Brinquei.
— Desculpa – Falou sem graça.
— Enfim, espero que dê tudo certo na sua vida neste ano de 2014, Rodrigo.
— Te desejo o mesmo! Minha meta é alcançar todos os objetivos que não alcancei por ser tão idiota no ano que passou. Se Deus quiser! – Falou.
— Amém! – Concordei.
Depois de mais algumas pessoas a me cumprimentarem, logo depois todas entraram na casa de praia, e por falar nela, era belíssima. Na frente da casa tinha apenas um vasto gramado verde bem cuidado e uma cerca de madeira que dava para ver o majestoso mar, a casa era bastante próxima do mesmo, algumas vezes quando a maré estava muito cheia, as ondas chegavam a bater muito próximo dela, mas para protegê-la tinha uma espécie barreira natural que era um pequeno monte, feito de terra e grama. Quando eu olhava para a cerca de madeira e o vasto gramado dentro da propriedade, só lembrava do meu fiel labrador que nós criávamos naquela casa, ele era lindo e até hoje sinto muita falta dele, viveu conosco até os 13 anos. Estava distraído nesses pensamentos quando sinto alguém me abraçando por trás e beijando minha cabeça.
— Feliz Ano Novo primão! – Diogo me apertou em seus braços fortes.
— Susto do caralho! – Realmente eu me assustei.
— HAHAHA – Gargalhou – Só pode estar devendo.
— Claro que não! – Eu ri
— Sei – Desconfiou.
— Esse seu tio – Ele se referia ao tio Teobaldo, irmão mais velho da mamãe – quando bebe é uma desgraça. A garrafa mais da metade e ele esquece aqui fora – Falou pegando a garrafa de Whisky próximo a um tronco derrubado de coqueiro.
— Cadê o meu abraço de Feliz ano novo? Posso te dar outro? – Perguntou.
— Feliz 2014 Diogo!
Abri os braços e ele me apertou contra o seu peitoral me inebriando com o cheiro perfumado que vinha do seu corpo, se não me engano ele estava usando o Azzaro. Sentindo seu cheiro, seu corpo quente colado no meu, me permiti em dar um suspiro.
— O que foi bebezão? - Perguntou
— Para com isso! – Reclamei.
— Sei lá, você está tão pensativo – Investigou – Aconteceu alguma coisa?
— Ah Diogo, são coisas da vida – Tentei disfarçar.
Ele aproximou ainda mais o rosto com um olhar preocupado
— Eu já sei! - Afirmou
— O quê? - Perguntei apreensivo.
— Mulher! - Disse com um sorriso de canalha
Gargalhei. Na certa o meu primo ainda não sabia da sexualidade, toda a confusão anteriormente não chegou aos ouvidos de ninguém da família além dos meus pais e meus amigos.
— Você só fala besteira - Eu gargalhei vendo a cara engraçada dele.
— JÁ SEI! – Falou alto – É dinheiro? Porque se for dinheiro, a gente dá um jeito e... - Começou a tagarelar
— Também não, Diogo. - O interrompi.
— Então é o quê? Me conta para eu poder te ajudar. - Disse me olhando nos olhos.
Respirei fundo.
— Me dá outro abraço, isso já ajuda muito. – Brinquei.
— Ohhh meu Deeeus! Não te dou só um abraço, mas sim vários milhões de abraços - Falou me abraçando apertado.
— Tá bom! Me larga se não vão pensar que nós somos baitolas - Zombei.
— Deixa de besteira garoto, nós somos primos e se eu fosse veado, eu te comia na boa. – Falou desse jeito mesmo.
— Ahn? – Tremi na base.
— Eu tô brincando cara, eu não sou "viado" – Falou.
Não era para eu ficar ofendido, até porque ele disse aquilo sem maldade alguma, mas eu fiquei ofendido, a carapuça "serviu" na minha cabeça e tomei as dores e resolvi tomar coragem e falar tudo na cara. Eu tinha que falar que eu sempre amei ou ainda amo ele. Eu precisava falar isso!
— Sabe Diogo, tem uma coisa que devia ter te falado há muito tempo, eu não sei como você irá reagir com o que eu estou dizendo, por favor, só te peço para não me julgar – Falei tomando coragem, o Whisky estava me ajudando.
— O que foi? Agora você me deixou preocupado – Diogo falou.
Suspirei profundamente.
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DIAS ANTES...
Virgínia já tinha sido transferida para um presídio feminino do Recife e no momento estava recebendo visitas de parentes, ou melhor, de parente, já que só recebia visita do seu filho mais novo atualmente, que é o Daniel. Ela já tinha recebido visitas de Ruth, no qual Virgínia e escorraçou do presídio, e do seu filho Diogo que também não aceitou bem a visita.
— Só você que eu posso contar, Dani – Virgínia pegou na sua mão.
Daniel sentiu que sua mãe estava passando um pedaço de papel para a sua mão.
— Eu te amo! Eu sei que você vai fazer o que eu pedi – Falou.
Virgínia deixou sua boca bem próxima do ouvido do seu filho mais novo e falou;
— Eu sei que você obedecer à mamãe e vai fazer tudo o que eu pedi, não dê uma de santo Daniel, você fez coisas BEM piores nos Estados Unidos – Falou.
Daniel notava que sua mãe estava com ódio nos olhos.
— O que quer? – Perguntou com uma cara nada boa.
— O que eu quero? Primeiro me respeite. O QUE A SENHORA QUER MAMÃE? – Ensinou.
Daniel revirou os olhos e refez a pergunta.
— O que a senhora quer que eu faça?
— Leia o papel depois, aqui as paredes tem ouvidos – Falou olhando ao redor.
Daniel trocou mais algumas palavras com a mãe e depois se despediu. Pegou um táxi e parou numa praça distante dali, o lugar estava bastante deserto, o que facilitará para ler o recado tão misterioso que a mãe escreveu ali naquele papel amassado.
"Querido filho, eu vou ser logo direta. Dia 02 de Fevereiro é o aniversário dos gêmeos, filhos da rapariga da minha irmã, então o dia tem tudo para ser alegre, mas eu quero que VOCÊ o transforme num dia trágico, num dia que ninguém jamais esquecerá. Eu quero que minha querida irmã tenha apenas UM filho. Acabe com um deles. Vingue a sua mãe, não se esqueça, se você fizer o serviço direitinho, mamãe te dará recompensas que você irá amar."
Daniel ficou perplexo com a atitude da sua mãe, nunca imaginaria que ela fosse capaz de um ato tão cruel. Mas missão dada é missão cumprida. O filho mais novo de dona Virgínia iria vingar a sua mãe e completará o serviço.
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VOLTANDO A CENA ANTERIOR...
— Diogo, eu te amo desde que me entendo por gente, eu sempre te amei – Revelei.
— Oi? - Diogo me perguntava incrédulo.
Eu estava desesperado. Eu tinha que provar para mim mesmo, eu tinha que tirar essa confusão da minha cabeça. Então aproveitando o calor da emoção, o efeito da bebida e além já está de saco cheio de tudo aquilo, liguei o botão do foda-se e investi para cima dele, o abracei e dei um beijo, estava mais para selinho, mas foi um beijo. Diogo rapidamente se livrou dos meus braços me empurrando com toda força, agressivamente, me fazendo cair sentado na areia fria da praia. Eu tinha feito merda!
— Que merda é essa Yego? – Perguntou com fúria nos olhos.
— Diogo...
— Não me diga que você é gay? – Perguntou.
Fiquei calado.
— Eu não acredito que você é...
— SIM, EU SOU GAY! O QUE VOCÊ VAI FAZER COM ESSA INFORMAÇÃO? ME BATER? ME MATAR? – Gritei.
— EU NÃO QUERO SABER SE VOCÊ GOSTA DE HOMEM OU NÃO, EU QUERO QUE VOCÊ ME RESPEITE, EU NÃO SOU GAY. RESPEITE PARA SER RESPEITADO – Suspirou – Em pensar que eu fazia brincadeiras em relação a isso com você.
— Diogo – Choraminguei.
— Eu preciso espairecer
Dito isso, simplesmente ele se retirou sem olhar para a minha cara. E eu? Apenas desabei no chão e comecei a chorar pra valer. Chorei até não sobrar uma gota de lágrima para contar a história. Caminhei pela beira do mar sentindo a água morna das pequenas ondinhas passando por cima dos meus pés deixando aquela sensação molhada e gostosa. Estava pensando em como esses últimos dias não tem feito bem para mim, exceto a parte da reconciliação do meu irmão e do meu melhor amigo, e porque não em descobrir que tenho outro irmão do meu sangue? É fruto de uma traição? Sim, mas apesar de tudo, ele é sangue do meu sangue.
"Mas Yego, ele fez uma puta de uma sacanagem com você, ele te tirou do armário".
Sabe? Acho que eu tenho é mais que agradecer por ele ter feito isso, não é que ele tirou um peso das minhas costas? Eu assumi para os meus pais, eu assumi para o meu irmão que por ironia do destino também curte. Eu assumi para o Diogo, mesmo ele nunca me perdoando. Por isso HOJE, eu não me estranharia em dizer "Muito Obrigado Stênio". A pior coisa é você esconder o seu EU interior. Foi pensando nessas coisas que eu percebi que estava bem longe do ponto que eu parti, mas bem longe mesmo.
— Que medo! – Falei para mim mesmo notando o deserto e a escuridão da praia.
Notei um tronco derrubado de um coqueiro um pouco mais acima nas areias fofinhas e fui até lá, me sentei na areia geladinha e encostei minha cabeça no pedaço de tronco reorganizando minhas ideias olhando para a imensidão do oceano. Foi neste momento de reflexão que acabei pegando no sono e dormi profundamente.
— YEGO? – Senti várias pessoas me cutucando.
— Que é? Deixem-me dormir – Resmunguei irritado, até sentir areia na minha boca.
— Você enlouqueceu? – Ouvi uma voz conhecida, até ter uma ideia de onde estava.
— Merda! – Tirei areia da minha boca notando o Yago, meu pai, Joabson e o Diogo olhando para mim assustados.
— Você está doido? Em tempo de alguém fazer alguma coisa com você – Meu irmão reclamou.
— Eu... Eu estava caminhando por aqui de noite, até que me encostei no tronco – Apontei para o mesmo – e dormi.
— Meu Deus! O tal do bebum é um perigo – Joabson falou fazendo todos rirem.
Menos o Diogo que estava com uma cara um pouco tristonha.
— Vem, vamos – Meu irmão estendeu a mão para me ajudar.
Caminhamos alguns quilômetros, sim, eu andei feito um condenado naquela noite, assim que eu cheguei a casa todos estavam na sala com cara de preocupados, mas quando me viram, soltaram o ar de alívio.
— Meu filho, você quer nos matar? Onde já se viu sumir assim do nada? – Ariana reclamou.
— Nós acordamos, procuramos por você e nem rastros, você merecia levar um puxão de orelha – Notei que minha mãe estava irritada.
— Bêbado – Meu irmão falou – Na certa ele queria ir para a china e não acertou o caminho, parou num pedaço de tronco e dormiu lá mesmo.
Todos riram. Inclusive eu.
— Bom, eu vou dormir que minhas costas estão me matando.
Caminhei até o quarto, mas antes o Joabson veio atrás de mim com cara de preocupação.
— Menino, o que foi que houve? Eu te conheço. Quer desabafar? Aconteceu alguma coisa?
— Sim, mas agora não. Eu estou MORTO de cansado e quero minha caminha – Falei.
— Vai lá, mais tarde você não me escapa – Intimou.
Fui até o banheiro, tomei um banho rejuvenescedor, tirando todas aquelas areias, coloquei um short bem fininho e deitei na cama que estava bem confortável, fechei os olhos, mas abri novamente ao perceber que uma pessoa abriu a porta do meu quarto e em seguida trancou a mesma.
— Yego, precisamos conversar. Tem que ser agora! – Diogo ordenou.
— Diogo, é melhor...
— Não Yego! Você acredita que eu não consegui dormir direito nesta noite? E você não imagina o susto que tomei quando você não estava aqui hoje pela manhã? – Falou sentando na cama próximo de mim.
— Desculpa! – Resumi.
Diogo suspirou.
— Eu que te peço desculpas – Murmurou.
Oi?
— Sim Yego, me desculpa pela reação que eu tive, mas você precisa entender o meu lado, é muita informação para a minha cabeça, e... E eu não esperava aquele... Aquele beijo – Falou sem graça.
— Eu entendo! Eu não sei o que deu em mim – Falei de cabeça baixa.
— Você... Você é gay mesmo? – Perguntou.
— Sim. – Disse suspirando.
— Seus pais já sabem – Perguntou.
— Sim. – Respondi.
— Seu irmão também? – Perguntou.
— Sim. – Respondi.
— E você sabe só dizer SIM? – Perguntou rindo.
— Não! – Respondi sorrindo também.
De repente Diogo me surpreende e vem em minha direção e me abraça com todas as forças. Como aquele abraço era gostoso.
— Você não sente repulsa em me abraçar? – Perguntei.
Diogo me olhou e ficou sério.
— Repulsa em te abraçar? Yego, eu não sou um monstro. Eu fico até magoado você falando desse jeito. – Falou.
— Desculpa cara, é por que ontem você...
— Yego, mas ali você precisava entender que foi muito para a minha cabeça, fui pego de surpresa, mas eu me arrependo amargamente em te empurrar daquele jeito – Me interrompeu angustiado.
— Mas Yego... Você... Você realmente gosta de mim? – Perguntou.
— Diogo...
— Não, não responde – Me interrompeu.
— Yego, eu te amo, te amo muito, mas o meu amor por você é afetuoso, fraterno e caritativo. Meu amor por você é algo além de amizade. Yego, eu tenho você não só como primo, mas como irmão, gosto muito de você, muito, mas MUITO e de graça, mas algo carnal não tem condições, eu não posso te dar o amor que você tanto quer, te digo isso do fundo do meu coração. Você é um cara bonito, simpático e todos se encantam por você que eu sei. Mas eu não posso corresponder isso. Por favor, me entenda, não quero te ver triste por eu não corresponder isso, eu sei que é difícil ter um amor não correspondido, mas eu só posso te dar isso. Me desculpa!
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CENAS DO PENÚLTIMO CAPÍTULO
Era dia 02 de Fevereiro de 2014, todos comemoravam o aniversário dos gêmeos numa casa de festas na Zona Sul do Recife, eram exatamente as 21 horas da noite e o Diogo precisava ir embora, pois o mesmo precisaria embarcar as 23 horas para o Rio de Janeiro, onde iria morar nos próximos anos.
— Cara, eu vou sentir muita saudades de você – Yego se lamentou.
— Eu também, você viaja justo no dia do nosso aniversário, nem tomar umas você podia – Yago se lamentou também.
— E eu? Vocês acham que eu não vou morrer de saudades dos meus gêmeos favoritos? E ainda mais que o Yego raspou essa bendita barba que deixou vocês dois mais idênticos ainda? Juro que não sei quem é quem - Falou fazendo os gêmeos rirem.
Daniel ajeitava sua Pistola Ponto 40 se preparando para cumprir a missão dada pela sua mãe, Virgínia. Ele estava com um capanga em cima de uma moto, até que observa três pessoas saindo do Salão de Festas. Era a hora!
— Olha ali, não são eles? – O piloto o chamou atenção.
Daniel olhou atentamente.
— Sim são eles, estão com o babaca do meu irmão – Falou.
— Então vamos fazer o serviço – Falou arrancando a moto – Você atira, não é?
— Sim – Daniel confirmou.
Então a moto chegou próximo à calçada e Daniel mirou a pistola no peito de um dos gêmeos e atirou.
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Não percam as emoções do próximo capítulo!
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