Na hora do almoço eu a procurei para almoçarmos, pois o local já estava enchendo.
Fui até a recepção para saber da Anita, quando seu Raimundo me entregou um envelope deixado na recepção da pousada.
O bilhete dizia o seguinte:
Querida Pri, nem sei como começar esse bilhete, vou ser direta.
Preciso resolver umas coisas, minha cabeça esta bagunçada, estou sentindo sentimentos nunca antes sentido.
Depois eu ligo pra você.
Beijos.
Sem entender direito eu perguntei ao seu Raimundo.
_ Mas onde esta minha amiga?
No que ele me respondeu.
_ Ela fechou a conta na pousada e foi embora.
Meu mundo naquele instante se desmoronou, foi um sentimento pior do que quando procurei refúgio ali naquela pousada.
Voltei pro meu cantinho e comecei a chorar, eu queria acordar, parecia um pesadelo sem fim. As horas foram passando e nada dela aparecer, não sai mais do chalé, nem tinha motivos pra isso.
Tomei um calmante e fui dormir, na manhã seguinte fiz o mesmo, paguei a pousada e sai sem destino, sem rumo algum que nem uma louca.
Chegando em casa me acalmei, afinal a vida continua.
Passados três semanas eu recebo o telefonema dela.
_ Priscilla, tudo bem, podemos conversar?
Eu nem acreditei quando ouvi aquela voz, fiquei tremula com suor nas mãos.
_ Boa tarde, quem esta falando?
Fiz-me de desentendida.
_ Pri, sou eu a Anita, preciso falar com você, podemos nos encontrar?
_ Agora que reconheci sua voz, podemos sim, você quer me encontrar onde?
_ Gostaria de almoçar contigo e esclarecer umas coisas, ok.
_ Tudo bem, podemos almoçar pela Barra mesmo se não tiver problema pra você.
Ela escolheu o lugar, me passou o endereço e horário.
_ Combinado, te espero lá.
Foram às duas horas mais longas da minha vida. No horário marcado ela já estava me aguardando.
_ Priscilla que bom que você veio, eu estava ansiosa para me encontrar com você.
Com essas palavras ela me beijou no rosto, me deu um forte abraço e depois acariciou meu braço suavemente.
Parecia não ter acontecido nada demais naquela manhã de sábado, ela sabia ser discreta.
Agradeci pelo convite e o Maitre nos dirigiu até uma mesa escolhida por ela, nos apresentou a carta do restaurante e saiu.
Ela começou dizendo.
_ Pri você me perdoe por ter saído da pousada daquela maneira, mas eu estava ficando maluca. Eu precisava colocar a minha cabeça no lugar, cheguei ali com a cabeça completamente transtornada e a sua presença me fez ver o mundo por outro angulo, com alegria cheia de felicidade, você foi tudo pra mim naquele momento, me deixou encantada.
Eu só olhava para os olhos dela e não dizia nada, queria ver sinceridade no olhar, já estava acostumada com as porradas da vida.
_ Sinceramente eu não entendi nada naquela manhã com a sua saída da pousada, na verdade imaginei ter te causado algum sofrimento, quando apenas me mostrei como sou.
Nesse momento eu vi seu olho lacrimejar e a respiração ser alterada parecia que ela iria desabar em choro.
Pedi ao garçom água mineral natural sem gelo e ao chegar me aproximei dela e a servi.
Continuei prestando atenção nela, queria entender o motivo daquele convite para almoçar.
Ela me contou ter tido uma conversa com os pais, na qual revelou tudo que havia ocorrido naquele maldito dia no apartamento com o Marcelo, e que eles pusessem o imóvel á venda.
Anita me disse:
_ Pri depois de almoçarmos preciso te revelar uma ideia que eu estou pensando.
_ Por mim tudo bem, estou aqui para te ouvir.
Na verdade eu a estava maltratando por te me deixado naquele estado de apreensão na pousada, me sentindo culpada por tudo.
Terminamos o almoço, saímos do restaurante e caminhamos até o estacionamento onde seu carro estava estacionado, chegando lá ela me pegou pela mão e me surpreendeu.
_ Priscilla você quer fazer parte da mudança em minha vida e me transformar numa mulher amada de verdade?
Realmente por essa eu não esperava, fiquei paralisada.
_ Anita desde que te vi pela primeira vez que me apaixonei por você, sabia que não estávamos ali por coincidência, mas sim pelo destino a nós designados.
O sorriso dela foi à coisa mais bonita que eu vi e esperava.
Beijamo-nos com amor/paixão sem se importar com ninguém, queríamos aproveitar aquele momento e ser feliz.
Decidimos começar um namoro, sabíamos das dificuldades que enfrentaríamos com nossas famílias.
Querendo ou não, eu ainda estava casada com o pai da minha filha mesmo que separada, ainda faltava assinar o divórcio, mas o que mais me preocupava seria como contar aquela novidade para minha filha adolescente.
Aos poucos fomos vencendo as barreiras, mesmo tendo alguns desencontros entre idas e vindas, que serviram como experiência.
Hoje posso dizer que vivemos com muita felicidade e somos abençoadas por isso.
Fica a dica:
Mesmo quando nos sentimos no fundo do poço, aparecerá alguém com uma lanterna para clarear nosso horizonte.
Viva e se deixe ser Feliz.
