Galera, este fim de semana estive um pouco ocupado com o Enem. Fiz a prova para testar os meus conhecimentos, e preferi descansar a mente e não escrever. Por isso demorou tanto para sair. Mas agora o ritmo volta ao normal. Beijos
Cap.11
Arregalei os olhos quando vi ele ali, falando novamente comigo.
- Obrigado ! - falei, já desviando o olhar por causa do nervosismo - aonde foram ?
- Eu e sua mãe ? Nós estávamos comprando coisas.
- Para Que ?
- Sua festa de aniversário.
- O que ?
- Ela me disse que você vai ter uma festa, e queria a minha ajuda para comprar o material.
- Sério ?
- Sim... Eu comprei um presente também, mas esse só vou dar depois.
- E porquê não dá agora ?
- Porquê não, seu sabichão. Vai ter que esperar até a noite ou ficará sem presente nenhum.
- Tá bom, eu espero - sorri, ao ver que ele havia voltado a ser aquele Maurice que eu tanto gostava justamente no dia do meu aniversário.
NARRADO POR MAURICE
É, não valia apenas me afastar dele novamente apenas por nervosismo. Eu não podia negar, sentia falta quando ele não estava por perto. Minha vontade de correr para o seu quarto e ficar horas conversando era enorme nesse tempo em que não nos falamos. Mas não acho que esse tempo foi ruim. Serviu para acalmar os ânimos e serviu também para eu me entender. É... Eu cheguei a uma conclusão. Uma conclusão inacreditável, para mim.
NARRADO POR ANTÔNIO
Ele havia voltado a falar comigo. Falta palavras para descrever a alegria que senti quando isso aconteceu. Aos poucos a vergonha que eu sentia por termos nos beijado se esvaiu, e restou em mim apenas um bom sentimento que me fazia ter saudades daquele momento. Já queria repeti-lo, o mais breve possível. Aos poucos os pensamentos iam clareando. E eu já não podia mais negar a mim mesmo. Já não era mais uma simples amizade o que eu nutria por ele. Mesmo sem conhecer o amor, eu tinha quase certeza que isso era o que eu sentia por ele. Um amor doce e ingênuo, mas ainda assim um amor.
- Olá Mamãe - dizia eu, vendo ela desempacotar com a ajuda de uma empregada as compras.
- Meu filho ! Feliz aniversário meu lindo, que você consiga as melhores conquistas na sua vida e que a felicidade reine sobre você sempre - a felicidade reinar sobre mim era o que mais eu precisava que acontecesse naquele momento.
- Desejo tudo em dobro o que ela desejou para você - dizia Maurice, aparecendo de repente por trás.
- Nossa Maurice, que susto ! Porquê não avisa que vem chegando.
- Tá bom, vou comprar uma buzina só para avisar você que estou chegando na sala de jantar - minha mãe riu.
- Seu bobão ! - definitivamente, seu corpo tinha um poder que me dominava. Eu era dominado pelo sentimento. Sentimento que eu nutria por ele.
MINUTOS MAIS TARDE
Minha mãe me fez vestir novamente um traje mais elegante. Não se esqueçam que os cavalheiros da alta sociedade naquela época se vestiam muito bem, com ótimos tecidos e ótimos cortes de roupa. Arrumava meu cabelo quando ele entrava no quarto.
- EI ? Antoine ? - via um nó de gravata extremamente mal feito na minha frente - me ajuda - comecei a rir alto.
- Vai me dizer que você não consegue dar um nó de gravata ainda !
- Não... Eu nunca tive paciência para aprender. Talvez por isso não goste de terno.
- Mas no dia que você chegou trajava um terno.
- Mas tinha um funcionário no navio que deu o nó - comecei a entrelaçar a gravata dele - eu, que quase não sai desta casa na minha vida, sei dar um nó de gravata, e você não - acabava de ajustar o nó em seu pescoço - pronto ! - talvez por um reflexo involuntário, ajeitei o terno e a gola, até que meus olhares pararam em seus olhos. Aquele olhar, era igual ao do dia do eclipse. Será se não foi apenas uma fase ? Será se ele não mudou ?
MINUTOS DEPOIS
Um a um os convidados chegavam a festa. Não eram muito diferentes dos que vieram para a festa da minha mãe. Talvez um assessor a mais, um tio pinguço a menos, e os convidados estavam completos. Todos me cumprimentaram, desejaram as melhores coisas do mundo, perguntavam do pé, e acabavam cumprimentando também Maurice, já que ele não saiu do meu lado em nenhum momento. As festas de aniversário de antigamente eram diferentes das atuais. Não existindo ainda a famosa cantiga "Parabéns a Você", desejavamos parabéns, comiamos, pagavamos algumas prendas e cortavamos o bolo. Fiz tudo isso, até que o último momento chegou.
- Vamos filho, corta o bolo ! - dizia minha mãe, alegre por também me ver alegre.
- Prefiro que o Maurice corte. Da última vez eu nao consegui - disse, entregando a ele a faca. Ele cortou, e logo tirou uma fatia, com a destreza de um confeiteiro.
- Aqui está ! - falou, me entregando o prato.
- Bem, eu acho que não é nenhum segredo que irei homenagear a mulher que me deu a vida, e que sempre será o pilar principal da minha existência. Minha mãe - como sempre, a manteiga derretida vestida de saia começou a lagrimejar e me deu um forte abraço. Eu apenas retribui - e o segundo, eu vou dar pro Maurice. Por ele ter se tornando um grande amigo e... Uma pessoa indispensável para mim - falei entregando a ele o prato. Rapidamente ruborizou-se, ficando fofo.
ALGUMAS HORAS DEPOIS
Todos os convidados já haviam se esvaido. Estavam apenas nós três novamente na casa. Entrei em meu quarto já tirando os sapatos e jogando-os longe.
- Deus, estou com dor nos pés...
- Ela é tão forte assim que você não pode ver o meu presente ?
- Claro que não. É o que eu mais quero ver.
- Na verdade não é um presente. São alguns.
- Tá bom - ele entrou com uma caixa de tamanho médio, mas extremamente chamativa. Apenas ri. Veio, sentou-se ao meu lado e me entregou a caixa .
- Abre - a primeira coisa que vi quando abri foi um colar dourado com um lindo A na frente - nossa, que lindinho ! - falei, sorrindo - adorei ! É lindo, Olha isso...
- Abre o resto, tem mais - abaixo do pingente, havia algo embalado em um papel. Quando o tirei, quase cai para trás - Otelo ? Otelo ? De Shakespeare ? Como encontrou esse livro ?
- Ah, me lembrei que você gosta de Shakespeare e fui na livraria. O homem disse que havia acabado de chegar da capital, então eu comprei.
- Obrigado, adorei - e por último, a talvez mais emocionante. Uma linda fotografia nossa, emoldurada. Havíamos tirado no dia da festa da minha mae, já que ela havia contratado um fotógrafo para registrar o momento. Numa era digital como a atual, uma fotografia parece não significar nada, mas naquela época, fotografias eram raras, e quando você tinha uma com alguém, significava que a relação entre vocês era extremamente forte - que lindo... - nem acreditava que ele havia mandado revelar aquela foto - Olha só is... - fui interrompido com um beijo. Um beijo rápido, mas cheio de emoções.
- Você não sai da minha mente...
Continua
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