Cap.12
Arregalei os meus olhos quando ouvi aquilo.
- O que ? Como assim... ? - corou rapidamente, olhou para o alto, mexeu a cabeça e então me olhou novamente.
- Quer saber ? Eu cansei...
- Cansou de que ?
- De fingir que você não representa nada para mim além de amizade... - ao ouvir aquilo, meu coração acelerou e veio quase que até a boca. E não demorou muito para que as nossas bocas se encontrassem novamente. Porém, dessa vez parecia que o nervosismo havia nos abandonado... O receio havia nos deixado... O que havia naquele quarto era apenas um casal apaixonado. Um casal descobrindo de vez que precisam um do outro.
- Maurice... Eu... - quando paramos de nos beijar, apenas a respiração dos dois era audível. Ofegante, cheia de sentimentos. De repente ele me deu um forte abraço, e recostou sua cabeça em meu ombro, me deixando sem ação.
- Eu não sei o que está acontecendo comigo. Mas... Eu não consigo parar de pensar em você... Você tem frequentado os meus sonhos... Eu gosto de ficar perto de você... Eu quero te abraçar... E te beijar sempre... Nunca ninguém me deixou assim... É por isso que estou tão confuso... Eu... Estou aterrorizado e apaixonado ao mesmo tempo - falou, rindo em meu ombro.
- Você se sente assim ?
- Sim...
- Engraçado... Eu me sinto assim também - falei, fazendo ele me soltar imediatamente.
- Jura ?
- Humrum - agora era eu que estava corado e envergonhado. Caminhei lentamente até a janela, buscando tomar um ar e me recompor das revelações bombásticas - de repente, me vi apaixonado por um francês que me achava uma aberração.
- Não diga isso, eu... Eu tenho vergonha do que já disse a você. Até pedi perdão...
- Eu sei disso... Mas a minha paixão por você e desde antes de você ter me salvado da morte.
- Sério ?
- Sim... Eu sei que é estranho... Que nunca seremos como um casal normal... Mas... sei lá... É o que eu sinto - falei, pegando uma flor que o vento havia trazido até a minha janela.
- A gente pode tentar - falou, se aproximando. Me abraçou por trás e juntou suas mãos com as minhas.
- Tentar o que ?
- Tentar ser um casal...
- Mas como ?
- Ora... Como os outros casais... - me virei e o olhei.
- Você tem certeza ?
- Absoluta...
- Então... Tentaremos - ele riu e mais uma vez nos beijamos. Agora acompanhados pela luz do luar...
NO DIA SEGUINTE
Acordei um pouquinho mais tarde aquela manhã, mas tinha um bom motivo. Fiquei bastante tempo recebendo carícias dele na madrugada, e por isso acabamos dormindo tarde. Olhei para a mesa do lado da minha cama, e lá estava a foto que havíamos tirado e ele havia me dado de presente. Havia a colocado próximo a mim, para que toda manhã quando eu acordasse, lembrasse dele e seu sentimento. Me levantei, tomei um banho... Logo estava caminhando até a mesa, para alimentar-me. Assim que cheguei lá, o vi sentado, a comer. Ao me ver, ele sorriu.
- Olá, Antoine - porém, naquela manhã ele não estava do outro lado da mesa, me olhando nos olhos como sempre fazia. Estava sentado ao lado da cadeira que eu sentava.
- Oi, Maurice - sorri, pois num gesto de cavalheirismo raro nos dias atuais ele puxou a cadeira para que eu pudesse sentar-me.
- Tomei a liberdade de apanhar algumas flores do jardim para você - falou, me entregando um singelo e delicado, mas lindo e amoroso buquê.
- Que lindas... Obrigado Maurice... - é, já havia começado muito bem tudo aquilo. Estava melhor do que eu havia imaginado.
- Pedi para a empregada fazer bolo de Milho.
- Sério ? - mais que rapidamente ataquei o bolo - que delícia, como eu amo isso.
- Come direito menino, parece criança... - ri.
- Eu não posso mais ser criança ?
- Não. Agora você tem 16 anos, e está mais perto da maioridade. Tem que se comportar como um adulto... - ri.
- Como se você não quisesse ser criança as vezes, ein ? - passei um pouco de geléia em seu rosto, fazendo ele ficar com o nariz vermelho.
- Porquê fez isso ?
- Para você parar com essa coisa chata...
- Ah é ? Você vai gostar de ficar cheio de geléia ? Então... - não deu nem tempo de eu dizer algo e ele já foi me lambuzando.
- Eu não acredito que fizestes isso... - nesse exato momento minha mãe entrou na sala.
- Meninos... - ela sorriu - porquê estão sujos de geléia ?
- Ele começou Dona Cristina - falou, me fazendo rir.
- Ele está muito chato hoje mamãe.
- Mentira, você que é criança demais.
- Nem sou !
- Gente... Parem... Estão parecendo dois irmãos... Kkkkk Agora, Antônio, eu queria te perguntar uma coisa.
- Pergunte mamãe...
- Você... Não almeja nenhuma garota... Filha de nossos amigos ?
Continua
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