~~Gustavo~~
-Posso saber oque foi isso? -Lucas começou a reclamar assim que entrei- Agora da até beijinho no rosto? Estava agradecendo a noite se ontem? Deve ter sido ótima, já que nem me atendeu.
-Não só a noite de ontem como o dia de hoje- Falei debochando- e você deveria estar agradecendo ele, não implicando.
-Você fala tudo isso assim na minha cara? - Lucas disse isso andando de um lado para o outro.
-Você vai deixar eu explicar?
-Explicar? Eu já vi tudo, eu confiei em você.
-Nada aconteceu.
-Voce acha que eu posso confiar em você?
-Se você não vai deixar eu explicar, e se você não tem confiança em mim...
-Acho melhor a gente dar um tempo - disse Lucas.
Peguei minha mochila e comecei andar em direção a porta, derrubando tudo que eu via em minha frente, eu estava realmente muito puto. Como ele poderia dizer que me amava sua vida toda? E na primeira desconfiança ele nem ouve minhas explicações?
Fiquei andando pela rua sem saber a quem pedir ajuda. Minha mãe viajando, e eu não podia ir para minha própria casa.
Também não queria ligar para Caio e fazê-lo sentir-se mal ou culpado por minha briga com Lucas. Foi quando tive uma ideia e peguei meu telefone e comecei a discar.
-Alô -uma voz doce disse do outro lado da linha.
-Vovó? - falei - sou eu, Gustavo...
-Oi meu amor, aconteceu algo?
-Sim... Eu gostaria de passar umas semanas na sua casa, já faz alguns anos que não vejo a senhora e já estou com saudade.
-Claro meu amor, pode vir sim.
Fiquei ao telefone por mais alguns minutos com ela e dealiguei, e fui direto para rodoviária.
...
Ela morava no interior da cidade, onde não tinha nada, só boi, vaca e mosquito.
O próximo ônibus para lá saia as 19:00h, tive que ficar algumas horas na rodoviária ainda, esperando o onibus.
...
Por volta das 22:00h já tinha chegado na cidadezinha, e entrado em um táxi. Em questão de 20 minutos eu estava na fazenda de minha avó.
Apesar de ser muito grande, lá era tudo muito simples, poucos funcionários, e os hábitos de todos lá eram meio diferentes, eles jantavam cedo, dormiam cedo.
Por esse motivo, quanso cheguei lá, apenas minha avó estava acordada.
-Tudo bom meu amor? -disse ela me dando um abraco- quer comer algo? Beber algo? Me conta tudo, e sua mãe, como vai?
-Não... Só queria mesmo descansar, a viagem foi longa. -falei bocejando- será que poderíamos conversar amanhã?
-A sim, claro, você só me pegou de surpresa, então não deu tempo de arrumar um quarto só para você, e como eu cedi o quarto de hóspedes para o Tomaz, filho mais velho de um dos meus fazendeiros, você terá que dividir o quarto com ele.
-Sem problemas.
Ela me levou até o corredor e apontou a porta do quarto em que eu ficaria, entrei tomando todo o cuidado para não fazer barulho, percebi que tinham duas camas. Tomaz dormia em uma, e a outra devia ser minha.
Aquela noite dormi feito pedra, não me lembro de ter sonhado com nada.
Acordei com o Sol batendo em meu rosto, e fui abrindo meus olhos bem devagar. E foi então que percebi, parado em frente a minha cama, um garoto, devia de ter 17 anos, cabelos negros, alto, um pouco forte, braços largos, olhos cor de mel, ele estava sem Camisa, com uma calça jeans bastante apertada e com uma blusa quadriculada na mão.
-Bom dia - disse ele- Prazer, Tomaz.
Continua...