(Já postei outro cap hoje, hein!)
‘SAIA’
Ele pula para fora do meu alcance, e eu não sei se estou triste pelo corte do nosso contato ou feliz por aquela aberração estar longe de mim.
Ele me mordeu. Sentia-me fraco demais para sentir horror. Fico na cama de olhos arregalados enquanto encaro Eduardo encostado na parede tentando esconder o rosto, mas então ele se vira para mim novamente e eu vejo mais uma vez aquelas duas enormes e sanguinárias presas.
‘VÁ EMBORA!’ O grito invade minha audição e perturba todo o meu corpo. Sem conseguir raciocinar o que aconteceu naquele lugar e naquela hora, o que tinha transformado aquela situação mágica num horror completo, eu me agarro a única esperança racional que é obedecer ao seu comando. Pulo da sua cama e corro pela sua casa, deixando para trás o monstro.
Minhas roupas estão no chão ao lado do sofá. Escuto Eduardo gritar ainda dentro do quarto, um grito alto e triste. Então o som de algo se quebrando faz o chão tremer e as luzes se apagarem. Eu pego minhas roupas no chão e me visto sem parar de mover-me. Quando saio pela porta, estou tentando levantar minha calça. Acabo isso e começo a correr pelas ruas escuras com muito frio e medo.
A imagem da boca de Eduardo monstruosamente mais aberta do que qualquer ser humano conseguiria abrir caminha pela minha mente e só não me aterroriza mais do que a imagem dos seus olhos flamejantes quando ele tirou as presas afiadas do meu pescoço. Enquanto corro, carrego a minha camisa na mão. Não tenho tempo nem paciência para vestir-me. Só quero correr daquele pesadelo. Correr e chorar. As lágrimas começam a cair antes mesmo que eu chegue na minha casa.
E quando eu abro a porta, assusto-me com o homem alto e estranho que encontro lá. Ele está conversando algo com meu tio, existem mais uns três ou quatro homens, mas não presto atenção nisso. O homem estranho é ruivo e musculoso, mas possue cabelos grisalhos em alguns cantos. Ele usa um sobretudo parecido com o de Eduardo. O homem está escutando alguma coisa que meu tio está explicando e segurando um papel em suas mãos. Mas assim que entro na casa, todos olham para mim. Os homens sentados, o homem alto e ruivo e meu tio, todos olham para mim.
‘Ele está sangrando!’ Meu tio grita e corre em minha direção. Eu olho para baixo e vejo uma trilha de sangue que escorre pela minha barriga e quando a sigo corpo acima percebo que ela é proveniente da mordida de Eduardo no meu pescoço. O homem ruivo segura no meu braço e afasta o meu tio. Ele me coloca no sofá e sem responder nenhuma das minhas perguntas a respeito de quem é ele ou o que ele está fazendo ali, o homem segura na minha cabeça e a empurra, inspecionando a minha ferida.
‘Vampiro’ ele diz, ‘Sorte de ainda estar vivo, garoto.’
‘Eu disse a ele para não se misturar com aquele homem. Um demônio.’ Meu tio fala. Minha barriga contorce-se de vergonha e terror. Meu tio tinha razão o tempo todo. Eu continuo chorando mesmo sabendo que aquilo não é coisa de homem fazer. Chorar é para garotas. Mas eu choro mesmo assim.
‘Calma, não é culpa dele. Ele pode ter sido enfeitiçado.’ O homem ruivo e grande fala. ‘Onde o morto-vivo estava? Onde o homem de olhos vermelhos estava da última vez que o viu?’ Ele me pergunta. Eu hesito em responder. Meu tio me encara com julgamento ao mesmo tempo em que está preocupado. Sinto-me doente e fraco. ‘Você perdeu sangue’ o homem ruivo explica, como se pudesse ler meus pensamentos. ‘Aquele demônio fez isso com você, olhe aqui’ Ele mostra o pescoço e eu posso ver na sua pele pálida que ele também foi mordido da mesma forma. ‘É necessário que você me diga tudo antes que ele mate alguém.’
‘Fale, garoto’ meu tio manda, furioso. Eu ignoro o meu tio e foco-me nos olhos verdes do homem ruivo. Ele tem uma barba espessa vermelha e uma sobrancelha grande que o deixa com uma aparência de irritado, mas ao mesmo tempo forte e protetor.
‘Na casa dele, no prédio que era abandonado por causa da infestação na clínica. Foi lá que o vi.’
‘Por que você tava lá?’ Meu tio pergunta.
Eu sinto minhas bochechas esquentarem a tiro os olhos de todos os homens ao meu redor. Tenho certeza que todos eles sabem o que aconteceu e irão me julgar. Sinto muita vergonha. Ainda estou sem camisa e com frio.
‘O porquê não interessa’ o ruivo fala severamente para o meu tio, que abaixa a cabeça. ‘O que importa é que ele nos deu uma informação importante. O menino precisa se cuidar. Ele fica aqui descansando. Um dos meus homens ficará com ele. Joel, você fica. Padre, nos leve até esse prédio abandonado.’ E assim eles vão embora. Sinto que Eduardo corre perigo e fico desesperado por alguns momentos, até me lembrar do jeito que seus dentes cresceram como uma aberração da natureza e se enfiaram na minha carne. Não, ele precisa morrer.
Todos eles vão embora e eu fico com Joel, um garoto não muito mais velho que eu. Ele me coloca na cama e cuida do meu ferimento, dizendo-me que a perda de sangue vai me deixar com dor de cabeça e eu preciso descansar. ‘Eles são sedutores’ Joel fala, encaro o seu rosto marcado por sardas. Ele tem uma cabeleira loura como a minha, mas maior. ‘Não se culpe. Eles são traiçoeiros.’
Sem saber o que responder, eu assenti. Fico deitado por mais de uma hora, Joel vem me trazer água e pergunta como estou me sentindo. Digo que estou bem, mas na verdade ainda estou com o coração acelerado e com muito medo. Fico com vergonha quando percebo que estou preocupado, mas não com meu tio ou o homem ruivo, mas preocupado com o destino de Eduardo, o senhor bondoso que se tornou meu amigo automaticamente. Tudo é muito fantasioso para acreditar. No entanto, eu vi com meus próprios olhos. Todo mundo acredita em mim, então não estou maluco. Poderia Eduardo ter me enfeitiçado desde o início?
Não quero pensar nisso.
Mas sou obrigado. Porque meu tio retorna junto com o ruivo e os outros homens. Eles me ignoram enquanto conversam na sala e me deixam em paz deitado na cama. Sei que vou ser perturbado a qualquer momento. Então tento acalmar meu coração que bate muito rápido. Vão me dizer que Eduardo está morto? Oh, Deus… Começo a chorar. Ele foi tão doce. Lembro dos seus olhos vermelhos me encarando enquanto me beija por todas aquelas partes sensíveis do meu corpo, lembro-me de quando entra em mim, enquanto me diz que vai ser gentil. Lembro-me de quando me chama de seu garoto. Meu coração bateu tão rápido. Tão rápido e apaixonado. Sou burro, sei disso, fui enganado e nada foi verdadeiro. Mas ainda assim, sinto-me ferido por perder tudo aquilo.
Então lembro de um outro acontecido. Niara e a floresta, os garotos com os ossos quebrados e os corpos sem sangue. Eduardo é o responsável por aquilo! Quem sabe se até mesmo tudo não foi construído com aquele seu poder de aludir que o ruivo falou que eles tinham? Sinto-me doente por dentro e com nojo de ter sido tocado por aquele monstro. Meu sangue é tudo que ele quer.
Uma lágrima cai a medida que a porta do quarto se abre e meu tio junto ao homem grande e ruivo entram no quarto. Parecem derrotado. De alguma forma, sei que Eduardo ainda está vivo e eles falharam. Não consigo evitar de me sentir aliviado.
‘Ele fugiu. O teto do quarto está quebrado, destruído. Acho que ele não voltará para lá. Fomos procurar pela cidade e até mesmo falar com a prefeita, pois ouvimos boatos de que ela havia falado com o tal ser de olhos vermelhos. De alguma forma, o monstro conseguiu apagar a memória da prefeita antes que chegássemos lá. Já estou tentando procurar pelo contato de Londres que ela contactou, mas não acho que vou ter muitas esperanças.’ É o homem ruivo que está falando aquilo tudo, e eu fico calado sem saber do que ele está falando. Ele vê minha confusão e sorri amargamente. ‘Olha, garoto. Vamos matar aquele vampiro. Mas precisamos da sua ajuda.’
‘Minha ajuda?’ pergunto, confuso. Meu tio não quer me olhar nos olhos.
‘Sim, sua ajuda. Deu para adivinhar o que você estava fazendo no quarto dele.’ O homem ruivo diz. Eu fico com vergonha e viro-me para o outro lado. ‘Não, não fique assim. Ele te enfeitiçou, não se preocupe. Isso. Olhe para mim. Mas ainda assim, quando um vampiro se apega tanto a um humano o suficiente para se deitar com ele, isso é porque o vampiro sente alguma conexão e essa conexão não vai embora. Podemos usar você.’
‘Como isca!’ eu entendo o que ele está dizendo. ‘Quer me colocar perto daquele monstro novamente?’
‘Para o bem de todos’ o ruivo fala. Sua voz fica alta e explicatória de repente. ‘Ele virá atrás de você de qualquer jeito.’
Um arrepio passa pela minha pele. Todos os homens estão no quarto agora, olhando para mim. Alguns com pena. Sinto muito medo.
O ruivo continua. ‘Eu recebi a mensagem que seu tio mandou para a igreja ontem mesmo e a sua sorte é que estava caçando uma vampira muito perigosa que passou pela área e pude vir aqui. Esse vampiro… acredite, já matei vampiros piores, meu jovem. Esse vai ser fácil, com a sua ajuda. Tudo o que preciso é que você me leve até um lugar que esse vampiro gosta. Pode ser na casa dele. Vamos nos esconder em algum lugar. Quando o vampiro está perto do humano que deseja, ele não consegue notar mais nenhum outro ao seu redor. Minta para ele. Seja o enganador da questão. O distraia até que cheguemos perto o suficiente. Aí o matamos.’
Fico calado por longos segundos. Atrair Eduardo para a sua morte. Mas Eduardo é um monstro. Quase me mata.
‘Eu sei o lugar perfeito’ falo. O ruivo sorri e os seus homens respiram aliviados. Apenas meu tio está infeliz. Acho que é tanto pelo fato de estar preocupado, quanto pelo fato de que eu havia sido arruinado como homem por ter me deitado com um vampiro. ‘Na mata’ eu digo. ‘Eu aceito.’ Irei provar para eles que sou homem, sim.
‘Ótimo, então, meu jovem. Sei que é muito corajoso, mas o seu pesadelo logo vai acabar e você vai retornar para a sua vida normal. Como é seu nome?’
‘Jesus’ eu falo, ele estende a mão para mim.
‘Muito prazer, Jesus. Me chamo Van Helsing.’
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crys12: não foi por questão de querer. ele meio que n se controlou. e vc pode continuar comentando sobre a história, eu adoro comentáriso assim, obg, bjao.
Escuridão: pelo menos eu acabo os ep e n deixo vcs esperando muito para continuar, né? kkkkkkkkk. ai vc já sabe a resposta para as suas perguntas. obrigado pelo comment.
Yami: como eu disse aí em cima, pelo menso eu n demoro muito poxa me perdoem kkkkkkkkkkkk, obrigado, tem que ser um pouco mau mesmo pra fazer vcs se interessarem pela história, se fosse tudo perfeitinho todo mundo iria odiar e enjoar rapidinho, fale sério.
Helloo: ahhh muito feliz que vc gostou do capítulo. diga-me como foi esse, ahahha. mesmo que eduardo n consiga admitir, ele se importa muito com um humano para alguem q n tem 'coração' hahaha. orbgiado pelo elogio mais uma vez, droga, vcs tao me convencendo. e olha, pelo menos n deixo esperando. hahaha.
WhiteChocolate(*: meu deusinho por favor n pare de comentar assim q enche meu coração de felicidade, haha. adoro saber suas reações a respeito das minhas piadas e momentos assim. que bom q gostou dessa frase. <3333 por favor n pare de me acompanhar. até o próximo, querido.
lu6454: obrigadinho! <3