Fomos acordados no segundo dia por um despertador emitido nos alto falantes e a voz nos mandou realizar higiene pessoal e nos entregou novas roupas. O estilo era o mesmo do dia anterior, mas um pouco mais sofisticadas.
Tirando alguns deslizes todos se tratavam pelos nomes femininos temendo punições. Se haveria algumas punições para alguns esquecimentos esporádicos nada tinha ocorrido ainda.
Com a presença coletiva nos chuveiros pude ver ainda mais como a depilação tinha nos mudado. Parecia que os corpos ficavam mais expostos sem os pelos. No começo estávamos constrangidos, mas não tínhamos outras opções.
O vestiário estava farto de produtos femininos. Além dos tradicionais shampoos e sabonetes haviam vários cremes e outros produtos de perfumaria que ninguém chegou perto.
Um dos rapazes mais agitadores me falou em voz baixa:
--- Precisamos planejar uma fuga, alguém me disse que seu pai é advogado.
Pensei no que isso faria alguma diferença, mas preferi evitar qualquer comentário irônico. Não era interessante arrumar alguma desavença desnecessária. Apenas falei:
--- Eu não vejo qualquer possibilidade concreta de fuga. Aqui não tem janelas e já tentaram abrir uma dessas portas sem sucesso. Esse lugar foi planejado para isso.
--- Mas não podemos ficar parados aguardando, logo seremos todos mulherzinhas.
Ele prosseguiu para falar com outros, tentar conseguir apoio de alguma forma. Ele tinha razão, mas eu não conseguia ver algum meio.
Duas semanas se passaram onde aprendemos a rotina do lugar. Diariamente tínhamos aula com aspectos femininos como maquiagem, depilação, moda, unhas, cabelo, boas maneiras e outros. As roupas e os calçados se tornavam mais variados e complexos e muitos acessórios nos foram dados. Nossas orelhas haviam sido furadas por nós mesmos em uma aula. Com isso nossa aparência geral estava cada vez mais feminina.
Não tivemos notícias dos dois garotos desaparecidos. Muitos já especulavam que eles estavam mortos.
Alguns rapazes começaram a sentir náuseas e enjoos com frequência, felizmente eu não era um deles. A voz nos avisou que naquele dia pela manhã seriam realizados exames em todos antes da refeição matinal. A realização de exames abriu novas possibilidades, seria necessário contato próximo e iríamos conhecer alguém de fora.
Fomos encaminhados em fila indiana até uma pequena nova sala anexa ao refeitório. Uma pequena confusão foi gerada pois todos temiam estarem entre os primeiros da fila, até que alguns cederam. Apesar de ouvir alguns comentários eu só pude ver realmente como era quando minha vez chegou.
Havia uma parede de metal, similar as portas, com um buraco para colocar o braço e escuro do outro lado, com um espaço entrando para ajustar as pernas. Com medo sentei e coloquei o braço no buraco.
Alguns segundos depois e senti meu braço sendo molhado e depois a picada de uma agulha. O exame estava feito e nós não tivemos acesso a ninguém.
Logo chegou o aniversário de um mês naquele lugar. Não houveram mudanças significativas na rotina do local, embora os exames estavam sendo realizados toda semana, mas era muito visível que estávamos mudando.
A mudança mais visível foram nossos seios. Variando de pessoa para pessoa nossos seios começaram a doer e depois cresceram um pouco. Já tínhamos seios pequenos, mas não sabíamos a qual tamanho chegariam. Também já era perceptível diferença em nossos quadris, na pele muito mais macia e na nossa voz que aos poucos se tornava mais fina. Algo estava sendo colocado na nossa comida, na água ou talvez até no ar, impossível de saber.
Eu nunca mais tentei manipular meu pinto receando punições, mas alguns rapazes que tentaram comentaram que estava impossível ter uma ereção.
Já psicologicamente também existiam mudanças. Eu me sentia mais frágil e com vontade de chorar em muitos momentos. Eu sempre fui um heterossexual convicto, mas já não conseguia pensar em homens e em pintos da mesma maneira. O assunto não era conversado entre nós, mas ficava incômodo olhar os pintos dos outros no vestiário.
Nós estávamos nos tornando mulherzinhas...
Continua...