Cap.18
Na hora em que eu falei aquilo, os dois largaram os garfos da comida. Se entreolharam, olharam para nos dois. Senti meu rosto corar, tremia, meu coração acelerava. Eu rezava para ouvir alguma palavra, nem que seja um xingamento para acabar com essa agonia. Minha mãe levantou, veio na minha direção. Olhou, passou por mim e por ele. Me virei e vi ela indo até o balcão, aonde havia deixado sua bolsa. A abriu, tirou de dentro uma nota. Foi voltando para a Sala de jantar com a mesma lentidão que foi. Passou por nós novamente, chegou até o meu pai, e jogou a nota na mesa.
- Você ganhou... - falou ela, me deixando totalmente confuso.
- Ganhou o que ? - perguntei eu.
- A aposta...
- Que aposta ? - ela riu.
- Seu pai e eu apostamos. Ele apostou que vocês estariam namorando, eu apostei que não. É, acreditava que você gostava apenas de mulheres... - minha feição foi de amedrontado para incrédulo em questão de segundos. Olhei para Ghilherme, ele para mim, e estávamos os dois de queixo caído.
- Vocês apostaram ? - falamos em uníssono som.
- Sim. Vocês estavam muito perto um do outro e... Bem... A relação que vocês dois tem não é comum entre homens heteros - meu pai se pronunciou, me levando aos risos - além disso o pai do Ghi foi até a empresa me procurar e falou - minha mãe imediatamente o estapeou.
- Então você trapaceou ! - riamos enquanto estávamos ligeiramente envergonhados
- E o que vocês acham disso ? - os dois se olharam
- Eu não tenho nada contra filho. Ghilherme é um bom garoto, e dá para ver que vocês dois gostam muito um do outro - minha mãe falou, fazendo nós dois nos olharmos.
- Mas vocês não acham errado ? - ele perguntou.
- É errado se apaixonar agora ? - meu pai falou - não importa que vocês dois sejam garotos para nós. O amor não escolhe sexo garotos - assim que ele terminou de falar, meu nervosismo se transformou em risadas.
- Então vocês apostaram ? - Ghi e eu caímos na gargalhada - e eu quase morro de medo de contar...
- Filho, o importante é que você está feliz, consigo notar isso - disse minha mãe, me abraçando.
- E eu tenho certeza que vocês vão conseguir superar todas as barreiras - disse meu pai, completando o abraço. De repente ele puxa Ghi, e se forma um abraço quádruplo, cheio de afeto, carinho e atenção. Sem dúvida, eles são os melhores pais do mundo.
TEMPOS DEPOIS
A partir desse momento, nossa relação se fortaleceu ainda mais. Foi muito mais fácil do que imaginavamos depois de assumirmos aos pais.
- Lucas ?
- Ah, Júnior, o que foi ?
- Sabe por onde anda o Gustavo ?
- Creio que ele deve estar ensaiando com a banda, porquê ?
- É que ele pediu que eu levasse alguns biscoitos para ele no ensaio, mas não o vi na sala de música.
- Eles estão ensaiando no auditório.
- Ah sim, obrigado - ele já ia saindo quando perguntou - é verdade que você e o Ghi estão namorando.
- É... Ele te falou ?
- A escola inteira está falando disso - ri, pois nem eu mesmo sabia disso.
- Bando de fofoqueiros.
TEMPO DEPOIS
Um dia depois do acontecido, estava saindo do colégio quando sinto duas mãos taparem meus olhos.
- Adivinha quem é ? - ri.
- Um garoto aí... - ele riu.
- Quem é esse garoto ?
- Meu namorado - ouvi suas risadas, quando tirou as Mãos dos meus olhos.
- Você acertou - falou, beijando meu rosto na frente de todo mundo - vem, quero te dar um coisa - falou, começando a me puxar.
- EI ? Para onde vai me levar ?
- Vem... Você vai gostar ! - falou, vencendo a minha resistência.
TEMPO DEPOIS
E mais uma vez estávamos de volta aquela praia. Aquela que liberta sentimentos, sensações e palavras.
- Porquê viemos aqui ? - perguntei, olhando para ele.
- Para ver o por do sol - falou, saindo do carro. Sai em seguida. O vento como sempre estava forte, e levava consigo todos os sentimentos ruins que podia.
- Tá, agora diz o motivo verdadeiro para você ter me trazido aqui - ele se aproximou lentamente, e não demorou muito para nossos lábios estarem colados.
- Gostaria de usar aliança ?
Continua
E aí ??? Gostaram ??? Desculpem a demora mas a NET por aqui está pessima. Beijos