Primeiramente, queria pedir desculpas a todos pela a demora. Segundo, quero agradecer a todos pelo carinho que me proporcionam, e dizer que vocês são de mais. E por último, mandar um abraço e um beijo a cada um de vcs, tanto aos que comentam, quanto aos que somente lêem os capítulos. Cês são de mais ♥
Lytah: Lari, sei que seu amor por mim é singular. Beijos, minha paquita ♡
Digos2: Pais são complicados. Mas vamos ver se os meus vão entender hehe. Abraços.
Nick *-*: Eu cogitei em matar Caio inúmeras vezes haha. Eu estou vivo mesmo, mas sabe lá o que passei com os meus pais rs Vou dizer por adm te add no goups ;) Abraços.
Irish: Obrigado pela dica, mas eu já manjava de como ajetair as páginas em branco, o ruim é que demoro até notar que não estão funcionando hehe. Caio é moleque mesmo, bata nele por mim uma horas dessas hehe Abraços e beijinhos.
Tozzi: Desculpa pela demora, chapa. Depois pago isso com alguma massagem haha. Espero que curta esse cap. Abraços.
S2DrickaS2: Quando eu estiver em Belém, e seu convite ainda estiver de pé, nós vamos no veropeso tomar aquele açaí e comer aquela maniçoba divina *-* Quase fui pro rock in rio, me segurei pra não ir, mas já não dava mais ;-; E Caio é besta de mais com as brincadeiras dele, só eu sei o que tenho que aguentar kkk. Beijinhos, linda ♥
esperança: Obrigado, cê é muito legal. Beijinhos.
Lobo Bobo: Estamos mudados um com o outro heim. O que houve? Nem digo mais nada a você. Apenas observo. E admita que Lari e você me amam. Sem fã clube, ok? Ainda não hue... Te adoro, cara. Cê sabe disso. ♥
Drica (Drikita): Quê isso, como eu disse antes, você é figurinha registrada aqui da CDC, fiz mas do que minha obrigação. Agradeço à você por ler minha história e por estat gostando. Me sinto honrado ♡
Luh \o/: Muita gentileza da sua parte, obrigado. Caio é um pau no cu mesmo, mas fazer o quê né... o amor cega a gente kkk. Beijos e fico feliz que esteja gostando :)
Lek18: Kkkk Ainda temos que trocar umas idéias heim. Ta me devendo hehe. Abraços meu brother.
Chele: Puts, mil perdões pelo erro de gênero hehe. Desculpa pela coxinha, mas vamos fazer assim, eu mando a coxinha e paro de escrever ou continuo e você dá adeus a sua coxinha? Decide aí muhahaha. Beijinhos, MINHA PARÇA ♡
Kevina: kkk E agora? ♥
lucassh: Luuuuuuuuuuc, você também está no clube do Lobo e Lari né, o que me ama incondicionalmente. Luc, meu garoto cabaço, fique tranquilo que não vou espalhar. Abraços, seu corno ♥♥♥♥
LC..pereira: Nada, ele estava brincando hehe. Um otário ele. Abraços, :)
Kim669: Kkkk Essa brincadeira não é nada comparada com as outras. Principalmente no dia dos namorados u.u só Deus sabe o que sofro haha. Mas sempre que posso dou o troco muhaha. Abraços ♡
R.Ribeiro: kkkkkkkkkk ele ainda é meio gala seca. Ri alto. Pois é, mano. Mó barra contar algo assim pros pais, agora imagine ser pego de surpresa? Dez mil vezes pior. E gostei do "gala seca" vou adotar ele no meu dia a dia kkk. Abraços, meu grande parça. (desculpa a demora do cap de antes e desse aqui tbm, espero que não me mande uns cavalos de Tróia)
prireis822: Obrigado, pais são complexos mas sempre entendem os filhos, podem até não admitirem isso, mas no fundo compreendem as crias. Beijinhos
Hogu: Iniciativa frottage? kkkkk tente falar isso pra uma pessoa tarada em meter kkk. Já havia falado com ele sobre isso, sobre a não penetração, mas ele achou que eu queria terminar e se pá fez maior drama. Até hoje sofro um pouco, mas acabei acostumando kkkk. E seu nome é uma anagrama? Abraços, mano.
Martines: Pois é, meu "amigo" é meio panaca mesmo. Abraços, mano :)
Dominike: Não tenha um AVC ): Saiba somente que consegui dar o troco nele por causa dessa brincadeira muhaha, agora me diz... Cê é menina ou menino? Beijos e querer não é poder ♥♥♥
Mr. Johnny: KKK se ele quase matou ces do coração, imaginem eu. Mano, viver com aquilo é difícil kkkk. Mas fazer o quê, é a nossa forma carinhosa de dizer "te amo" kkk. Abraços, mano.
Plutão: Own, man. Muito obrigado e devo agradecer por estar conhecendo minha história e gostando haha. Abraços, meu querido ♥
Geomateus: Obrigado, Mateus. Amo o nome Mateus haha. Abraços.
dani: Dudu, seu tarado, não tem vídeos até você fazer uma boa promoção no teu sexshop pra mim kkk. brigado, meu brother. To lendo os teu contos tbm... vou já comentaram eles ♥
adriannosmith: Poxa cara, assim fico sem jeito. Muito obrigado mesmo. E mando "um" abraço não, mando todos possíveis a você. Fique bem ♥
Isztvan: Ah cara... eu que te agradeço. Muito obrigado mesmo. Abraços a você bem apertadinhos.
Helloo: Vi que você comentou todos os capítulos. Muito obrigado, você é muito getil :) Beijinhos.
ATREVIDINHO: Kkkkk Viciado é. Cê é muito massa. Brigado :)
Dominike: Cê é dramático (a) heim... ♥
Jj: Meu e-mail é maiks.fernnds2@gmail.com Manda lá que terei prazer em te chamar no wpp. Abraços.
Anjo Apaixonado: Saiba que eu me vinguei dessa brincadeira haha Vingança não física é a melhor hehe. Abraços.
VAMOS AO QUE INTERESSA.
- Que diabo é isso de amor, Fernando?
Mal eu tinha me recuperado da brincadeira de muito mal gosto de Caio, e agora eu estava alí, pensando no que dizer aos meus pais.
Algo sobre meu pai: ele sempre fora um cara corpulento e com ar de brutalidade, aquele tipo de pai rude, mas que é gente fina com tudo e com todos. Não gostava de gays, não pelo fato de ser preconceituoso, mas pela vida que eles levavam/levam nos seus dia-a-dia, enfrentando dificuldades que poderiam ser resolvidas com um simples gesto; virar homem e viver sua natureza. Para ele, que sempre fora um religioso não muito fervoroso e que via a a família à cima de tudo, homossexuais era algo fora do lugar na sociedade, algo que estava errado e que um dia todos os seres humanos saberiam o porquê disso, pois Deus sempre sabe o que faz. Vocês podem pensar que ele é paranóico, mas meu pai teme pela a vida de pessoas que se atraem pelo mesmo sexo. Isso começou quando eu tinha 12 anos, eu nem conhecia Caio ainda e nem o que era o mundo carnal, lembro de ele entrar na sala abalado e contar que um dos filhos do nosso vizinho da frente de casa, tinha sido brutalmente espancado e que corria risco de vida. O motivo de tal agressão era que o garoto, que tinha seus 14 anos, era pra lá de afeminado e era conhecido como sendo um rapaz alegre de mais e com tendências gay. Cês devem conhecer jovens assim que desde cedo mostram o que realmente vão ser, pois bem, ele era assim, usava roupas apertadas, andava somente com meninas e nunca brincava com os moleques do bairro como eu costumava brincar. Eu, alguma vezes, tinha zoado com ele e o mesmo não se zangava, tirava sarro da própria feminilidade e tornava as coisas engraçadas. No todo, um moleque que tinha seu jeito gay de ser, mas que não era malicioso e nem devasso. Meu pai me contou, enquanto eu fazia meu dever de casa, que ele tinha sido forçado a entrar num matal com cincos caras jovens tbm, da idade dele ou um pouco mais velhos, e lá espancaram ele e o estupraram violentamente. Liguei a TV para ver mais detalhes no jornal e o jornalista dizia que os cincos jovens faziam parte de um grupo homofóbico e que um deles até declarara que faria tudo de novo sem arrependimento nenhum, pois viados eram a escória do mundo. Uma semana se passou e o menino que tinha sido espancado não resistiu aos ferimentos. Meu pai ficou bem abalado com aquilo, afinal a gente conhecia a família dele e o jovem em si. Depois do enterro, meu pai me levou pra casa e lá ele falou algo que me deixou chocado.
Meu pai: Sabe, acho que a culpa é do (nome do menino). Se ele não fosse daquele jeito, jamais teria sido espancado a troco de nada
Minha mãe, que sempre fora amorosa e acolhedora com tudo e todos, ficou sem acreditar: Você está louco, homem? - perguntou ela. - Como pode dizer isso!?
Meu pai foi até o sofá e sentou: Veja bem, Neide. Fernando é assim, normal. Nosso filho é normal, acha que ele sofreria algum tipo de horror daquele? Claro que não.
Minha mãe: Aquele jovem que acabou de ser enterrado era normal tanto quanto qualquer um. Tão normal quanto o nosso filho.
Meu pai ficou de pé e berrou: Não compare o Nando com aquele rapaz. Ele era viado - era a primeira vez que eu ouvia meu pai falar daquela forma, com nojo nas palavras, - e viados sofrem isso. Não vê?
Eu sempre aprendi que a palavra do meu pai era a absoluta. O via como meu herói, meu porto seguro da ética, meu guia da boa índole, mas não concordava com ele naquele instante. Falei tímido: Pai, ele não mereceu aquilo.
Meu pai sempre fora firme em suas palavras e eu o temia de quando em vez, principalmente quando eu aprontava alguma coisa, mas ele falou manso quando ouviu minha voz: Filho, não é isso. É que a vida é assim. Dou graças aos céus por ter você como meu filho. Meu único filho que amo. Agradeço a Deus por você ser normal.
Minha mãe indignada: Aquele menino era normal sim! Ele não merecia aquilo. E ninguém merece só por ser o que é. Deus nos deu o livre arbítrio.
Meu pai alterou a voz, minha mãe também, discutiram de uma forma audível e então vi uma cena que me deixou nauseado. No meio de toda a discussão, a mão de meu pai encontrou o rosto de minha mãe e eu não sabia o que fazer. Ele nunca fora assim, agressivo, não com ela. Meu pai colocava seus princípios de homem à cima de tudo e sempre dizia que jamais se deveria agredir uma mulher... bem, ele estava se contradizendo naquele momento. Um filho quando ver algo assim fica tão transtornado que esquece até de respirar. No momento em que ele bateu nela, ele se arrependeu e começou a chorar desesperado, se desculpando de todas as maneiras. Eu pensei que eles iriam se separar naquele instante, meu pai dormiu no sofá por três semanas e durante esse meio tempo, eles dois não se falavam. Mas eles ficaram de bem e logo aquilo foi esquecido, pois meu pai jurou de joelhos que jamais faria algo assim novamente. Só que algo mudara em meu pai, ele passou a tachar os gay e a críticá-los sempre que a ocasião o permitia, antes ele não gostava deles, depois do tapa em minha mãe ele passou a odiá-los, os culpou pela sua perda de paciência; bem tolo da parte dele. Sua frase mais usada quando alguma coisa estava relacionada à homossexuais era "gays são culpados por aquilo que são. E no mundo dos gays, se vive escondido ou se sofre as consequências."
Do passado, retornei ao presente.
Meu pai voltou a falar: Hein, menino. Te fiz uma pergunta.
Se se preparar parar contar aos pais sobre uma relação de namoro era complicado, imaginem contar uma relação gay, agora acrescentem o fato de que você não pensou nas palavras em que usar e nem se preparou física e mentalmente, pois acabou de ser pego de surpresa por estes que queriam uma explicação. Eu poderia muito bem mentir, dizer que Caio e eu estávamos brincando, como de praxe, e que nada de mais estava acontecendo. Se pá eu poderia dizer que Lise era namorada de Caio ou minha e adiar aquela conversa. Mas nunca fui de mentir, todos dizem que sou um livro aberto e que minhas emoções sempre ficam evidente no meu rosto. E mentir pra quê? Meus pais odeiam mentiras e eu só estaria atrasando, e com certeza dificultando, uma conversa futura, pois eles lembraria da mentira no momento em que eu contasse tudo a eles.
Estávamos, naquele momento, Caio e eu, em campo minado. Qualquer gesto, palavra errada e mentiras ou verdades, poderia desencadear coisas nada desejáveis tanto para meus pais quanto para mim. Eu decidi falar antes que meu pai voltasse a repetir a pergunta: Pai, mãe...
Minha mãe calma, me interrompeu: Meu filho, você beijou o Caio?
Eles tinham visto aquela droga de selinho. Aonde Caio estava com a cabeca pra fazer aquilo? Mas a bosta estava feita e mais uma vez tentei falar: Vamos lá dentro, eu tenho que contar algo a vocês.
Meu pai me olhou seco: O que tem de tão importante pra nos falar que não pode ser dito aqui mesmo?
Eu já sentindo medo: Pai...
Meu pai foi logo sendo direto e me cortou: Virou gay, Fernando? Você virou gay, meu filho? Sim, porque ouvimos e vimos coisas estranhas agora mesmo.
Gelei, pois o tom dele era de uma calma que ele usava sempre quando estava furioso. Então Caio fez a merda de se meter na conversa: Seu Hilton, vamo conversar lá dentro.
Meu pai era esperto e logo deduziu que sim, eu tinha virado gay. E sim, que Caio e eu tínhamos algo: Fernando, não tô te entendendo. Você sempre gostou de mulher.
Eu já tremendo: Pai, eu ainda nem contei nada pra o senhor dizer o que virei ou não. Nem me deixou explicar.
Meu pai: Conheço essas conversas e tudo me leva a crer que, ou você cometeu um assassinato, ou virou gay.
Virar gay não era tão fácil assim não, por que diabos ele falava aquilo como se eu estivesse entrando pra algum tipo de culto religioso do qual ele não gostava? Era como se ele perguntasse o porquê de eu ter cortado o cabelo de forma que ele achasse nada apropriada. Voltei a falar: Pai, e mãe, a gente precisa conversar. Eu iria contar a vocês logo, não assim, com todos sendo pegos de surpresa. Mas é melhor entrarmos para eu explicar...
Minha mãe confusa perguntou: Explicar o quê, Nando?
Meu pai exasperado: Que ele virou bicha, mulher. Ficou burra?
Eu falei automático e com raiva: Não chama ela de burra...
Mal ele me deixou terminar de falar e logo senti o punho dele atingir meu maxilar. As sacolas de frutas que ele trazia, ficaram jogadas no meio da rua e vi laranjas rolando pelo meio fio. O soco doera e vi estrelas, eu estava apanhando de mais ultimamente, pensei. Então se sucedeu aqueles sons de alvoroço, aqueles que se são usados quando há brigas de família. Caio afastou meu pai de mim e este por sua vez o afastou e dizendo "tu não toca em mim!"
Minha mãe chorava e falou: Vamos parar com isso, Hilton, e vamos conversar lá dentro.
Meu pai com raiva: Está tudo conversado, esta vendo não? Nosso filho virou gay! Esse soco foi pouco.
Ele não gritava ainda quando avançou pra me bater mais, mas sua voz tinha subido uns 3 oitavas. Minha mãe pôs as mãos no peito dele e tentou acalmá-lo, em vão pois o já clima estava tenso, não tínhamos começado bem aquela conversa e agora todos estavam com os ânimos a flor da pele.
Caio meio perdido falou: Seu Hilton, deixa a gente...
Agora meu pai alterou a voz e falou apontando o dedo na cara de Caio: Cala tua boca, Moleque!, que foi bem você que induziu meu filho a isso.
Caio ficou puto e rugiu desafiadoramente: Tenta me fazer calar a boca, coroa.
Eu dei um soco no peito de Caio e falei indignado: Hey, mano. É o meu pai. Tá louco, porra?
Meu pai: Vai me bater, moleque? Vem. É com esse irresponsável que você está maculado? Vocês estão me dando nojo.
Eu desesperado: Não pai, não é isso, estamos confusos assim como vocês estão.
Caio sentiu meu soco no seu peito e baixou a guarda: Não... seu Hilton, não... - ele estava confuso, típico dele quando perdia as estribeiras e depois se arrependia. - Jamais faria isso. Não...
Eu quase aos choros: Caio, deixa eu falar, fica quieto. Pai, vamos conversar.
Meu pai agora bufava e eu via ódio nos olhos dele. Agora tinha uma ou duas pessoas olhando para a gente da rua e eu com raiva disse aos berros: Cês tem o que fazer não? Vão cuidar da vida de vocês!
Meu pai fechando os olhos e os punhos numa ira contida: Meu único filho, por Deus!, te dei de tudo, Fernando. Te eduquei e ensinei tudo o que um bom homem tem que ser. Agora você retribui tudo isso dessa forma ingrata?
Eu indignado: Pai, não estou sendo ingrato... pai... esculta.
Ele enraivecido: Não tá, desgraça? Não está? Olha pra mim, Fernando. Olha pra mim no fundo dos meus olhos. Foi esse moleque (ele apontou pra Caio) aí que te colocou essas coisas na cabeça?
Caio: Seu Hilton...
Pai: Cala a boca!, cala essa maldita boca que estou falando com meu filho e não contigo!
Minha mãe já lagrimava e tentou convencer meu pai a entrar e resolver tudo aquilo de uma maneira civilizada, pois não era correto ficar no meio da rua aos berros como ele estava. Meu pai falou que gays não eram civilizados e que tampouco eram corretos.
Aquilo já tinha começado errado e não daria em lugar algum. Falei: Pai, ninguém me induziu a nada.
Pai: Seu ingrato, ingrato. Quero tu fora da minha casa, nem pisa lá dentro, ou eu te mato. Não converso contigo, não quero explicação nenhuma. Lembra do teu vizinho?, lembra não é (ele chegou mais perto de mim e senti o ódio que dele emanava) espero que aconteça a mesma coisa contigo, seu imundo.
Minha mãe: Marido, você não pode falar isso pro nosso filho.
Meu pai irado: Pois queira apostar se não falo. E se você quiser ir com ele, pode ir. Por mim ele pode ir pro inferno que é o lugar de todos os gays.
Ok, pensei, talvez ele estivesse sendo um pouco paranóico.
Eu com raiva mas muito perturbado: Não, pai. Ela não tem culpa de nada, foca sua raiva em mim, não nela.
Meu pai: Sai tu e esse moleque da porta da minha casa. Agora mesmo, porque não tenho nada o que falar com duas bichas.
- Me respeita, pai. Sou seu filho. - Ele ficou irado ao ouvir isso e partiu pra cima de mim. Minha mãe segurou ele e Caio ficou na minha frente. Bati no ombro dele dizendo para não intervir, que eu resolveria isso com meus pais. Mas tudo já estava um caos. Não havia mais meios diplomáticos, não havia mais bom senso, só a incompreensão e raiva que do meu pai emanavam.
- De hoje em diante, esquece que tem um pai, assim como vou esquecer que tenho um filho viado como você. Amaldiçou o dia que tu nasceu, viado - ele falou com nojo e cuspiu nos meus pés.
Minha mãe não sabia se ia com ele ou ficava comifo e eu disse: Mãe, eu sei me virar. Vai com o pai e tranquiliza ele. Se quiser pode até me bater também e cuspir em mim, mas amo vocês dois. Vai com ele que ele tá confuso.
Minha mãe chorando: Meu filho, jamais faria isso. Eu te amo e apoiarei qualquer escolha tua.
Eu dei um beijo na testa dela: Vai mãe. Tranquiliza o pai, vai. Amo vocês dois.
Lise estava chorando e Caio estava muito quieto, encarando o chão. Estalei os dedos na frente da cara dele e pedi pra sairmos dalí. No carro eu estava nauseado e desfocado das coisas, Lise não falou nada, mas segurou minha mão do banco de trás e a apertava com afeição. As palavras de meu pai giravam na minha cabeça e eu sentia um aperto no peito. Sou o tipo de pessoa que chora calado, apenas deixando as lágrimas escorrerem pelo rosto sem produzir ruído algum. Mas elas não vieram, nenhuma lágrima. Lise soltou minha mão e eu senti Caio tentar pegar ela. Me desvencilhei do toque dele e o mesmo perguntou.
Caio: Que foi, amor?
Eu ainda encarando a janela do carro: Tu confrontou meu pai, ameaçou ele no teu momento de ira. Tu perdeu o juízo, porra?
Caio: Me desculpa, amor. Eu só falei, jamais relaria um dedo nele. Nunca...
Eu com ainda mais raiva: Tu fala isso agora por que tá calmo. Mas na hora que explode não sabe o que faz... Fica cego de raiva. Aí faz as merdas que faz!
Caio: Hey, Fêr. To do teu lado. Não precisa descontar em mim.
Eu: A culpa é toda tua, porque tinha que ficar de gracinha na frente da minha casa? Cara, vê se crece e para de ser tão idiota assim.
Caio: Fernando, desculpa, jamais foi minha intenção... eu não sabia que aconteceria tudo aqui. Eu...
Eu puto da vida: Mano, vamo ser mais responsáveis, não estamos mais no mundo de brincadeiras... eu... eu...
Eu já não sabia o que dizer. Caio falou: Amor, pode descontar sua raiva em mim, eu mereço, mas estarei do teu lado. Vamo enfrentar isso juntos.
Ele tinha razão. E eu estava encontrando meios de extravasar a tristeza e raiva de dentro de mim, encontrando o real estopim que motivou aquilo tudo. Caio era crianção e eu o amava. O que aconteceu passou e não podia ser mudado. Fazer o quê né? Mas ouvir o pai te chamar de ingrato, de viado, e de brinde ser amaldiçoado,... nera lá muito bom pra ninguém não.
Eu meio desinteressado: Hum. Vamo pra onde, mano?
Liesel falou: Vocies podiem ir pra minha apartamento que alugai esses dias. É espaçosa e bem agradávea. Vamo, prima.
Caio olhou pra mim: Cê tu quiser, podemos ir pra minha casa também, Fêr.
Eu: Vamos pra Lise, acho que sua casa ainda não é um bom lugar pra eu ir. Não agora.
Ele pegou uma avenida chamada Augusto Montenegro e passamos pela frente do residencial dele, seguimos mais para o centro da cidade e logo eu não prestava atenção em nada. Caio mais uma vez pegou na minha mão enquanto dirigia e desta vez não a afastei. A apertei aquela mãozona áspera e fiquei mais tranquilizado. Subimos para o apê de Lise e logo vi que era bem espaçoso. Ela dissera que era alugado e que passaria uns meses em Belém e depois voltaria para BH. Eu fui pra varanda que tinha uma vista bonita da cidade e lá sentei numa cadeira e divaguei sobre o que tinha se passado a menos de uma hora atrás. Caio sentou do meu lado e eu tombei a cabeça para o braço dele e logo ele me semi-abraçou de lado, com o queixo bem em cima da minha cabeça enquanto seus braços me envolviam.
Eu: Não era pra ter sido daquela forma. Não era. Pegamos meu pai de surpresa. Ele jamais compreenderia nada daquele jeito.
Caio: Calma, Fêr. Tu não tem culpa. Eu que sou o culpado disso tudo.
Algo queimou dentro de mim, raiva porque realmente a culpa era de Caio. Mas uma hora ou outra meus pais saberiam e brigar com meu grandão sobre quem tinha feito a merda não iria mudar nada. Falei: Será que ele vai me perdoar um dia?
Caio: Tu não fez nada de errado pra ele ter que te perdoar. Ele só tá de cabeça quente. Vamos dar um tempo a eles, uma hora ele muda de vibe.
Eu: Caio, to com medo de ele nunca me aceitar.
Caio falou carinhoso: Ele vai. Assim como aceitamos o que sentíamos um pelo outro.
As palavras do meu pai giravam ácidas o na minha cabeça e eu deixe que elas viessem. As lágrimas romperam a barreira da dureza e chorei nos braços de Caio. Meu pai só estava confuso, ele não era homofóbico. Não era. E se fosse, eu o amaria da mesmo forma. E minha mãe,... ahh dona Neide. Não me criticou e em meio a todo aquele caos, aceitou tudo de forma amável e compreensível. Chorei por pensar nela e na ira do meu pai. Ele poderia fazer algum mal à ela? Lembrei da vez que ele se alterou na sala e um medo me fez tremer. Ele não faria aquilo de novo, eu confiava nele, ele era um homem correto. Mas a raiva cega as pessoas, Caio era o exemplo personificado disso. Minha cabeça pulsava de dor e eu sentia uma dor desagradável no estômago, mas logo se suavizou sem eu nem ter notado. Pelo menos meus pais sabiam, pensei. Essa etapa era a primeira de duas, a próxima era contar para os de Caio. Estranho, geralmente quando o casal gay firma algo, esperam certo tempo para se assumirem para os familiares e pensam e repensam se o amor deles vale a pena para tal revelação. Só que Caio e eu tínhamos conversado, depois de uma das nossas fodas num motel, que era melhor abrir logo o jogo, pois ele estava louco por mim e eu estava perdidamente, irrefutavelmente, irrevogavelmente, completamente e incondicionalmente apaixonado por aquele mucura. Estávamos juntos pouco mais de uma semana e parecia que tinha se passado mais tempo porque eu sentia sua falta quando ele estava longe, sentia-me feliz quando ele estava perto e me sentia completo com ele na cama. Embora essa última parte sempre sobrasse pro meu rabo, eu ainda sim estava gostando daquela coisa de ter ele como meu namorado. Ele me completava de todas as formas possíveis.
Eu limpando as lágrimas com as costas das mãos: Caio, eu te amo. Desculpa por culpar você pelo o que aconteceu. Releva tudo aquilo que te falei, tá meu parça.
Caio riu rouco e falou: Sou culpado mesmo. Você tem razão, eu tenho que me controlar.
Eu olhei pro rosto dele e falei: Esquece isso. Meus pais já sabem de tudo. Nada do que uma suave e boa briga em família para mostrar que a vida é uma fdp.
Rimos e tive uma idéia. Liguei para André e disse pra ele dar uma passadinha lá em casa para ver como estava meus pais. Ele perguntou o que tinha acontecido e eu só disse que havíamos discultido, coisa que toda família faz. Ele não ficou muito convencido mas disse que iria lá mais tarde, assim que saísse do curso. Lise era muito gentil e logo se mostrou bem engraçada, tentou me por pra cima e com sucesso, me empanturrou de lasanha de microondas e contava as histórias mais absurdas que tinha vivido na Alemanha. Eu estava um pouco mais animado e Caio fazia palhaçada para arrancar um sorriso de mim. Bebimos umas brejas e logo eu já tinha esquecido tudo aquilo com meu pai. Fiquei mais suave quando André mandou uma msg dizendo que estava tudo bem, que meus pais estavam de boas e que minha mãe havia me mandado um beijo. Mesmo meu pai me odiando, eu estava bem pois estava com quem eu amava. Estava com meu brother, meu irmão, meu Caio. Meu amor de verdadeDae, galera. Queria mais uma vez pedir desculpas pela demora e dizer que estou meio que com dificuldades de escrever pois Caio voltou do rock in rio e... bom, vocês podem imaginar que pra ficar distraído com ele é meio fácil. E que ele estava muito desconfiado quanto eu estar escrevendo um conto sobre nós dois, mas relevou e disse que eu podia continuar de boas, contudo me disse que não queria imagens de nós ou dele rolando por aí. O tranquilizei e disse que isso não aconteceria. Ele não leu ainda e eu nem o lembro, é melhor assim. Beijos a todos vocês e espero que tenham curtido o cap. ♡
Ps: Não reparem nos erros. Cálculo II está fodendo minha vida e me deixando meio burro na escrita haha. Bjs.