O que vou lhes contar aqui, trata-se de um conto erótico com certa carga de verdade; e, a bem da verdade, também traz consigo uma fantasia particular minha.
Recentemente, estava eu em um supermercado, fazendo compras habituais, desacompanhado, quando dei de olhos com uma figura sui generis; era um travesti muito elegante e cuja sensualidade explodia em seus gestos, seu caminhar e suas feições finas e delicadas.
Para minha surpresa, depois de alguns minutos de acurada observação, notei que ela (é assim que vou tratá-la), guardava alguma semelhança com alguém que eu conhecia. Ousei aproximar-me o máximo possível, até o momento em que minha memória confirmou minhas suspeitas; eu realmente conhecia aquela linda figura. Seu nome, ao que me consta, era Lucas e ele havia cursado o segundo grau comigo.
Lembrei-me daquele garoto de tez suave, olhos brilhantes, jeito amável e rosto delicado e consegui vê-lo ali, na minha frente, agora transformado em uma linda mulher! (E eu disse, mulher!). Instintivamente, aproximei-me da gôndola onde ela olhava atentamente algumas marcas de café expresso e fiquei ali esperando uma oportunidade. E bastou apenas um olhar.
-Nossa! É você mesmo! – exclamou ela olhando para mim com um ar dócil e esfuziante.
-Sou eu mesmo! – respondi com a mesma alegria no tom de voz.
Ficamos ali, por alguns instantes sem saber muito bom o que dizer um ao outro; a bem da verdade, eu estava muito interessado em conhecer melhor aquela mulher. E foi assim que o convite para tomarmos uma café surgiu e foi, imediatamente, aceito. No caminho descobri que seu novo nome era Rebecca (assim mesmo, com dois “c”), e que havia se graduado em economia e trabalhava em um banco multinacional.
Enquanto sorvíamos nossos cafés, Rebecca me contou sobre sua opção sexual. Ela me confidenciou que sempre sentiu-se diferente dos demais, desde pequena, interessando muito mais por temas femininos do que as maluquices dos garotos; que sempre gostou de vestir-se bem e que adorava as roupas de sua mãe … com o tempo essa inclinação acentuou-se até que, por fim, ela entregou-se para ser quem ela realmente julgava ser.
Rebecca não percebia, mas a medida em que ela contava sua vida para mim, eu ficava mais interessado nela. Decidimos tomar um lanche juntos e aproveitamos para aprofundar ainda mais aquele recentíssimo reencontro. Lanchamos e retornamos ao estacionamento do supermercado onde havíamos deixado nossos carros.
E quando Rebecca estendeu a mão para mim, eu não hesitei em tomá-la, puxando-a para mim, trazendo seu rosto para perto do meu. Beijei sua face e senti meu corpo explodir de tesão. Rebecca, por sua vez, ficou encabulada, mas procurou não perder o rebolado. Pedi o número de seu celular e ela não negou em fornecê-lo para mim. Prometi a ela que não perderíamos mais o contato. Ela sorriu enigmática e entrou em seu carro.
Deixei as compras em meu carro e rumei para o meu trabalho que ficava ali perto, deixando que os pensamentos sobre Rebecca tomassem conta de minha mente e do meu corpo. E, por conta disso, foi impossível trabalhar naquele dia. Fui para casa sem deixar de pensar nela. Uma vontade incontrolável de ligar para ela me corroía por dentro! Mas, mesmo assim, eu resisti …, eu precisava …, embora não soubesse bem a razão.
Alguns dias se passaram até que, numa tarde de quarta-feira, recebi uma mensagem de texto que vinha acompanhada de uma foto. “Olha só minha lingerie novinha!”, dizia a mensagem. Agitei-me em minha cadeira e corri para ver a foto anexa. Nela, Rebecca estava de pé, exibindo seu corpo exuberante, metido em uma lindíssima e delicada lingerie de rendas.
Era uma mulher e tanto! Seios firmes, ancas salientes, denunciando uma bunda bem torneada, suportadas por um par de pernas deliciosamente robustas. Quase enlouqueci ao ver aquela imagem no meu celular. Imediatamente, respondi: “Linda lingerie! Assim como muito linda também a modelo!”. Não houve resposta! E aquilo deixou-me desesperado! Pensei que havia posto tudo a perder.
“Você gostou mesmo, de verdade?” a resposta piscou em meu celular. Entrei no whatsapp e digitei nervosamente o número dela. “Adorei!”, respondi sem pensar. Um sinal e uma resposta: “E assim? Você gosta?”. Na imagem seguinte, Rebecca havia tirado a parte de cima da lingerie e exibia orgulhosa seus peitos lindos. “Uau! Delícia!” escrevi quase querendo gritar.
Passamos o resto da tarde trocando mensagens pelo aplicativo. E cada nova troca trazia consigo uma carga incontrolável de desejo e de tesão. Combinamos de nos encontrar no dia seguinte para almoçarmos. E foi um encontro repleto de curiosidade, de risos, de olhares e de pensamentos sugestivos.
-Esses olhares não incomodam você? – Surpreendeu-me Rebecca com o questionamento repentino.
-Que olhares? – perguntei com tom de descaso.
-Ah, você sabe! – exclamou ela com voz dengosa – Esses olhares de todos olhando para nós, como se estivéssemos com lepra ou algo contagioso.
-Não me diga que você ainda não se acostumou com isso? – questionei de volta, curioso em saber o que ela pensava.
-Na verdade, meu amor – prosseguiu ela com tom de voz displicente – Eu nunca liguei para isso …, mas fico pensando em você …, como você se sente …
-Eu me sinto ótimo! – interrompi minha amiga – Estou na companhia de uma mulher linda, excitante e cheia de atitude!
Rimos a beça do que eu havia dito e prosseguimos com nosso almoço mais relaxados. No final, após um delicioso café, eu decidi que era hora de ousar mais. Perguntei a Rebecca se ela gostaria de ir ao cinema comigo. Os olhos delas brilharam, e depois de um minuto de silêncio absoluto, ela acenou afirmativamente com a cabeça. Combinamos, então, de sairmos na próxima sexta-feira para vermos alguma coisa em um cinema qualquer. Minha única exigência foi no sentido de que eu a pegaria em sua casa e iríamos no meu carro. Ele resistiu um pouco, mas acabou aceitando.
Conforme combinado, e depois de Rebecca ter me enviado seu endereço pelo aplicativo whatsapps, estacionei o carro em frente ao edifício onde ela residia. Enviei uma mensagem avisando-a de que já havia chegado. Em poucos minutos, Rebecca desceu. Ela estava deslumbrante, vestindo um jeans apertadíssimo e uma blusa de mangas curtas e decote generoso. Sorrimos um para o outro e trocamos beijos na face.
Rumamos para um shopping próximo e depois de comprarmos ingressos, pipoca e refrigerante, fomos para sala de exibição, sentando em um local o mais discreto possível. Comemos pipoca, rimos de algumas cenas, desfrutamos o refrigerante e, em dado momento, quando a tela exibiu uma cena surpreendente, Rebecca pegou em minha mão apertando-a com suavidade.
Segurei de volta, e, no momento seguinte, estávamos nos beijando. Foi um beijo cálido, desinibido, e, principalmente, sincero. Rebecca tinha um hálito adocicado e o odor de sua pele era perfumado e inebriante. Nossas bocas se encontraram com carinho e não demoraram a chegar aos limites da sofreguidão. Rebecca era deliciosa e seu beijo me deixara arrebatado. E num gesto impetuoso, pousei minha mão sobre a parte superior da coxa de minha parceira.
Um choque tomou nossos corpos e, subitamente, Rebecca afastou seus lábios dos meus.
Entre aturdido e assustado, procurei me recompor e tentei terminar de assistir ao filme junto com minha amiga. Quando as luzes se acenderam, notei os olhos congestionados de Rebecca …, ela havia chorado! Ela tentou levantar-se da poltrona, mas eu a impedi, perguntando o que estava acontecendo.
-Fiz algo que te magoou, meu amor? – perguntei com a voz quase em sussurro, incapaz de compreender o que eu havia feito a ela.
-Não, meu lindo! – respondeu ela encabulada e sem jeito – Você não fez nada …, eu é que fiquei um pouco assustada.
-Assustada! – exclamei preocupado – Assustada com o que?
-Assustada com o que estou sentindo por você – respondeu ela ainda com os olhos marejados.
-E o que é que você sente por mim? – perguntei a Rebecca, segurando seu queixo com uma das mãos.
-Eu não sei ao certo – disse ela com dificuldade – Só sei que …, sua presença me faz bem …
Não permiti que Rebecca terminasse a frase e roubei um novo beijo. Ela bem que tentou resistir, mas não tardou em render-se ao sentimento que nos prendia um ao outro.
Depois de sermos expulsos do cinema pelo pessoal da segurança, caminhamos pelo shopping de mãos dadas, alheios a olhares, sussurros e comentários de extremo mau gosto. Algum tempo depois, estávamos na frente do edifício de Rebecca, onde nos beijamos mais uma vez.
-Posso te confessar uma coisa? – perguntou ela com ar de adolescente. Acenei afirmativamente e ela continuou – As vezes, não quero fazer sexo, como também não quero ser objeto do desejo pervertido de alguém …, quero apenas se desejada e tratada com carinho …, você me entende?
-Você não faz ideia de como eu te entendo – respondi – Muitas vezes, é isso que eu quero.
-Se eu te convidasse ... – começou ela quase balbuciando – Se eu te convidasse para subir comigo, você seria carinhoso e gentil comigo?
-Rebecca – respondi imediatamente – É o que eu mais quero nesse momento.
Em poucos minutos, descemos do carro e subimos até o apartamento de Rebecca. Era pequeno, mas extremamente aconchegante. Assim que a porta se fechou nos abraçamos e nos beijamos ardorosamente. Havia um clima repleto de sensualidade entre nós e eu me sentia preenchido pela presença e pelos beijos dela. Foram beijos tão intensos que perdemos a noção de tempo e de espaço, permanecendo em pé, entrelaçados, saboreando nossos hálitos quentes e úmidos.
Algum tempo depois, estávamos sentados no confortável sofá largo e alto que tomava o canto da sala, sorvendo um delicioso café que Rebecca fizera questão de preparar. Quando depositamos as xícaras sobre a mesa lateral, senti as mãos dela acariciando meu peito e me deixando enlouquecido de tesão. E as carícias foram se sucedendo, umas após outras, cada vez mais intensas e ousadas.
Rebecca pediu permissão para me despir ao que concordei, exigindo apenas que ela não risse do meu corpo roliço. Fiquei muito feliz com a expressão de surpresa dela ao ver todas as tatuagens que cobriam meu corpo. Quis saber quando as fiz, se doera muito e porque eu as fizera; contei-lhe tudo detalhadamente, enquanto sentia suas mãos macias acariciarem meu peito, minha barriga e minha rola que pulsava de desejo.
-Ai, que vergonha! – exclamou ela, enquanto massageava minha rola.
-Vergonha de que, meu amor? – perguntei curioso.
-Quero fazer em você algo que não faço habitualmente – respondeu ela.
-E o que é? – tornei a perguntar ainda mais curioso.
-Posso te chupar? – questionou ela com olhar acabrunhado – E olhe que é verdade, hein, eu não costumo fazer isso não!
-Eu acredito em você – respondi – E você pode fazer comigo o que você quiser.
Sem perda de tempo, Rebecca abaixou a cabeça e engoliu minha rola, colocando-a por inteiro dentro de sua boca. Preciso confessar que não sou muito chegado nessa variação do sexo oral, porém, Rebecca possuía uma habilidade incomum. Sua boca subia e descia, agasalhando a rola, sem chupar ou fazer pressão, mas apenas fazendo-a funcionar como uma vagina bem úmida e ajustada ao tamanho do meu instrumento, ao mesmo tempo em que suas mãos faziam sua parte.
Uma delas massageava minhas bolas carinhosamente, enquanto a outra apertava delicadamente a região em torno da base da pica, vez por outra, fechando a circulação de sangue na veia inferior, retendo o gozo e fazendo com que eu fosse à beira da loucura, com minha glande dobrando de volume e pulsando dentro da boca dela.
No auge da excitação, eu acariciava os cabelos macios e sedosos de Rebecca que dedicava-se a me proporcionar um prazer sem igual. Aquela sessão de sexo oral durou mais tempo do que eu podia supor, e cada vez que meu corpo estremecia, anunciando a chegada do orgasmo, ela pressionava a base, impedindo que isso acontecesse. Sua habilidade era algo espantoso.
Todavia, depois de muito tempo, Rebecca levantou o rosto, olhou para mim e depois de sorrir, perguntou:
-Você quer gozar, meu amor?
-Sim – balbuciei, incapaz de me contar – Quero sim …, me faz gozar, minha delícia!
Rebecca, então, tornou a engolir a rola, sugando-a com movimentos cada vez mais rápidos, até o momento em que eu explodi! Foi um gozo intenso e caudaloso, sentindo os jatos de sêmen quente e viscoso serem projetados para dentro da boca de minha parceira. Eu me sentia sendo esvaído de dentro para fora, enquanto uma onda descontrolável de prazer tomava conta do meu corpo, fazendo com que eu me contorcesse e vibrasse com espasmos contínuos …, eu jamais havia experimentado algo assim!
Quando nos encaramos, depois de algum tempo, os olhos de Rebecca brilhavam expandido uma alegria incontida. E foi nesse clima que eu a beijei, sentindo o gosto do meu esperma em sua boca e me deliciando com a sensualidade ímpar daquela mulher.
Descansamos algum tempo, abraçados; eu nu e ela vestida. Sua cabeça estava pousada em meu peito e eu apreciava sua respiração tranquila e seus braços entrelaçados em mim.
-Você gostou? – perguntou Rebecca em um sussurro, sem levantar sua cabeça do meu peito.
-Eu adorei, Rebecca! – respondi suave e carinhosamente – Você me proporcionou algo indescritível e maravilhoso.
-Que bom que você gostou – comentou ela – Sempre quis alguém que soubesse o quanto eu posso ser carinhosa …, a maioria dos homens que me procuram querem apenas diversão e perversão. Acham que nós somos seres duplos que podemos agir, ora como machos, ora como fêmeas, não se preocupando com o que sentimos.
Aquelas palavras calaram fundo em mim …
(Fim da primeira parte …)