Quando chega nossa vez, pegamos nosso lanche e nos dirigimos a uma mesa. Provavelmente com os amigos dele, já que sorria, e já ia falando. Cinco pessoas, duas meninas que eu não conhecia, a Rafaella que já foi multiplicadora do Círculo, uma menina que já conhecia de vista e um menino que estragou minha manhã vê-lo.
Lá estava Luiz com o mesmo sorriso cínico que eu aprendi a ver nele, muito oculto mas dava para ver o quanto era cínico. Não sabia o que fazer, se falava, ou se fingisse que não o conhecia, já que ele fez isso muito bem depois que eu descobri que ele só queria brincar. Mas meus pensamentos foram interrompidos por Gustavo.
- Edu, essas são… bem a Rafa você já conhece, né? Bom Luana e Marcela – Falou ele apontando para as duas meninas que eu não conhecia, eram até bonitas, e sorriam para mim – E essa é a Leylane, da minha sala ; Ah esse aqui é o Luiz. Que bom que estão todos juntos. Aproveitando essa aqui é nossa equipe da feira.
Não sabia se ria, se ficava sério ou se saía cumprimentando-os… Achei melhor a terceira.
- Muito prazer, eu sou o Eduardo, primeiro ano da turma de Administração. - usei meu melhor tom, e usei meu melhor olhar de “eu te odeio” para Luiz – Desculpem entrar assim sem avisar a todos, espero que eu não tenha incomodado ninguém. Eu gosto muito mesmo de Astrologia e eu achei muito interessante e original, se precisarem de mim para alguma coisa estou a postos. Vocês tem um ótimo gosto.
- Ah que é isso claro que não incomodou, não é pessoal? Na verdade estávamos mesmo precisando de mais alguém, tinha até comentado do ótimo trabalho que o Gustavo fez – Falou a Leylane, tinha quase certeza, pela sua forma de falar que era uma espécie de líder da equipe.
Todos, até o Luiz, sorriram me senti bem recebido.
- Vamos comer que o tempo não espera – Falou Gustavo me puxando para a cadeira.
- O.k. pai, eu sei sentar – Ele riu para mim safado, me senti vermelho depois de perceber o que eu falei – Na cadeira.
Eu nunca tinha pensando nessa possibilidade de Gustavo ser bi, e eu acho que ele não é. Gay não é, porque ele não tem de forma alguma aparência, não sei, deve ter sido só mais uma manifestação de mente poluída. Aquele olhar safado dele não saia da minha cabeça, aquele sorriso lindo dele que ficava ainda mais lindo no movimento que seus lábios faziam ao sorrir, daquele jeito.
Nós terminamos o lanche e fomos para a sala, eu fiquei na minha e ele continuou, não antes de me dar um beliscão.
Alguns dias depois…
Ai, ai nem parece que já se passaram três semanas desde que conheci Gustavo. Não sei se minha amizade com ele está me fazendo bem, é estanho, eu sempre penso nele, e parece que, quanto mais converso com ele mais eu quero ouvir sua voz, ver ele sorrir me faz sorrir, então posso afirmar que ele só quer me fazer sorrir, pois ele sempre está com seu sorriso lindo no rosto. Sempre quando ele me ver triste ele faz questão de me contagiar com sua alegria, e eu posso dizer com toda à certeza que eu sinto um carinho muito grande por ele, e que, não consigo dar nome a isso aqui dentro.
Mais uma vez tenho que ir à escola. Acordo, me levanto, e vou “andando” para o banheiro, olho quase fechado. Quando eu entro no banheiro, não percebi que o chão estava molhado, e escorrego, doeu, tudo bem, mas meu braço direito estava ardendo e senti uma coisa morna descendo por ele… - Droga – pensei. Não entendo porque no banheiro tem esses lindos apetrechos pontiagudos que não servem para absolutamente nada a não ser machucar um idiota lesado igual a mim. Olho para o meu braço e vejo um corte mais ou menos de uns doze centímetros, mas não profundo, escorrendo sangue. Ótimo estava precisando mesmo de mais uma cicatriz. Espero que essa vire uma grande. No futuro a pessoas vão olhar para mim e pensar se eu sou alguma espécie de masoquista ou se já fui vítima de uma técnica japonesa de 3.000 cortes inacabada.
Saio do banheiro já bem despertado e vou rumo a gaveta do armário. Abro e vou em busca de gaze e outras coisas que eu nunca me importei de saber o nome, pego um pano e tiro o excesso de sangue, pego um vidro de álcool, molho um algodão, respiro, e lá vamos nós… Passava o algodão sentindo aquele ótimo ardor que não desejo a ninguém, e vou tentando fazer um curativo. Fiz, mas não tava bonito, o importante mesmo era parar de sangrar. Fui ao banheiro de novo, joguei o algodão sujo na lixeira e comecei, coloquei o creme dental na escova, e comecei a escovar. Ainda bem que sou canhoto e não uso muito o braço direito. Terminei minha higiene com cuidado para não molhar aquilo que ameaçava cair a qualquer momento, e fui me arrumar. Vesti a calça, a blusa com muito cuidado e calcei os sapatos. E saí.
Cheguei na escola, fui direto para sala e da sala direto para o meu lugar. Os livros que tinham hoje já estavam na mochila, então não me dei o trabalho de ir para meu armário. Lembrei do Gustavo, mas já era 7:06, depois falo com ele, pensei assim, mas mal termino o pensamento e vejo ele lá na porta acenando e sorrindo. Dei um oi mudo e ele percebeu que tinha algo errado, ele sempre percebe quando tinha algo me incomodando, fisica ou mentalmente, assim como eu ele. Bom, pensando bem, eu não tinha motivos óbvios para estar triste, mas qualquer coisa que fosse que acontecesse funcionava como um dominó no meu humor.
Ele ia passar direto, mas entrou na sala, com uma expressão de preocupação que ele sabia fazer mais linda do que ninguém.
- O que houve? - Ele perguntou
Levantei o braço em resposta.
- Como foi isso – Outra pergunta.
- Caí no banheiro – Ele balançou a cabeça em uma forma de negação, a alguma coisa.
- Tá muito bem-feito – falou irônico olhando para o curativo, levantou a cabeça e sorriu – Vamos na coordenação.
-- Não precisa – Falei – Foi só um cortinho.
- Vai, vamos sim – Falou ele já se levantando e meio que me puxando – Deixa eu fazer esse curativo direito. E me livre da aula de história.
- Interesseiro, vamos então – Falei levantando – Só vou por sua causa.
Quando ia saindo um aluno da sala me chama, Rayane.
- Onde você vai? - Ela pergunta – Já deu a hora.
Por um segundo pensei que ela tinha se preocupado comigo. Aquilo me deixou queimando por dentro, de tristeza e raiva. Que insuportável, ninguém tá nem aí para você, o nome da turma é mais importante, e por isso não posso sair, mas agora ninguém percebe o curativo no meu braço.
- Meu braço está cortado Rayane – Falei levantando o braço – Ou será que não ter um aluno do lado de fora no horário de aula é mais importante que eu não pegar uma infecção.
- Ai que grosso – Falou ela – Eu não tinha visto.
- Tinha esquecido desse detalhe – Falei – Por que perceberiam não é?
Virei as costas, e sai da sala acompanhado do Gustavo. Estava cansado daquilo, será possível que ninguém se importa comigo, ou, pelo menos, percebem-me. Não sou de ficar com raiva, meus sentimentos negativos, ele vão todos para o mesmo local, os olhos. Eu me magoei muito com isso, já vi outros alunos saindo no horário e eles sempre perguntam o que aconteceu, se ele está bem. Isso tá insuportável…
Chegando na coordenação Gustavo pede ao coordenador para liberar o laboratório para pegar os materiais. Achei aquilo exagero, era só um pequeno corte… que não tinha percebido até naquela hora o quanto latejava.
Continua….
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Bom minhas provas acabaram e eu vou ter tempo agora, sorry. Vou tentar postar esses 4 dias… e a história é um pouco curta. Sem spoiler e eu posto amanhã.
Martines – Realmente é muito bom ^^ obrigado por comentar.
R.Ribeiro – Verdade, mas talvez, não sei ao certo esteja perto dele descobrir. ^^ Se leu, obrigado por esperar, prometo não demorar mais… essas provas… foram péssimas odeio exatas><. Obrigado por comentar
Geomateus – Obrigado por comentar ^^
Helloo – Amei seu nome ^^ Dramatizar I Love <3
Neto.M – Amo seus concelhos, muito obrigado por eles ^^ e eu acho que você já sabia quem era né>< Muito obrigado por comentar e me perdoe por demorar, espero que entenda que, provas globais são bem complicadas, são 14 matérias, ou você estuda ou, fica. Prometo não demorar mais, e vou aproveitar o feriado para escrever.
JUJU – Fico feliz que tenha gostado, obrigado ^^