Cap.20
Juro que naquele momento não pensei em nada. Não pensei direito no que fiz. Não quis saber se era certo ou não. Minha mente embaraçou. Naquele momento eu só escutava o coração, e aquela paixão fulminante que estava tomando conta de mim. Ele não ofereceu reação. Pelo contrário, me abraçou e deixou ser beijado. Algo que a dias era esperado por nós dois finalmente aconteceu. E admito que foi ótimo.
- Porquê demoramos tanto para fazer isso ? - perguntou.
- E você queria que eu fizesse ?
- Muito ! - falou, abrindo um sorriso enquanto olhava nos meus olhos - me apaixonei por você Gustavo - falou, agora fazendo eu sorrir - a gente pode fazer isso de novo ?
- Sempre... - falei, voltando a beija-lo. Foi assim, sem muitos formalismos, mas com muito sentimento envolvido que a nossa relação começou. E eu tinha plena certeza que ela daria muito certo !
NARRADO POR LUCAS
Vinha saindo da minha sala quando vi Júnior e Gustavo saindo de mãos dadas, sorrindo e esbanjando felicidade da sala de música.
- Será ? - perguntei eu, terminando de trancar a Sala. Fiquei observando os dois sorrateiramente e antes de chegar ao corredor principal, os dois trocaram um selinho de despedida - eu não acredito ! - sorri comigo mesmo, pois enfim aconteceu o que eu queria. Gustavo havia encontrado alguém. Logo Júnior saiu, deixando ele sozinho, com uma cara de bobo apaixonado, vendendo corações pelo ar.
- Até que enfim ein - falei, me aproximando dele.
- O Que ?
- Você e o Júnior. Estava mais do que escrito na testa um do outro que vocês se gostam.
- Sério ?
- Sim ! E pelo jeito vocês se declararam.
- Pois é... - falou ele, ligeiramente vermelho e com um sorriso de lado no rosto - já se casaram ?
- O Que ?
- Você e o Ghi ? - falou, olhando para a aliança.
- Não kkkkk É uma aliança de namoro.
- Sei. Mas se depender do pai dele...
- Se dependesse do pai dele tudo o que sonhei nos sonhos já seria realidade - rimos. Estava feliz, pois voltar a rir com Gustavo era uma das coisas que eu mais queria que acontecesse nos últimos tempos.
TEMPO DEPOIS
Naquela noite haveria uma "grande" festa na casa de Ghilherme. "Grande" entre aspas pois era apenas para a família, mas como a família é grande então a festa é grande. Os pais dele fariam naquele dia 20 anos de casados e prepararam uma festança para comemorar a data heróica nos dias de hoje. O convidado especial, Adivinha quem era ?
FLASHBACK
- Porém você não é convidado especial Lucas, você já é da família ! - dizia o pai dele, sempre dando um jeito de nos empurrar ainda mais um para o outro - e então, vocês já pensam em casar ? - Ghilherme engasgou-se por completo quando ouviu isso.
- Casar papai ? - falava entre tossidas - mas somos homens ?
- Ué, homens também se casam, não sabia disso ? Adoraria ver vocês dois casados...
- Eu também - dizia a nossa sogra
- Mas vocês querem que eu me case de qualquer forma, não é ? - dizia ele, tomando água.
- Ué, na nossa época se casava cedo.
- Porém vocês dois não se casaram cedo.
- E isso foi um erro, já que se perde muito tempo da vida. E eu não quero que cometam esse erro. Quando mais cedo se casarem, mais cedo poderão comemorar bodas de porcelana, assim como nós - dizia ele, sorrindo.
FLASHBACK
TEMPO DEPOIS
Vesti uma roupa mais formal. Uma camisa preta de mangas compridas, uma gravata borboleta, uma calça e um sapato social preto. Me perfumei, ajeitei meu cabelo e logo estava pronto para ir até a casa dos meus sogros. Ghilherme já nos esperava na parte de baixo. Falo no plural, já que meus pais também foram convidados. Nem queria imaginar quantas vezes sairia a palavra casamento da boca daqueles quatro. Desci as escadas e pude ver Ghi, lindo como sempre, a me esperar. Como todos os dias, a luz própria que ele tinha fazia meu coração acelerar mesmo longe.
- Está lindo - falou, me abraçando - e cheiroso...
- Você também ! - a boa energia que tomava conta de mim quando eu o abraçava não me deixava solta-lo em pouco tempo.
- Vamos meninos, ou chegaremos atrasados - dizia meu pai, descendo as escadas.
- Claro...
TEMPO DEPOIS
Não tinha mais sombra de dúvidas que foi a melhor coisa que fiz até ali na vida. Escolher sair daquela chantagem e me entregar de vez ao amor. Estava passando pelo melhor momento da minha vida até ali. E não esperava que ele acabasse nunca. Estávamos tão felizes juntos. Nada nem ninguém poderia estragar.
- Lucaasss ! - Seu Paulo vinha, com o mesmo ímpeto de sempre me cumprimentar
- Boa noite Seu Paulo. Parabéns pelas bodas !
- Obrigado filho, você não sabe como estou feliz. Olha, seus pais vieram, que ótimo !
- O Senhor insistiu muito, então eu os trouxe.
- Fez muito bem, eu queria muito que eles viessem.
- E então, quando irão comemorar suas bodas ? - a mãe dele perguntou.
- Vai demorar um pouco - Ghi disse atrás de mim, me levando aos risos.
TEMPO DEPOIS
Bebemos, comemos, rimos. Só faltou chorarmos kkkk Depois de muito apertar mãos, rever algumas pessoas, conhecer outras novas, sempre puxado por Seu Paulo, que queria que eu conhecesse a todos os seus conhecidos, a festa chegava enfim ao seu ápice. Em poucos minutos, o pai dele subiu ao palco para discursar.
- Bem meus amigos, primeiramente eu gostaria muito de agradecer a todos pela presença. Gostaria de dizer que cada um de vocês foi muito importante na nossa vida de casal, e gostaria também de agradecer por isso. Queria dizer também que não cabe dentro de mim, o tamanho da felicidade que tenho sentido nos últimos dias. Primeiro, por conseguir chegar a marca de 20 anos casado com essa pessoa maravilhosa que é a minha esposa. Isso é uma coisa muito difícil de acontecer nos dias de hoje. Segundo, pois meu filho Ghilherme, enfim está ao lado de uma pessoa boa e incrível, como é o meu genro, Lucas - eu não sabia onde enfiar a cara quando aquele refletor apontou para nós e todos nós aplaudiram como casal. Olhei para Ghilherme, ele pra mim. É, o medo de ser casal já não existia mais. Já tínhamos um exemplo de amor. Os pais dele. Eram o nosso maior exemplo.
TEMPO DEPOIS
Todos partiam para a saída. Eu ajudava com Ghilherme a cumprimentar os convidados na saída.
- Eu espero muito que vocês sejam felizes - dizia uma senhora, que segundo Ghilherme era tia do pai dele.
- Muito obrigado - falei, abraçando e sentindo aquele sentimento verdadeiro que ela me passava.
- De nada meu filho. Você pode me ajudar a atravessar a rua. O carro está daquele lado.
- Claro ! - falei, ajudando a senhora a atravessar a rua. Me despedi mais uma vez dela, e então voltei. Quando estava na metade da rua, a surpresa. De repente, uma luz de farol que apareceu do além está bem ao meu lado. Só sinto o impacto, e tudo se apaga.
Continua
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