Amigos, desculpa a demora! Milhões de coisas aconteceram na minha vida. Assalto, doença, faculdade... Então desculpe o atraso, mas ai está o novo capítulo :
Depois do nosso sexo selvagem (não só em relação em ao local, mas também à selavageria do ato), voltamos ainda noite para a sede do sitio. Tomamos banho, separados, é claro.
Assim que todos acordaram, eu e Théo levantamos também, para não causar suspeitas, embora alguns imaginassem que havia rolado, eles não sabiam as circunstancias e ninguem poda falar nada...
Domingo a gente não bebeu. Estavam todos de ressaca e somente limpamos o ambiente para os pais de nossa colega não ficaram putos e nunca mais deixarem a gente voltar.
Chegamos na cidade ainda era dia. Théo não foi pra minha casa, embora ele queresse muito, mas os pais dele zicaram nosso esquema de dormir juntinhos mais uma vez.
Os dias foram passando tranquilos na verdade. Eu dividia meu tempo entre malhar, o baja, a faculdade e o mais importante, o Théo. Dia após dia nós iamos vivendo um sonho cada vez melhor. Nós saiamos bastante, iamos em cachoeiras, festas, baladas, bares e tudo mais.
No fim do ano, aconteceu a competição do baja. Foi um envento interessante. Nosso carro funcionava, fizemos alguns testes e os resultados foram promissores.
Na competição em si, olha que coincidencia, nosso box ficou ao lado do baja da Unifei. Conversei muito com meus antigos colegas de baja, eles conversaram com nossa equipe, deram dicas, avaliaram nosso carro, falou o que poderia mudar e tudo mais.
Foi até legal ver a galera. E o Nick...
Nick foi um caso a parte disso tudo... Quando ele me viu, chegou me abraçando forte.
- Nando! Que saudade! – Nesse exato segundo, Théo ficou do meu lado. Ele e Nick trocaram um aperto de mão fuzilando os olhos. Senti uma tensão no ar. Uma guerra fria se passou no olhar dos dois.
Depois disso Théo ficou com a cara amarrada o role inteiro.
- Ciumes do Nick? – Perguntei depois de uma patada que ele me deu, por qualquer motivo bobo. Ele só me olhou bravo.
- Théo, para com isso cara! Ele é me amigo...
- É seu ex...
- E meu amigo. Théo, para de besteira, eu não vou trocar você nunca! Eu te amo mais do que tudo! Agora desenbucha essa cara! – Falei bravo. Ele só aumentou o bico e virou a cara. Fiquei puto e sai de perto dele. É claro que eu não fui falar com o Nick... Daria uma guerra mundial se eu fisesse isso...
Fui na loja comprar alguma coisa pra eu comer. Eu estava com muita fome. Théo não veio atrás de mim. Mas, juro por Deus, foi sem querer, encontrei Nick na lanchonete...
- Nando...
- Nick...
- Cara, desculpa... Eu to te causando problemas né? – Eu ri.
- Théo é muito fofo, mas é ciumento demais... – Nick abaixou a cabeça.
- Tudo bem, eu não falo mais com você, pra te evitar dor de cabeça! – Nick falou, com uma cara triste. Ele nem esperou resposta, virou e foi embora.
- Ei Nick! – Ele me olhou – Obrigado cara... –Ele riu e saiu correndo.
Voltei para o box. Théo me olhou, ainda emburrado.
- Comprei chocolate branco pra você – Ele me olhou.
- Você acha que pode me comprar com chocolate? – Ele me perguntou sério. Antes de eu responder qualquer coisa, ele continuou:
- Acertou – Pegou o chocolate e comeu. Eu ri sozinho. De longe, vi que Nick nos olhava. Ele sorriu triste... Naquele momento me veio a mente que Nick ainda gostava de mim... E ele sofria ao me ver com o Théo. Pelo aquele olhar eu tinha certeza!
Fiquei com aquilo na cabeça, mas nem liguei muito, a principio.
Nos demais dias, Théo ficou mais tranquilo. Nick não chegou perto de mim, como ele havia dito que faria. Tudo ocorreu bem. Até o último dia de competição.
A galera do nosso baja ficou muito amigo do baja da Unifei, por minha causa. Tão amigos, que no último dia, após os resultados finais, nós fomos convidados para um churrasco no alojamento da Unifei.
Théo ficou com a cara fechada o tempo todo.
A galera da Unifei bebeu até cair todo mundo, afinal de contas, eles haviam ganhado. Nós haviamos ficado em quinto lugar. Muito mais do que eu realmente esperava. Eu fiquei mais tonto que um gambá de alambique nesse churrasco.
Eu estava no banheiro quando Nick entrou e me viu ali.
- Nick...
- Nando... – Ele respirou fundo e deu de sair do banheiro. Era um banheiro comunitário, então era normal pessoas se encontrarem por acaso naquele local.
Quando ele estava saindo do banheiro, ele voltou e parou a centímetros de mim.
- Eu ainda te amo, Nando! – Ele me falou.
- Nick...
- Eu te amo. E sempre vou te amar, Nando.
- Nick...
- Calma, Nando. Eu não quero que você largue o Théo para ficar comigo. Ele te faz feliz e se você está feliz, eu fico feliz. Então... Aproveite... – Eu não consegui falar nada. Nick saiu do banheiro logo em seguida.
Sai meio tonto do banheiro. Théo estava jogando truco com os cara de Itajubá. Sentei do lado dele. Ele continuou no jogo, colocando a mão na minha perna. Coloquei a mão em cima da mão dele.
E assim terminou tudo de importante nessa competição. É claro que e não contei para o Théo o que Nick havia me dito. O que olhos não veem o coração não sente.
Voltando para casa, fomos bem recebidos por todos da faculdade. Os pais de Théo estavam super orgulhosos dele. Quando nos encontramos na escola os pais deram um forte abraço nele. Todos os familiares orgulhosos de seus filhos... E eu olhei em volta... Ninguém para me abraçar. Lembrei do meu pai. Uma lágrima escorreu dos meus olhos e saí andando de fininho.
Mas antes que eu conseguisse sair dali, ouvi a voz grave do Théo ecoando pelo local:
- Ei, todo mundo. Fer, espera. Eu quero dizer algumas palavras – Olhei para ele e sorri. Esperando ansiosamente tudo o que Théo teria para me falar.