A farra durou até bem além das cinco horas da tarde, quando as freiras já estavam embriagadas demais para continuarem bebendo. Mirtes parecia a mais bêbada das quatro. A gordinha já não conseguia mais levantar-se da cadeira, falando com voz embolada. A negra ainda chupou o loiro mais uma vez, mas este disse que já estava de cacete dolorido e não aguentava foder mais. Deixaram-no em paz e ele encheu a cara de cervejas. Iago continuara tomando seus refrigerantes em goles moderados e Mirtes limitou-se a misturar e beber todas, não dando mais atenção ao rapaz. A nissei tentou dizer alguma coisa ao ouvido do jovem, mas acabou caindo sentada no colo dele, sem que Iago entendesse o que ela tentara falar-lhe. Aí todas decidiram que estava na hora de ir embora. Vestiram suas roupas, sem nem tomar banho, e pediram que Iago as levasse para casa.
Pouco tempo depois, o carro estacionava na ampla garagem da mansão onde Mirtes agora passaria a residir. Iago perguntou pelo pai da moça, mas uma das caseiras disse que ele saíra desde cedo e ainda não voltara. O jovem achou que as moças haviam tido sorte: o patrão decerto não iria gostar de vê-las naquele estado de embriaguez. Foi pegando uma a uma nos braços e carregando para os aposentos reservados para hóspedes. Já Mirtes, levou-a para o quarto dela, onde lhe dera um banho na noite anterior. Todas estavam "pra lá de Bagdá" e quase não perceberam que já haviam chegado em casa.
Depois de deixar todas em suas devidas camas, o rapaz recolheu-se aos seus aposentos e preparou-se para tomar um demorado banho. A caseira veio perguntar-lhe se devia acordar as moças para o jantar, mas Iago disse estarem muito embriagadas e que seria melhor que dormissem o tempo necessário para curar a bebedeira. A caseira beijou-o na face em sinal de carinho e entendimento. Perguntou se Iago queria que ela o banhasse. Ele recusou a oferta em um tom que não a deixou chateada.
Ela já o havia banhado outras vezes, tantas que já perdera a conta. Era uma senhora sessentona e bem alegre, que nunca casara e nem tivera filho. Tratava o rapaz como se ele fosse ainda um bebê, se bem que exagerava às vezes quando esfregava-lhe as virilhas. No entanto, nunca ousou tocar-lhe os órgãos genitais, apesar de que sempre dizia, em tom de brincadeira, que um dia tomaria coragem e chuparia aquele pau enorme. Iago ria quando ela dizia isso. Certo dia, ofereceu-lhe o cacete para ela brincar com ele, mas a senhora ficou tão envergonhada que saiu correndo de perto dele, passando vários dias sem conseguir encará-lo. Mas ele pedira para ela lavar-lhe as costas, dias depois, e ela aceitou toda contente, pois assim quebraria o clima chato que reinava entre os dois. A partir de então, voltou a cuidar do rapaz com todo o mimo com que sempre o tratava.
Quando a simpática senhora saiu, Iago pegou o papel que estivera guardando em seu bolso e fez uma ligação. A morena atendeu o telefone toda radiante, como se já soubesse que era ele a ligar. Combinaram de se encontrar logo mais, perto das nove da noite, no bar Mustang, onde haviam bebido na noite anterior. O rapaz estava de garganta seca, de tanto ver as freiras beberem e ele não. Separou a sua melhor parelha de roupas e passou-as a ferro com muito zelo.
Como estava disposto a beber, foi ao encontro da bela morena de ônibus. Era cedo e ele achou não ser necessário pegar um táxi. No meio do percurso, porém, quando estava no coletivo, seu celular tocou. Era a morena Mirtes, alertando-o que o cara que ele havia nocauteado com um murro estava no bar, acompanhado de dois brutamontes. Iago não se amedrontou e disse que logo estaria no local.
Menos de vinte minutos depois, o jovem chegava ao Mustang. Passeou a vista e encontrou a morena sentada numa mesa num canto do bar. No mesmo instante, viu o loiro, filho do coronel do exército, acompanhado de dois caras com cabelos cortados à escovinha. Tinham toda a pinta de militares. Exibiam o peitoral enorme em camisas negras bem apertadas. O que havia levado um murro seu tinha o nariz cheio de esparadrapos. Quando o cara o viu, encarou-o com ódio e apontou-o discretamente aos dois. Estes mediram Iago com o olhar, como se estivessem avaliando sua força. Fizeram um gesto de desdém, como se o jovem não fosse páreo para eles.
Iago não lhes deu atenção e sentou-se junto a Mirtes, após beijá-la na testa, carinhosamente. A jovem já havia tomado duas cervejas, mas parecia ainda muito sóbria. Aconchegou-se ao rapaz e beijou-o na boca. Iago quase não correspondeu ao beijo, inclusive nem fechou os olhos como faz um casal que se beija. Trocaram algumas palavras sem que ele deixasse de fitá-la insistentemente. Ela sorriu divertida e encostou os lábios em seu ouvido, perguntando se ele ainda estava cismado da feminilidade dela. Ele afirmou com um gesto de cabeça. Ela mostrou-lhe os dentes alvíssimos num sorriso encantador, pegando uma de suas mãos de sobre a mesa e puxando-a ao encontro de suas pernas. O rapaz deixou-se levar. Ela posicionou sua mão no vão das suas belas coxas. O rapaz tocou uma vulva raspadinha, pois ela não usava nada por baixo da minissaia que vestia. Ele massageou a racha, friccionando o dedo no grelo dela. A vulva, no mesmo instante, ficou molhadinha. Introduziu o dedo, fazendo com que pingasse um líquido viscoso em sua mão. Ela aproximou-se mais e o beijou nos lábios, abrindo mais as pernas, exalando um cheiro mais forte do perfume que usava.
Um garçom veio atender e o casal disfarçou. Iago retirou sua mão da vulva da morena, pedindo um cardápio e mais uma cerveja. O pedido foi anotado e logo estavam se beijando longamente, mas ele não voltou a tocar o sexo dela.
- Está satisfeito? - quis saber Mirtes.
- Ainda não - respondeu o negrão - só estarei quando gozar por várias vezes nessa boceta molhada.
Ela voltou a mostrar seu melhor sorriso. O garçom chegou com o pedido e ele encheu o copo que lhe fora trazido e fez um brinde à beleza da morena. Mirtes, no entanto, alertou que o loiro e seus comparsas não tiravam os olhos de Iago. Assegurou que os caras com cabelos cortados à escovinha eram boinas verdes americanos. Pediu para Iago não confrontá-los. Perguntou se ele não queria sair dali e ir para outro bar. O rapaz analisou a situação e disse que não gostaria de ir parar na delegacia outra vez. Preferia estar com ela a noite inteira. Ela beijou-o na orelha e pediu para ir ao toilette. Disse que Iago pagasse a conta em sua ausência, inclusive o que ela havia consumido antes. Ele confirmou com um aceno de cabeça. Então a morena levantou-se e caminhou em direção ao banheiro feminino, com um andar tão rebolante que chamou a atenção de todos que estavam por perto. Suas longas e torneadas pernas se destacavam da minissaia. Os cabelos médios davam-lhe um toque exótico. Suas curvas eram perfeitas. Sem exageros.
Mirtes foi seguida pelos olhares do loiro e seus "guardas-costas". Entrou no banheiro feminino e fechou a porta. Iago chamou o garçom e pediu a conta. Deu-lhe uma gorjeta e ficou a esperar a volta da morena. A porta do toilette abriu e a figura feminina caminhou direto para a sua mesa. Dessa vez, rebolava um pouco menos do que na ida ao banheiro. Iago achou, inclusive, que seus cabelos estavam menos longos do que antes, mas permitiu-se a estar enganado. A morena aproximou-se do rapaz com um sorriso enigmático. Quando sentou-se graciosamente à mesa, o rapaz aproximou-se para beijá-la na boca.
- Se me beijar, leva um murro violento - Iago ouviu uma voz grave e extremamente masculina dizer ao seu ouvido enquanto esquivava-se do seu beijo.
O negrão quase dá um pulo de perto dela. Só não o fez porque uma mão que parecia uma garra poderosa apertou seu braço. Olhou espantado para a figura ao seu lado e não conseguiu ver diferença da que estava com ele pouco antes. A aberração tinha as mesmas características da morena e usava uma roupa igual a dela.
- Diga-me o que está acontecendo, ou quem vai levar um murro violento é você - disse o rapaz entredentes.
- Finja que está feliz por minha volta e saiamos daqui abraçados em direção ao estacionamento. Assim que der, eu explico - disse a voz grave, porém em tom moderado.
Iago olhou fixamente para a figura ao seu lado, depois resolveu fazer o seu jogo. Beijou-o na face e depois deu braço para que a aberração se apoiasse nele. O vozeirão alertou-o de que não deveria olhar para trás. Iago apenas fitou em direção ao banheiro feminino, quando já estavam fora do bar. Havia um Vectra estacionando perto e a figura o puxou discretamente em direção a ele.
- Os gringos estão vindo para cá. O loirinho ficou na mesa. Vamos ser interpelados. Não faça nada. Principalmente, não os afronte. Nem estranhe se eu não der nem um pio. Fique quieto e deixe que eu resolva a situação. Entendeu? - perguntou a aberração.
Iago demorou a responder, olhando disfarçadamente às suas costas, constatando que os caras com pinta de militares vinham em sua direção.
Entendeu, porra? - vociferou baixinho a voz rouca.
Não houve tempo de Iago responder. Sentiu o cano de uma arma encostar em suas costelas. Olhou para o sujeito carrancudo ao seu lado. O outro também encostou uma pistola nas costas do travesti, crente de que este era uma mulher, dizendo que ela entrasse no carro sem dizer nem uma palavra. Falavam com sotaque de estrangeiros. Um sentou-se ao volante, apontando a arma para Iago, que foi ordenado a sentar ao seu lado. O outro instalou-se com o que o rapaz considerava uma aberração no banco de trás. Fizeram a manobra e saíram da área de estacionamento.
- Vamos fuck you todinho, cadela - disse o que estava no banco de trás apontando uma pistola - E sem te pagar nem one dólar.
- Vamos foder teu cu e depois fazer você chupar nosso rola - falou o outro que depois soltou uma sonora gargalhada.
O clone da morena não dizia nada. Até fingia estar aterrorizado demais para falar. Tremia o corpo todo, como se estivesse tendo uma crise de pânico. Iago pensou em dominar o cara que estava perto de si, mas a aberração acenou discretamente que ele não fizesse nada. De repente, e inesperadamente, a aberração projetou o cotovelo contra a goela do cara que lhe rendia e, como se fosse um movimento estudado, disparou o punho fechado contra a nuca do que dirigia. O sujeito perdeu o controle do carro, mas apressou-se em evitar bater numa moto que vinha em direção contrária. Antes que Iago pensasse em fazer alguma coisa, uma sequência de golpes fulminou os dois caras. Ele teve que se apressar em tomar o volante, freando o carro e estacionando-o à beira da rua movimentada do centro da cidade. Alguns motoristas soltaram imprecações, mas a aberração nem ligou para estes.
Deu mais um murro no rosto de cada um dos brutamontes desacordados, saiu do carro e pediu que o rapaz fosse sentar-se no banco de trás. Antes de tomar o volante, recolheu as armas jogadas no piso do veículo. Abriu o porta-luvas e se certificou se havia uma máquina fotográfica digital, dentro. Retirou de lá, também, dois pares de algemas. Depois tirou a peruca morena da cabeça, revelando cabelos curtos masculinos. Iago olhava para ele, estupefato, esperando uma explicação. Finalmente, o travesti dirigiu a atenção ao jovem, estendendo-lhe a mão enquanto dizia:
- Meu nome é Cassandra. Sou irmão da morena que estava com você - falou a Iago com sua voz possante - vou te levar até ela, pois ainda tenho muito o que fazer. No entanto, quero ajuda tua para carregar esses merdas e amarrá-los a uma cama. Posso contar com ela?
O rapaz ainda estava sem pensar direito, devido à rapidez dos acontecimentos. Balançou com a cabeça em sinal de concordância. Cassandra ligou o motor do carro e empreendeu a marcha. Pouco depois, chegavam a um motel de beira de estrada, num trecho deserto e escuro da rodovia. Falou com a recepcionista como se já a conhecesse de longas datas e pediu uma chave. Ela acenou para Iago e cumprimentou-o, também, como se já o conhecesse.
- Você não o conhece - disse o travesti ainda usando roupas femininas - não faz parte da equipe.
- Mas espero conhecê-lo qualquer dia. Traga-o depois para mim - respondeu simpaticamente a recepcionista - adoro um negão. E esse aí parece ser um bom fodedor.
Iago olhou para a mulher, sem se furtar de analisá-la da cabeça aos pés. Era uma ruiva bonitona e atlética, de pernas grossas e torneadas. Ela abriu a porta do carro e Cassandra puxou um dos sujeitos pelas pernas e depois acomodou-o nos ombros. Pediu para Iago fazer o mesmo com o outro. O rapaz atendeu seu pedido, carregando o brutamonte quase sem esforço. A mulher pegou a chave de volta, abriu a porta de um dos quartos do pequeno motel e deu passagem aos rapazes. Depois de jogar ambos na cama, Cassandra pediu que a ruiva cuidasse deles enquanto devolvia Iago à irmã. Ela meteu a mão entre as pernas do rapaz, apalpando seu volume.
- Mmmmmmmmmmmm, ele é bem dotado. Do jeito que eu gosto. Não esqueça de devolve-lo a mim, quando ela não o quiser mais - disse a mulher, toda oferecida.
Cerca de meia hora depois, Cassandra parava o Vectra em frente a uma casa de arquitetura moderna, em Olinda, cidade vizinha ao Recife. Buzinou três vezes seguidas, depois mais uma vez, como se fosse um sinal combinado. A luz do terraço acendeu-se, deixando ver que uma porta também se abria. Os dois tinham feito todo o percurso num silêncio que só era quebrado quando Iago perguntava alguma coisa.
- Minha irmã lhe dará todas as explicações - era sempre a resposta do travesti.
Mas tais respostas ainda demorariam a serem dadas. Quando Iago adentrou a casa, Mirtes estava nua, tomando champanhe, assistindo TV na sala às escuras, iluminada apenas pela luz que vinha do televisor. Seu corpo era sinuoso, como Iago já adivinhara. Deu-lhe um sorriso sensual, oferecendo uma taça cheia ao rapaz. Ele olhou para o vão entre suas pernas. Avistou uma boceta maiúscula totalmente raspada. Caminhou até ela e ajoelhou-se entre as suas pernas. Tomou-lhe a taça das mãos e derramou um pouco do champanhe na vulva dela. Meteu a boca ali, arrancando um gemido sufocado da bela morena. Ela estendeu as pernas, apoiando-as no ombro do rapaz, abrindo-se mais para ele. A porta fechou-se sozinha e a luz do terraço apagou-se. Ouviu-se o barulho do motor de um carro se afastando. O negrão estirou ao máximo a língua e passou-a de baixo para cima, lambendo Mirtes desde o ânus até o grelo. Ela pegou sua cabeça com ambas as mãos e enterrou-a na boceta já encharcada.
FIM DA SÉTIMA PARTE